domingo, 12 de março de 2017

Não sobra ninguém, afirma Dilma na Suíça


"Duvido que vão continuar chamando o PT de corrupto", disse a ex-presidente

A Presidente cassada Dilma Rousseff disse ontem, durante um festival de cinema em Genebra, que não negociou, pediu nem recebeu propina ou recurso ilegal na campanha de 2014, quando disputou a reeleição com o então vice e hoje presidente Michel Temer.

Segundo ela, as delações da Odebrecht mudam o cenário político. "Duvido que vão continuar chamando o PT de corrupto. Sabe por quê? Porque não sobra ninguém nos outros."

A presidente cassada disse também que, depois que as denúncias atingiram outros partidos, notou uma mudança na forma de tratar o financiamento irregular de campanhas eleitorais. Nesta semana, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STF), Gilmar Mendes, disse que as empresas "optam" por doações via caixa 2 para evitar serem achacadas por outros políticos.

"Por que será que ele fala sobre isso agora? É muito interessante. Eu passei uma campanha eleitoral e não escutei nada disso. Agora, como o assunto não tem como deixar de chegar ao PSDB, e já chegou, falam essas coisas", disse. Para ela, os grampos das conversas entre membros da oposição, que acabaram sendo publicadas pela imprensa em 2016, revelaram que havia uma "conspiração" que "envolvia o PSDB".

O PSDB moveu ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa Dilma-Temer sob a acusação de abuso de poder econômico e político. Marcelo Odebrecht, em depoimento ao TSE, afirmou que a presidente cassada tinha conhecimento de caixa 2 na campanha.

Propina
Questionada sobre as suspeitas de repasses ilegais da construtora para sua chapa, Dilma negou, mais uma vez. "Eu quero dizer: eu jamais pedi, cobrei, conversei sobre propinas", afirmou a presidente cassada, durante viagem à Suíça.

Deterioração
Diante de uma plateia de apoiadores, Dilma reforçar a tese de "golpe" para falar sobre seu processo de impeachment, encerrado em 31 de agosto do ano passado. Ela atribuiu os maus resultados da economia à sua queda.

"Você acha que alguém investe em um país em que parte da oposição pede o impeachment da presidente? Eles construíram algo irresponsável, a insegurança no Brasil. E quando eu saísse, conseguiriam mudar a situação política e econômica. Hoje, a situação política se deteriora e a economia se deteriora", afirmou. Dilma disse que partidos que faziam oposição a ela são os responsáveis pela crise econômica.


