segunda-feira, 31 de julho de 2017

Moro decreta prisão preventiva de Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil

O juiz federal Sérgio Moro acatou o pedido do Ministério Público e decretou a prisão preventiva de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil. 
Bendine foi preso na semana passada em uma fase da operação Lava Jato, antes de embarcar em uma viagem para a Europa. 

A defesa argumentou que ele tinha passagem de volta, mas o MP afirmou que havia muitos outros motivos para mantê-lo preso.

Ao ser questionado sobre o que motiva equipe da Lava Jato a trabalhar, Deltan Dallagnol dá resposta contundente


Ao ser questionado sobre o que motiva a equipe da Lava Jato, o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, deu uma resposta contundente sobre a corrupção e seu peso no subdesenvolvimento do País. 


Leia a seguir a resposta de Deltan Dallagnol: 
Às vezes nos perguntam o que nos inspira a trabalhar na Lava Jato. Muito para além de buscar a responsabilização dos corruptos, o que é uma questão de justiça, o que nos move é uma razão humanitária que está dentro de todos nós. Por trás dos rostos dos corruptos, está a dor e o sofrimento humano dos espoliados com quem nós nos identificamos. 
São aqueles que morrem lentamente nas filas de hospitais, mendigando por seu direito básico. São aqueles que tiveram roubada sua educação de qualidade e hoje não têm oportunidades de trabalho. 
É a desesperança de um povo que se vê como um país do futuro que nunca vira presente. Há uma correlação inversa entre corrupção e IDH. Ou seja, países com altos índices de corrupção possuem baixo desenvolvimento humano (pobre educação, renda e saúde), e o inverso é verdadeiro. 
Não adianta conseguir estabilidade hoje e continuar pagando o preço da corrupção pelo resto de nossas vidas. É hora de arrumar a casa. 
Odebrecht, JBS e as outras grandes empresas são clientes de um sistema político corrupto. Saía um cliente do balcão de negócios, outro entrava. Alguns já foram revelados, mas muitos ainda estão encobertos. Enquanto não decidirmos mudar, como sociedade, outros clientes surgirão. 
A mesma Velha Política continua no balcão, e já mostrou que está disposta a prosseguir mesmo em meio à Lava Jato, protegida pelas imunidades do poder. 
O desafio é enxergar que por trás da face dos corruptores está um sistema apodrecido e que apodrece grande parte daqueles que nele ingressam. Quem está lá jamais mudará esse sistema que os favorece no presente/futuro e os protege dos crimes do passado. 
A verdadeira mudança virá pelo amor: pela postura, pelo serviço e pelo engajamento cívico de cada um de nós. A responsabilização de todos os políticos é necessária, mas não suficiente. É preciso ir além disso. 
Se queremos transformação, precisamos de uma renovação política em 2018 que venha aliada com o comprometimento dos candidatos com uma agenda anticorrupção. Os candidatos em 2018 deverão ser selecionados não só por suas palavras, mas por suas atitudes. Os votos dados no Congresso em 2016 e 2017, em momentos cruciais – na cassação dos corruptos nas comissões de ética, nas 10 medidas e na responsabilização de corruptos, sejam quem forem, mesmo um presidente – devem contar mais do que palavras. 
Estamos cansados de palavras vazias de compromisso político contra a corrupção. Há várias entidades da sociedade trabalhando nesse sentido, para tornar mais visível quem está do lado da população e quem está do lado da Velha Política. Isso é um grande avanço democrático. Se a moda pega, traremos para o presente aquele que até hoje não passou do país do futuro.

'Com esses advogados trapalhões, o destino de Lula está selado', diz Roberto Jefferson

Roberto Jefferson, presidente do PTB, ironizou os advogados de Lula após eles perderem mais um recurso. 
Os advogados apelaram da decisão que bloqueou os bens do ex-presidente após sua condenação a nove anos e meio de cadeia. 

Jefferson fez chacota: "O TRF4 negou recurso de Lula para reaver o dinheiro bloqueado por Moro. Com esses advogados trapalhões, o destino de Lula está selado"

A DEFESA DE DITADURA VENEZUELANA MOSTRA QUE EXTREMA-ESQUERDA É SINÔNIMO DE DEMÊNCIA OU CANALHICE

Os marxistas inteligentes são patifes; os marxistas honestos são burros; e os inteligentes e honestos nunca são marxistas.” (J.O. Meira Penna)
O mundo acompanhou em choque as lamentáveis cenas da “eleição” na Venezuela este fim de semana, com extrema violência do regime ditatorial de Maduro para levar no grito. Mais gente inocente morreu, como vem acontecendo há meses desde que o socialista intensificou a opressão para se manter no poder. A Venezuela já é uma ditadura socialista, e até mesmo jornais moderados ou com viés de esquerda já reconhecem o fato inegável.
Mas se a realidade é evidente para quase todos, ainda há aqueles que precisam insistir na mentira, na deturpação, na narrativa de “combate ao imperialismo” para sustentar sua ideologia nefasta. Fossem os socialistas preocupados com os fatos e já teriam abandonado o socialismo faz tempo: há um século que essa utopia terrível vem espalhando apenas miséria e terror no mundo. Mas o “socialismo do século XXI” seria diferente. Não foi. Talvez na próxima tentativa…
E, enquanto o mundo acorda para mais esse retumbante fracasso dos métodos socialistas, os devotos da seita ou os oportunistas fazem de tudo para justificar o injustificável e salvar o bebê de Rosemary. Os “isentões”, como os tais jornais “moderados”, atacam o regime de Maduro, mas fazem de tudo para poupar o socialismo. É mais raro encontrar a palavra “socialista” nas reportagens sobre o caos venezuelano do que petista honesto. É como se não houvesse causa e efeito entre as medidas socialistas e os resultados desastrosos.
Já os mais fanáticos e canalhas nem isso aceitam. Criticar Maduro, para eles, seria fazer concessões indevidas aos inimigos, aos “imperialistas”, aos “burgueses”, aos “capitalistas”. Essa gente parou no tempo, não viu nada do que se passou nos últimos 100 anos, e segue o mesmo discurso marxista e leninista do passado. É constrangedor, mas serve para mostrar o poder de destruição cerebral de uma ideologia, ou a falta de caráter de quem busca nessa seita um caminho oportunista para seus interesses.
É o caso de Emir Sader, o bufão da extrema-esquerda brasileira. Eis o que ele escreveu:


