sábado, 18 de março de 2017

Propostas para 'conter' os membros da Lava Jato não passam de defesa de quem tem medo da cadeia, afirma professor de Direito da USP

José Eduardo Faria, professor titular de Direito na Universidade de São Paulo e professor da Fundação Getúlio Vargas, comenta as acusações feitas pela militância de esquerda e por políticos encrencados contra os procuradores da Lava Jato. Para o professor, as iniciativas contra a Lava Jato "só consolidam uma enraizada cultura de ineficiência, permissividade e apropriação do público pelo privado". 

Leia abaixo o artigo completo:

As notícias divulgadas pelos jornais nas últimas semanas têm como denominador comum a erosão do poder público e a diluição das fronteiras entre o lícito e o ilícito, entre os interesses comuns da sociedade e os de grupos com poder de voz, mobilização e veto. Em outras palavras, o aumento descontrolado da violência põe em risco a segurança jurídica. O interesse público foi apropriado por empreiteiras e facções criminosas. O Estado está imobilizado e operadores jurídicos empenhados em restabelecer o primado da lei são acusados de desrespeitar os limites do devido processo legal.
Nos últimos dias, soube-se de que em Mato Grosso uma vaga no Tribunal de Contas custou R$ 4 milhões. No Amazonas, uma desembargadora foi afastada por vender decisões. Em Roraima, uma facção obriga os presos a pagar taxas em troca de proteção. Em Brasília, um ex-presidente da Câmara e um ex-ministro cobraram pedágio na liberação de créditos de bancos públicos. Uma das consequências desse processo é o sequestro da democracia – a captura dos mecanismos representativos. Há eleições periódicas, liberdade de organização partidária e muita propaganda. Podemos votar e ser votados, mas, dada a corrosão causada pelo peso econômico e pelo marketing eleitoral nas eleições, as alternativas ideológicas não se convertem em poder efetivo. Outra consequência é o desmanche da ordem jurídica, seja por meio do retrocesso do estado civil para o estado da natureza, como os motins nas prisões evidenciam, seja pela “venda” de MPs a empresas.

A constituição do Estado moderno pressupôs o monopólio da violência. Embora iguais segundo a própria natureza, nascidos em plena liberdade e dotados de paixão e razão, os homens vivem em permanente disputa pelo poder, estabelecendo um estado de guerra em que é recorrente o uso da violência para sua defesa – dizia Hobbes, no século 17. Se quiserem a paz, devem seguir a razão e firmar um pacto, abdicando de parte de sua liberdade e a entregando a um soberano revestido de poder e força, que terá a atribuição de assegurar a ordem pública – condição básica da sociabilidade. E, “sem a espada, os pactos não passam de palavras sem força que não dão a mínima segurança a ninguém” – concluía.


Manifestação cruel desse estado de guerra, o embate entre facções criminosas nas prisões é uma disputa pelo controle do tráfico no País. A desfaçatez de empreiteiras, “comprando” MPs para definir as bases legais das áreas em que atuam, é uma disputa pela apropriação dos gastos governamentais. É como se o poder público tivesse abdicado de suas atribuições, com o prevalecimento dos mais fortes – nos sentidos físico e econômico – nas prisões e em alguns meios empresariais. Cada vez mais inertes, as instituições só têm funcionado por causa das novas gerações de operadores jurídicos do Estado. Ao contrário das gerações mais velhas, que viveram sob uma ditadura e a insegurança da inflação, as novas gerações formaram-se em tempos de estabilidade monetária. Ao contrário das mais antigas, que viveram num País fechado, as novas são cosmopolitas. Fizeram intercâmbio e pós-graduação no exterior, o que refinou sua visão do Direito, permitindo-lhes ultrapassar as limitações do formalismo normativista e conscientizar-se de que a mediação dos tribunais nas discussões sobre políticas públicas envolve um jogo cujo centro é a disputa pelo sentido das normas e dos princípios. Graças a essa formação, identificaram a crescente hegemonia do Direito anglo-saxônico num mundo globalizado, em cujo âmbito o fundamento das decisões judiciais tende a ter mais peso que o texto das leis. Compreenderam que, nesse novo arcabouço jurídico, os direitos têm mais a forma de princípios que de regras, motivo por que sua interpretação exige ponderação, e não subsunção.