conteúdo: Exame/Negócios

MAIS ROUBALHEIRA: PORTO DO SAL, OBRA BILIONÁRIA DO PAC, AFUNDA EM ALTO MAR

Reformado e ampliado por um consórcio de empreiteiras liderado pela Constremac e formado ainda pela Carioca Engenharia e Queiroz Galvão, o Porto-ilha de Areia Branca, localizado a 26 quilômetros da costa, equipamento fundamental para a produção e exportação do sal marinho potiguar, está com sérios problemas. Foi constatado que a estrutura está cedendo, o que faz voltar o sal para o mar. Mesma coisa de enxugar gelo. Em outras palavras: o sal está voltando para o mar. O assunto está sendo tratado com muito cuidado e empresários e produtores pretendem entrar na Justiça para pedir indenização.
A reforma e ampliação da estrutura, cuja execução começou em 2009 e terminou em 2012, custou R$ 270 milhões aos cofres públicos, recursos oriundos do famoso Plano de Aceleração do Crescimento. Nos números, a obra estava às mil maravilhas. A capacidade de armazenamento da plataforma passava de 100 mil para 150 mil toneladas de sal. E o cais de atracação aumentava de 167 metros para 267 metros de extensão.
A Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), empresa do governo federal que administra os portos de Natal e de Areia Branca, além do porto de Maceió, emitiu nota de esclarecimento admitindo ter detectado “patologias em extremidade da área ampliada do terminal salineiro”. Diz ainda ter notificado o consórcio construtor responsável pelo projeto e sua execução “cobrando imediata análise e resolução saneadora.
Funcionários da Codern informam que a comissão de engenheiros que fiscalizou a obra de reforma e ampliação era formada por amigos da diretoria da época. O atual diretor, Emerson Fernandes, também diretor no período da ampliação é indicação do ex-deputado e ex-ministro Henrique Eduardo Alves.
Emerson Fernandes e quase todos os cargos de confiança da CODERN no RN foram indicação do ex-deputado e amigo do Presidente Michel Temer, Henrique Alves. Alves indicou os cargos no governo Dilma e voltou a indicar no governo Temer.
Os funcionários ainda informam ao blog, “que o proprietário da Constremac, seria conhecido do atual diretor Emerson Fernandes”.
A Constremac ganhou a licitação e contratou a Queiroz Galvão e a a Carioca para, juntas, realizarem as obras. O contrato recebeu alguns aditivos.
A Carioca Engenharia é aquela cujo proprietário, Ricardo Pernambuco Júnior, confessou, em delação premiada, ter pago propinas no valor total de R$ 52 milhões ao então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por contratos financiados pelo Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS). Pernambuco Júnior também confessou ter repassado R$ 1 milhão a Antônio Vaccari Neto, então tesoureiro do PT. A Carioca Engenharia também já confessou que repassou dinheiro desviado de obras para políticos cariocas, a maioria do PMDB.
Amigo, correligionário, parceiro e companheiro de viagem de Eduardo Cunha, Henrique Alves foi obrigado a deixar o cargo de ministro do Turismo depois de várias citações do seu nome na Operação Lava Jato. Mais recentemente virou piada nacional ao dizer que não sabe quem depositou 833 mil dólares em uma conta bancária aberta no Uruguai.
Henrique Alves também foi citado na delação premiada de Fábio Cleto, que ele ajudou a indicar para o cargo de vice-presidente da Caixa Econômica, que administra o FGTS. Segundo Cleto, Henrique recebeu doações em dinheiro que foram depositadas em contas no Exterior.
Já a construtora Queiroz Galvão, está para assinar contrato de leniência e executivos também já confirmaram a justiça repassar dinheiro desviado de obras para campanhas políticas e políticos.
A Constremac coincidentemente também foi a construtora responsável para obra do Terminal de Passageiros do Porto de Natal. Obra essa que contou com a sociedade da Queiroz Galvão, e custou aos cofres da Codern mais de R$ 50 milhões de reais com direito a vários aditivos.
conteúdo: noticiasbrasilonline.com.br



Esquerda mais consequente se rende ao juiz Sérgio Moro

Recentemente uma foto do juiz Sérgio Moro ao lado do senador Aécio Neves levantou a ira dos grupos mais radicais da esquerda, notadamente a insana militância do PT.
Note-se que a tal foto foi realizada num evento público, onde o magistrado receberia uma premiação. Nada às escondidas. Uma coisa normal, pois, queiram ou não os insanos, Aécio é senador, é autoridade e não é réu em nenhum processo que esteja sob a competência do juiz Sérgio Moro.
Pois bem, na última sexta-feira (10) o professor e historiador Leandro Karnal, tido como um referencial da esquerda e fonte inspiradora dos petistas, postou uma foto em seu Facebook ao lado do juiz Sérgio Moro, jantando em Curitiba (PR) e a frase: ‘Dia intenso em Curitiba. Encerro com um jantar com dois bons amigos: juiz Furlan e juiz Sérgio Moro. Talvez não faça sentido para alguns. O mundo não é linear. A noite e os vinhos foram ótimos. Amo ouvir gente inteligente. Discutimos possibilidade de projetos em comum’.
A postagem causou a ira da militância petista, inconformada com a amizade de Karnal com o juiz que está desmontando o esquema de corrupção do ‘Petrolão’, notoriamente comandado pelo PT e Lula.
Sérgio Moro, de sua parte, despropositadamente e desnecessariamente, vez que foi Karnal quem deu publicidade ao encontro, demonstrou sua isenção e apartidarismo. Moro conversa com todos, sem distinção, de Aécio a Karnal.
Karnal, por sua vez, tem as suas convicções que devem ser respeitadas, mas é consequente e respeita as pessoas do bem.
A militância petista, como não poderia deixar de ser, míope, cretina, deturpada e desolada, condenou Karnal, considerando-o um traidor.
É um povo realmente medíocre, acéfalo e sem noção de civilidade.
Amanda Acosta
conteúdo: Jornal da Cidade On Line

Vídeo de Dilma tentando falar em francês vira piada na web



Dilma, após ser apeada do poder depois de ser julgada por crimes de responsabilidade, passeia o mundo "denunciando o golpe" e fazendo campanha para Lula. Na Suíça, Dilma resolveu se arriscar a falar francês, e voltou a ser piada nas redes sociais. 

