terça-feira, 22 de junho de 2021

A ministra Cármen Lúcia não entendeu o recado do general

O presidente do Superior Tribunal Militar, general Luis Carlos Gomes Mattos, deu o recado...

O general afirmou que quem está contra o governo vai “esticar essa corda, como se diz, até que ela arrebente”.

A frase fez estremecer cada canto do prédio do STF.

Entretanto, a ministra Cármen Lúcia parece não ter entendido o que disse o general e determinou, na última sexta-feira (18), um prazo de cinco dias para que o Ministério da Defesa apresente manifestação sobre a ação na Corte que questiona o sigilo de 100 anos, imposto pelo Exército, no processo contra Eduardo Pazuello.

O presidente do STM, na mesma ocasião em que disse que a "corda está esticando", defendeu o próprio general Pazuello.

“Eu conheço o general Pazuello. Não tenho dúvidas da competência e honestidade dele", disse.

Mas afinal... O STF vai seguir "pisando na corda" até arrebentá-la?

fonte: Jornal da Cidade Online

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Muito cuidado com as pesquisas, fiquem atentos!

Essas pesquisas aí retratando a REALIDADE com relação à aprovação ao Governo Bolsonaro (que é acima de 50%) são estranhas, muito estranhas...

Aí tem coisa!

Vou pensar em qual seria, na minha opinião, a estratégia dos institutos de pesquisa e da mídia em PARAR DE MENTIR temporariamente.

Mas, por ora, fiquem apenas com um conselho: NUNCA baixem a guarda para esse pessoal.

Eles NUNCA falarão a verdade sem uma intenção maquiavélica por trás.

texto Guillermo Federico Piacesi Ramos, advogadoe escritor.

via jornal da cidade online

Em 1º de novembro, com licença ou sem licença, o decano veste o pijama

 

Um esclarecimento: aos 75 anos de idade, o servidor público é aposentado COMPULSORIAMENTE. “Compulsoriamente”, para quem não sabe, significa obrigatoriamente; significa compelir alguém a algo (no caso, o servidor, com 75 anos, a se aposentar).

Não tem como isso não ser observado, em hipótese alguma.

Portanto, não existe essa história de Celso de Mello adiar a sua saída do STF, por causa da tal licença médica que tirou agora.

Já vi gente falando, até, em esperar os 24 meses de licença para ele sair... Isso é totalmente errado, pois ocorreria em caso de aposentadoria por INVALIDEZ, o que não é o caso.

Em 1º de novembro, com licença ou sem licença, o “ilustre decano” veste o pijama e Jair Bolsonaro VAI nomear o sucessor. VAI nomear, e ponto final!

O fato é que o próprio Celso de Mello deve estar cansado, muito cansado. São mais de longos 30 anos em atuação na Corte. No fundo, assim como nós (o povo), ele não vê a hora de chegar logo a data em que se despirá da toga e entrará na reclusão da vida privada.

texto por Guillermo Federico Piacesi Ramos, advogado e escritor

via jornal da cidade online

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Doria age rápido para providenciar a troca de secretário preso

Segundo informações, o governador de São Paulo, João Doria, vai afastar o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, preso hoje.

Doria deve anunciar o substituto ainda hoje.

Mais cedo, o governador “fugiu” da responsabilidade e afirmou que as investigações de seu secretário “não tem qualquer relação com o governo”.

  • Baldy, foi preso na operação que apura desvios na saúde envolvendo órgãos federais.

Em nota, assessoria do secretário disse que a 'medida é descabida e as providências para a sua revogação serão tomadas'.

De qualquer forma, Doria sempre soube dos 'negócios' mal explicados de Baldy.

No entanto, o nomeou para Secretário de Transportes Metropolitanos.

Ou seja, colocou na secretaria um sujeito que não é de São Paulo e, segundo consta, pouco conhece a metrópole.

Qual o interesse de Dória?


terça-feira, 4 de agosto de 2020

A genialidade de uma estratégia clara e simplória

Olha como alguns têm dificuldade em entender Política.

Só há 3 pilares de sustentação de qualquer governo presidencialista:

i) O apoio do povo; 

(ii) O apoio do Congresso; e/ou 

(iii) O apoio das Forças Armadas.

Normalmente, o apoio das Forças Armadas, se não houver corrupção, acompanha o apoio do povo.

Portanto, para se manter no poder e conseguir governar, um presidente precisa do apoio do povo ou do apoio do Congresso.

Como sabemos, o Congresso brasileiro não está muito preocupado com o povo. É um antro de vagabundos preocupados apenas e tão somente com seus próprios interesses.

Pois bem. O que faz o presidente então? Foca no apoio do povo. Mas foca de forma legítima e, DIFERENTEMENTE dos governos anteriores, conquista o povo apenas e tão somente CUMPRINDO promessas de campanha. O povo quer isso: a verdade e não precisa de muito mais coisa.

A popularidade do presidente dispara e o que acontece? O Congresso é obrigado a se aproximar. Os caciques precisam se aliar senão serão varridos nas próximas eleições desse ano e de 2022.

Tendo o apoio do povo e do Congresso, não se precisa do apoio das FFAA. Mas, mesmo assim, se precisar, elas estarão lá.

Percebeu a jogada de mestre? Percebeu que o cara está conseguindo ter os três pilares de apoio sem se vender, sem corromper ninguém e ainda ajudando quem mais precisa? Perceberam a genialidade dessa estratégia clara e simplória?

E tem gente que ainda se acha entendida e reclama que o presidente não deveria focar em entregar obras (necessárias e que vão melhorar a vida do povo, diga-se de passagem), nem garantir auxilios emergenciais (imprescindíveis para se evitar um maior colapso da economia). Para esses, tem que focar na agenda ideológica.

Falam de guerra cultural, mas estão perdendo seu tempo discutindo quem tem mais likes ou dislikes no YouTube.

Tais "jenios" da estratégia não perceberam, ainda, que se o governo for derrubado aí sim acaba qualquer chance de se implementar qualquer agenda conservadora. Não perceberam que antes de ser estadista é necessário ser governante. São cavaleiros templários da soberba e da ignorância.

Deixem o presidente seguir com seu plano, plano este que está a anos-luz da sua limitada compreensão, direitista limpinho.

Bituca Von Wittgenstein (perfil no Facebook)

via Jornal da Cidade Online

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Prenúncio de calote: Dívida de José Dirceu com o fisco atinge R$ 68 milhões

A empresa JD Assessoria e Consultoria, de propriedade do meliante José Dirceu de Oliveira e Silva, que era utilizada para lavagem de dinheiro ilícito, proveniente da corrupção protagonizada pelo PT, deve a bagatela de R$ 35 milhões ao fisco.

O condenado, por sua vez, tem em seu nome, como pessoa física, débitos que atingem a estratosférica somam de R$ 33 milhões. Totalizando R$ 68 milhões.

