segunda-feira, 20 de novembro de 2017

“E aí não concorro na próxima eleição? kkkkk”

O nome de Carlos Marun está em todas as rodas de conversa quando se fala em reforma ministerial. O Antagonista perguntou qual será a pasta que ele vai levar. A resposta:
“E aí não concorro na próxima eleição? kkkkk”

O deputado pelo Mato Grosso do Sul, segundo o próprio, vai se candidatar à reeleição à Câmara no ano que vem.

Quem quiser concorrer às eleições de 2018 terá de deixar seus cargos até abril.

Esqueceu quem é Marun? Aqui está:

"Carlos Marun dava entrevista ontem em Campo Grande, quando um casal que passava pelo local o chamou de ladrão. O deputado interrompeu a conversa com os jornalistas e, caminhando em direção aos dois, disse:"

Glória Maria, patrulhada, responde: “Não sigo cartilhas. Minhas dores raciais combati sozinha!”

A jornalista Glória Maria, quatro dias atrás, postou a seguinte frase de Morgan Freeman no Instagram:
“O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela, ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece.

Morgan Freeman”

A patrulha do politicamente correto caiu em cima dela.

Ela respondeu:

“Pra todos que não concordam com este pensamento do Morgan Freeman: Não concordar é um direito de vocês! Mas pretender que todos pensem igual é no mínimo prepotente! 

Eu concordo totalmente com ele! Pra começar ele não é brasileiro e não está citando o dia da Consciência Negra. Uma conquista nossa! Está falando de algo muito maior. Humanidade! 

Eu e ele também nascemos negros e pobres e conquistamos nosso espaço com muita luta e trabalho! Não somos privilegiados. Somos pessoas que nunca aceitaram o lugar reservado pra nós num mundo branco! 

Algum de vocês conhece a minha história e a dele? Se contentam em tirar conclusões e emitir opiniões equivocadas em redes sociais! Nós estudamos, lutamos, resistimos e combatemos todo tipo de discriminação! O preconceito racial é marca nas nossas vidas! Mas não tenho que mudar minhas ideias por imposição de quem quer que seja! Apagar este post???? Nunca!!!! 

Quem não concorda com ele ok! Acho triste mas entendam. As cabeças e os sentimentos graças a Deus não são iguais! Como lutar contra a desigualdade se não aceitamos as diferenças? 

Queridos vivam suas vidas e nos deixe viver a nossa! Temos que tentar sempre encontrar nosso próprio caminho! 

Sem criticar e condenar o dos outros! Cada um precisa combater o racismo da maneira que achar melhor! 

Lembrando sempre do direito e da opinião do outro! sou negra e me orgulho. Mas não sigo cartilhas. Minhas dores raciais conheci e combati sozinha! 

Sem rede social para exibir minhas frustrações! Tenho direito e dever de colocar o que penso num espaço que é meu! Não imponho e não aceito que me digam como devo viver ou pensar!”

Pode ir com calma, Segovia

Fernando Segovia disse que continuará investigando Michel Temer — e com celeridade.

Não precisa de tanta pressa, Segovia, talvez assim você encontre alguma materialidade na mala de propina carregada por Rodrigo Rocha Loures.

Alckmin: ‘Não tenho nenhuma razão para não querer que Lula participe’. É mesmo, Alckmin ?

Geraldo Alckmin foi ao Recife e disse, em entrevista a uma rádio local, não ter “nenhuma razão para não querer que Lula participe” da eleição do ano que vem.

O governador tucano de São Paulo também acredita que sua candidatura ao Planalto em 2018 tem chance de vitória. “Minha diferença para Lula na última eleição não foi grande, e o momento é outro.”

A “última eleição” foi a de 2006, aquela em que Alckmin conseguiu o feito inédito de ter menos votos no segundo turno do que no primeiro — contra um Lula recém-saído do mensalão

Para Segovia, a mala de Rocha Loures não é suficiente. É mesmo, Segovia?

