domingo, 22 de abril de 2018

A ECONOMIA NA ERA LULA

O crescimento da economia brasileira na era Lula é tema recorrente na retórica do lulismo. Com efeito, no início do governo Dilma, o Brasil superou o Reino Unido e se tornou a sexta maior economia do planeta em números absolutos. Como isso aconteceu? A pergunta, aliás, me foi feita por um jovem que queria saber como responder a um colega que se valia desse fato para exaltar o governo petista. Sugeri a ele que desafiasse o colega a indicar três providências adotadas por Lula para obter tal resultado.
Trata-se de uma pergunta sem resposta possível. O crescimento da economia brasileira na era Lula resultou da combinação de dois fatores que nada tiveram a ver com seu governo. De um lado, o consistente superávit fiscal alcançado a muito custo e sob cerrada oposição petista no período anterior; de outro, o formidável ingresso da China como compradora no mercado de commodities. Na virada do milênio, assim como cresceu a economia brasileira, cresceram, também, todas as economias periféricas graças a um inusitado aumento, simultâneo, dos volumes exportados e dos preços das mercadorias.
No entanto, o que foi causa de muita alegria deu motivo às atuais tristezas. Na prosperidade, nascia um novo Lula, cheio de si, convencido, como o galo Chanteclair, de que o sol nascia porque ele cantava. A pessoa física de Lula era a causa da prosperidade nacional. Com ele, a vida seria sempre assim. O Brasil teria cadeira no Conselho de Segurança, sentaria entre os grandes da Terra, ele presidiria a ONU. Morria o Lula dos humildes e nascia o dos poderosos.
Quando a economia mundial foi varrida pelo tsunami causado pela crise do subprime, Lula rejeitou todos os chamados à prudência e à moderação. Descartou medidas de contenção dizendo que aquela crise, aqui, seria apenas uma marolinha. O Brasil era maior do que a crise. Para ilustrar a situação com apenas dois dos muitos excessos de nouveau riche que acometeram os governos petistas, em 2007 Lula foi buscar a Copa de 2014 e, em 2009, contratou os Jogos Olímpicos de 2016.
Para manter a galinha em voo, o endividamento voltou a crescer, os juros a subir, a inflação retornou aos dois dígitos e o governo deitou mão, inclusive, do cofrinho das aposentadorias dos fundos de pensão das estatais. O Estado inchou, a galinha engordou, as asas desistiram de bater e o PIB despencou 10,4%.
Esses são os fatos. Se há algo que se possa atribuir a Lula em relação à economia brasileira são as consequências de uma gestão irresponsável no desenrolar de seu segundo mandato (2007-2011) e a igualmente leviana indicação de sua estabanada sucessora.
artigo por Percival Puggina,  membro da Academia Rio-Grandense de Letras, arquiteto, empresário e escritor 

Os 48 alvos da Lava Jato que podem perder o foro privilegiado

Quarenta e oito políticos alvos da Lava Jato – ou de seus desdobramentos – poderão ficar sem foro privilegiado se não se reelegerem em 2018, registra a Folha.

PRESIDENTE
Michel Temer (MDB-SP)

GOVERNADORES
Renan Filho (MDB-AL)

Robinson Faria (PSD-RN)

Fernando Pimentel (PT-MG)

SENADORES
Aécio Neves (PSDB-MG)

Ciro Nogueira (PP-PI)

Edison Lobão (MDB-MA)

Eunício Oliveira (MDB-CE)

Gleisi Hoffmann (PT-PR)

Humberto Costa (PT-PE)

Ivo Cassol (PP-RO)

Renan Calheiros (MDB-AL)

Romero Jucá (MDB-RR)

Valdir Raupp (MDB-RO)

DEPUTADOS FEDERAIS
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)*

Alfredo Nascimento (PR-AM)

Anibal Ferreira Gomes (MDB-CE)

Antônio Brito (PSD-BA)

Andres Sanchez (PT-SP)

Arlindo Chinaglia (PT-SP)

Arthur Maia (PPS-BA)

Beto Mansur (PRB-SP)

Cacá Leão (PP-BA)

Carlos Zarattini (PT-SP)

Celso Russomanno (PRB-SP)

Dimas Fabiano Toledo (PP-MG)

Fábio Faria (PSD-RN)

Heráclito Fortes (PSB-PI)

José Carlos Aleluia (DEM-BA)

José Mentor (PT-SP)

José Otávio Germano (PP-RS)

Lázaro Botelho Martins (PP-TO)

Lúcio Vieira Lima (MDB-BA)

Luiz Fernando Faria (PP-MG)

Marco Maia (PT-RS)

Maria do Rosário (PT-RS)

Mário Negromonte Jr. (PP-BA)*

Milton Monti (PR-SP)

Missionário José Olímpio (DEM-SP)

Ônyx Lorenzoni (DEM-RJ)

Roberto Balestra (PP-GO)*

Rodrigo Garcia (DEM-RJ)

Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Sandes Júnior (PP-GO)

Vander Loubet (PT-SP)

Vicentinho (PT-SP)

Yeda Crusius (PSDB-RS)

Waldir Maranhão (PSDB-MA)

Renan ataca Janot e Dallagnol

Em vídeo publicado no Facebook, Renan Calheiros reclama da decisão de Rodrigo Janot de concorrer a uma vaga no Conselho Superior do Ministério Público, registra O Antagonista.

