segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Camila Pitanga é hostilizada e insultada em shopping: "petista escrota"


Uma das mais ardorosas defensoras do PT na classe artística, a atriz Camila Pitanga foi surpreendida neste domingo (18) por hostilidades dentro do shopping Leblon, no Rio de Janeiro.

A atriz estava acompanha pela filha de apenas 9 anos, quando foi abordada por uma mulher aos gritos de ‘petista escrota’, entre outros palavrões.

A atriz reagiu, rebateu a provocação e uma discussão enorme chamou a atenção de outras pessoas que acabaram intervindo, evitando uma consequência mais grave.

Para encerrar a briga, Camila pediu ‘paz’ para a mulher e que ela liberasse o caminho para que pudesse passar com a filha.

Com os ânimos mais calmos, mas visivelmente abalada, a atriz foi embora sentido o peso de seu engajamento político-partidário.

Se intervenção der certo, pode ser o "Plano Real" de Temer


Surgiu o mais forte pré-candidato à presidência pelo 'Centrão' (o bloco de partidos formado por PMDB, PP, PR, PSD, PTB, PROS, SD, PRB e afins que comanda o Brasil).

Michel Miguel Elias Temer Lulia.

Sim, você não leu errado. Estou falando de Michel Temer.

Veja um trecho do discurso dele ao decretar a intervenção federal no Rio de Janeiro:

"Nós, que já resgatamos o PROGRESSO no nosso País e retiramos, sabem todos, o País da pior recessão da sua história, nós agora vamos restabelecer a ORDEM".

Ordem e progresso. Frase da bandeira nacional. E um ótimo slogan eleitoral. Mais patriota, impossível.

Pense um pouco. O presidente é o único que não precisa sair de seu cargo para concorrer e tem até dia 15 de agosto para decidir se participa da eleição ou não.

As opções de apoio do Centrão são tão ou mais chuchus do que ele. Se o Plano Doria for descartado, sobram Meirelles (que não tem apoio nem do próprio partido) e Alckmin (que não tem apoio do grão-tucano FHC, responsável por tentar fritar sua candidatura toda semana, e não se move nas pesquisas mesmo sendo governador do estado mais populoso do país há quase 8 anos).

Temer poderia aliar o poder da máquina federal - que continuaria comandando - com um grande bloco de apoio, o que significaria muito tempo de televisão, muito dinheiro do fundo partidário e eleitoral para campanha (limitado, *no papel*, a R$ 70 milhões), uma enorme estrutura local de campanha (prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais) e concorrentes a menos na disputa.

A intervenção federal no Rio, guardadas as devidas proporções, é o "Plano Real" de Temer. Se funcionar e reduzir a sensação de insegurança dos cariocas até as eleições, Temer transformará a pauta de Bolsonaro em pó. Não faz sentido votar em quem apenas promete se o eleitor pode votar em quem já faz.

Anti-esquerda? Não existe nome mais anti-esquerda no Brasil neste momento do que Temer, de acordo com a própria esquerda que grita "Fora Temer" até em fila de açougue. Note que nenhum esquerdista grita "Fora Bolsonaro" por aí.

Pautas reformistas? Temer tem a Reforma Trabalhista (com o fim do imposto sindical), a PEC do Teto, a mudança na taxa de juros do BNDES para acabar com o bolsa empresário nos próximos anos e ainda teve colhões para tentar passar a Reforma da Previdência (que, agora, ganha uma ótima desculpa para ficar para 2019: a própria intervenção federal que impede a votação de PECs). A segurança aos investidores de que a pauta de reformas continuaria estaria garantida.

FHC tinha 8% de intenções nas pesquisas no final de 1993 contra 42% de Lula. Acabou eleito no primeiro turno no ano seguinte com 54% dos votos. Sem Lula, o jogo fica totalmente aberto este ano. Não é nada impossível que Temer resolva, ele próprio, defender o seu governo numa campanha de reeleição.

E isto também interessaria aos partidos aliados. O DEM poderia ser atraído para o bloco com o apoio do MDB a candidatos a governador como Cesar Maia (RJ) e ACM Neto (Bahia), além da manutenção de Rodrigo Maia na presidência da Câmara. O PSDB custaria mais caro, talvez uma vice-presidência, o apoio a Alckmin senador (e posteriormente presidente do Senado) e Doria governador de SP (eleição ganha no primeiro turno com o pé nas costas), mas nada de outro mundo.