A conta está sendo cobrada pela Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) e refere-se a impostos, multas e juros.

Outros petistas também estão enrolados com a PFN.

Lula, condenado a 26 anos de prisão, precisa acertar uma conta equivalente a 1,1 milhão de reais.

Jonas Suassuna, o ‘dono’ do famoso sítio de Atibaia, está inscrito na dívida ativa por débitos de 6,2 milhões em nome dele e de suas empresas.

Até mesmo o advogado de Lula, Roberto Teixeira, está incluído na lista divulgada pela Procuradoria da Fazenda Nacional, com uma dívida de R$ 4,9 milhões.

Jornal da Cidade Online conteúdo


terça-feira, 28 de julho de 2020

Toffoli livra a cara de Witzel: Processo de impeachment do governador volta à estaca zero

Todo mundo conhece aqueles filmes americanos classe B, onde o mocinho salva a mocinha, o mundo e ele mesmo no último segundo da prorrogação do segundo tempo.

A ideia: a força predominante do bem, que sempre vence, de um jeito ou de outro.

No Brasil do STF, a coisa funciona assim, como um filme de quinta, com roteiro óbvio e atores que nunca mudam.

Só que invertido, para dar mais graça à coisa, que na verdade de engraçado não tem nada.

O mal, no filme mequetrefe do STF, sempre vence.

Senão vejamos: o ministro Dias Toffoli - aquele mesmo que foi advogado do PT - acaba de livrar a cara do governador do Rio de Janeiro no processo movido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que pedia seu impeachment.

Toffoli substitui Fux, que deveria tomar a decisão no caso.

As acusações contra Witzel - que levaram ao pedido de impeachment - não são nada de novo nem de inédito em se tratando de governadores brasileiros: desvios de recursos públicos destinados ao combate ao vírus chinês, o parceirão covid.

Quem investigou Witzel foi a PF, na Operação Placebo.

Toffoli acaba de aceitar, a um dia do final do prazo dado à defesa do governador para apresentar a defesa, uma alegação do governador de que a comissão especial da Alerj era irregular e não atendia os ritos de... Não importa, na verdade.

A decisão de Toffoli, que salva Witzel do cadafalso do impeachment no último momento, além disso determina que seja formada nova comissão mais – digamos - alinhada com os interesses comuns dos parceiros envolvidos.

Ou, para ser mais óbvio, uma comissão que proteja o governador e deixe claro que, no país do STF existe um tipo especial de personagem: o impune, jamais condenado por coisa alguma.

A parceiragem entre os ministros da capa preta e os governadores também não é nada de novo, como se viu durante os últimos quatro meses, onde os togados fizeram o possível e o impossível para transferir o poder legal do Poder Executivo federal para as mãos de governadores como Witzel, Dória ou Mateus.

O resultado se sabe: uma orgia de gastos injustificados em compras fantasmas ou de material inútil, como a de testes e respiradores da China para o covid.

Muita gente se lambuzando e nada de responsáveis.

A decisão de Toffoli leva o processo contra Witzel de volta à estaca zero.

Witzel é um daqueles políticos que acabou se elegendo na onda de Bolsonaro, e define a si próprio como ‘um pilar do combate à corrupção’.

Nada mais justo, no roteiro invertido criado pelo STF, onde nada vale mais -nem a própria Constituição- do que os interesses dos ‘pilares’ envolvidos.

Witzel, depois de usar Bolsonaro para se eleger o abandonou, como muitos.

Tem lá suas razões, e também como muitos imaginou que o vírus parceiro seria uma ótima oportunidade para destruir a imagem do presidente eleito e garantir para si próprio uma candidatura à presidência.

Percebe agora, como outros governadores, que não deu lá muito certo: Bolsonaro continua firme, agindo estritamente dentro dos preceitos constitucionais e contando com o apoio do povo, como sempre.

Só lhe resta, portanto, atuar no filme vagabundo que os brasileiros são obrigados a assistir todo santo dia e se defender de acusações de roubalheiras e desvios.

Nesse filme o bandido sempre ganha.

E quem paga o ingresso é o povo.

texto: Marco Angeli Full

Jornal da Cidade Online

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Paulo Guedes mostra uma luz: Ponderado, político, sereno, com dados estatísticos (veja o vídeo)

Assista o vídeo, ele vai te acalmar. Sensacional.

Ponderado, político, sereno, com dados estatísticos, é esse discurso que nossa imprensa, nossos intelectuais, nossos verdadeiros líderes deveriam fazer.

Não me venham comentar as más notícias que ele não mencionou, isso vocês ouvem diariamente.

Guedes fez o contraponto, algo que eu entendo, e tento também fazer.

Mas ele foi brilhante. Aplaudi de pé.

Reconheceu finalmente que as empresas precisam de capital de giro, e que o governo iria ajudar nesse sentido.

Minha principal crítica a ele deixou de existir, e agora só tenho que apoiar.

Foi brilhante, pena que temos uma elite que não percebe que esse país está numa crise, que eles quebraram o país, que continuam explorando o povo brasileiro.

Não foram FHC, Lula, Dilma ou Temer que quebraram esse país, estamos falando de Pedro Malan, do Guido Mantega, do Nelson Barbosa, do Henrique Meirelles, os Ministros da Fazenda desses governo que nunca admitiram essa realidade, pelo contrário, a esconderam.

Guedes é o primeiro Ministro que sai a público dizendo a verdade, a segunda crítica que lhe fazia, deveria ter dito isso no seu discurso de posse e nos primeiros 6 meses.

Mas agora está com discurso certo.

Assistam o vídeo até o fim, e se perguntem se deveríamos apoiar esse herói, ou tentar derrubá-lo?

Conte comigo Guedes no que precisar.

Stephen Kanitz. Consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.

Veja o vídeo: AQUI

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Prefeito, ex-ministro de Dilma, é denunciado por superfaturamento no interior de SP


Nesta semana, as atitudes transgressoras do petista Edinho Silva, ex-ministro de Dilma Rousseff e atual prefeito de Araraquara, interior de São Paulo, chegaram a um ponto crucial.

Na última terça-feira, 12, foi concluído um inquérito sobre as apurações de danos ao patrimônio público causado pela aquisição ‘superfaturada’ de produtos destinados à área de saúde, em Araraquara, usando como pretexto a pandemia de coronavírus.

Edinho por sua vez, negou tudo, como bom petista.

O jornalista e analista político, Augusto Nunes, soube explicar com exatidão o comportamento do malandro:

“Confrontado com as evidências de irregularidades na compra sem licitação de ventiladores hospitalares pela administração municipal de Araraquara, o prefeito petista Edinho Silva seguiu o roteiro dos devotos de Lula metidos em maracutaias. Negou ter feito o que fez, acusou o autor da denúncia de agir por motivos políticos, tratou como invencionices provas materiais, declarou anulada a transação e deu o caso por encerrado. Esqueceu que o destino de bandalheiras não é determinado por quem as pratica”, escreveu em seu Blog no R7.