“O Ministério Público Federal não pode continuar a ser medido pela régua imunda de Janot e dos doidivanas Eduardo Perella, Deltan Dallagnol, Anselmo Barros e Marcelo Miller, que foram pegos com a mão na botija da JBS, bebericando num boteco em Brasília. Enquanto perseguiam, prendiam, tentavam afastar, prender com provas ou sem provas, nivelando culpados com inocentes. Isso lembra O Alienista, de Machado de Assis, onde o Simão Bacamarte internou uma cidade inteira achando que todos eram doidos.”

Joaquim Barbosa, o imarcável

O fato de Joaquim Barbosa ser imarcável ideologicamente — porque o seu pensamento move-se ora para a centro-direita, ora para a centro-esquerda — está deixando os seus dois principais adversários desnorteados.

O principal adversário interno é Ricardo Coutinho, o lulopetista mais ferrenho do PSB. Coutinho  quer marcá-lo como “de direita”.

O externo é Jair Bolsonaro, que quer marcar Barbosa como “de esquerda”.

Divertido.

Incendiou, Marco Aurélio?

Em 24 de janeiro, Marco Aurélio Mello disse que a prisão de Lula “poderá incendiar o país”.

Lula está preso há 15 dias, e o máximo que vimos foi o MST queimar meia dúzia de pneus para atrapalhar o trânsito nas estradas, o MTST invadir o triplex do Guarujá e militantes petistas agredirem um empresário em frente ao Instituto Lula.

Marco Aurélio, além da sua própria obsessão de pautar no Supremo a revisão da prisão em segunda instância, por acaso viu algo de incendiário vindo do povo brasileiro de fato?

Ou era só campanha do medo mesmo?

VÍDEO: “O Gilmar hoje é nosso aliado”, diz deputado do PT

Circula pelo WhatsApp um vídeo em que o deputado Wadih Damous (PT-RJ) diz que Gilmar Mendes é hoje um aliado do PT.

Sentado ao lado de companheiros de militância, o petista critica o próprio partido, ataca a Lei da Ficha Limpa, que veda a candidatura de corruptos condenados em segunda instância, como Lula, e conta ter levado ao ministro do STF as denúncias de Rodrigo Tacla Durán, o advogado-doleiro que lavou dezenas de milhões em propinas para as empreiteiras do petrolão.

“O PT embarcou nessa onda moralista desde lá de trás. O que que é a Lei da Ficha Limpa? A Lei da Ficha Limpa significa dizer o seguinte: o povo não sabe escolher, quem escolhe é o Poder Judiciário. Claro. Que o povo é burro, o povo só escolhe corrupto, o povo só escolhe bandido. E aí o pessoal fica zangado.

Eu (es)tive ontem com o Gilmar. Nós fomos lá levar as denúncias do Tacla Durán pra ele. Quem vai botar a boca no trombone para apurar as denúncias? É o Gilmar Mendes. Então, assim, nós temos que aprender a perceber o jogo do xadrez e a fazer política. O Gilmar hoje é nosso aliado, amanhã volta a ser o nosso inimigo, mas hoje ele é nosso aliado. E nós somos aliados dele.”

Assista ao vídeo:

Homens, negros e jovens também são os que mais matam

No domingo passado, O Antagonista destacou um consenso entre especialistas ouvidos pelo G1: “o perfil de quem mata é parecido com o perfil de quem morre”.

Neste sábado, a Folha confirma a tese.

Nos 61.283 casos de mortes violentas ocorridas em 2016 no Brasil, a maioria das vítimas são homens (92%), negros (74,5%) e jovens (53% entre 15 e 29 anos), segundo o jornal.

“Traçar o perfil de quem mata no Brasil, por outro lado, é uma tarefa mais difícil, devido à ausência de dados oficiais e à falta de conclusão das investigações sobre a maior parte dos casos.

Alguns estudos, porém, oferecem pistas. Um dos mais reveladores é ‘Mensurando o Tempo do Processo de Homicídio Doloso em Cinco Capitais’ (2014), da pesquisadora da FGV Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro, que identifica gargalos na Justiça criminal.

O trabalho analisa mortes ocorridas em 2013, com autoria identificada, em Belém, Belo Horizonte, Goiânia, Porto Alegre e Recife.

Os autores dos crimes tinham as mesmas características da maioria das vítimas: homens, negros e jovens.”

“Eu poderia ter fugido”, diz Lula (veja o vídeo)

O site oficial do PT divulgou um vídeo gravado no Sindicato dos Metalúrgicos momentos antes de Lula ser preso.

O comandante máximo da ORCRIM disse, entre outras coisas, que “poderia ter fugido” e que não sabe se Sergio Moro e Deltan Dallagnol, seus acusadores, são inocentes.