E os milhões de venezuelanos que sofrem sob o regime opressor, sem liberdade, sem democracia, sem pão e segurança? Eles que se danem, não é mesmo, Sader? O “pensador” socialista, em artigo recente no Brasil171, liga sua metralhadora giratória contra a “direita” no poder, e inverte absolutamente tudo, culpando os outros por aquilo que o seu PT fez com o país:
A economia do país está parada. É exatamente o que o capital especulativo quer. Inviabilizar qualquer projeto de desenvolvimento econômico para o país, mostrar que seu destino é a estagnação.
Destruir o Estado é parte inerente do projeto de restauração neoliberal. Liquidar com o patrimônio público, com qualquer capacidade de regulação estatal, de proteção que o Estado oferecia aos trabalhadores, resguardando seus direitos, é o sonho do grande empresariado nacional e estrangeiro desde 2003.
Promover o maior desemprego a história do país é indispensável para deixar os trabalhadores desamparados e na defensiva para defender seus direitos, disponíveis para o que quer a nova legislação do trabalho – negociar em quaisquer condições, aceitar salários miseráveis por promessas de manutenção do emprego.
E por aí ele vai, fingindo esquecer ou não saber que foi o PT que causou a maior recessão da nossa história, que destruiu as empresas estatais, transformando-as em lotes para vantagens a grandes empreiteiros em troca de propinas, que acabou de vez com a educação pública, que engessou o mercado de trabalho produzindo 15 milhões de desempregados etc. Sader segue Lenin e acusa os inimigos daquilo que eles, os socialistas, fizeram.
Mas Sader não está só. Existem vários como ele espalhados por aí, nas universidades, na mídia, na política e nas igrejas. Até mesmo no judiciário! E também no exterior, claro. Os portugueses não podem reclamar: eles também têm o seu Emir Sader. Atende pelo nome Boaventura Souza Santos. Já falei dele aqui no blog antes. Trata-se de um completo maluco ou, o que é mais provável, de um rematado canalha. Em texto recente, saiu em defesa de Maduro, como se fosse o mesmo que defender a Venezuela e os venezuelanos:
A situação foi-se deteriorando até que, em dezembro de 2015, a oposição conquistou a maioria na Assembleia Nacional. O Tribunal Supremo suspendeu quatro deputados por alegada fraude eleitoral, a Assembleia Nacional desobedeceu, e a partir daí a confrontação institucional agravou-se e foi progressivamente alastrando para a rua, alimentada também pela grave crise econômica e de abastecimentos que entretanto explodiu. Mais de cem mortos, uma situação caótica. Entretanto, o Presidente Maduro tomou a iniciativa de convocar uma Assembleia Constituinte (AC) para o dia 30 de Julho e os EUA ameaçam com mais sanções se as eleições ocorrerem. É sabido que esta iniciativa visa ultrapassar a obstrução da Assembleia Nacional dominada pela oposição.
A narrativa de sempre: um povo pobre e oprimido que quer apenas sua autonomia, enquanto os “imperialistas”, com suas multinacionais, não permitem. De preferência os malditos ianques. Não vem ao caso o fato de que os americanos foram e são os maiores compradores de petróleo da Venezuela, irrigando o caixa do regime que vem oprimindo a população, matando inocentes, destruindo tudo.
O texto abjeto de Boaventura foi compartilhado com animação pelo “Jornalistas Livres”, mostrando que os comunistas não desistiram da tática de inverter sempre o sentido das palavras. Como sabia Orwell, liberdade quer dizer escravidão para essa gente, paz quer dizer guerra, e tolerância quer dizer intolerância. Não é por acaso que o regime mais fechado, brutal, opressor e assassino do mundo hoje é comunista e se chama “república popular democrática” da Coreia do Norte. 

Bolívar Lamounier chegou a desabafar em sua página do Facebook:
Diante de tanta canalhice por parte desses socialistas, fica até difícil manter a postura elegante, civilizada e liberal de defender a liberdade de expressão. Sabemos que é o certo e o melhor, e que mesmo os néscios e os cafajestes devem ter o direito de expor suas imbecilidades e mentiras. É o que nos diferencia deles, entre tantas outras coisas.
Mas confesso que bate aquela vontade de deixar o lado mais autoritário falar um pouco mais alto e defender a extradição forçada de todos os defensores de Maduro para a própria Venezuela. Até porque pela ótica deles seria um favor, como mandar um “coxinha” para Miami. O fato de que jamais aceitariam se mudar para o país socialista apenas comprova como são hipócritas, pois sabem, no fundo, que o “paraíso” que pregam é um inferno!
Rodrigo Constantino

via Gazeta do Povo

Janot pede novamente ao STF a prisão do senador Aécio Neves

Rodrigo  Janot ,procurador-geral da República, pede novamente a prisão do senador Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB, no caso em que ele é acusado de pedir e receber R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista. Janot também pediu o afastamento de Aécio do mandato de senador. Pedidos anteriores de afastamento e prisão foram rejeitados em decisão monocrática do ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Caberá agora a Primeira Turma decidir sobre o assunto.

Em maio último, o ministro Edson Fachin, também do STF, determinou o afastamento de Aécio do exercício do mandato, mas negou o pedido de prisão. 

