terça-feira, 8 de agosto de 2017

QUEM APOIA O REGIME DE MADURO?

Eleitores de Bolsonaro se revoltaram com voto do deputado na denúncia contra Temer

Voto de Jair Bolsonaro causou curto circuito em seu eleitorado. Muitos demonstraram descontentamento e decepção com o posicionamento do deputado na sessão que arquivou o prosseguimento das investigações contra Michel Temer.
ELEITORES DE BOLSONARO SE REVOLTARAM COM VOTO DO DEPUTADO NA DENÚNCIA CONTRA TEMER
por Kiko Nogueira
O voto dos Bolsonaros Jair e Eduardo na Câmara a favor da denúncia contra Temer causou um curto circuito em seu eleitorado e uma debandada em massa.
Antipetistas, anticomunistas, pouco inteligentes e sobretudo com pânico de Lula, fãs de Bolsonaro preferem manter um corrupto amigo como Michel Temer.
Bandidos de estimação, desde que à direita, estão liberados na utopia fascista.
A reação forçou pai e filho a dar explicações.
Eduardo fez um vídeo no carro, dirigindo (alô, autoridades do trânsito). Reclamou que lhe passaram um “atestado de trouxa”, que “tem vergonha na cara” e que é preciso “um cara decente na presidência”.
Seu genitor escreveu nas redes tentando explicar a diferença entre votos “sim” e “não” para sua galera de analfabetos políticos.
A verdade é que ambos colaboraram com a estratégia de Michel Temer.
Como lembrou Lauro Jardim no jornal O Globo, deram quórum, garantindo o início da sessão que deveria matar a primeira denúncia.
Na sequência, votaram pelo encerramento das discussões, garantindo que a votação começasse o quanto antes e, com isso, se encerrasse também rapidamente.
A fragilidade do discurso moralista é facilmente desmoronável e cheia de buracos populistas.
Até 2018, muita água suja vai minar a candidatura da grande esperança branca da extrema direita, segundo colocado na pesquisas mais recentes.
conteúdo: pragmatismo politico