VEJA:

CUIDADO, HÁ CHAVISTAS POR AQUI TAMBÉM

Bastou que Hugo Chávez, há quase 20 anos, começasse a derrubar a democracia na Venezuela, com seu socialismo de frágeis letras e piores números, para surgir aqui seu fã-clube. Ele plantava estatização, cerceamento de liberdades individuais, fechamento de jornais, ódio ao capitalismo, culto de personalidade - e a turma, ao sul do Equador, delirava num misto de inveja e felicidade. Quando o venezuelano parlapatão apareceu em Porto Alegre no Fórum Social Mundial, o estrago já tinha porte suficiente para que o responsável virasse estrela. Não havia, ainda, destroçado a economia de seu país, mas como bom admirador do regime cubano estava no caminho certo. Seria tudo uma questão de tempo. Honra e louvor, então, da esquerda gaúcha ao ditador venezuelano.
 Alguns anos mais tarde, a morte sepultou-lhe o corpo, despachou-lhe a alma ao devido lugar, mas os despojos ideológicos foram confiados ao sucessor Nicolás Maduro. Estatísticas dos países de acolhida indicam que 7% da população, mais de dois milhões de pessoas, deixaram o país em busca de oportunidades para sobrevivência. A inflação alcançou 2.616% em 2017. Quatro anos consecutivos de crescente recessão deram um tombo de 35% no PIB em relação ao que era em 2014. O socialismo mata.
Todo esse desastre econômico e social não foi suficiente para que houvesse uma única baixa em sua legião de admiradores que falam portunhol. Ao longo de duas décadas, debati dezenas de vezes com entusiasmados interlocutores chavistas. Ninguém até hoje se retratou das tolices ditas sobre essa maldita receita que, sistematicamente, quebra todos os ovos sem fazer uma única omelete. Patologia incurável! Nicolás Maduro, leio no Estadão deste sábado, 14, quer elevar o número de seus milicianos, hoje um contingente de 400 mil pessoas. “Se queremos de verdade garantir a paz, proponho que, em um ano, haja uma expansão para um milhão de homens e mulheres uniformizados e armados”, disse Maduro durante recente parada militar.
Em julho do ano passado, enquanto os venezuelanos eram executados nas ruas pelas milícias chavistas, PT, PCdoB e PDT subscreveram declaração do 23º Encontro do Foro de São Paulo, em Managua, defendendo a ampliação dos poderes de Maduro pela nova Constituinte, exaltando o “triunfo das forças revolucionárias na Venezuela” e afirmando que a “revolução bolivariana é alvo de ataque do imperialismo e de seus lacaios”. Um pouco antes disso, os deputados petistas Paulo Pimenta, Carlos Zaratini e João Daniel, e o psolista Glauber Braga, incentivavam o confronto. Matéria de O Globo, transcreve a posição de Paulo Pimenta: — “Resistam contra o avanço da direita fascista! Vamos às ruas em defesa do projeto da revolução bolivariana! Contem conosco. Estamos juntos nesta luta!”.
O pior é que estão juntos, mesmo. Eles veem o que está acontecendo na Venezuela e não se importam. Muito cuidado, pois, com os chavistas que falam portunhol. Há uma eleição logo aí adiante.
artigo de Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de Letras,  arquiteto, empresário e escritor 

Eleição sem Lula é a morte política dos que chegaram ao poder graças à indicação do condenado


Esta semana, mais um grupo de políticos desesperados pretende visitar o ex-presidente Lula na cadeia. Estão todos em fim de mandato e sem qualquer chance de vencer uma eleição sem a influência do condenado nos palanques.

Muitos se surpreendem com o fato de políticos briguem tanto para visitar o ex-presidente Lula na prisão. Afinal, como interpretar a caravana de pré-candidatos para visitar um criminoso condenado?

O fato é que o ex-presidente Lula ainda possui um expressivo poder de transferência de votos. Expressivo até certo ponto, na verdade. Em determinadas regiões do país, o petista consegue até 30% de aprovação popular. Isto não é suficiente para eleger ocupantes de cargos executivos, mas é mais que bastante para eleger candidatos a cargos legislativos, como deputados estaduais, federais e senadores. Mas para que isso ocorra, Lula precisava estar solto. De nada adianta aos desesperados ter um cabo eleitoral na  prisão.

Com Lula preso, ninguém no campo da esquerda irá se beneficiar de todo potencial de transferência de votos do petista. O que restou de seu poder de eleger políticos está preso com ele na sala do quarto andar do prédio da Polícia Federal em Curitiba. Como Lula não poderá fazer campanha nem da prisão, boa parte dos políticos de esquerda que sempre dependeram dele para se eleger vão amargar uma derrota certa nas eleições de outubro. Não é por acaso que a maior preocupação dos políticos do campo da esquerda no momento é o 'isolamento' do ex-presidente.

Sem a presença de Lula nos palanques, Gente como Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann, Humberto Costa e outros parlamentares devem ficar de fora do Congresso no ano que vem. Nos estados a municípios, novas lideranças devem ocupar o vácuo deixado por Lula.