Alguns internautas garantem que o francês dela é melhor que seu português. 


conteúdo Folha PolÍtica

Senadores sofrem pressão nas redes sociais para votar fim do foro privilegiado

Senadores estão sendo cobrados nas redes sociais para assinar um requerimento de urgência para levar a plenário a votação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado. A matéria foi aprovada pela Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) em novembro do ano passado, mas, apesar da pressão popular, líderes do Senado não têm demonstrado disposição de acelerar a tramitação do projeto.

Para ganhar urgência e garantir a inclusão da PEC na pauta, o pedido precisa do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores. Por ora, há apenas nove assinaturas. O fim do foro privilegiado é uma das principais bandeiras dos protestos marcados para o próximo dia 26.

Cobrança. O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) tem usado a sua conta no Twitter para responder os eleitores que estão cobrando a sua assinatura no pedido de urgência. "Não tenho tempo de ficar pelos corredores (do Senado) atrás de uma lista. Se chegar a mim, assino", afirmou no microblog. O peemedebista justificou que apenas um pequeno número de senadores assinou ao pedido porque "no Senado, circulam várias listas para todo o tipo de situações".

Ele também afirmou que "sempre" foi a favor do fim do foro privilegiado, e pediu respeito aos internautas que o acusavam de estar fugindo do debate. "Você não sabe com quem está falando. Antes de falar em covardia procure conhecer o parlamentar melhor", disse.

Um dos articuladores do pedido de urgência, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que, na próxima semana, o grupo irá retomar a coleta de assinaturas. Ele defendeu colegas que ainda não apoiaram a iniciativa liderada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), como Moka, e disse acreditar que eles irão conseguir o número necessário para levar a PEC a plenário em breve.

conteúdo Folha Política

Eliseu Padilha tinha 4 senhas para receber caixa 2 da Odebrecht, diz delator

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, recebeu da Odebrecht pelo menos quatro senhas para o pagamento de caixa 2 ao PMDB, segundo informou o ex-executivo José de Carvalho Filho em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feir, 10. As senhas eram as seguintes: Foguete, Árvore, Morango e Pinguim.

Como revelou neste sábado (11) o jornal O Estado de S. Paulo, Carvalho afirmou ao TSE que Padilha intermediou o pagamento de caixa 2 para o PMDB. Segundo fontes informaram à reportagem, Padilha teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas trocadas com o ex-executivo. O valor total destinado ao PMDB chegou a R$ 5 milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo o Estado apurou, José de Carvalho Filho procurou o peemedebista para solicitar os endereços onde seriam entregues as quantias. Padilha teria fornecido os endereços repassados para a ex-secretária Maria Lúcia Tavares, que atuava no setor de propina da Odebrecht. Era Maria Lúcia a responsável por criar senhas que seriam entregues posteriormente por José de Carvalho a Padilha.

O depoimento do ex-executivo foi feito nesta sexta-feira (10), no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.

José de Carvalho afirmou que, para entregar as senhas, esteve com Padilha pelo menos quatro vezes. O ex-executivo da Odebrecht trabalhava na equipe do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. No anexo de delação premiada que veio a público em dezembro, Melo relata que foi Carvalho Filho quem o apresentou a Padilha.

Os repasses da Odebrecht ao PMDB teriam ocorrido nas seguintes datas: 13/08/2014 (R$ 1,5 milhão, senha: foguete); 02/09/2014 (R$ 1 milhão, senha: árvore); 04/09/2014 (R$ 1 milhão; senha: morango), 10/09/2014 (R$ 1 milhão, não constaria a senha); 30/09/2014 (R$ 500 mil, senha: pinguim)

De acordo com José de Carvalho Filho, um dos locais indicados por Padilha foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer. Esse pagamento teria sido realizado no dia 4 de setembro de 2014.

Outro lado. Procurado pela reportagem na sexta-feira, 10, à noite, o ministro Eliseu Padilha informou que está em repouso por recomendação médica e não se manifestaria sem ter conhecimento do conteúdo.

Segundo o Estado apurou, apesar de o depoimento de José de Carvalho Filho trazer novas suspeitas sobre Padilha, o ministro Herman Benjamin, relator da ação que pode cassar a chapa Dilma/Temer no TSE, não deverá intimá-lo para prestar depoimento. Isso porque os fatos narrados não se relacionam diretamente com captação de recursos para a campanha da chapa presidencial, que é o objeto da ação que tramita na Corte Eleitoral. 