Posteriormente, o caso mudou de relator: saiu do gabinete de Fachin, e foi para o de Marco Aurélio. Em junho, ele aceitou recurso da defesa e permitiu que Aécio voltasse ao Senado. E negou novo pedido de Janot para determinar a prisão do parlamentar.

Já em junho, Marco Aurélio também determinou a devolução do passaporte ao senador. Além disso, o autorizou a se ausentar do Brasil e a manter contato com outros investigados. 

Aécio é um dos políticos brasileiros investigados em razão das delações premiadas de executivos do frigorífico JBS. Ao assumir os processos de Aécio, Marco Aurélio disse inicialmente que não tomaria sozinho decisões em recursos contra determinações de Fachin, levando-os para julgamento da Primeira Turma, composta por cinco ministros, incluindo Marco Aurélio. Entretanto, como o STF entrou de recesso em julho, e não haveria mais reuniões da Primeira Turma, o relator preferiu decidir sozinho em 30 de junho, último dia de trabalho normal no STF

Como o tribunal volta a funcionar plenamente em agosto, a Primeira Turma poderá analisar o caso.

Em sua decisão, Marco Aurélio procurou atenuar possível atrito com Fachin, destacando que a situação na época em que o colega afastou Aécio do mandato, em maio, era outra, diferente da observada em junho.

"Tem-se que o quadro fático, hoje, é outro. Será que o antecessor na relatoria, o autor da decisão, mesmo assim, implementaria a medida extrema, verdadeira sanção, verdadeira pena, irreversíveis, verdadeira morte política do Senador, afastando a essência do mandato parlamentar, que é o exercício?", questionou Marco Aurélio na decisão tomada em junho.

Comandante do Exército se manifesta e expõe como crê que o Brasil sairá da crise em que mergulhou

O General Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, afirma que a saída para a crise do país "está nas mãos dos cidadãos brasileiros", que poderão, "nas eleições de 2018, sinalizar o rumo a ser seguido".

Voz moderada em meio à cacofonia histérica de extremos ideológicos que marca a crise, na qual volta e meia grupelhos clamam por intervenção militar, o General Villas Bôas diz que "o Brasil e suas instituições evoluíram e desenvolveram um sistema de pesos e contrapesos que dispensa a tutela por parte das Forças Armadas" e reitera que a Constituição deve prevalecer: "Todos devem tê-la como farol a ser seguido".

A entrevista foi feita via e-mail, por opção da assessoria do Exército, e as perguntas foram enviadas no dia 4 de julho, sendo respondidas 23 dias depois, na quinta (27).

Pesquisa Datafolha recente mostrou que as Forças Armadas são a instituição do país em que a população mais confia hoje, enquanto a Presidência, o Congresso e os partidos são as instituições menos confiáveis. Como interpreta esses dados?
Esses números nos impõem uma imensa responsabilidade. As Forças Armadas, que constituem um corte vertical da sociedade e possuem representantes de todo o espectro social, são reconhecidas por serem uma reserva de valores, como integridade, ética, honestidade, patriotismo e desprendimento.
Elas sempre estiveram presentes em momentos importantes da história de nossa nação. Algumas vezes, com o Braço Forte e, inúmeras vezes, com a Mão Amiga. Por conseguinte, essa confiança configura um capital intangível que nos é muito caro. Demonstra que a maioria esmagadora da população nos observa atentamente e nos avalia.

Pela primeira vez na história, um presidente foi denunciado por corrupção no exercício do mandato. Como acompanha essa crise? Acha que o presidente Temer tem condições éticas de permanecer no cargo?
Vivemos um período de ineditismos. Mas o fato de seguirmos batalhando, em nosso dia a dia, demonstra que as nossas instituições ainda estão funcionando, mesmo com a crise pela qual elas e o país vêm passando. Cabe-lhes atuar no limite de suas atribuições, sempre com o sentido de se fortalecerem mutuamente. Neste momento, o que deve prevalecer é a Constituição Federal e todos, repito, todos devem tê-la como farol a ser seguido.

Há quem compare a crise atual com aquela vivida em 1964. É possível fazer essa analogia?
Comparações podem ser feitas, mas o Brasil é, hoje, um país muito mais complexo e sofisticado. Naquela época, havia uma situação de confronto característica da Guerra Fria, com a ação de ideologias externas, que fomentaram ameaças à hierarquia e à disciplina nas Forças Armadas, aspectos que não estão presentes nos dias atuais.
O Brasil e suas instituições evoluíram e desenvolveram um sistema de pesos e contrapesos que dispensa a tutela por parte das Forças Armadas. Hoje, elas estão cientes de suas missões e capacidades e mantêm-se fiéis aos ditames constitucionais.
É chegada a hora de consentir que o período que engloba 1964 é história e assim deve ser percebido.

Em manifestações recentes, o sr. fez uma defesa enfática da Lava Jato. Como analisa os movimentos que vão na contramão da faxina ética pretendida pela operação (julgamento no TSE, liberação de Rocha Loures, devolução do mandato de Aécio etc.)?
As instituições estão trabalhando e buscando resolver essa crise, que está atingindo nosso cerne e relativizando nossos valores.
Tenho afirmado que, além da crise política, vivemos um momento em que faltam fundamentos éticos e no qual o "politicamente correto", por vezes mal interpretado, prejudica nossa evolução. Falta-nos uma identidade e um projeto estratégico de país. País com letra maiúscula. Por isso, costumo dizer que estamos à deriva.
No entanto, considero essa crise uma oportunidade, que poderá auxiliar a nação a se sanear, sem influências ideológicas ou políticas.
A Lava Jato simboliza a esperança de que se produza no país uma mudança fundamental, em que a ética seja nossa parceira cotidiana e a sensação de impunidade, coisa do passado.