Ainda segundo Augusto Nunes, o promotor de Justiça Herivelto de Almeida, responsável pelo inquérito do ex-ministro, ergue um monumento à verdade. Expõe a absurda diferença de preços, as contradições dos envolvidos, as explicações mambembes dos responsáveis pelo desperdício e sepulta em cova rasa as desculpas esfarrapadas do prefeito’.

Agora, conforme o documento assinado pelo promotor, o prefeito de Araraquara, deverá ser investigados por três instituições, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas da União e Polícia Federal.

“Prisioneiro da arrogância, Edinho Silva achou que estava brigando apenas com jornalistas independentes. Terá de encontrar explicações mais convincentes para escapar da ação conjunta do Ministério Público, do TCU e da Polícia Federal. Como dizia Tancredo Neves, a esperteza, quando é muita, fica grande e come o dono. Edinho Silva não sabia disso”, reiterou Augusto Nunes.
Fonte: Jornal da Cidade Online 

Luciferianismo e Marxismo: Duas faces de uma mesma moeda

“toda a existência é merecedora da destruição”. Goethe (“Fausto”)
“Quero me vingar d’Aquele que está no alto”. Karl Marx
“Nesta revolução, devemos despertar o demônio no povo a fim de estimular as suas paixões mais inferiores”. Bakunin

Independentemente de se acreditamos ou não em Deus ou em Lúcifer, o fato é que muitíssimas pessoas acreditam neles. E por essa razão elas criam instituições, desenvolvem rituais, práticas, teorias, etc.

Assim, de um lado temos aqueles que creem em um único Deus, sobretudo no Cristianismo, no Judaísmo e no Islamismo, as três mais importantes religiões monoteístas das quais se tem notícia, as quais são muito próximas em diversos aspectos centrais.

E, de outro lado, temos aqueles que adoram a representação do mal e da “rebeldia”: Lúcifer (usarei o termo genérico “Luciferianismo” para indicar a ideologia que subjaz à adoração dos princípios expressos na figura de Lúcifer, especialmente seu ódio a Deus e sua postura como “adversário” Dele e de tudo aquilo que Ele representa).

De qualquer maneira, especialmente no ocidente, quando falamos em Deus, pensamos imediatamente no Deus da tradição cristã.

Nesse sentido, esse será o Deus combatido violentamente pelos adoradores de seu “opositor”, os quais visam causar o colapso de tudo aquilo que tenha qualquer relação com a tradição cristã, um dos pilares, aliás, da civilização ocidental.

Tão importante é essa tradição que mesmo ateus, quando não contaminados pela malignidade, a defendem, como ocorre com Bruce Sheiman, especialmente em seu livro “An Atheist Defends Religion” (2009), no qual ele argumenta em defesa da religião cristã. Independentemente de se Deus existe (algo em que Sheiman não acredita – ele é “um ateu defendendo a religião”), é possível reconhecer sua importância (cultural e civilizatória) fundamental. A tese central de Sheiman é que a religião é incomensuravelmente benéfica para a humanidade. Em seus termos, a “religião fornece uma combinação de benefícios psicológicos, emocionais, morais, comunitários, existenciais e, mesmo, de saúde física, que nenhuma outra instituição pode reproduzir”.

No entanto, há também o “outro lado”, o lado daqueles que se opõem a todos os benefícios referidos por Sheiman.

Por essa razão acredito que no ocidente enfrentamos, hoje, não apenas uma guerra cultural, mas, acima de tudo, uma “guerra espiritual”, uma guerra na qual combatem duas forças: a força divina (encetada por cristãos) e a força diabólica (liderada por adoradores de Lúcifer).

Mas, enfatizo: isso não é uma “prova concreta” de que Deus e Lúcifer existam, mas, sim, de que existem agentes que, crendo em ambos, assumem uma guerra em defesa daquilo que essas ideias representam. Há, pois, o Cristianismo e o Luciferianismo.

De um lado temos a defesa de um dos pilares da civilização ocidental (cristianismo); de outro, a luta pela ruína desse pilar.

Com efeito, a tradição cristã estabeleceu instituições que promoveram um mundo mais humano, focado especialmente na ideia de “dignidade da pessoa humana”, a qual (pessoa humana), criada à imagem de Deus, possuiria, dessa maneira, um valor intrínseco absoluto.

Por essa razão, a tradição cristã se opõe ao aborto, à pena de morte, à eutanásia, à escravidão, à promiscuidade, etc.

É inerente à tradição cristã a proteção da dignidade da pessoa humana.

Dessa forma, do ponto de vista cristão não haveria pessoas que, enquanto pessoas, seriam “mais pessoas” do que outras.

Alguns são mais ricos, alguns são feios, outros belos, altos, baixos .... há diferenças que nos particularizam. Mas, do ponto de vista de nossa humanidade, somos todos iguais.

Essa é uma ideia que herdamos do Cristianismo, a qual se consolidou secularmente no conhecido princípio segundo o qual “somos todos iguais perante a lei”.

Além disso, o Cristianismo assoalhou o caminho para o Liberalismo. Ambos têm muito em comum (embora não haja identidade entre eles).

Um dos elementos em comum diz respeito a um ponto central do Liberalismo, a saber, a ideia de “livre comércio”.

Essa ideia teve como predecessora a já referida ideia de que somos “iguais” enquanto pessoas. Dessa concepção adveio a ideia inovadora acerca de uma “irmandade de homens” (de que todos somos “filhos de Deus” [“... e todos vós sóis irmãos”], independentemente de elementos étnicos, raciais, etc.

Essa noção se mostraria posteriormente essencial à ideia mesma de “livre comércio”. Dessa maneira, os pensadores liberais tomaram do Cristianismo a ideia consoante a qual todo ser humano possui direitos inalienáveis em sua própria pessoa, como o direito à vida, o direito à liberdade e o direito à propriedade.

Assim, as pessoas são moralmente iguais. Elas possuem o mesmo status moral. Isso significa que elas não podem, por exemplo, ser escravizadas, prostituídas, ou seja, reificadas. Elas devem sempre ser consideradas também fins em si mesmas, e nunca somente meios para outros fins.

Em tal condição, elas podem pensar por si mesmas sem coação. Assim, tanto para o Cristianismo quanto para o Liberalismo há uma ‘igualdade moral’ entre os indivíduos.

Aqui temos a ideia de uma sociedade liberal, uma ideia desposada por Adam Smith e assimilada por autores como Hayek e Mises.

O Cristianismo assentou, portanto, uma ideia valiosa para o Liberalismo, a ideia segundo a qual nascemos iguais, com direitos iguais, proprietários de nós mesmos e do fruto de nosso labor, livres para negociar nossa propriedade, o resultado de nossos esforços.