Apesar da promessa de celeridade, Fernando Segovia tem dúvidas sobre as acusações de corrupção contra Michel Temer no caso da JBS.
No mesmo trecho da entrevista coletiva em que alfinetou Rodrigo Janot, o diretor-geral da PF apontou um “ponto de interrogação” no imaginário da população sobre o papel do presidente no caso, que resultou nas denúncias oferecidas pela PGR.

“A gente acredita que, se fosse sob a égide da Polícia Federal, essa investigação teria de durar mais tempo porque uma única mala [aquela de Rodrigo Rocha Loures] talvez não desse toda a materialidade criminosa que a gente necessitaria para resolver se havia ou não crime, quem seriam os partícipes e se haveria ou não corrupção”, afirmou Segovia.

“É um ponto de interrogação que fica hoje no imaginário popular brasileiro e que poderia ser respondido se a investigação tivesse mais tempo”, acrescentou.

O comunista de jatinho

Lula, ontem à tarde, participou do congresso do PCdoB.

Ele chegou a Brasília a bordo de um jatinho particular, segundo o Estadão, e foi recebido por Gleisi Hoffmann.

Durante seu discurso, o comunista de jatinho desafiou Sergio Moro a demonstrar que ele tem 24 milhões de reais.

Lula e Bolsonaro empatados em pesquisa do PT

O PT vazou para a Folha de S. Paulo uma pesquisa interna em que Lula e Jair Bolsonaro aparecem empatados no Rio de Janeiro.
Lula tem 23% e Bolsonaro 21%.

Os outros candidatos são nanicos: Marina tem 7%, Ciro Gomes tem 4% e Geraldo Alckmin, o lanterninha, tem 3%.

Empresa de Lula recebeu em conta R$ 27 milhões por palestras em quatro anos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu em conta de sua empresa de palestras, a Lils Palestras, Eventos e Publicações, R$ 27 milhões em quatro anos. Multi investigado pelas operações Lava Jato, Zelotes e Janus, o petista afirmou neste domingo, 19, não possuir os R$ 24 milhões que a Procuradoria da República pretende bloquear. Em pedido encaminhado à Justiça Federal os procuradores pediram para confiscar R$ 21,4 milhões em bens e mais R$ 2,5 milhões de seu filho, Luiz Cláudio.

Dono de 98% do negócio – os 2% restantes são de Paulo Okamotto, seu braço direito e presidente do Instituto Lula -, a Lils movimentou R$ 52 milhões entre 2011 e 2015.

Resultado das palestras supostamente dadas pelo petista após deixar o Planalto – foram 72 ao custo de US$ 200 mil cada -, quase a totalidade dos valores que entraram na conta da LILS do Banco do Brasil em São Paulo, entre abril de 2011 e maio de 2015, saiu: exatos R$ 25.269.235,53.


A movimentação foi considerada suspeita pelo Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, que enquadrou o caso em “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente”. O documento integra o material dos autos da Zelotes e da Lava Jato.

“Às vezes fico chateado com todas essas bobagens que falam a meu respeito, mas, como sou católico, acho que é uma provação. Já provei minha inocência, quero agora que eles provem. O cidadão deveria ter a decência de dizer onde tenho R$ 24 milhões“, reclamou durante o 14º Congresso do PCdoB.

O ex-presidente esteve em Brasília para participar do 14º Congresso do PCdoB, iniciado na última sexta-feira. Lula chegou por volta das 11h em Brasília, em um avião privativo, e foi recebido pela presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

Segundo documento do Coaf, a Lils aplicou entre 2011 e 2015 um total de R$ 35.177.093,99 em fundos de investimentos, via BB Gestão de Recursos – Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A.. Foram feitos ainda investimentos de R$ 5 milhões na Brasilprev. Em 2015, a Lils informou faturamento de R$ 2.923.993,50.
Os técnicos alertam sobre possível ocorrência de “operações cujos valores se afiguram objetivamente incompatíveis com a ocupação profissional, os rendimentos e/ou a situação patrimonial/financeira de qualquer das partes envolvidas”.

Quando o documento do Coaf foi gerado, a informação era de que R$ 17.926.078,39 era “o saldo atual distribuído em fundos de investimento e previdência privada”.

O ex-presidente apresentou documentos para comprovar que realizou as palestras para qual foi contratado. Segundo o Instituto Lula, que registrou publicamente todos os serviços, foram 72.