A PUREZA FATAL DO INCORRUPTÍVEL EM NOME DO POVO: LIÇÕES IMPORTANTES DA VIDA DO JACOBINO ROBESPIERRE

Poucas pessoas causaram mais mal à humanidade do que aquelas que se imbuíram sinceramente da crença de que lutavam em nome do povo. Quando este conceito abstrato passa a ser confundido com a própria pessoa, quando ela não mais consegue se distinguir do tal “povo”, eis onde mora o grande perigo. O nobre fim – libertar o povo de todas as opressões e mazelas – passa a justificar quaisquer meios. E ninguém melhor do que Robespierre para ilustrar este risco.
A PUREZA FATAL DO INCORRUPTÍVEL EM NOME DO POVO: LIÇÕES IMPORTANTES DA VIDA DO JACOBINO ROBESPIERRE
por Rodrigo Constantino
“E se entrar outro corrupto? Aí é simples: a gente vai derrubando. Um, dois, três, quatro, cinco, dez, vinte, até que você da sociedade pare de fazer merda e coloque alguém decente na presidência”. Essa foi a fala do deputado Eduardo Bolsonaro num vídeo de desabafo gravado em seu carro, para justificar seu voto da quarta, dia 2.
O voto era complicado mesmo, pois a extrema-esquerda, como já disse, montou uma narrativa que deixou todos os demais numa grande sinuca de bico: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Ou se votava ao lado dos radicais comunistas, fazendo seu jogo, ou corria o risco de ter a pecha de “defensor de bandido” e “incoerente hipócrita”. Vitória de Pirro.
Mas gostaria de falar mais sobre o que disse Eduardo. Se for para levar totalmente a sério essa retórica purista, não há política que resista, não há sistema que sobreviva. O deputado está em busca da pureza, uma “pureza fatal”, que não faz parte da vida real, menos ainda da vida política. Se seu pai fosse eleito, não governaria um dia com essa mentalidade, sem concessão alguma aos que estão no poder.
Aliás, a fala é simplista e foca 100% na pessoa, na figura do presidente, que deveria ser um santo, em vez de focar no próprio sistema, no mecanismo perverso de incentivos, como na concentração de poder e recursos no estado. Sei que corro o risco de ter meu raciocínio distorcido, mas é um risco que preciso correr, pois vejo um grande perigo nessa postura.
Não é relativismo moral, algo com que jamais compactuei, até porque quem me conhece sabe do meu rigor ético até excessivo. Sou pouco flexível com “malfeitos” de todo tipo, por menor que sejam. Mas daí a pregar essa pureza infantil, e de forma claramente radical e jacobina, de quem não liga a mínima para a estabilidade e quer ir degolando uma, duas, dez, vinte cabeças até se encontrar “o incorruptível”, vai uma longa distância, que separa a pessoa razoável de um fanático moralista ou um hipócrita oportunista.
Robespierre fazia parte do primeiro grupo. Esses são ainda mais perigosos do que os outros, que apenas usam o discurso da pureza ética para se promover. Segue, portanto, uma resenha que fiz para a revista Voto de uma biografia do líder jacobino, que pode ajudar a ilustrar meu ponto central aqui:
Em nome do povo
“Amar a Humanidade é fácil; difícil é amar o próximo.” (Nelson Rodrigues)
Poucas pessoas causaram mais mal à humanidade do que aquelas que se imbuíram sinceramente da crença de que lutavam em nome do povo. Quando este conceito abstrato passa a ser confundido com a própria pessoa, quando ela não mais consegue se distinguir do tal “povo”, eis onde mora o grande perigo. O nobre fim – libertar o povo de todas as opressões e mazelas – passa a justificar quaisquer meios. E ninguém melhor do que Robespierre para ilustrar este risco.
Durante os últimos cinco meses de vida, quando concentrou um poder praticamente tirânico sobre a França, mais de duas mil pessoas foram guilhotinadas em Paris, uma quantidade mais de cinco vezes superior ao que havia sido morta nos onze meses que precederam o reinado do terror pessoal de Robespierre. Na biografia de Ruth Scurr sobre esta importante figura da Revolução Francesa, o próprio título já resume de forma sucinta a imagem desse perigo: Pureza Fatal (Editora Record, 2009).
Não teria sido a hipocrisia, ou mesmo as ambições materiais que tornaram Robespierre uma ameaça tão grande à liberdade, e, sim, sua total convicção de que ele e o povo eram uma só coisa. O Incorruptível, como era conhecido, seria a mão sangrenta executando com fanatismo as ideias de Rousseau. Robespierre, vestido com a capa da pureza moral, seria o instrumento da “vontade geral”. A visão de uma sociedade ideal, livre dos “pecados” da aristocracia e da miséria, faria com que ele acreditasse, de forma insana, ser o veículo da Providência que levaria a França para um futuro perfeito.
Os pobres haviam se tornado uma abstração coletiva, santificados por sua retórica, e seriam libertados por ele, o escolhido do povo. Nada poderia ficar no caminho entre ele e seus ideais. Quem eventualmente discordasse de alguma coisa, ainda que relativamente insignificante, seria visto como um “inimigo do povo”. Aquele que questionasse seus métodos era um traidor da Pátria, um contrarrevolucionário. Até mesmo seu antigo amigo e aliado Danton seria vítima de sua paranoia e acabaria guilhotinado também. A soberania popular precisava predominar, já que a vontade do povo é tudo, a fonte da Justiça. E ele, Robespierre, falava em nome do povo.
Robespierre nunca demonstrava arrependimento de nada, jamais reconhecia publicamente algum erro. Como diz a historiadora, “se ele estivesse errado, o povo também estaria, e Rousseau assegurara-lhe que esse simplesmente não poderia ser o caso”. Mirabeau teria percebido essa perigosa convicção, comentando: “Esse homem vai longe, ele acredita em tudo o que diz”. E, de fato, Robespierre foi mais longe do que qualquer um poderia imaginar. Ele foi um dos grandes responsáveis pela escalada de violência durante a Revolução, pelo degolamento do rei, pela prisão de milhares de inocentes, enfim, pela radicalização dos jacobinos que lançou o país numa guerra civil sangrenta. Em nome da paz, Robespierre ajudou a criar o Tribunal Revolucionário, que acabaria condenando inúmeras pessoas à guilhotina pelos motivos mais banais.
Nada disso passou despercebido pelos seus oponentes, que o acusaram de várias coisas diferentes. O marquês de Condorcet, um dos deputados girondinos, escreveu que Robespierre tinha apenas uma missão: falar incessantemente; “ele cria discípulos”. Acrescentou ainda que ele “diz-se amigo dos humildes e dos fracos, deixa-se seguir por mulheres e pelos pobres de espírito, recebendo a adoração deles com seriedade”. Enfim, Robespierre seria um “padre e nunca será nada além de um padre”. Ele pregava para uma seita, despertava a reverência dos ignorantes, que o viam como instrumento para sua sede de violência. Robespierre ajudou muito a abrir os portões da barbárie. O povo “puro” se mostraria, de fato, uma turba de vândalos e assassinos.
O julgamento popular pregado por Robespierre seguia a ética do linchamento. Quem precisa de tribunais legais quando se tem o povo para julgar? Robespierre, defendendo a execução do rei, escreveu: “Um povo não julga como um tribunal. Ele não determina sentenças, mas arremessa raios; ele não condena reis, mas os atira no abismo; tal justiça é tão atraente quanto a justiça dos tribunais”. Adotando a estratégia do duplipensar descrita por Orwell, Robespierre tentou se convencer que violência era paz. Na defesa da permanência do Terror, ele escreveu: “O terror nada mais é do que justiça, imediata, severa e inflexível. Ele é, portanto, uma emanação da virtude, resultando da aplicação da democracia às necessidades mais prementes do país”. Para aquele que não se importava com indivíduos, apenas com o “povo”, o terror passou a ser um meio necessário para seu nobre fim.
Nada poderia abalar sua crença de que sua vida era realmente dedicada ao melhor para o povo, nem mesmo o banho de sangue em Paris e a miséria espalhada por toda França. Mais cansado e desiludido, Robespierre constatou que “existem poucos homens generosos que amam a virtude por si só e desejam ardentemente a felicidade do povo”, naturalmente se incluindo nesse grupo seleto. O fracasso da Revolução não poderia ser fruto dos meios adotados por ele; tinha que ser culpa dos próprios homens, os quais não eram tão virtuosos como ele próprio.
A mesma postura seria vista nos comunistas mais tarde, que, apesar da desgraça que sua ideologia trouxe ao mundo, jamais aceitariam culpar o próprio sistema defendido. O experimento social de se criar o “novo homem” justifica todo tipo de atrocidade para essas pessoas. Trata-se de uma verdadeira tirania da visão, na qual somente eles possuem o monopólio da virtude. Quem não compartilha de suas crenças é um inimigo do povo, um alienado, um egoísta insensível, um traidor da classe.
Quantos crimes cometidos em nome da igualdade e liberdade! O povo teria mais chances de viver melhor se aprendesse a desconfiar de todo aquele “profeta” que jura falar em seu nome, que pretende guiá-lo ao paraíso. “O que sempre fez da Terra um inferno foi o fato de o homem tentar torná-lo seu paraíso”, disse o poeta Höelderlin. Em nome do povo, as maiores atrocidades foram praticadas.
Rodrigo Constantino
via Gazeta do Povo