O Luciferianismo, por sua vez, seria uma antítese de tudo o que vimos acima. Ele representaria uma força opositora tanto ao Cristianismo quanto ao Liberalismo.

Embora muito mais antigo, ele pode ser identificado claramente na modernidade, atuando de tal maneira que hoje percebemos manifestamente sua nefasta influência.

Um dos primeiros eventos que claramente o evidenciam na modernidade é o Iluminismo. Como disse a historiadora britânica Nesta Webster, “o culto a Satã floresceu na Bavária junto com o Iluminismo”.

E, cabe lembrar, uma das grandes influências sobre o Iluminismo foi Rousseau, o qual assentou as bases para o futuro socialismo, especialmente com sua crítica à sociedade e à propriedade privada.

Não apenas isso, ele sustentou o ideal pagão de um retorno às origens, ao resgate de uma suposta “bondade originária” na natureza humana (algo hoje refutado pela antropologia evolutiva: nunca existiu o “bom selvagem” descrito por Rousseau).

Mas com o Iluminismo testemunhamos uma grande mudança de paradigma. Ocorreu uma revolta contra a religião, especificamente contra o Catolicismo romano.

Autores responsáveis pela ‘Enciclopédia’, como Voltaire e Diderot, se tornaram, a exemplo de Lúcifer, “adversários” do Cristianismo em geral e do Catolicismo em particular. Ignorando a contribuição da Igreja Católica para o desenvolvimento da civilização ocidental (algo hoje demonstrado de forma incontestável por historiadores como Christopher Dawson e Thomas Woods) e, mesmo, da Ciência, os mais influentes intelectuais iluministas deram inicio ao fim da Ciência e iniciaram o que hoje poder-se-ia denominar de cientificismo ou, mesmo, como mais recentemente, cientocracia. Ou seja, passaram a adotar uma visão dogmática do conhecimento, considerando tudo o que não lhes fosse conveniente “superstição”. Mas não nos enganemos, pois seu pensamento não era tão incompatível com perspectivas metafísicas.

Por exemplo, profundamente influenciado por Rousseau o bávaro Adam Weishaupt fundou, no seio do Iluminismo (e em harmonia com ele), a ‘Illuminatenorden’, a qual tinha um propósito muito alinhado com a filosofia de Rousseau (e do Iluminismo em geral).

Para Weishaupt a civilização seria um erro. Caberia reformulá-la. Não apenas ela, mas mesmo o humano precisaria ser, digamos, “refeito”.

Na verdade, desde esse momento temos uma tentativa moderna para a instituição de um governo global de aspecto “socialista” (uma tirania global).

Assim, em Adam Weishaupt já encontramos a ideia da criação de uma nova ordem mundial, bem como a defesa da abolição dos governos nacionais, da herança, da propriedade privada, da soberania nacional, do patriotismo, da vida familiar e das religiões, especialmente do cristianismo (uma vez que esse é um obstáculo à instituição da nova ordem mundial).

Desse ponto de vista há muitas similaridades entre o projeto de Weishaupt e aquele intento descrito posteriormente no panfleto “Manifesto Comunista” (1848), de Karl Marx e Friedrich Engels.

Além disso, neles também encontramos outras ideias atualmente correntes, tais quais as da criação de um banco central, centralização das comunicações e do transporte, controle sobre a indústria (estatização), etc.

Aliás, uma vez que mencionei Karl Marx, é interessante citar aqui a obra “Marx and Satan”, do Pastor luterano Richard Wurmbrand, o qual foi prisioneiro do regime comunista da Romênia por 14 anos. Muitos creem que Marx era um ateu materialista, descrente de tudo que pudesse ter relação com aspectos, digamos, “espirituais”. No entanto, talvez ele não fosse tão materialista assim. Por exemplo, é conhecida sua afirmação “anseio vingar-me daquele que dita as regras do alto” (Deus).

Não apenas isso, em um poema (“Conjuração de alguém caindo em desespero”), ele nos diz que “estabelecerei o meu trono acima”, o que se assemelha à frase de Lúcifer no texto bíblico, em que ele diz “hei de subir até o céu e meu trono colocar bem acima das estrelas” (Isaías 14:13).

Também importante para as considerações que faço aqui é o texto “Oulanem”, escrito por Marx em seus anos de estudante. Inicialmente, “Oulanem” é um anagrama de Emanuel, que em hebraico significa “Deus conosco”.

Um dos aspectos centrais do Luciferianismo é a inversão: em suas práticas há sempre uma inversão dos símbolos cristãos (pois eles, os luciferianos, visam o efeito contrário).

Há muitos elementos típicos de magia negra em “Oulanem”, como um ritual sendo realizado à meia noite, no qual há uma Bíblia sendo queimada, participantes jurando cometer todos os sete pecados capitais, bem como praticando (não poderia faltar) uma orgia.

Poderia aqui ser citada também sua poesia “As orações”, na qual ele recita que “vapores infernais sobem e preenchem o meu cérebro, até eu enlouquecer e o meu coração se transformar dramaticamente. Vê esta espada? Foi o Rei da escuridão quem me vendeu”.

Além disso, na correspondência entre Marx e seu pai encontramos muitos elementos interessantes. Por exemplo, lemos que “a máscara caiu, o meu Santo dos Santos se esvaziou e houve necessidade de colocar novos deuses ali” (10 de novembro de 1837).

Ao responder (10 de fevereiro de 1838) seu pai comentou que “não exigi qualquer explicação sobre tal coisa misteriosa, embora pareça controverso”.

Seu pai se referia a algum evento “misterioso” e “controverso” que causou uma “conversão” em Marx, o qual abandonou sua inspiração cristã e adotou “novos deuses”.

Posteriormente Marx parece escrever algo relacionado com esse evento: “Perdi o céu,

e o sei com certeza. Minha alma, outrora bela a Deus,

está agora destinada ao inferno”.

Assim, a biografia de um indivíduo pode ser muito reveladora.

Além das incursões no Luciferianismo, Marx também teria sido responsável (segundo seu biógrafo Arnold Kunzli) pelo suicídio de suas duas filhas que sobreviveram até a vida adulta.

Outro ponto que seria interessante explorar, também esclarecido por Kunzli, é seu antissemitismo, seu racismo, o que nos revela que não havia ‘humanismo’ algum em Karl Marx. Além disso, a exemplo de outros indivíduos perturbados, ele morreu em desespero, como indica uma carta (25 de março de 1883) escrita para Engels, na qual lemos: “quão sem sentido e vazia é a vida, no entanto, quão desejada”.

Com efeito, apesar de o marxismo revelar um profundo ódio pela humanidade, ele teve uma influência terrível na história. Seu legado nefasto ainda está presente. E ele foi eficiente graças ao apoio de outras correntes Luciferianas.