Não há irregularidades em se dar palestras, registram os investigadores, porém os pagamentos das empreiteiras do cartel chamam a atenção.

Em julho, o Banco Central bloqueou R$ 606 mil de contas de Lula por ordem do juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato em Curitiba, decorrente da condenação do petista a 9 anos e 3 meses de prisão no caso do tríplex do Guarujá.

A Brasilprev também executou o bloqueio de R$ 9 milhões de duas previdências, uma empresarial da Lils e outra pessoal de Lula, em julho.

Ataques. Em seu discurso, Lula voltou a desafiar os procuradores e o juiz federal Sergio Moro “a provar um real de sua vida que não seja legal”. Para Lula, os investigadores inventaram mentiras sobre ele, e agora “não conseguem mais sair”. “Se tem político com rabo preso por causa do que a (Operação) Lava Jato está fazendo, eu não tenho rabo para prender. Não estou acima da lei, só quero respeito”, disse.

“Quando a polícia entra na casa de alguém, adora mostrar dinheiro, joia, mas quando entra na minha e dos meus quatro filhos, revira tudo, levanta colchão, e não encontra nada, esses sacanas deveriam ter coragem de chamar a imprensa e dizer que na casa do Lula não tinha nada”, afirmou.

Defesa. Lula tem reiterado, por meio de sua defesa, que é vítima de ‘lawfare’.

“Todas as palestras do ex-presidente foram feitas e pagas com as devidas emissões de notas e pagamento de impostos.

Todas as informações sobre elas encontram-se em relatório disponível na internet.

Tudo da mesma forma que outros ex-presidentes e dentro da lei,  cobrando o mesmo valor e condições de palestras para mais de 40 empresas e setores, incluindo, por exemplo, Microsoft e InfoGlobo.


Depois de censurar seus críticos, Caetano Veloso marca show 'contra a censura e em apoio ao MTST'

 Depois de ter sido proibido pela Justiça de se apresentar em uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), em São Bernardo, no dia 30 de outubro, o cantor e compositor baiano Caetano Veloso marcou para o dia 10 de dezembro um show gratuito em comemoração aos 20 anos de existência do MTST. O local escolhido foi o Largo da Batata, em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. 

A produtora cultural Paula Lavigne, mulher de Caetano, não respondeu se, desta vez, a apresentação foi autorizada pelas autoridades locais. No dia 30, uma juíza de São Bernardo proibiu o show de Caetano na ocupação Povo Sem Medo em São Bernardo, onde o MTST mantém há dois meses mais de 7 mil famílias acampadas.

“Será um momento histórico de celebração da democracia, contra a censura e a difamação”, diz uma mensagem encaminhada por Paula neste sábado, 18, à tarde. Caetano obteve uma liminar que obriga o escritor Flavio Morgenstern a retirar das redes sociais postagens que o cantor considerou ofensivas, inclusive a hashtag #CaetanoPedofilo.

Deputada petista que deu cargo a filha de Lula diz que crítica a seus atos é 'misoginia'

Filha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lurian Cordeiro Lula da Silva foi nomeada neste mês assessora parlamentar da deputada estadual Rosângela Zeidan (PT) na Assembleia Legislativa do Rio. A deputada é casada com Washington Quaquá (PT), presidente do partido no Estado.

A nomeação foi publicada no Diário Oficial de 6 de novembro. O salário de Lurian como “assessora parlamentar IV” no gabinete de Zeidan (como é conhecida) é de R$ 7.326,64. A assessoria de imprensa da deputada afirmou que a filha do ex-presidente já dá expediente no gabinete.

Zeidan disse que conhece Lurian há 15 anos, da militância do PT. “As escolhas do meu mandato, quem faz sou eu. É assim na maioria dos mandatos, qualquer que seja o partido. E no PT temos mulheres militantes, como eu fui e ainda sou, que são quadros qualificados para assumir essas tarefas. Resumir isso a uma relação de parentesco ou é desconhecimento ou é misoginia”, disse a deputada, em mensagem escrita.