Como o Exército se posiciona sobre a candidatura de Bolsonaro, um militar da reserva, à Presidência? E como vê o uso que ele faz da condição de militar na campanha (disse, por exemplo, que, como capitão, sua especialidade era "matar")?
Todo cidadão tem o direito de ser candidato a qualquer cargo eletivo. É natural que o deputado Jair Bolsonaro use seu currículo e sua história pessoal, como ex-integrante do Exército, em sua campanha. Como integrante da reserva, ele sempre terá o nosso reconhecimento e o nosso respeito.
No entanto, e em última análise, é a população quem vai julgar os partidos e os candidatos, por intermédio do voto, devendo, para tanto, conhecer muito bem os projetos e ideias de cada um deles.
Destaco que o Exército, como instituição permanente, serve ao Estado e não a pessoas, estando acima de interesses partidários e de anseios pessoais.

A dimensão da crise favorece o surgimento de candidatos populistas e aventureiros. Como vê essa possibilidade e como analisa o quadro eleitoral para 2018?
Acho que a falta de um projeto nacional tem impedido que a sociedade convirja para objetivos comuns. Isso inclui, até mesmo, a necessidade de referências claras de liderança política que nos levem a bom porto.
Talvez seja um reflexo de os brasileiros terem permitido, no passado, que a linha de confrontação da guerra fria dividisse nossa sociedade.
É preciso que a crise que estamos vivendo provoque uma mudança no debate político para 2018. É necessário discutir questões que possibilitem preparar um projeto de nação, decidir que país se quer ter e aonde se pretende chegar. Está difícil de identificar, no Brasil de hoje, uma base de pensamento com capacidade de interpretar o mundo atual, de elaborar diagnósticos estratégicos apropriados e de apontar direções e metas para o futuro.
Está nas mãos dos cidadãos brasileiros a oportunidade de, nas eleições de 2018, sinalizar o rumo a ser seguido.

O sr. é um crítico do uso das Forças Armadas em funções de polícia. O que achou de o presidente Temer ter assinado um decreto convocando as Forças Armadas para coibir um protesto que descambou para a violência em Brasília? Essa tarefa não seria da polícia?
O Exército brasileiro é uma instituição que tem suas missões reguladas na Constituição, mais precisamente no artigo 142. Nele, observam-se três tarefas claras: a defesa da Pátria; a garantia dos poderes constitucionais; e a garantia da lei e da ordem.
O emprego das Forças Armadas nas manifestações que ocorreram na Esplanada dos Ministérios se deu em uma situação de emergência e teve caráter preventivo. Havia um sério risco de o patrimônio público ser dilapidado. A integridade física das pessoas também estava em perigo.
Não é possível aceitar que vândalos infiltrados nas manifestações permaneçam sem identificação e fiquem impunes. A ação dessas pessoas deslegitima qualquer manifestação e agride a democracia.

O sr. tem reiterado que "não há atalhos fora da Constituição" e demonstrado ser um defensor intransigente da democracia. Como analisa e a que atribui as manifestações no país por intervenção militar?
As manifestações demonstram um cansaço da população com os escândalos que temos visto. Elas refletem a materialização do capital de confiança apresentado nas pesquisas. Uma instituição que detenha 83% de confiabilidade é uma exceção em um ambiente degradado.
Porém, como tenho dito, vemos tudo isso com tranquilidade, pois o Exército brasileiro atua no estrito cumprimento das leis vigentes e sempre com base na legalidade, estabilidade e legitimidade.

Numa postagem recente em uma rede social, o sr. exaltou o marechal Castello Branco, um dos artífices do golpe militar de 1964. Que mensagem quis passar ao dizer que Castello Branco é "um exemplo de líder militar a ser seguido"?
Herói da campanha da Itália, ele já seria um exemplo por ter participado da Força Expedicionária Brasileira, na Segunda Guerra Mundial.
Mais tarde, em 1964, o Marechal Castello Branco foi o líder que civis e militares encontraram para dirigir os rumos da nação naqueles momentos conturbados e que, hoje, devem ser compreendidos dentro do contexto vivido à época.
Com sua visão de estadista, foi o responsável por alterações na legislação, que afastaram os militares da política partidária e que norteiam, até hoje, a permanência das Forças Armadas em seus quartéis, no estrito cumprimento do dever constitucional.

As Forças Armadas brasileiras não reconhecerão os erros e atrocidades que cometeram durante a ditadura?
A lei da anistia, compreendida como um pacto social, proporcionou as condições políticas para que as divergências ideológicas pudessem ser pacificadas. Ela colocou um ponto final naquela fase da história. Precisamos olhar para o futuro, atendendo ao espírito de conciliação.

O sr. costuma ressaltar a gravidade do quadro da segurança pública no País, com número de mortes equivalente ao de guerras. Como resolver ou pelo menos minimizar esse problema?
Esse problema exige uma resposta que envolva distintos atores da sociedade. Mas a solução deve, necessariamente, passar pela valorização e capacitação das forças de segurança pública. Passa, igualmente, pelo efetivo combate ao tráfico de armas e de drogas, hoje, grandes indutores da violência nos principais centros.
Da mesma maneira, o princípio da autoridade deve ser fortalecido e o sentido da disciplina social e do coletivo nacional –sem luta de classes– deve ser recuperado. Existe no Brasil uma excessiva compreensão com direitos e uma enorme negligência com deveres.
Há, também, excesso de diagnóstico e pouca ação efetiva e prática. Imaginar-se que apenas a vertente policial poderá resolver essas questões é ledo engano.
As ações de segurança pública devem, sim, estabelecer metas e prioridades. Exigem cooperação entre atores públicos e privados e deve ter, por ferramentas, programas sociais e serviços públicos, que fogem à esfera da Segurança Pública, adequados à região e à população.