Nesse sentido, se engana aquele que pensa que megacapitalistas são, necessariamente, inimigos do socialismo.

Em um cartoon publicado no importantíssimo jornal ‘St. Louis Post-Dispatch’ (fundado em 1878 por Joseph Pulitzer), datado de 1911, temos Karl Marx cercado por entusiastas milionários de Wall Street, como J.P. Morgan, John Rockefeller, Andrew Carnegie, Franklin Delano Roosevelt (à época líder do partido Democrata), e outros magnatas.

Todos, de alguma forma, subsidiaram a revolução bolchevique (1917), a qual derrubou a monarquia russa e colocou Lênin no poder.

Isso está amplamente documentado em obras como “The Creature from Jekyll Island” (1994), de G. Edward Griffin, e “Wall Street and the Bolshevik Revolution” (2001), de Antony C. Sutton. Essas obras nos mostram, de forma incontestável, que magnatas supostamente “capitalistas” subsidiaram movimentos como a revolução bolchevique, responsável por milhões de mortes.

E aqui entra meu ponto (que pretendo explorar em um próximo texto): Karl Marx estava em harmonia com outros indivíduos cujos (anti) valores se alinhavam com os dele.

Assim, o comunismo foi um experimento inicial para que fosse criada uma nova ordem mundial, um experimento que se estende até os dias de hoje, o qual visa à criação de uma distopia socialista da qual serão expurgados irreversivelmente Deus e liberdade individual. Luciferianismo e Marxismo são, pois, duas faces de uma mesma moeda.

texto de Carlos Adriano Ferraz. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com estágio doutoral na State University of New York (SUNY). Foi Professor Visitante na Universidade Harvard (2010). Atualmente é professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Filosofia, no qual orienta dissertações e teses com foco em ética, filosofia política e filosofia do direito. Também é membro do movimento Docentes pela Liberdade (DPL), sendo atualmente Diretor do DPL/RS.

publicado originalmente no Jornal da Cidade Online

sábado, 9 de maio de 2020

Gado? Todos somos. Entenda a diferença entre os dois “rebanhos”...

O Ser Humano é um animal social, portanto, vive em "rebanho". Resta, então, dividir as espécies.
A direita, muitas vezes, me parece um rebanho de bisontes. São cegos pra muitas coisas e se "assustam" com qualquer barulho, mas quando a manada "estoura" é difícil parar. Dão uns tropeções, erram o caminho, mas continuam correndo.
É uma união tão forte que, em algumas situações, como a greve dos caminhoneiros, até a esquerda tentou manipulá-la para defender outros interesses. Sabem que, hoje, no Brasil, não existe nenhum movimento que se equivalha.
Bisontes não são pastoreados. Bolsonaro não é defendido, com tanto afinco, porque está no comando; mas porque é parte da manada.
Corre junto, tropeça junto, erra junto. Os que defendem o Presidente são os mesmos que já o defendiam enquanto deputado do baixo clero; que falava palavrão, xingava repórter, não seguia ordens do partido.
A mídia o odeia e nós odiamos a mídia, a esquerda o odeia e nós odiamos a esquerda, o STF o odeia e nós odiamos o STF. E não passamos a odiá-los porque ele se elegeu. Já os odiávamos antes; tanto que votamos justamente no cara que eles odiavam. Não é causa. É consequência.
Se, hoje, Bolsonaro começar a defender a quarentena, por exemplo, terá toda a direita contra ele; como aconteceu quanto cogitou nomear seu filho como embaixador. Não estamos contra as arbitrariedades dos governadores e prefeitos porque o Presidente mandou. Estamos contra porque buscamos informações além da mídia, porque não aceitamos barganhar a nossa liberdade, porque não admitimos que traidores, como Dória e Witzel, manipulem dados, façam farra com dinheiro público e violem nossos direitos Constitucionais.
Não é a direita que segue o Bolsonaro; é o Bolsonaro que segue a direita. E é por isso, por ser alinhado com seus eleitores, que tem tanto apoio popular e espontâneo. E é por isso, também, que o outro rebanho, o das ovelhas, o odeia tanto.
Ovelhas precisam de pastores. Ovelhas não seguem ovelhas. Portanto, as ovelhas não entendem quando o "líder" faz parte do rebanho.
Para elas, o certo é seguir para onde aponta o cajado. Mesmo que, de tempos em tempos, sejam tosquiadas, continuarão felizes enquanto tiverem pasto.
Gado? Todos somos.
A diferença é que um rebanho corre solto e o outro aceita ser confinado.
"Um povo que aceita passivamente a corrupção e os corruptos, não merece a liberdade. Merece a escravidão." (MAQUIAVEL, Nicolau)

texto: Felipe Fiamenghi
via Jornal da Cidade Online 

sexta-feira, 10 de abril de 2020

A nova estratégia de Bolsonaro para se livrar de Maia e Alcolumbre

Notícia boa em meio à tempestade perfeita
Deu no site Terra:
“O presidente Jair Bolsonaro começou um movimento de reatar conversas com lideranças de partidos do centrão no momento em que o governo atravessa uma fase crítica com a cúpula do Congresso em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus no país.
Na terça-feira, Bolsonaro conversou com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e na quarta com o presidente do PRB e primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (SP). O primeiro encontro constou da agenda oficial do presidente e o segundo foi confirmado por uma fonte.
Em reunião que constou da agenda oficial, o presidente ainda se reuniu na quarta com os líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB), e no Senado, Jorginho Mello (SC) - esse último fez parte da comitiva presidencial que no início de março foi aos Estados Unidos. Ele fez teste para covid-19, mas o resultado foi negativo.
A movimentação do presidente ocorre no momento em que a relação dele com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP), ambos do DEM, está esgarçada diante de ações do governo no combate ao coronavírus, em especial embates de Bolsonaro com o correligionário deles, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Uma das lideranças que esteve com Bolsonaro confirmou à Reuters (agência de notícias) que há uma tentativa de aproximação do presidente com o Parlamento, embora não tenha dado detalhes do encontro que teve. Disse que o presidente vai chamar outras lideranças também.
O líder do PL no Senado disse, em sua conta no Twitter, que o encontro com o presidente teve como assunto a situação de Santa Catarina. ‘O presidente demonstrou estar atento à situação do nosso Estado em meio à pandemia. Nosso trabalho continua’, afirmou.
Consultadas, lideranças do DEM e do MDB disseram reservadamente que ainda não tinham sido chamadas pelo presidente para conversar.
Uma delas afirmou que o movimento de Bolsonaro vem com um atraso de pelo menos três semanas, quando ficou claro para o país, segundo essa fonte, que o vírus é o "inimigo comum". Segundo esse interlocutor, ainda assim é importante que o presidente busque essa construção, porque o Brasil passa ao mesmo tempo por crises sanitária e econômica.
‘Se pudermos evitar também uma crise política, uma tempestade perfeita, seria importante’, disse. Para essa fonte, o presidente comprou ‘brigas erradas’, ao trombar com o ministro da Saúde, os governadores e com o Congresso. ‘A hora é de união’, ressaltou.
COMENTO...
Parece que finalmente o presidente da República desistiu de contar com Maia e Alcolumbre. Desse mato não sai coelho. Alcolumbre é do mesmo partido de Maia e seu teleguiado na presidência do Senado. Nenhum dos dois esconde seu desapreço ao presidente e a seus eleitores. Ambos cometem o equívoco de fazerem o que fazem, defenderem os interesses que defendem e desejarem ser bem-amados por isso.
O DEM, convenhamos, tirou a sorte grande no início do período legislativo quando emplacou a presidência das duas casas do Congresso e dois ministérios no governo, com Onix Lorenzoni e Luiz Henrique Mandetta. Todos, porém, estão num jogo diferente, quando não antagônico ao do governo.
Se Bolsonaro conseguir contornar os três e entender-se com os integrantes do centrão, sem abalar a postura moral do governo, isso terá sido um golpe nos golpistas e um bônus ao país em momento de grande necessidade.