Quaquá afirmou que não influi nem questiona os critérios da deputada ao nomear seus assessores. “Quem nomeia assessor é a deputada. Ela escolhe sua equipe, como a família Mesquita (proprietária do Grupo Estado) escolhe seus jornalistas. São critérios da empresa de um lado e do mandato de outro. Não cabe, por exemplo, a mim questionar porque um jornalista é contratado pela família Mesquita”, afirmou Quaquá, também por escrito.

O presidente do PT fluminense foi prefeito por dois mandatos em Maricá (RJ), e fez seu sucessor, o atual prefeito, Fabiano Horta (PT). Lurian mora em Maricá e preside o PT local há cinco meses. A reportagem não conseguiu localizá-la ontem.

Há 30 anos no PT, Quaquá é ligado a Lula. Apoia o ex-presidente em sua defesa das acusações de corrupção e pediu suporte financeiro dos militantes para viabilizar as caravanas dele pelo País. 

Em junho, um mês antes da sentença do juiz Sergio Moro condenando Lula a nove anos e meio de prisão por corrupção, no caso do apartamento no Guarujá, ele publicou nota em que aventou “confronto popular nas ruas” para a defesa do ex-presidente.

NOTA DA REDAÇÃO: Misoginia é o ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres.

A NOVA REFORMA POLÍTICA DE TEMER COMEÇA 'BEM' !

O nome escolhido pelo presidente Michel Temer para ser o novo ministro das Cidades, deputado Alexandre Baldy (GO), foi citado em 2012 em um relatório da CPI que investigou as relações do empresário de jogos de azar Carlinhos Cachoeira com políticos. 

No texto do relator, o ex-deputado Odair Cunha (PT-MG), Baldy era apontado como o "menino de ouro de Cachoeira". A informação foi publicada nesta segunda-feira (20) pela "Folha de S.Paulo".

Na época, o relatório foi arquivado na CPI. No lugar, foi aprovado um texto que não indiciou ninguém. Baldy era então secretário de Indústria e Comércio de Goiás.

O relatório de Odair Cunha também dizia que a relação do agora novo ministro das Cidades e Cachoeira era "quase familiar".

"Essa próxima e próspera ligação entre o secretário [Baldy] e membros do grupo criminoso chega ao ponto de Alexandre Baldy declarar que tem uma relação 'quase familiar' com Cachoeira", afirmava o texto.

"Não sendo menos sintomática a situação de o secretário ser considerado 'o menino de ouro' do bicheiro e contraventor", continuava o relatório.

Questionado sobre a citação, Baldy afirmou que nunca teve nenhuma relação com Cachoeira e que o relatório feito à época tinha como objetivo perseguir o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Reforma
Baldy é o primeiro nome escolhido por Temer para a reforma ministerial que o presidente deve promover nos próximos dias. A tentativa do governo é fortalecer a base aliada para a votação, no Congresso, de outra reforma, a da Previdência.

Baldy foi uma indicação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que neste domingo (19) ofereceu um almoço para Temer e líderes governistas para discutir as mudanças na Esplanada.

(com G1 conteúdo)

Espanha autoriza transferência de inquérito contra Ricardo Teixeira ao Brasil

A Espanha atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República e aceitou transferir ao Brasil o processo criminal e inquérito existente contra o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O compromisso, porém, é de que ele seja investigado e processado no País. O cartola havia sido indiciado na Espanha por corrupção, em um caso que levou à prisão do ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell.

Um ordem de prisão foi emitida em Madri. Mas diante da lei brasileira que rejeita a extradição de nacionais, a opção foi a de transferir o caso de forma completa ao Brasil, na esperança de que ele possa enfrentar de fato a Justiça.

A decisão da Audiência Nacional na Espanha de transferir o caso ao Brasil foi decretada em meados de outubro e, segundo o jornal O Estado de S.Paulo apurou, representa um passo “decisivo” para uma investigação no País.

Procuradores federais brasileiros receberam em meados deste ano informações oficiais de que a Justiça espanhola emitiu uma ordem internacional de prisão contra o brasileiro. Ele já tinha o mesmo pedido vindo dos Estados Unidos. Agora, com o sinal verde da Audiência Nacional na Espanha, todos os documentos das investigações contra Ricardo Teixeira, seus extratos bancários e gravações serão enviados ao Brasil.