Tudo depende, claro, da tal intervenção funcionar. Mas você sabe como é o Brasil: tudo passa a funcionar no ano eleitoral, obras são inauguradas, tudo muito lindo e maravilhoso, e políticos são reeleitos graças a isto. Depois das eleições todo mundo percebe que não se resolve problemas complexos com intervenções pontuais (e que custam rios de dinheiro), mas aí Inês é morta.

A intervenção federal no Rio é o Temer 2018. E pode dar certo.

PS: Também estaria garantida a manutenção do novo Ministério da Segurança Pública, o qual poderia eventualmente abrigar um novo ministro em 2019, como um candidato à Presidência que tivesse a pauta da segurança...

(Texto de Marcelo Faria. Empreendedor e presidente do Ilisp)

(Agradecimentos ao Pedro Henrique Ferreira pela conversa virtual que gerou esta análise)

No Jornal da Cidade Online.

Interventor já perdeu um irmão para a violência do Rio


O general Braga Netto, interventor federal no Rio de Janeiro, conhece de perto a dor da violência carioca.

Ricardo Braga Netto, seu irmão, oficial da Marinha, foi assassinado na ponte Rio-Niterói, ao tentar evitar um assalto, quando retornava do quartel da Marinha em Niterói. O fato ocorreu na década de 80.

Respeitado pela tropa, "durão" e experiente é como colegas definem o general de Exército Walter Souza Braga Netto.

Durante uma palestra em agosto de 2017 no Centro Cultural Justiça Federal, Braga Netto afirmou que as operações do tipo Garantia de Lei e Ordem (GLO) têm alguma eficácia, mas um alto custo financeiro, social, logístico e até mesmo psicológico para as Forças Armadas e seriam desnecessárias se os Estados tivessem políticas de segurança pública mais eficientes.

Na entrevista coletiva sobre a intervenção federal no Rio, o general afirmou que não tinha nada a adiantar sobre quais seriam suas ações práticas como interventor, registrou o Jornal da Cidade.

‘Eu recebi a missão agora. Nós vamos entrar numa fase de planejamento. No momento, não tenho nada que eu posso adiantar para os senhores. Vamos fazer um estudo, vamos conversar com todos. E nossa intenção é fortalecer ainda mais o sistema de segurança do Rio de Janeiro, para voltar a atuar conforme merece a população carioca’, afirmou.

Da Venezuela PCC recebe armamentos pesados e drogas



Operações clandestinas e negociações ligam a organização criminosa Primeiro Comado da Capital (PCC) a traficantes venezuelanos de armas e drogas.

A Polícia Civil de Roraima conseguiu interceptar uma negociação entre um representante do PCC de São Paulo, um tal de Jaçanã, e um integrante da facção em Roraima, vulgo ‘Toni Caolho’.

A dupla – Jaçanã e Toni Caolho - tratava da compra de fuzis e drogas vindos da Venezuela para serem revendidos na região de Santos, no litoral paulista.

Em dado momento Jaçanã pergunta sobre armamentos de calibre mais grosso a Toni Caolho. 

"Os mais grosso (sic), eu tô chegando lá, mano! Eu tô chegando já ali nas AK-47! O cara disse que vai tá mandando umas fotos pra mim essa semana aí. Tamo aqui pesquisando os preço (sic), mano".

Uma outra frente de investigação, deteve a taxista venezuelana Yudith del Carmen, de 41 anos, que confessou que fazia viagens para trazer drogas ao Brasil a pedido de traficantes venezuelanos. Ela revelou ainda que recebia muitos pedidos via WhatsApp de presos brasileiros em Roraima com fotos de armas que eles queriam que fossem trazidas do país vizinho. 

Os grampos e o depoimento da venezuelana deram convicção aos setores de inteligência da Polícia Civil de que o PCC opera uma nova rota de importação de armas pesadas na fronteira com a Venezuela.

A moeda de troca dos negócios criminosos do PCC na fronteira são carros roubados no mercado brasileiro e enviados, muitas vezes com placas clonadas, para a região que divide os dois países.

(com Jornal da Cidade Online conteúdo)

O que vale é ser contra e dane-se a segurança do povo do Rio de Janeiro


Senador Humberto Costa (PT-PE), somente um parvajola de sua espécie tem o desplante e a insensibilidade de dizer que a intervenção na segurança pública do RJ pode comprometer a democracia.