texto de Percival Puggina
 Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

fonte: Jornal da Cidade On line

Sorria, você está sendo monitorado

João Dória anunciou nesta quinta-feira que o governo do estado de São Paulo estará monitorando os celulares dos cidadãos através de uma parceria com as principais empresas de telefonia. A medida tem o objetivo de garantir, através de ações específicas, o rigoroso isolamento social defendido pela atual gestão.
O projeto do governo estadual, no entanto, colide com as normas e os princípios tutelados pela Constituição Federal de 88. A liberdade de locomoção é direito fundamental de primeira geração acolhido no art. 5°, XV, CF, que não pode ser restringido de forma arbitrária pelo poder estatal. O governo paulista faz uma interpretação ampliativa da parte do dispositivo que trata “ser livre a locomoção no território nacional em tempos de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.”
O constituinte, ao externar na carta-magna o termo “tempos de paz”, determinou que a liberdade do cidadão poderia sofrer violações somente em casos de guerra declarada, o que não ocorre no presente caso. Ainda, o caput do art. 5° garante aos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil a inviolabilidade do direito à liberdade.
O art. 2° da lei n.o 9868/99 elenca o rol dos legitimados a propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn), dentre estes, o Presidente da República, o Procurador-Geral da República e até mesmo o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB). Contudo, até o presente momento nenhum dos legitimados contestou judicialmente o ato do governador João Dória.
A inércia na propositura desta ADIn implicará na contínua violação da privacidade e da liberdade do cidadão paulista.
texto de João Pedro Zorzi
Advogado inscrito na OAB/SP, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Franca em 2019, atua na área de Direito Civil.fonte Jornal da Cidade Online