Quando o procedimento for completado e se a investigação brasileira concluir que existe um crime no Brasil, Ricardo Teixeira então poderia ser detido no País. Ele fora considerado por procuradores em Madri como um dos pilares de uma “organização criminosa” que envolveu amistosos realizados pela seleção brasileira.

Conforme o jornal O Estado de S.Paulo revelou ainda em 2013, acordos secretos permitiram que a renda dos jogos da seleção fosse desviada para uma empresa em nome de Sandro Rosell, aliado de Ricardo Teixeira. Em meados deste ano, Rosell foi preso e a Justiça espanhola apontou que parte do dinheiro que ia para sua empresa, a Uptrend, terminava com o próprio Teixeira. “Durante 2010, Teixeira e sua mulher eram detentores de dois cartões Visa Platinum, com contas da Uptrend em Andbank”, apontou a Justiça espanhola.

“Resulta da investigação que, de sua posição de presidente a CBF, (Ricardo Teixeira) influenciou na concessão de direitos audiovisuais aos jogos da seleção, e, enquanto isso, por trás e para o prejuízo da CBF, Rosell negociava um contrato de intermediação”, apontou o documento do processo do caso do ex-dirigente catalão.

Os investigadores concluem, portanto, que “parte dos fundos não foi para a CBF, senão que, de uma forma fraudulenta, foram ao próprio Teixeira”. De acordo com a Audiência Nacional, na Espanha, os fatos apurados levam a crer que o brasileiro acabaria sendo o “destinatário do dinheiro, e não a Confederação (CBF)”.

As autoridades espanholas ainda chegam à constatação de que o delito de Ricardo Teixeira foi “a apropriação por parte do presidente da CBF dos fundos pagos para obter os direitos dos partidos jogados pela seleção brasileira”. Desde a prisão de Sandro Rosell, a defesa de Teixeira tem negado qualquer tipo de irregularidade.

A insistência do brasileiro em declarar a sua inocência não convenceu a juíza Carmen Lamela, da Audiência Nacional, que pediu sua prisão. “Teixeira obteve, de forma indireta, mediante a um emaranhado societário que se nutria da renda do acordo da ISE para a Uptrend, grande parte dos 8,3 milhões de euros que a ISE transferiu para a Uptrend pela suposta intermediação desta última”, afirmou. A decisão da juíza seria do dia 12 de junho.

CUNHA – A transferência do processo judicial ao Brasil segue o mesmo procedimento que já foi realizado com o ex-deputado Eduardo Cunha. Ao garantir que o parlamentar seria julgado no País, a PGR conseguiu convencer a Suíça a transferir centenas de páginas de provas sobre suspeitas relacionadas com Cunha ao Brasil. Berna, entre 2014 e 2015, investigou o ex-político brasileiro e abriu um inquérito por corrupção passiva. Mas, mesmo se o condenasse, não conseguiria convencer as autoridades brasileiras a entrega-lo. Pelas leis nacionais, o Brasil não extradita seus cidadãos.

A Suíça, assim, entregou as provas sobre as contas secretas de Eduardo Cunha e os procuradores brasileiros conseguiram processar o ex-deputado federal, inclusive por evasão. 

Agora, o mesmo cenário deve ocorrer com Ricardo Teixeira, mas desta vez com a Espanha.

CPMI da JBS quer indiciar e pedir prisão de Janot

A CPMI da JBS não acabou, mas o relatório final que os seus comandantes planejam terá como peça de resistência o pedido de indiciamento e prisão de Rodrigo Janot e do seu entorno na PGR.

Ex-assessor implode Geddel e revela que ajudou a destruir provas contra o peemedebista

O assessor parlamentar Job Ribeiro Brandão, funcionário de confiança do ex-ministro Geddel Vieira Lima e de seu irmão Lúcio, deputado federal, foi convocado para uma missão delicada. Graças a um habeas corpus, Geddel, um líder do PMDB, ex-ministro do governo Temer e integrante do círculo de amigos mais próximos do presidente Michel Temer, havia deixado a penitenciária da Papuda, em Brasília, na noite de 13 de julho. De volta a Salvador para cumprir prisão domiciliar, Geddel tinha pressa. 