Como está a negociação para alterar a Previdência dos militares? Estão definidos a idade mínima, o tempo de contribuição e o teto? O que o sr. defende? E há alguma perspectiva em relação ao reajuste salarial dos militares?
Os integrantes das Forças Armadas não têm sistema previdenciário, como, aliás, já descreve a Constituição. O que temos é proteção social, de acordo com as peculiaridades da profissão militar, já bem compreendidas por alguns setores da sociedade.
O Ministério da Defesa está coordenando os trabalhos de um grupo técnico com militares das três Forças Armadas, para propor medidas mais amplas nas áreas da reestruturação da carreira militar, da redução da defasagem remuneratória e da adequação de regras ao sistema de proteção social. São mudanças que terão consequências e reflexos mais duradouros no futuro.
Aliás, o próprio presidente da República, no final do ano passado, reconheceu a enorme defasagem salarial dos militares das Forças Armadas em comparação com as outras carreiras de Estado.
Recentemente, nas audiências em que participei nas comissões da Câmara e do Senado, também os parlamentares ficaram surpresos com essa discrepância.
Os objetivos estão traçados para o longo prazo e vão muito além da mera redução de despesas para a União. Eles visam à manutenção da atratividade da carreira militar e à atração e retenção de profissionais vocacionados, motivados, capacitados e com valores éticos e morais condizentes com a profissão que detém o poder de uso da violência institucional em nome do Estado.
Quero deixar claro, no entanto, que os militares não se furtarão a contribuir com a reforma. Estão dispostos a dar sua cota de sacrifício, comportamento que já tomamos inúmeras vezes no passado.

Qual a principal função das Forças Armadas, do Exército em particular, no Brasil de 2017?
Essa resposta é atemporal. Arguimos os nossos interlocutores sobre a importância das Forças Armadas em países com as nossas dimensões e potencialidades. Não raras vezes, nos surpreendemos com respostas superficiais, quando não, completamente distorcidas.
Quem leva o Estado Brasileiro às longínquas fronteiras, contribuindo para a presença nacional? As Forças Armadas!
Quem respalda decisões do Estado brasileiro perante outros Estados, impondo a nossa vontade por meio da dissuasão? As Forças Armadas!
Qual país verdadeiramente relevante do ponto de vista geopolítico descarta suas Forças Armadas? Nenhum!
Se você possuísse bens extremamente valiosos, estaria disposto a pagar para mantê-los? Estou seguro de que sim.
Desse bem a nossa sociedade já dispõe, mas não se apercebeu do quão importante é protegê-lo. Esse bem é a nossa liberdade.
Assim, é mister discutir mais sobre nossas Forças Armadas, para que, ao conhecê-las, saibamos valorizá-las e respeitá-las.

O sr. tem uma doença degenerativa, sobre a qual já se manifestou com transparência publicamente. Como está sua saúde hoje? De que modo a doença tem limitado sua atuação? Até quando o senhor tem forças para ficar no posto?
Conforme comentei em outras ocasiões, fui acometido por uma doença degenerativa que atingiu alguns grupos musculares, restringindo minha capacidade de locomoção.
Sinto falta de viajar, de percorrer as nossas unidades, de estar junto com a tropa. Busco vencer os desafios dia a dia e sigo no tratamento. Tenho um objetivo maior de servir à pátria e continuo a persegui-lo.

O general Sérgio Etchegoyen, de quem o sr. é conterrâneo e amigo, ganhou força no governo, e há quem comente que poderia substitui-lo. Existem articulações nesse sentido? Como vê a possibilidade? Como é a relação entre vocês?
A substituição dos comandantes de força é atribuição exclusiva do presidente da República. Quanto ao general Etchegoyen, ele é meu amigo pessoal, há mais de 50 anos, como você mesmo destacou. Trabalhamos juntos em várias oportunidades e, além da amizade, fortalecida a cada dia, mantemos agradável convivência familiar.

"Eu sou a formiguinha contra o elefante", diz Bolsonaro

Jair Bolsonaro citou em conversa com o site O Antagonista as matérias do Globo e da Veja deste fim de semana sobre a repercussão e a atuação política nas redes sociais:
“O que eu senti é uma tendência em jogar mais para o [prefeito de São Paulo, João] Doria, dar uma certa ‘dourada’ no Doria, e tentar em parte desacreditar as mídias sociais. Ambas as matérias dizem que vai ser um vale-tudo no ano que vem. Mas a verdade é que a imprensa de papel, o pessoal já sabe que a credibilidade dela está sendo deteriorada a passos largos. E o negócio deles é vender papel, vender propaganda. Mas há uma tendência aí de tentar desqualificar as mídias sociais."
Em seguida, o deputado deu a sua visão sobre a sua própria ordem de grandeza na disputa pelo eleitorado, em comparação com a concorrência:
"Eu não tenho equipe nenhuma. Minha equipe é composta por um ou outro funcionário meu que trabalha depois do expediente. O PSDB tem o estado de São Paulo, tem a capital, tem ali uns 60 parlamentares entre deputados e senadores – eles têm a máquina na mão, eu não tenho nada, não tenho nem partido ainda. Não sou nem o Golias, de David e Golias. Eu sou a formiguinha contra o elefante. E chegamos aonde chegamos.”

"Não vou fazer acordo com o diabo para ser simpático", diz Bolsonaro

Jair Bolsonaro, segundo colocado nas pesquisas eleitorais, falou sobre suas chances ao disputar em 2018 a presidência por um partido pequeno como o atual PEN:
“Eu acredito que quem tiver 22% vai para o segundo turno e daí você empata o jogo. E o que é importante também é que eu não vejo isso como obsessão. Então eu acho que está na hora de contribuir com meu país. Se for vontade de Deus, estamos lá. É isso que eu penso. Não vou fazer acordo com o diabo para ser simpático e talvez conseguir sentar na cadeira dessa forma. Você senta, mas depois não governa, é muito difícil.”
Com 20,8% no último levantamento do instituto Paraná Pesquisas (no cenário com Geraldo Alckmin), Bolsonaro está próximo dos 22% que acredita ser necessário alcançar. Se contar a margem de erro, na verdade, já alcançou.