quarta-feira, 1 de abril de 2020

A esquerda é perversamente mais letal do que o coronavírus

Embora estejamos compreensivelmente preocupados com a pandemia do coronavírus, há outras preocupações que deveríamos ter em mente nesse momento, e isso tendo em vista o futuro.
Dentre essas preocupações eu mencionaria os danos que podem ser causados pelos incansáveis oportunistas da esquerda, uma vez que o prejuízo que eles são capazes de causar sobre a economia é maior do que o estrago que o coronavírus vai causar sobre a saúde.
A letalidade da esquerda sempre foi mais assustadora do que qualquer doença. O socialismo, ao longo do século XX, exterminou mais vidas do que qualquer vírus.
Por exemplo, no “Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressão” (1999), encontramos que os regimes comunistas ceifaram brutalmente em torno de 100 milhões de vidas ao longo do século XX (alguns propõem números ainda mais elevados). Como é colocado no livro, “os regimes comunistas tornaram o crime em massa uma forma de governo".
Por outro lado, quando analisamos a terrível “gripe espanhola”, talvez a mais devastadora doença do século XX, vemos que ela perde vergonhosamente para o comunismo.
Embora os dados variem, sendo que é justamente difícil obter dados precisos de países socialistas (os quais são fechados e ocultam, mascaram seus dados – vide o que fez a China recentemente quanto aos dados do coronavírus, o que agravou mortalmente a situação), a gripe espanhola teria afetado metade da população mundial nos anos 1918/19, causando em torno de 20 milhões de mortes.
Em verdade, regimes socialistas são eficientes em exterminar vidas. Não apenas isso, seus prosélitos são ou “idiotas úteis” ou perversamente ardilosos.
Embora a maioria de seus adeptos possa ser enquadrada na categoria “idiota útil”, creio que devemos temer uma minoria perversamente ardilosa, a qual frequentemente se intitula “social democrata” (de esquerda).
Por que devemos temê-los?
Ora, porque eles ocupam posições relevantes no meio artístico, na política, no judiciário, na grande mídia e, claro, em nossas universidades. Portanto, suas ações não são inócuas: são terrivelmente lesivas para a sociedade. E ainda há um agravante: eles se apresentam sempre como “justiceiros sociais” preocupados com as pessoas e com a sociedade.
Recentemente, por exemplo, muitos desses oportunistas têm se aproveitado do atual estado de coisas para, ao invés de se unir à sociedade em uma luta para mitigar os efeitos do coronavírus (na saúde e na economia), levar adiante suas pautas, especialmente sua guerra contra o atual governo federal.
Não apenas contra o atual governo, mas sobretudo contra alguns dos pilares da civilização ocidental, dos quais destaco a ‘liberdade econômica’. Sim, a liberdade econômica está sob intensa ameaça nesse momento (na verdade, ela nunca esteve segura, carecendo continuamente de proteção – nesse momento mais do que nunca).
Primeiramente, cabe destacar que a esquerda tem em uníssono utilizado de todos os acontecimentos para demandar o fim do governo Bolsonaro, um governo, segundo eles, “neoliberal”, “conservador”, etc. Na verdade, trata-se de um governo que resiste heroicamente aos ataques da esquerda, ataques que se intensificaram desde 2018, ocasião em que Bolsonaro mostrou que era realmente uma ameaça à agenda da esquerda no Brasil.
Portanto, não surpreende que essa mesma esquerda siga (assim como seguirá) tentando desestabilizar o governo, ainda que com prejuízos terríveis para a sociedade.
E esse é um ponto a ser observado: a esquerda adota uma postura sempre destrutiva. Como disse recentemente um deputado do Psol (em uma festa do PT, com a participação dos partidos mais representativos da esquerda brasileira), “temos que destruir o governo Bolsonaro”.
Portanto, não se enganem: a esquerda não está preocupada com a saúde pública ou com a economia. Eles estão diuturnamente tramando estratégias para usar da maneira mais eficiente e destrutiva essa pandemia. E isso com o propósito, aqui no Brasil, de “destruir o governo Bolsonaro”.
Logo, para eles quanto maior o número de mortos, tanto melhor. Quanto maior o dano à economia, tanto melhor. Por essa razão um de seus ungidos do meio acadêmico recentemente disse em entrevista que, “se essa crise tiver como efeito colateral a corrosão, a destruição, a redução a pó dessa direita populista, ela não terá sido totalmente perdida”.
Eis a perversidade, a malignidade da esquerda: para seus prosélitos não importa quantos morrerão, quantos sofrerão. O que importa é destruir seu inimigo (nesse caso, o governo Bolsonaro).
Stalin, Pol Pot, Mao Tsé-Tung, ficariam muito orgulhosos de seus herdeiros. Afinal, eles ainda seguem diligentemente o projeto de seus “heróis”.
Nesse sentido, gostaria de destacar apenas duas notícias advindas de minha lânguida ‘alma mater’ (UFPEL), as quais indicam em que medida devemos, sim, nos preocupar com coisas ainda piores do que o coronavírus, coisas mais perniciosas que o próprio vírus (cuja letalidade é baixa).
Em primeiro lugar, vemos nossas universidades usando da atual pandemia para criticar o fato de o MEC estar reduzindo as bolsas oferecidas às universidades (aos seus programas de pós-graduação), as quais já possuem, cabe notar, orçamentos bilionários. Segundo nossos gestores, bem como sindicatos (e considerável parte da comunidade acadêmica), é uma “incoerência” o MEC “ampliar corte de bolsas no momento em que o país mais precisa de investimentos em pesquisa”.
Aqui temos alguns dos dogmas da esquerda. O primeiro deles é o de que o ensino em nossas universidades públicas é “gratuito”. O segundo é o de que “dinheiro dá em árvores”, de tal forma que é sempre possível demandar mais recursos, os quais seriam, segundo seu discurso, ilimitados (inexiste escassez na Utopia esquerdista).
Desse último dogma vem seu uso ineficiente dos recursos. Afinal, se não há escassez não há razão para contingenciarmos gastos, certo? Somente quando nossos recursos são limitados é que os usamos inteligentemente.
Além disso, temos o dogma de que a sociedade civil depende de nossas universidades, das pesquisas que são realizadas nelas. Portanto, caberia ao Estado um dispêndio cada vez maior em “pesquisas” realizadas em nossos Campi.
Ora, tal dogma é refutado de forma indisputável pelo Professor Terence Kealey, especialmente em duas obras: “The Economic Laws of Scientific Research” (1996) e “Sex, Science and Profit” (2008).
A leitura dessas obras nos mostra, dentre outras coisas, que:
1. A ciência na maior parte das vezes não precede o desenvolvimento tecnológico: Em geral é o contrário;
2. O investimento de recursos públicos (tomados dos pagadores de impostos) em pesquisas não supera a eficiência do investimento privado.
Por mera ignorância ou perversa má fé nossos gestores insistem em demandar mais recursos, e isso mesmo no atual contexto de pandemia, sendo que eles pouco (ou nada) têm contribuído no combate a essa pandemia (estariam eles dispostos, por exemplo, a ceder 20% de seus proventos para que esses recursos sejam investidos na luta contra o coronavírus? Imagino que saibamos a resposta. Ou seja, se o governo tomar essa medida – a meu ver acertada - certamente ouviremos muito choro e ranger de dentes).
Mesmo assim discursam como se, ao receberem mais alguns milhões do MEC, fossem desenvolver a vacina contra o coronavírus. Diante do atual estado de coisas, por exemplo, Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul e uma empresa de bebidas refrigerantes se uniram, em Pelotas/RS, para produzir álcool gel. Agora, me pergunto: será que é para isso que investimos bilhões de nossos impostos em instituições de ensino superior? Para que produzam alguns litros de álcool gel? O mercado não se encarregaria, por si só, de perceber sua demanda e, então, o produzir (com bons preços na medida em que houvesse concorrência)? E não surpreende que nesse mesmo contexto vejamos nossos gestores afirmando que “venceremos a pandemia de coronavírus através da ciência e tecnologia ... o investimento nestas áreas deve ser contínuo ... A ciência vai nos salvar, mas para que ela nos salve de futuras pandemias precisamos que o investimento seja cada vez maior” (sim, vão vencer a pandemia produzindo alguns litros de álcool gel).
Novamente, aqui é altamente recomendável a leitura dos livros de Kealey. A afirmação citada acima não é apenas falaciosa, mas demanda do Estado um investimento que seria mais eficientemente aplicado se oriundo da iniciativa privada. No caso do coronavírus, ainda não há vacina, mas nesse instante a corrida está em andamento, tendo à frente indústrias farmacêuticas como a alemã CureVac e o Galilee Research Institute (Migal), situado em Israel.