Fachin divide inquérito de Renan e manda para Moro quem não tem foro

O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o desmembramento do inquérito contra o senador e líder do PMDB no Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e o envio de parte da investigação que não envolve políticos ao juiz Sérgio Moro, responsável pela operação em Curitiba.

Esta investigação apura a suposta participação da empreiteira Serveng no esquema de corrupção instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014. Mesmo sem ser apontada como uma das empresas que teria atuado no cartel que fraudou licitações na estatal, a companhia foi citada por delatores e é investigada por suspeita de pagar propinas a políticos por meio de doações eleitorais.

Agora, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba vai poder se aprofundar ainda mais sobre o envolvimento da empresa com o esquema.

Apesar de desmembrar parte da investigação, na decisão o ministro Fachin manteve perante o STF a investigação contra um diretor da Serveng, por entender que as acusações contra ele estão diretamente ligadas às acusações a Renan e a seu aliado, o deputado Aníbal Gomes (PMDB/CE), apontado pela Lava Jato como o ‘porta-voz’ do ex-presidente do Senado.

Em troca dos valores supostamente recebidos, Renan e Aníbal teriam oferecido apoio político ao então diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que mantinha a Serveng em licitações da estatal. Na denúncia apresentada no ano passado ao STF, o procurador-geral da República Rodrigo Janot aponta que os contratos da empreiteira com a estatal cresceram 380% depois que ela fez a primeira doação ao PMDB, em 2010.

A investigação aponta duas doações oficiais ao PMDB, nos valores de R$ 500 mil e R$ 300 mil, em 2010, operacionalizadas pelo diretor comercial da Serveng, também denunciado ao STF, e que foram destinadas à campanha de Renan Calheiros em 2010.

Para a Polícia Federal, há suspeitas de que doações da empreiteira para outros políticos também tenha sido feita nos moldes do que ocorreu com Renan, ligadas ao esquema de corrupção na Petrobrás.


conteúdo: Folha Política

DIOGO MAINARDI COMENTA SOBRE A PLANILHA DE LULA NA ODEBRECHT




conteúdo: O Antagonista

Será uma covardia coletiva reeleger os atuais políticos

Os únicos que devem ser poupados são os que lutam a favor das 10 Medidas e apoiam a Lava Jato. Os demais devem ser banidos da política brasileira. Leia o artigo abaixo e veja o que você poderá fazer em 2018.
Em 2016, demos um grande passo e mudamos o mapa da política brasileira varrendo o PT. Das investigações da operação Lava Jato à crise econômica iniciada no governo Dilma Rousseff, os eleitores reconheceram a gravidade dos fatos. Após governar o país por 13 anos seguidos, o partido sofreu a pior derrota entre todas as legendas sob qualquer aspecto.

No vácuo do declínio petista, partidos de menor expressão, os chamados “nanicos”, avançaram. A pulverização beneficiou siglas como PHS e PTN, por exemplo, que elegeram mais prefeitos e ganharam mais votos. Entre partidos maiores, o PSDB foi o que mais cresceu.

De lá pra cá, a Lava Jato continuou e chegamos a um momento crítico, necessário e aguardado, em que o número de políticos descobertos em tramas de corrupção não para de crescer.  Enquanto isso, integrantes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados tentam, de todas as formas, fazer com que leis e conchavos os livrem das consequências dos crimes que cometeram.

O caso mais escandaloso é o da anistia do caixa dois. Sobre esse tema, em novembro do ano passado, parlamentares chegaram a elaborar um texto para que fosse incluído no projeto das 10 Medidas Contra Corrupção um “perdão” automático a qualquer crime que estivesse vinculado a doação legal ou ilegal.

Veja como foi redigido.

“Não será punível nas esferas penal, civil e eleitoral, doação contabilizada, não contabilizada ou não declarada, omitida ou ocultada de bens, valores ou serviços, para financiamento de atividade político-partidária ou eleitoral, realizada até a data da publicação dessa lei”.

Na operação Lava Jato, os delatores contam que pagaram doações, fossem elas registradas ou não, como forma de propina a partir de contratos com a Petrobras. E, como você viu, o texto apresentado em forma de emenda dizia expressamente que estas doações não poderiam ser punidas nas esferas criminal, civil e eleitoral.