Ridícula, parva e recheada de animosidade contra o governo federal, a sua manifestação só encontra amparo entre os bandidos, travestidos de políticos, que, diante de uma situação gravíssima, ainda usam a politicagem rasteira para alfinetar medida positiva a favor de todo o povo do RJ.

Gostaria de vê-lo morando com a sua família nas regiões periféricas cariocas, tendo de se deslocar todos os dias pela Linha Vermelha e outras vias conflagradas pelos narcotraficantes, sob intenso tiroteio diário, para agora vir fazer considerações despropositadas relativas à integridade de nossa democracia.

O corrupto governo do PT passou mais de 13 anos no poder e foi incapaz de trazer uma solução compartilhada com a administração carioca, e isso que Lula e Dilma eram amigos do outro corrupto, preso, Sérgio Cabral.

Agora, no maior descaramento, ouve-se desse senador que o PT votará contra a aprovação do decreto presidencial em prol da segurança pública carioca, com estapafúrdias justificativas.

Senador, deixe dessa cretinice extremada, desse ranço perverso e dessa picuinha pueril contra o governo federal, o qual apenas está tomando medida constitucional para salvaguardar a integridade física de ir e vir do povo carioca.

Não confunda alhos por bugalhos. Não confunda politicagem com política. Não traga para o problema carioca resquícios do atavismo medieval, da truculência, do desatino petista, diante de um problema tão grave.

texto por Júlio César Cardoso, bacharel em direito
Jornal da Cidade Online conteúdo

O que esperar do país em que nem os ministros do TCU respeitam o teto constitucional


Seria melhor que acabassem de uma vez com esta piada infame denominada ‘teto constitucional’.

Nossas autoridades não o respeitam e pisoteiam sobre este dispositivo sem qualquer constrangimento.

Cotidianamente novos ‘penduricalhos’ são inventados para burlar a Carta Magna.

E justamente de onde deveria vir o exemplo, acontecem aberrações absurdas e incompreensíveis para o cidadão comum, o pagador de impostos.

Nem o Tribunal de Contas da União respeita o teto constitucional de R$ 33.763 para os seus abastados ministros.

Segundo o jornal ‘O Globo’, ‘Tem caso de ministro recebendo em um mês R$ 78 mil, somando, entre outros penduricalhos, R$ 25 mil em diárias ao salário. Outro, pelo mesmo motivo, chegou a R$ 69 mil em setembro de 2016, incluindo R$ 19,5 mil de diárias. Há ainda um terceiro, que embolsou R$ 44,4 mil, e incluiu na conta o ressarcimento do plano de saúde no valor de R$ 6,9 mil’.

Com que autoridade a corte vai fiscalizar os demais órgãos do estado?

A debandada dos venezuelanos para os países vizinhos

Três milhões de venezuelanos (um décimo da população) abandonaram a ditadura de Nicolás Maduro, sendo 1,2 milhão só nos últimos dois anos, segundo o Wall Street Journal.

O Globo, em editorial, mostra os efeitos da debandada na América do Sul:

“No fim de 2017, a Colômbia havia abrigado 550 mil cidadãos do país vizinho, um aumento de 62% em relação a 2016. Desde janeiro deste ano, mais 50 mil refugiados entraram na Colômbia. São números que se comparam aos 600 mil sírios que pediram asilo à Alemanha, e aos 700 mil rohingyas que fugiram de Mianmar para Bangladesh.

No Brasil, números da Superintendência da Polícia Federal de Boa Vista, principal porta de entrada dos refugiados, mostram que só nos primeiros 45 dias de 2018, 18 mil venezuelanos pediram formalmente abrigo na capital de Roraima, ante 17,8 mil em todo o ano passado.

A PF de Boa Vista estima uma média diária de 600 pedidos de refúgio. São pessoas desesperadas, em fuga da escassez de alimentos e remédios, do desemprego, da repressão, entre outros infortúnios. Calcula-se que 40 mil refugiados entraram no Brasil pela fronteira com Roraima em 2017. Neste ano, já são dez mil.

O venezuelano que chega ao Brasil pertence à faixa mais pobre da população. Já um estudo da PF mostra que dos 17,8 mil venezuelanos que solicitaram abrigo em 2017, 1,9 mil (6,2%) são engenheiros e 862 (4,8%), médicos, mesmo percentual de economistas.”