Temer e a repescagem dos votos

Caso Michel Temer vença na votação da denúncia por corrupção passiva, conforme esperado pelo governo, o presidente vai mirar os deputados que tiverem se posicionado contra ele, mas que possivelmente apoiariam a reforma da Previdência, segundo informa a Folha.
"É o caso de metade do PSDB (46 deputados) e de deputados considerados 'avulsos'em partidos da base.
A conta é apertada porque Temer precisa de pelo menos 308 votos para aprovar a reforma da Previdência e sabe que esse é um fator determinante para que o mercado continue apoiando seu governo."

Otimismo exagerado

Os aliados de Michel Temer prometeram 280 votos contra a denúncia da PGR.
Um assessor do presidente disse a Gerson Camarotti:
"Se esse número não se confirmar, haverá uma espécie de anticlímax. Isso parecerá uma derrota. Houve erro ao anunciar um otimismo exagerado. Agora o governo ficou refém dessa previsão. Qualquer número abaixo disso será recebido como um sinal de fraqueza".

Os militontos do "Volta-Dilma" ouviram umas verdades.


Nossos parabéns a esse patriota corajoso que enfrentou os mortadelas.
Everton Sodario perdeu a paciência ao ver um grupo pedindo a volta de Dilma e começou a questionar os militantes por que eles votaram em Temer. O bate-boca foi longe. 

TEMER: EQUILÍBRIO FRÁGIL

A situação do governo de Michel Temer com a do governo de José Sarney, encerrado em 1990, comparada por Míriam Leitão:
"Quem aposta no cenário 'sarney', um presidente impopular que permanece, tem que lembrar dois pontos.
Primeiro, em janeiro do último ano do governo, Sarney ainda tentou enfrentar a hiperinflação, o grande problema da época, com o Plano Verão. Quando ficou claro que a tentativa havia falhado, o ano já estava quase na metade, e a campanha eleitoral, na rua. Sobravam apenas alguns meses. Sarney submergiu, e o país passou a ser governado, na prática, pela equipe econômica.
Segundo, a crise fiscal agora é mais grave, e o país pode viver cenas explícitas de desgoverno, neste longo ano e meio que ainda resta."
EQUILÍBRIO FRÁGIL, por Míriam Leitão
Um presidente com apenas 5% de aprovação e 70% de rejeição normalmente cai, porque os políticos da coalizão se afastam de governo impopular que pode prejudicar as intenções eleitorais futuras. O presidente Temer chega às vésperas da votação da denúncia com chances de vencer. Tem usado o cargo para ficar no cargo e conta com a união de políticos contra o inimigo comum: a Lava-Jato.
Na quarta-feira, dia 2, está marcada a leitura em plenário da denúncia do procurador-geral por corrupção passiva contra Temer. Quem quer tirá-lo tem o ônus de mobilizar dois terços da Câmara para votar pela aceitação da denúncia. A falta de manifestação de rua facilita a vida de Temer, mas os parlamentares estão voltando de suas bases, visitadas no recesso, onde ouviram dos seus eleitores o tamanho da rejeição ao presidente. Terão que decidir entre ficar no pacto de salvação dos investigados ou fazer um gesto em relação ao eleitor que está cansado do governo e da corrupção.
Toda vez que ocorreu um aumento forte da impopularidade de um governo houve movimentos para se tirar o presidente. Assim foi com Collor e Dilma. A ex-presidente foi reeleita no segundo turno e estava com 40% de ótimo e bom em dezembro de 2014. Teve queda brusca. Em março, havia caído para 12%. Continuou definhando até 9% e acabou sendo afastada. A lista dos erros de Dilma é enorme, mas o principal é que ela arruinou a economia, mentiu na campanha e, fechadas as urnas, admitiu a crise que ficou visível para todos, na escalada da inflação e no aumento do desemprego ao longo de 2015 e começo de 2016.
Temer nunca teve popularidade. Seu máximo de ótimo e bom foi 14%. Mas o ruim e péssimo estava, no começo, em 39%, bem abaixo dos 69% de Dilma. Havia um número grande de regular. Esses indecisos migraram para a rejeição após a divulgação da delação de Joesley Batista.
Quem aposta no cenário “sarney”, um presidente impopular que permanece, tem que lembrar dois pontos. Primeiro, em janeiro do último ano do governo, Sarney ainda tentou enfrentar a hiperinflação, o grande problema da época, com o Plano Verão. Quando ficou claro que a tentativa havia falhado, o ano já estava quase na metade, e a campanha eleitoral, na rua. Sobravam apenas alguns meses. Sarney submergiu, e o país passou a ser governado, na prática, pela equipe econômica. Segundo, a crise fiscal agora é mais grave, e o país pode viver cenas explícitas de desgoverno, neste longo ano e meio que ainda resta.
Temer é um governo estranho. Ele escolheu administrar o país com um núcleo de políticos atingidos pela Lava-Jato, ou vulneráveis às denúncias, e blindar algumas áreas da máquina pública. Quando se diz que a equipe econômica é boa, não é apenas do ministro da Fazenda que se fala. Há no grupo pessoas de qualidade comprovada, nenhuma relação com o atual presidente, e em postos-chave no Ministério, como o secretário-executivo Eduardo Guardia, a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, o secretário de acompanhamento econômico, Mansueto Almeida. Há outros, menos visíveis.
Nas estatais, ele nomeou Pedro Parente para a Petrobras e deu a ele autonomia. Quando Parente assumiu, falava-se que era inevitável uma capitalização do Tesouro na empresa, e ela está sendo ajustada sem pedir dinheiro ao governo. Na Eletrobrás, área onde sempre houve indicação política, foi nomeado o gestor reconhecido no mercado privado Wilson Ferreira. Ele tem tomado decisões para arrumar a estatal de energia, violentamente atingida pela péssima gestão Dilma na área energética. Ferreira quer vender ativos de subsidiárias e está reduzindo o número de funcionários e os custos para que a empresa sobreviva ao passivo de R$ 30 bilhões deixado pela MP 579.
Um dos acertos já foi desfeito. O BNDES sempre foi alvo dos mais diversos lobbies empresariais. Maria Silvia iria mudar isso. Saiu e parte da equipe se dispersou. Agora, o banco faz acenos fortes ao velho patriciado. Mais do que isso, Paulo Rabello de Castro, homem de confiança de Temer, foi colocado lá para ser o polo alternativo de poder na área econômica e ser usado na vacância do cargo na Fazenda. Se essa decisão for consumada, pode ser fatal. Temer vive um equilíbrio frágil e permanece ameaçado pela maldição que atinge presidentes muito impopulares.