OS SOCIALISTAS QUEREM A DITADURA

OS SOCIALISTAS QUEREM A DITADURA
Por Carlos I. S. Azambuja

O texto abaixo foi escrito por Claude Frédéric Bastiat (Baiona,30 de junho de 1801 — Roma, 24 de dezembro de 1850), economista e jornalista francês. A maior parte de sua obra foi escrita durante os anos que antecederam e que imediatamente sucederam a Revolução de 1848. Nessa época, eram grandes as discussões em torno do socialismo, para o qual a França pendia fortemente. Como deputado, teve a oportunidade de se opor vivamente às idéias socialistas, fazendo-o através de seus escritos, em estilo cheio de humor e sátira.
    
Entre os economistas franceses, Frédéric Bastiat ocupa um lugar de destaque. Sua obra completa se compõe de sete volumes. Um princípio domina sua obra: A lei deve proteger o indivíduo, a liberdade e a propriedade privada. É desta forma que Bastiat analisa o funcionamento do Estado, esta "grande ficção através da qual todos se esforçam para viver às custas dos demais". Para ele, protecionismo, intervencionismo e socialismo são as três forças de perversão da lei.
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Como se vê, os homens não passam de matéria vil. Não lhes cabe desejar o bem, pois são incapazes disso. De acordo com Saint-Just, somente o legislador pode fazê-lo. As pessoas são apenas o que deseja que sejam. De acordo com Robespierre, que copia Rousseau literalmente, o legislador começa por indicar a finalidade pela qual se institui a Nação. A seguir, o governo deve apenas dirigir a ela as forças físicas e morais da Nação. Ela mesma fica sempre passiva em tudo isso. E Billauyd-Varene nos ensina que o povo deve ter apenas preconceitos, hábitos, afeições e necessidades que o legislador autorizar. Ele chega até a afirmar que a inflexível austeridade de m homem é a base da República.   
    