A blindagem das fronteiras

O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), defende a presença das Forças Armadas para fiscalizar os mais de 1.400 quilômetros de fronteira seca que separam o estado da Bolívia e do Paraguai.

“Já apresentamos projeto neste sentido ao Ministério da Justiça, e entendemos que não adianta combater o problema da droga nos morros do Rio e nos grandes centros, se não blindarmos as nossas fronteiras”, disse Azambuja ao Globo.

O jornal lembra que as estradas no Mato Grosso do Sul são consideradas o maior corredor de distribuição de drogas e armas da América do Sul, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).


“Em 2016, de acordo com o relatório, a polícia apreendeu duas mil toneladas de drogas em solo brasileiro — um quarto só nas rodovias da região.”

“O Rio é apenas o efeito, a causa está nas fronteiras”

O governador de Rondônia, Confúcio Moura (MDB), falou ao Globo sobre a intervenção federal no Rio.

“Essa intervenção é uma atitude última para dar uma resposta imediata à situação. Mas não resolve, porque o Rio de Janeiro é apenas o efeito. A causa está nas fronteiras brasileiras, na ausência da presença do Estado nessa extensa fronteira. Se o governo não encarar o problema real, o resultado vai ser decepcionante.”

Segundo Moura, só duas bases fazem o patrulhamento de mais de 1,2 mil quilômetros de fronteira com a Bolívia.

“Estamos completamente desguarnecidos. Há circulação livre de barcos para lá e para cá. Precisamos descontingenciar recursos para botar as Forças Armadas nas fronteiras.”

Sistema prisional do Rio opera 96% acima da capacidade

Juntas, todas as unidades prisionais do estado do Rio de Janeiro têm capacidade para receber cerca de 26 mil presos, mas atualmente operam 96% acima da capacidade, informa O Globo.

Gutembergue de Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio, disse ao jornal que há unidades funcionando acima do dobro da capacidade original.

“Em Bangu 3, por exemplo, onde estão recolhidos presos da maior facção criminosa do Rio, há 2.300 detentos. Originalmente, a capacidade de acolhimento era de 950 presos. No Plácido de Sá Carvalho, também em Bangu, há 3.500 presos, mas a capacidade é de 1.700 apenas.”

De acordo com o sindicato, há ainda um déficit de 2,5 mil agentes. Mesmo assim, Gutembergue de Oliveira vê a intervenção federal no comando da Seap com uma ponta de esperança.

“O resultado da crise de segurança sempre deságua no sistema penitenciário. Ficamos com o maior ônus, que são os presos. Sou favorável a intervenção. Se o paciente está doente e recebe algum remédio, isso sempre traz esperança. Só não sei se o remédio vai só baixar a febre ou se vai mesmo resolver o problema.”

O site O Antagonista ressalta apenas que superpopulação carcerária não necessariamente quer dizer encarceramento excessivo. Pode haver poucos presídios para muitos criminosos, ou má distribuição de presos entre os presídios existentes. 

Sem falar na grande quantidade de presos provisórios, à espera de julgamento, em razão da lentidão da Justiça brasileira.

O que representa o Ministério da Segurança Pública

“A criação do Ministério da Segurança não representa coisa alguma, a não ser a transferência de órgãos de um lado para outro da Esplanada, já muito abarrotada de ministérios, e mais cargos para nomeação. Dependendo de quem for escolhido para comandá-lo, pode ser ainda pior do que já está. Por que a Polícia Federal ou a Polícia Rodoviária Federal ficariam melhores saindo da Justiça?, segundo Míriam Leitão, em O Globo.

Ao anunciar ontem que vai criar o novo órgão, o presidente Temer reduz a força de sua própria decisão de sexta-feira de decretar a intervenção na segurança do Rio. No primeiro ato, é a tentativa de encontrar uma saída para problema agudo. O segundo é inútil e demonstra falta de foco. (…)”.

Folha, em editorial, chama Facebook de “Fakebook”

A Folha continua na sua guerra contra o Facebook.

Eis um trecho do editorial deste domingo (18).

“Em janeiro, na tentativa de livrar-se da cobrança crescente, Mark Zuckerberg decidiu que o algoritmo que rege as interações entre usuários seria mudado de modo a privilegiar postagens pessoais, em detrimento das promovidas por marcas e empresas.

A medida deve banir de fato o conteúdo divulgado por veículos de jornalismo profissional e, ainda que indiretamente, facilitar a propagação das ‘fake news’, em geral de muito mais apelo e estridência que as notícias factuais.