Em segundo lugar, ainda há aqueles que aproveitam para demandar mais Estado mediante a atuação do SUS. Aproveitando a “onda” de estatizações de hospitais privados que vem ocorrendo em países afetados pelo coronavírus, alguns de nossos ungidos aqui na UFPEL recentemente voltaram a entoar seus mantras quanto ao nosso SUS. Inicialmente, sempre atribuem os problemas do SUS à corrupção e ao mau uso dos recursos, nunca cogitando que os SUS pode ter problemas que lhes são inerentes, alguns dos quais visíveis para aqueles que a ele recorrem, como filas, estrutura precária, falta de aparelhos e medicações, etc. Mas, de acordo com nossos “justiceiros sociais” o SUS é um sistema igualitário: oferece “gratuitamente” acesso à saúde àqueles que mais necessitam.
Bom, em primeiro lugar “não existe almoço grátis”. Tal como ocorre com nosso ensino “gratuito”, o SUS tem um custo bilionário. E, diferentemente do que afirmam nossos “justiceiros sociais”, são os mais pobres que pagam mais tanto pelo ensino “gratuito” quanto pelo acesso “gratuito” à saúde. E isso por uma razão simples: dado nosso problemático sistema tributário são os mais pobres que mais pagam impostos (relativamente aos seus proventos). E, vejam a “gratuidade” da educação e da saúde: Em Dezembro/2019 o Senado aprovou (para 2020) 95 bilhões para a educação e 125.6 bilhões para a saúde. Esses bilhões não surgirão por geração espontânea: sairão dos proventos dos pagadores de impostos, especialmente dos menos aquinhoados.
Portanto, não há “justiça social” aqui. O que temos é uma situação em que os mais pobres subsidiam sistemas de ensino e saúde bilionários. E quanto ao sistema de saúde, os mais saudáveis (independentemente de seu status social/econômico) pagam pelos menos saudáveis (independentemente de seu status social/econômico).
Na verdade, a maior parte da população dificilmente precisa recorrer ao sistema de saúde, embora continuamente pague (mediante impostos) muito por ele. Portanto, se houvesse a intenção de realmente lidar com a pobreza, a solução seria aquela que se mostrou efetiva empiricamente: assegurar a liberdade (econômica) e o afastamento do Estado (e das altas cargas tributárias consequentemente). Isso significa o Estado deixar o monopólio da saúde, permitindo a livre concorrência, ou seja, não regulando o mercado da saúde.
Conforme autores tais quais Milton Friedman e Mises perceberam, dentre as consequências perversas do monopólio estatal na saúde, temos que as instituições caritativas (privadas) foram perdendo espaço conforme o Estado foi assumindo o monopólio da saúde. E tais instituições foram, e algumas ainda o são, essenciais para a resolução de problemas sociais referentes à saúde (e elas o fazem alocando da forma mais racional os recursos, para evitar desperdício e falta).
O Estado, por sua vez, gasta muitíssimo para oferecer um serviço péssimo. Isso ocorre por algumas razões, dentre as quais está o fato de que para o SUS qualquer tratamento implica em gastos, ao passo que para a iniciativa privada qualquer tratamento implica em uma forma de se obter receita (lucro).
Daí o interesse em oferecer o melhor serviço com o menor custo, isto é, o uso racional dos limitados recursos disponíveis. Mas do ponto de vista dos nossos “justiceiros sociais”, a oferta dos serviços de saúde é “gratuita”, o que acaba por engendrar a ilusão de que serviços oferecidos pelo SUS são “infinitos”. Sim, pois se os recursos são ilimitados (não há escassez), então os serviços podem ser ilimitados, não é mesmo? Essa é uma das falácias centrais dos defensores do SUS. Mas a realidade acaba por mostrar que a escassez existe. Não vivemos em Utopia. E esse é um ponto em comum entre os defensores do SUS e aqueles que demandam recursos ilimitados para nossas universidades. Eles não acreditam na escassez. Além disso, ao insistirem que a saúde é um “direito”, eles criam a ilusão de que a oferta de serviços na área da saúde é ilimitada, que podemos ter acesso a qualquer serviço que desejemos. (Aqui eu recomendaria uma palestra de Mises, proferida em abril de 1950 na University Club of New York, intitulada “Políticas conciliatórias levam ao socialismo”, a qual esclarece o que estou dizendo). Mas qual a razão de uma economia de livre mercado, mesmo no que concerne à saúde, ser mais eficiente? Ora, porque ela atua a partir de um sistema de preços, o qual fornece informações quanto à demanda e disponibilidade de um serviço. Mas dentro de um “modelo socialista de saúde” vige o caos e a confusão. A ilusão do serviço gratuito e ilimitado leva muitos, por exemplo, a procurarem o SUS sem uma real necessidade (em uma demanda irrestrita). Um dos efeitos desse fato é o surgimento de longas filas de espera e na alocação irracional de recursos. Vejam: a falsa ideia de “gratuidade” leva, inevitavelmente, a um uso irresponsável do serviço supostamente gratuito. Isso ocorre na educação e na saúde.
Em verdade, não há “modelo socialista de saúde” que tenha dado certo. Pensemos, por exemplo, no Canadá. Segundo um estudo de 2014, do Fraser Institute, “Ministros da Suprema Corte do Canadá afirmaram que os pacientes do país estão morrendo em decorrência das listas de espera utilizados para os serviços de saúde universalmente acessíveis”. E quanto aos britânicos? Em uma reportagem da BBC foi revelada uma carta subscrita por 68 médicos britânicos, a qual foi enviada para a então primeira-ministra, na qual eram detalhadas as condições desumanas que se tornaram comuns no National Health Service (o SUS dos britânicos). E quanto a Cuba? Basta uma visita ao site ‘The Real Cuba’, administrado por George Utset, para que tenhamos uma ideia da tragédia cubana. Em suma, em qualquer modelo socialista a miséria é a regra. Nele a demanda é sempre ilimitada, ao passo que a realidade sempre se impõe mostrando um fato inescapável, qual seja, o fato da escassez. Se, por exemplo, acreditarmos que nossos recursos são ilimitados, iremos inevitavelmente à falência, pois a fatura ao final do mês vai nos mostrar a realidade, a saber, que nossos recursos são limitados (e que fizemos um uso irracional e irresponsável deles). Por isso, dada a escassez, o sistema de saúde precisa de critérios objetivos para alocar seus limitados recursos, e tais critérios são oferecidos pelo mercado.
Além disso, esse modelo socialista se estende para os planos privados, uma vez que o Estado, se espraiando para além do SUS, impõe inúmeras regulamentações para os planos privados de saúde, coibindo a livre concorrência. Sim, o mercado dos planos de saúde é profundamente regulado pelo Estado, o que impede a livre concorrência. Se vigesse livre concorrência no âmbito dos planos de saúde, as seguradoras com melhores planos e condições para seus profissionais prosperariam inevitavelmente. Mas muitas vezes, em virtude da intervenção estatal que coíbe o livre mercado, planos privados são quase tão ruins quanto o SUS, o que tem levado muitos médicos a se descredenciarem desses planos. Como o Estado decide quem entra no mercado, ele acaba por impedir a livre concorrência.
Em suma, um burocrata do Estado não é o melhor gestor em educação e saúde.
Outro ponto que caberia mencionar se refere à responsabilidade, algo inerente dentro de um modelo liberal. Dada a responsabilidade, caberia ao indivíduo decidir pelo seu próprio plano, escolhendo aquele mais em acordo com seus interesses e necessidades. Advém dessa liberdade de escolha a responsabilidade. Na verdade, isso ocorre sempre que compramos qualquer outra coisa: por exemplo, quando escolhemos um determinado plano de internet, um carro, etc. Diante das ofertas existentes fazemos uma escolha e somos responsáveis por ela. O mesmo deveria ser a regra no plano da saúde.
Vemos, então, que boa parte de nossos males advém do Estado e daqueles que demandam cada vez mais Estado. E sua perversidade e letalidade estão, nesse momento, afloradas: estão usando de uma tragédia mundial para alcançar seu propósito. Nesse sentido, quanto maior for a tragédia, quanto maior o número de mortos, doentes, falidos e desempregados, tanto será melhor para eles. No entanto, por maior que seja essa tragédia causada pelo coronavírus, ela certamente não poderá ser comparada com a tragédia que enfrentaremos caso os perversamente ardilosos logrem sucesso em seu projeto de pôr fim à liberdade.
(Texto de Carlos Adriano Ferraz. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com estágio doutoral na State University of New York (SUNY). Foi Professor Visitante na Universidade Harvard (2010). Atualmente é professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Filosofia, no qual orienta dissertações e teses com foco em ética, filosofia política e filosofia do direito)
fonte: Jornal da Cidade On Line