O Globo conteúdo 

domingo, 30 de julho de 2017

"É verdade", diz Bolsonaro sobre acerto com PEN

Jair Bolsonaro confirmou que acertou sua filiação ao PEN.
"Houve (o acerto). É verdade."
Como nada foi assinado ainda, o deputado brincou:
"É igual a um noivado. Você marcou a data do casamento. Em 99% das vezes, você casa."
O Antagonista conteúdo.

"Quando o juiz decide, avalia as provas diretas e as indiretas", diz Moro

Diz o juiz Sérgio Moro, sobre a análise de provas para a condenação de Lula, em entrevista à Folha:
"Sobre a sentença do ex-presidente, tudo o que eu queria dizer já está na sentença, e não vou fazer comentários. Teoricamente, uma classificação do processo penal é a da prova direta e da prova indireta, que é a tal da prova indiciária. Para ficar num exemplo clássico: uma testemunha que viu um homicídio. É uma prova direta.
Uma prova indireta é alguém que não viu o homicídio, mas viu alguém deixando o local do crime com uma arma fumegando. Ele não presenciou o fato, mas viu algo do qual se infere que a pessoa é culpada. 
Quando o juiz decide, avalia as provas diretas e as indiretas. Não é nada extraordinário em relação ao que acontece no cotidiano das varas criminais.

"O importante é que a legenda é minha", diz Bolsonaro

Sobre seu acerto com o PEN para se candidatar à presidência da República em 2018, diz Jair Bolsonaro:
"O importante é que a legenda é minha. Não vai ter desconfiança em hipótese alguma de alguém trair ali – você sabe bem como funciona a política, não é? 
Nós temos certeza de que vai ter uma enxurrada de filiados ao partido e vai ser no mínimo um partido [de tamanho] médio no ano que vem, se a gente conseguir continuar nessa nossa caminhada. Tem tudo para ser um baita de um casamento.”
O Antagonista conteúdo

"No passado, como regra, o que havia era a impunidade", diz Moro


Sobre a soltura de delatores, disse o juiz Sérgio Moro, em entrevista à Folha:
"A colaboração de criminosos vem com um preço: ele não colabora senão pela obtenção de benefícios. Isso faz parte da natureza da colaboração. Muita gente não tem acordo nenhum, continua respondendo aos processos, alguns foram condenados, estão presos. Essas pessoas também vão sair da prisão um dia. Faz parte do sistema.
O que acho que tem que ser comparado é que, no passado, como regra, o que havia era a impunidade. As pessoas nem sequer sofriam as consequências de seus crimes. 
Em muitos casos, nem sequer eram descobertas. A sensação de impunidade era ainda maior.

Bolsonaro diz que PEN pode virar Prona

Jair Bolsonaro disse que há várias sugestões de novos nomes para o PEN, como, por exemplo:
– Partido da Defesa Nacional;
– Pátria Amada Brasil;
– Prona.
Sobre este último, o deputado ressaltou que o tema já foi conversado com uma das filhas de Enéas Carneiro, fundador do Prona original, e ainda o será com outros familiares do ex-candidato a presidente, "porque a gente não quer ser acusado de estar furtando o nome, então já tem o sinal verde de uma das partes", conforme o site O Antagonista.

"Tornar tudo público protege Lava Jato contra obstrução de Justiça", afirma Sérgio Moro

Sobre ter tornado pública a conversa entre Lula e Dilma Rousseff relativa ao envio do termo de posse do petista como ministro, afirma o juiz Sérgio Moro, em entrevista à Folha:
"A escolha adotada desde o início desse processo era tornar tudo público, desde que isso não fosse prejudicial às investigações. O que aconteceu nesse caso [dos grampos de Dilma e Lula] não foi nada diferente dos demais. As pessoas tinham direito de saber a respeito do conteúdo daqueles diálogos. E por isso que foi tomada a decisão do levantamento do sigilo.
Um efeito indireto ao dar publicidade para esses casos foi proteger as investigações contra interferências indevidas. Afinal de contas, são processos que envolvem pessoas poderosas, política e economicamente. Na prática, pode haver tentativas. Então, tornar tudo público também acaba funcionando como uma espécie de proteção contra qualquer obstrução à Justiça. E isso é muito importante.
Foi seguida a Constituição. Dentro de uma democracia liberal como a nossa, é obrigatório que essas coisas sejam trazidas à luz do dia."

Sergio Moro comenta sobre os políticos brasileiros

“Lamentavelmente, eu vejo uma ausência de um discurso mais vigoroso por parte das autoridades políticas brasileiras em relação ao problema da corrupção.


Fica a impressão de que essa é uma tarefa única e exclusivamente de policiais, procuradores e juízes.

No Brasil, estamos mais preocupados em não retroceder, em evitar medidas legislativas que obstruam as apurações das responsabilidades, do que propriamente em proposições legislativas que diminuam a oportunidade de corrupção”.