Preocupado com a possibilidade de as investigações da Operação Lava Jato o devolverem ao cárcere, Geddel incumbiu Job de destruir documentos, agendas e anotações. 

Assim fez Job. Papéis foram picotados e jogados na privada; outros documentos foram colocados em sacos de lixo e descartados. Estava limpo o terreno caso houvesse uma nova batida da Polícia Federal.

Mas memória não vai para o lixo. A operação secreta foi revelada por Job, em um depoimento inédito ao qual ÉPOCA teve acesso com exclusividade, e constitui um grave relato de interferência nas investigações, capaz de agravar a situação de Geddel. Job contou um pouco do que sabe ao delegado Marlon Cajado na Superintendência da Polícia Federal da Bahia, em Salvador, na terça-feira, dia 14, como uma mostra de boa vontade e disposição para firmar um acordo de delação premiada com a Lava Jato. 

A memória de Job é perigosa para Geddel e seu irmão Lúcio. Em prisão domiciliar desde setembro, o ex-­assessor pretende tornar públicas suas lembranças para se livrar da pena.

Job foi alvo de prisão domiciliar porque suas impressões digitais foram identificadas nas notas poucos dias depois de a Polícia Federal descobrir a caixa-forte de Geddel num pequeno apartamento em Salvador. As imagens com malas cheias de dinheiro, mais exatamente com R$ 51 milhões, correram o mundo como prova desvergonhada de corrupção. Ged­del voltou à Papuda, porque o apartamento fora emprestado a ele e ao irmão. Lúcio, no entanto, nada sofreu por estar protegido pelo foro privilegiado. Era óbvio que as impressões dos dedos de Job estariam na bufunfa. 

Contratado como assessor parlamentar, pago com dinheiro público, uma das principais atividades de Job sempre foi contar dinheiro para os Vieiras Lima, como ele mesmo diz.

Job teve uma longa história de relacionamento com a família. Começou a trabalhar como secretário parlamentar do patriarca Afrísio Vieira Lima, que também foi deputado federal, no fim da década de 1980. Depois, passou a ser assessor parlamentar de Geddel, entre 1991 e 2007, quando ele exerceu mandatos de deputado federal, e se tornou funcionário de Lúcio Vieira Lima em 2011. Job só foi exonerado por Lúcio, no mês passado, após se tornar um investigado. 

Com um histórico desses,  tinha acesso direto e privou da intimidade dos Vieira Lima.

Procurado, o advogado de Job, Marcelo Ferreira, confirma que seu cliente quer fazer delação premiada e estuda entrar com uma ação na Justiça pedindo ressarcimento dos valores de seu salário que eram devolvidos à família Vieira Lima. “Apesar de figurar nos registros da Câmara dos Deputados como secretário parlamentar, na prática as atividades de Job se resumiam aos interesses pessoais dos parlamentares e familiares, um verdadeiro empregado doméstico, refém das circunstâncias e obrigado a devolver a maior parte de seu salário, pago pelos cofres públicos”, diz o advogado.

A defesa da família Vieira Lima afirmou que não comentaria o caso, por não ter tido acesso ao depoimento de Job. “(Job) É uma pessoa que trabalhava pra gente há 30 anos, então não estou sabendo de muita coisa que ele está dizendo, aí eu não posso dar opinião não, só o advogado mesmo”, disse Marluce Vieira Lima. O deputado Lúcio Vieira Lima disse que só seu advogado poderia responder. A defesa de Geddel argumentou que as buscas no apartamento com os R$ 51 milhões foram ilegais porque partiram de denúncia anônima.

Lula desafia Moro em discurso no Congresso do Partido Comunista

Recebido como a principal atração no 14º Congresso do PCdoB, que aconteceu neste final de semana, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso que teve de tudo um pouco: atacou o juiz Sérgio Moro, o Ministério Público e a Polícia Federal, disse que Jair Bolsonaro tem o direito de candidato a disputar a Presidência da República, que a Câmara é composta por reacionários e trogloditas, que Michel Temer e sua turma são usurpadores e fez uma defesa de seus dois governos. 