De fato, nos últimos quatro meses as interações em páginas que produzem ‘fake news’ subiram 61,6%; nas de jornalismo profissional, houve queda de 17%.

Por tudo isso, a Folha anunciou, em 8 de fevereiro, que deixou de atualizar com notícias sua página no Facebook.

As redes sociais surgiram com a promessa de ser um ambiente de convívio e intercâmbio de ideias e dados, e em boa medida atingem esse objetivo. Mas as empresas por trás delas se tornaram um dos poderes emergentes de nossa era.”

Sepúlveda Pertence saiu do STF para beneficiar advogado que depois o empregou

O biógrafo do Feira assina um perfil de José Paulo Sepúlveda Pertence, no Estadão, e destaca que o atual advogado de Lula se arrepende de ter sido um dos responsáveis pelo fortalecimento do Ministério Público, quando fazia parte de uma comissão encarregada de formular sugestões aos deputados constituintes, em 1988, informa o site O Antagonista.

Ele não foi protagonista de nada, mas tudo bem. A parte que interessa é aquela que mostra que Sepúlveda Pertence deixou o STF antes de completar 70 anos, para atender a uma conveniência do advogado Sérgio Bermudes, seu amigão do peito. O próprio Sepúlveda relata o episódio numa entrevista de 2010, citada no perfil:

“O advogado contou, então, que saiu antes da compulsória justo a pedido de Bermudes, um dos mais fortes articuladores, se não o maior, da indicação do ministro Menezes Direito, então no STJ – a quem prometera mover mundos e fundos, dentro de seu alcance, para levá-lo ao Supremo. Bermudes sentiu que havia chance com a vaga de Pertence. O problema é que se fosse esperar o ministro sair na data devida, Direito teria feito aniversário (em 8 de setembro) e atingido a idade proibitiva para a indicação (65 anos).

“Por livre e espontânea vontade, o conservador Menezes Direito jamais seria o candidato de Pertence para substituí-lo. Numa conversa com o presidente Lula, no começo de 2006, este lhe perguntara, brincando: ‘E aí, Zé Paulo, quem vai para a tua vaga?’. O ministro citou o nome do advogado e constitucionalista Luís Roberto Barroso, e o da quase-prima Cármen Lúcia, que acabou indo antes. Se tivesse que citar dez nomes, o de Menezes Direito não viria. Mas Bermudes pediu por Direito. Teve o aval e o apoio decisivos do então ministro Nelson Jobim, a concordância tácita do advogado e ministro Márcio Thomaz Bastos, e, claro, tanto Pertence pesava na balança, a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“‘Eu já vinha dizendo que não ia esperar a compulsória’, contou Pertence. ‘Estava em fase de um certo cansaço com a linha de produção do STF. Às sextas não havia sessões – mas eu ficava no gabinete. Era um protesto silencioso. Estava cansado.’”

Mas não era somente “cansaço”:

“No começo de 2007, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ligou a ele para dizer que a Polícia Federal tinha uma interceptação telefônica que poderia comprometê-lo – por levantar a suspeita de que recebera R$ 600 mil de propina de um advogado. ‘Era um equívoco, um absurdo completo, que o Márcio ficou de acompanhar’. disse o advogado. Indignado com a aleivosia, Pertence deu uma entrevista partindo para o ataque. Assustou-se com alguns comentários postados no site depois da entrevista. ‘Foi terrível. Tinha gente propondo o meu enforcamento. Essa sugestão do enforcamento me deprimiu. E isso me chateou muito.’

“Juntando tudo, saiu do STF. ‘O motivo da saída foi fazer uma homenagem ao Menezes Direito e a todos que patrocinaram a sua candidatura’, disse. ‘Ele não era o meu perfil, não seria o meu candidato, mas tinha excelentes relações pessoais. Eu vou sacrificar o sonho de um sujeito por causa de mais dia ou menos dia? Não achei que era justo, e saí’.”

Se o Brasil fosse um país razoável, seria formada uma comissão de investigação parlamentar, a partir desse perfil de Sepúlveda Pertence. Ele simplesmente confessou que saiu do STF, a fim de encaixar o predileto de um advogado na mais alta corte do Judiciário brasileiro — advogado que o empregou logo em seguida.

É um exemplo de patrimonialismo e privatização do STF.