Bolsonaro já escolheu partido pelo qual vai se candidatar à Presidência em 2018

“Nós vamos casar logo após o caso Temer” – disse Bolsonaro a amigos, se referindo à votação da denúncia contra o presidente da República na Câmara, que ocorre nesta semana.
Acabou o mistério. O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) irá se filiar ao Partido Ecológico Nacional, o PEN, que é registrado com o número 51. Entretanto, com sua filiação, o partido vai mudar de nome e deverá se chamar Prona (Partido da Reedificação da Ordem Nacional), cujo ex-líder Enéas é admirado pelo deputado, ou Patriotas. 
A mudança de nome é uma mera formalidade e basta uma convenção do partido para a troca se efetivar. 
Por essa nova legenda Bolsonaro irá disputar a presidência da república.

ENQUANTO PT “FLERTA” COM DITADURA, COLUNISTA DA FOLHA “FLERTA” COM INGENUIDADE

Há um tipo de formador de opinião que pulula pela imprensa brasileira: é o “isentão”. Ele até critica a esquerda, mas sempre dando um jeito de defendê-la no processo. É o caso de Helio Schwartsman, da Folha de SP. Sempre educado, e tentando focar em argumentos “científicos”, o fato inegável é que o jornalista carrega em si o ranço esquerdista. Já se encantou com o PT, como confessou outro dia, e pelo visto não foi capaz de fazer o luto completo.
Em sua coluna ele pretende mostrar espanto com a “ala” do PT que ainda defende o regime venezuelano, depois de tudo. A intenção é louvável, e alguns podem achar que eu deveria aplaudir ao menos o esforço. Mas o problema é que o tiro sempre dá um jeito de sair pela culatra. Duvidam? Então veja na largada o deslize:
Lá no comecinho ainda dava para defender o regime de Hugo Chávez. Ele, afinal, chegara ao poder através do voto, em 98, e logo tratou de colocar em prática uma agenda populista, mas que acertava em várias coisas, como a adoção de políticas de redução da pobreza.
Como é?! Acertava em várias coisas, como políticas de redução de pobreza?! Quais?! Onde?! Era pura demagogia, distribuição forçada de renda, populismo, socialismo. E assim eram atacadas essas medidas desde o começo pelos liberais. Desde que me entendo por gente já condeno o chavismo, e fiz inúmeros alertas de que o troço acabaria exatamente como acabou.
Se Helio Schwartsman estava iludido naquela época, ele que faça um mea culpa de que foi bobinho, em vez de tentar justificar o injustificável. Chávez jamais foi defensável, pois desde o começo se mostrou apenas mais um caudilho autoritário e populista, com um discurso igualitário hipócrita que alimentava somente a inveja. Mas piora: não satisfeito com essa concessão, eis o que diz o colunista acerca do PT:
Essa história, porém, só vai até certo ponto. Aos poucos, mudanças cada vez menos sutis foram transformando a paisagem que ainda podíamos identificar como democrática, mesmo que de maneira imperfeita, num regime escancaradamente autoritário. Hoje, nem o mais benevolente dos observadores conseguiria classificar a Venezuela, agora sob o comando de Nicolás Maduro, como algo diverso de uma ditadura. Não há respeito ao voto popular (a Assembleia Nacional eleita em 2015, de oposição, foi na prática destituída), não há liberdade de imprensa e se contam aos milhares os presos políticos. O governo reprime com violência manifestações contra Maduro.
Diante desse quadro, é assustador que algumas alas do PT ainda ensaiem apoio ao regime chavista. Se essa linha predominar, o partido precisará adicionar ao naufrágio ético e ao fracasso administrativo o descaso para com a democracia em sua lista de pecados. É triste para uma legenda que um dia pretendeu ser a vanguarda mundial dos movimentos de esquerda comprometidos com a democracia e bons de governo.
Que a Venezuela vive numa ditadura é outra coisa que liberais já avisam faz tempo, mas tudo bem: ao menos o “imparcial” colunista já reconhece isso. Daí a dizer que “algumas alas” do PT ensaiam apoio ao regime?! Não, meu caro Helio, são todas as alas, é o partido oficialmente, em nome de sua presidente e de seu líder máximo, o Lula, que defende hoje e sempre defendeu o “socialismo do século XXI” da Venezuela.
Não viu os vídeos de apoio do Lula e da Dilma a Maduro? Não sabe que o PT fundou o Foro de São Paulo? Aliás, por falar nisso, vem o ponto mais importante de todos: a última frase do artigo é de uma desfaçatez ímpar, uma mentira assustadora. Uma legenda que pretendeu ser a vanguarda dos movimentos de esquerda comprometidos com a democracia?! Onde, Helio?!
Se, como lembrei, o PT fundou o Foro de São Paulo ao lado de ditadores, se o PT sempre idolatrou Fidel Castro, se o PT aplaudia até as Farc, o MST, terroristas comunistas, como é que você pode afirmar, sem ruborizar (ou ruborizou um tantinho?), essa barbaridade? O PT jamais teve apreço pela democracia, e se você era ignorante ou iludido demais para não saber disso no passado, por favor, não venha desmerecer aqueles que sempre souberam da verdade, que você tenta ocultar até hoje.
Aceite que defendeu uma corja de bandidos socialistas que nunca fez muita questão de esconder que admirava o maior tirano do continente. Quem tem Fidel Castro como guru pode ser democrata?! Como fica claro, os “isentões” até que tentam criticar a esquerda, mas seu viés esquerdista sempre fala mais alto…
Aos que acham que fui duro demais com um sujeito bacana e simpático que estava criticando o PT, eu digo: são esses tipos que hoje vão aplaudir o PSOL, por ter “rompido” com o PT após seus escândalos de corrupção, apenas para dizer, depois, que os socialistas “democráticos” traíram suas bases e decepcionaram seus simpatizantes. Conta outra!
Rodrigo Constantino