Vimos que, no caso em que o mal ser tão grande que os juízes comuns não possam remediá-lo, Mably recomenda a ditadura para promove a virtude: “recorrei a um tribunal extraordinário com poderes consideráveis por um curto espaço de tempo. A imaginação dos cidadãos precisa ser sacudida”. Essa doutrina não foi esquecida. Escutemos Robespierre (*):
    
“O princípio do governo republicano é a virtude, e o meio pelo qual se estabelece, o terror. Em nosso país desejamos substituir o egoísmo pela moralidade, a honra pela honestidade, os costumes pelos princípios, a etiqueta pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo pelos erros e pela pobreza, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza da alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, as boas companhias pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, a astúcia pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio do prazer pelo charme da felicidade, a pequenez dos grandes pela grandeza dos homens, um povo amável, frívolo e miserável por um povo genuíno, forte e feliz. Em suma, desejamos substituir todos os vícios e absurdos de uma monarquia por todas as virtudes e milagres de uma república.
    
(*) Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (1758-1794) advogado e político jacobino, foi um dos principais líderes da Revolução Francesa, sobretudo no período conhecido como Terror (de 5 de dezembro de 1793 a 28 de julho de 1794) marcado pela execução em massa dos “inimigos da revolução”, o que resultou em cerca de 40 mil mortos. 


Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

Alerta Total – www.alertatotal.net

Relatório que aponta corrupção de Gleisi é chance de Janot 'disfarçar seu seletivismo'

Luciano Ayan, colunista, em artigo postado no site Re-União, defende que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, deveria pedir a prisão da senadora Gleisi Hoffmann. 
Um inquérito concluído pela Polícia Federal aponta a senadora como receptora de R$ 4,5 milhões de propina. 

Para Ayan, um pedido de prisão não provaria ausência de seletivismo, "mas ainda daria para disfarçar um pouco". 

Leia trecho do artigo: 

Aguardamos pelo menos um pedido de prisão preventiva da senadora por parte do PGR Rodrigo Janot. Sem esse pedido, teremos mais uma prova de seletivismo.
Não que ele consiga provar ausência de seletivismo com esse pedido de prisão, claro. Mas ainda daria para disfarçar um pouco.
Porém, já que ele pediu três vezes a prisão de Aécio Neves, o que se espera é que peça pelo menos uma vez a prisão de Gleisi. Na verdade, ele ainda tem 1 mês e meio de mandato, tempo suficiente para ele pedir três vezes a prisão de Gleisi. 
 
E aí, Janot, vai tentar disfarçar ou não?

Carros oficiais consomem R$1,6 bilhão do contribuinte por ano

Somente a mordomia de carro oficial no serviço público federal custa por ano mais de R$1,6 bilhão. Ao menos foi isso o que custou em 2016, ano de vacas raquíticas. Esses recursos foram gastos na compra de veículos, na manutenção da frota, na aquisição de acessórios e no pagamento de impostos do tipo IPI e IPVA. Em 2015, o gasto foi maior: R$1,7 bilhão. Esses custos não incluem salários, óleo ou combustível. 

A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Os ministérios da Defesa, Justiça e Educação gastaram R$1,153 bilhão em veículos oficiais. Defesa, o recordista, responde por R$768 milhões.

Com a mãe já cassada, a filha de Dilma foi flagrada há um ano usando carro oficial com o marido. Ex-presidentes também têm esse direito.

Além dos carros de representação, com os quais autoridades podem ir a restaurantes e fazer compras, há os de “serviço”, de placa branca.

Moro manda investigar e-mail que pediu R$ 700 mil por habeas corpus do STF

Sérgio Moro mandou nesta segunda-feira, 7, a Polícia Federal abrir um inquérito para investigar a autoria de um e-mail enviado a Amanda Bendine, filha do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine. A decisão atende um pedido dos advogados Pierpaolo Cruz Bottini e Cláudia Vara San Juan Araujo, que defendem o executivo. A defesa relatou ao juiz que a mensagem foi recebida por Amanda no dia 2 de julho, e pedia um depósito de R$ 700 mil para pagar uma decisão em habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Intimem-se Ministério Público Federal e autoridade policial, com urgência e por telefone, acerca da petição, devendo a autoridade policial providenciar a instauração de inquérito para apurar os fatos”, ordenou Moro.

Bendine foi preso em 27 de julho na Operação Cobra, 42.ª fase da Lava Jato. O ex-presidente da Petrobras é suspeito de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht.

O e-mail foi enviado à filha de Bendine às 17h50 do dia 2 pelo remetente aldemirbendine63@bol.com.br.