Eu poderia continuar escrevendo sem parar a fim de ajudar o leitor a lembrar de todos os absurdos que a nossa atual classe política cometeu até hoje. De todas as afrontas e mentiras que nos foram ditas. De todas as propostas, completamente ignoradas após as eleições, que versaram sobre segurança pública, transportes, educação, saúde, política fiscal, energia, relações internacionais, etc.

Mas, prefiro incentivar o leitor a acompanhar as notícias, desenvolver o seu sentido de cidadania e estimulá-lo a investir, mesmo que seja um pouco por dia, parte do seu tempo em refletir sobre como se poderá fazer efetivamente uma mudança por meio do voto daqui a 19 meses.

Não estou supondo que qualquer eleitor vá abrir mão de sua vida para ficar pensando sobre uma série de questões complexas que estão fora da sua alçada, como, por exemplo, se a prioridade do investimento público seria a saúde ou educação e como equacionar esse problema. De forma alguma. Porque isso deve ser proposto e solucionado pelo gestor político e sua equipe sobre quem depositaremos nossa confiança a partir das urnas.  É ele quem deve estudar, calcular, investigar sobre como e quais investimentos vão atender de fato às demandas mais prementes da população.

O que nos resta, então?  A quem vamos confiar nosso voto?

Mesmo que ainda não tenhamos a resposta direta para essa questão, precisamos levar em conta dois fatores desde já.

Em primeiro lugar, não devemos reeleger os que estão aí.  Não reeleger os que lutam contra a Lava Jato e fazem de tudo pela manutenção desse velho sistema corrupto. Portanto, estamos falando da maioria. Pois, poucos estão ao lado da Lava Jato.

Em segundo lugar, termos em mente que se o capital gerado e administrado pelos atuais governantes satisfazem as necessidades da classe política e dos interesses especiais mancomunados com ela, só há uma saída: esses governantes precisam ser banidos da vida pública.

por Elisa Robson, jornalista.

conteúdo: república de curitiba

“Eu realmente acho que há risco de retrocesso”, alerta Moro

O juiz Sérgio Moro disse, em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal “Valor Econômico”, que “realmente” acha que “há risco de retrocesso” quanto à herança deixada pela Operação Lava-Jato. Moro se refere à tentativa de anistia geral a crimes ligados a doações eleitorais, encampada pela Câmara dos Deputados no fim do ano passado.

Sobre a Lava-Jato, que completa três anos na semana que vem, Moro disse que “mais do que uma investigação criminal, transformou-se em um processo de amadurecimento institucional, no qual há crimes praticados por pessoas poderosas e em que se mudou de um regime de impunidade para outro de responsabilidade (pela prática de atos ilícitos)”.

Para o juiz, “algo mudou” no país após o processo do mensalão, mas Moro salienta que “é difícil prever o futuro. E se isso vai passar a ser uma regra (o regime de responsabilidade) ou se foi uma exceção”.

Moro não quis detalhar o que ele acha que mudou no país, dizendo:

“É, porque eu realmente acho que há risco de retrocesso. Fatos como aquela tentativa de anistia”, segundo ele, não apenas à anistia ao caixa dois, mas sim à tentativa de anistia geral que a Câmara dos Deputados encampou.

“Se fosse ao caixa dois seria algo menos preocupante. Digo a tentativa de anistia geral. E ainda tem uma incógnita, porque há muitas investigações em andamento. Teremos de ver qual será o destino delas”.

O juiz não quis comentar a indicação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, para a relatoria da Lava-Jato no Supremo.

Sobre o legado da Lava-Jato, o juiz afirmou que o “trabalho que foi feito até agora é difícil de ser perdido”, graças a todas as condenações e dinheiro público recuperado. “Acho que a grande questão é até onde vai, entendeu? Para onde se pode ir”, salientou o juiz, dizendo achar importante o desdobramento da operação para outros estados.

Ele disse acreditar que o “próprio crescimento institucional” possibilitou a Lava-Jato chegar onde chegou e disse não ter ideia de quando pode terminar.

“Normalmente o tempo de duração de uma ação penal é de seis meses a um ano, aproximadamente. Até o julgamento. Mas tem investigações em andamento, e a conclusão delas é mais imprevisível”.

Moro finaliza a entrevista comentando acusações de que houve excessos na Lava-Jato.

“Não vejo com clareza excessos. Pela dimensão dos crimes em investigação e pelo caráter sistemático deles, não vejo algo que possa ser descrito como excesso”.