Ao criticar o pedido feito pelo Ministério Público de bloquear R$ 24 milhões de suas contas, o petista aproveitou para criticar Moro. 

“Não sei se vocês são católicos. Olhem a provação que estou passando. Provei minha inocência. E agora vem um cidadão, que não sei quem é e pede o bloqueio de R$ 24 milhões.

Esse cidadão, que não tenho ideia quem seja, precisa ter a decência de dizer onde tenho esses R$ 24 milhões. Já fui condenado por um apartamento que o próprio juiz disse que não tenho.
Esse juiz (se referindo a Sérgio Moro) está com rabo preso com a Rede Globo. 
E não tem como sair. Inventaram uma mentira e não tem como sair dela”, disse Lula em seu discurso. 

Na sequência, o ex-presidente afirmou “desafiar” os procuradores, a Polícia Federal e o juiz Moro a provarem que ele juntou R$ 1 real que seja na sua vida que não fosse legal.

 “Não tenho rabo para prender. Não estou acima da lei. Só quero respeito. Quando a Polícia Federal invade a casa de alguém e acha dinheiro aí ela adora mostrar os dólares, as joias. E quando entra na minha casa, nos quartos do meu filho, abrem a tampa do fogão, levantam o colchão e não encontram nada aí esse sacana tem a obrigação de chamar a imprensa e pedir desculpa”, afirmou. 

Ao falar de eleição de 2018, Lula disse que ninguém irá criar cizânia entre ele a deputada estadual Manuela d`Ávila pelo fato de o PCdoB tê-la lançada pré-candidata à Presidência da República. Ele falou da ligação histórica do PT com os comunistas. 

“Quero dizer da minha eterna gratidão ao PCdoB. A relação que mantenho com vocês é histórica. Vem de 40 anos. Não pense que você, Manuela, sendo pré-candidata isso irá criar rusga entre nós. Eu e o PCdoB continuaremos companheiros e na luta”. 

Lula falou da candidatura de Bolsonaro e defendeu o direito dele de ser disputar o Palácio do Planalto. E o criticou. O petista disse que o consideram de extrema esquerda por defender temas como a regulação dos meios de comunicação e que tratam Bolsonaro como de extrema direita. 

“Não sou de extrema esquerda. E o Bolsonaro nem é de extrema direita. O Bolsonaro é mais que isso. Mas não vou dizer o que ele é. Ele tem o direito de ser candidato e de convencer as pessoas e o Brasil. Mas vai colher o que plantar” – afirmou. 

O ex-presidente criticou o governo Michel Temer e o Congresso Nacional e afirmou que, juntos, estão acabando com as conquistas de seu governo, como o investimento em ensino público, o pré-sal, direitos trabalhistas e previdenciários, entre outros. 

Acusou o governo Temer de fazer um desmonte de tudo que construiu. 

E atacou também a reforma trabalhista. “Estamos quase voltando a escravidão. Trabalhar para ganhar quase zero. Esse governo acabou com as horas extras de sábado e domingo, com a estabilidade da mulher gestante…

Estamos fragilizados na luta. Esses congressistas não têm compromisso conosco. Nunca vi tanto deputado reacionário. Tanto troglodita. E, se não tomar cuidado, vai piorar”. 

No final, o condenado Lula foi saudado pelos participantes do congresso do PCdoB com o bordão “Lula guerreiro do povo brasileiro”.


A militância extremista de Lula

O condenado Lula também disse neste domingo, segundo a Folha:
“Não tenho mais idade de ficar criando o ‘Fora, Temer’ e ele estar dentro, de ficar criando o ‘não vai ter golpe’ e ter golpe. Vamos ter que parar de gritar e evitar que isso aconteça mesmo.”

De acordo com o jornal, uma militante da plateia falou que a solução, neste caso, seria “pegar em armas”, em referência aos movimentos contrários à ditadura.

Lula respondeu rindo e disse que era melhor “nem falar disso”.

“Eu não sei usar [armas].”

Lula, de fato, nunca precisou fazer ele próprio o trabalho sujo.