“Filha é o pai. um agente está me ajudando neste e-mail. estou bem avisa a sua mãe e a Andressa.Tenho um contato no RJ que tem uma conexão com o STF.. para garantir o habeas corpus domiciliar. eu já tinha combinado o valor com eles.fale com a Silvana fazer um Ted para o banco do Brasil agência 1257-2 conta 3933_0 nome Alexandre Inácio, valor 700 mil reais quando for a hora falo com o bottini… para pedir o habeas….amo vocês..”, diz a mensagem.

Os advogados de defesa de Bendine, Pierpaolo Cruz Bottini e Cláudia Vara San Juan Araujo, sugeriram a Moro que quebre o sigilo do remetente e também da conta corrente indicada para depósito, a fim de que possa ser identificada a sua titularidade.

“Trata-se de e-mail recebido no final do dia de ontem por Amanda Bendine, filha do peticionário, na qual pessoa que se faz passar por Aldemir Bendine, hoje custodiado na carceragem da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, solicita a realização de depósito de R$ 700 mil, na conta de terceiro desconhecido para suposto pagamento de decisão em habeas corpus a ser impetrado perante o STF”, relatou a defesa a Moro.



PF conclui inquérito sobre Gleisi e vê indícios de corrupção e lavagem de dinheiro

Polícia Federal concluiu um inquérito que investigou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e apontou indício dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (7), a PF informou que Gleisi recebeu propina da Odebrecht disfarçada de doação eleitoral em 2014.

Além desse inquérito, ela já é ré no Supremo Tribunal Federal (STF) acusada de receber R$ 1 milhão de dinheiro desviado da Petrobras.

O advogado Rodrigo Mudrovitsch, que defende a senadora, afirmou que Gleisi não cometeu qualquer irregularidade. "A defesa entende que não há elementos nos autos que autorizem a conclusão alcançada pela Polícia Federal. Não foi praticada qualquer irregularidade pela senadora", afirmou.

Segundo as investigações, a petista teria recebido, por meio de intermediários, oito pagamentos de R$ 500 mil cada.

Os repasses, de acordo com a PF, estavam registrados em uma planilha apreendida com uma funcionária do Setor de Operações Estruturadas da empresa, que ficou conhecido como departamento de propinas.

Os repasses, segundo a Polícia Federal, foram feitos a um dos sócios de uma empresa que prestou serviços de propaganda e marketing a Gleisi durante a campanha de 2014.

Na nota, a PF afirma ainda que foram encontrados mais três repasses à mesma empresa: um de R$ 150 mil em 2008 e dois de R$ 150 mil em 2010.

Além da senadora, a PF também viu indícios dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por parte do ex-ministro Paulo Bernardo, marido da petista, e pelo então chefe de gabinete da senadora, Leones Dall Agnol.

Veja a íntegra da nota da Polícia Federal sobre o inquérito:

PF CONCLUI INQUÉRITO DO STF
Brasília/DF –A Polícia Federal concluiu na data de hoje (07/08) o inquérito 4342 do Supremo Tribunal Federal, instaurado para apurar crimes supostamente praticados no âmbito de uma campanha eleitoral para o Senado Federal de 2014.
Em fevereiro 2016, a PF apreendeu documentos na residência de uma secretária do setor de operações estruturadas da construtora Odebrecht. Entre eles, planilhas relatando dois pagamentos de R$ 500 mil cada a uma pessoa de codinome “COXA”, além de um número de celular e um endereço de entrega.
A investigação identificou que a linha telefônica pertencia a um dos sócios de uma empresa que prestou serviços de propaganda e marketing na última campanha da senadora Gleisi Hoffmann.
A PF verificou outros seis pagamentos no mesmo valor, além de um pagamento de R$ 150 mil em 2008 e duas parcelas de R$ 150 mil em 2010. Também foram identificados os locais onde os pagamentos foram realizados e as pessoas responsáveis pelo transporte de valores.
Essas tabelas também foram apresentadas pela construtora no momento em que foi firmado termo de colaboração premiada.
Há elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro praticados pela senadora, seu então chefe de gabinete, Leones Dall Agnol e seu marido, Paulo Bernardo da Silva, além dos intermediários no recebimento, Bruno Martins Gonçalves Ferreira e Oliveiros Domingos Marques Neto.
Os autos também comprovam que a parlamentar e seu marido, juntamente com Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luiz Arruda Lana, foram responsáveis pelo cometimento de crime eleitoral (artigo 350 do Código Eleitoral).