Por isso, neste cenário de deterioração institucional, é injusto afirmar que esses operadores estariam agindo de modo corporativo, exorbitando e comprometendo a governabilidade, inspirados pelo princípio latino fiat justitia pereat mundus (faça-se justiça mesmo que o mundo pereça). É apressado dizer que, por sacralizarem a ética e não terem projetos de reforma socioeconômica, estariam inviabilizando o processo de repactuação política, minando a democracia e colocando o País na antessala de um autoritarismo justificado em nome de uma redenção moral. Ainda que esse risco exista, as sugestões para conter o pessoal da Lava Jato não passam de iniciativas autodefensivas de quem teme a cadeia. Essas iniciativas só consolidam uma enraizada cultura de ineficiência, permissividade e apropriação do público pelo privado. A proposta de uma lei de abuso de autoridade e a tese de que na interpretação da lei a ponderação deveria ser proibida consistem no antídoto da democracia. Qual a garantia de que as cartas de desculpas, com base nas quais as empreiteiras prometem respeitar a lei, não sejam esquecidas? Se tudo pode ser invocado em nome da retomada do dinamismo econômico, como se lê naquele projeto e nessas cartas, a consequência é o enfraquecimento do primado da lei e da democracia. Quando o argumento da necessidade de sobrevivência de políticos e empresas é instrumentalizado para justificar a transigência com atos ilícitos, as instituições ficam comprometidas.


Como a Constituição já prevê medidas para conter operadores jurídicos que exorbitem de suas prerrogativas, é preciso advertir para o risco de que eventual enquadramento do pessoal da Lava Jato – neste momento enfraquecido com a morte do relator no STF, Teori Zavascki – impossibilitará a inculcação na consciência coletiva de que as leis têm de ser respeitadas por todos. Acima de tudo, frustrará os esforços desprendidos para acabar com os vícios da representação política e o sequestro da democracia. E dará sobrevida a autoridades ocultas que, por meio de departamentos de propinas, sempre mandaram ao largo das instâncias de expressão democrática da vontade popular, corroendo as fronteiras entre o interesse público e interesses particulares espúrios.


'O que justifica Sarney ficar no STF quando Paulo Bernardo e Claudia Cruz foram enviados para Curitiba?', questiona procurador da Lava Jato

Mesmo em meio à intensa pressão popular pelo fim do foro privilegiado, o STF, em uma estranha decisão, manteve um processo envolvendo o ex-presidente José Sarney na corte, embora ele não tenha mais foro privilegiado. 

O procurador e coordenador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, questionou: "O que justifica Sarney ficar no STF quando Paulo Bernardo e Claudia Cruz foram enviados para Curitiba?"

'O PT deu bilhões dos brasileiros para eles via BNDES e recebemos em troca obras superfaturadas e carne podre', diz Roberto Jefferson



O presidente do PTB, Roberto Jefferson, atacou duramente os frigoríficos desmascarados pela operação Carne Fraca da polícia federal. Jefferson lembrou que "A Friboi recebeu mais de 10 bilhões do BNDES. Aos políticos dos partidos aliados do governo do PT, doou milhões. Ao povo, deu carne podre". 

E resumiu: "Na era PT, o BNDES repassou muitos bilhões aos 'campeões nacionais'. Os brasileiros receberam em troca obras superfaturadas e carne podre".

conteúdo: Folha Política

Moreira Franco retruca declaração de Dilma com pronunciamento humilhante

Moreira Franco rebateu Dilma Rousseff, que afirmou em entrevista ao "Valor" que o demitiu para que ele não roubasse na Secretaria de Aviação Civil.

Disse Moreira, em mensagem enviada à coluna de Lauro Jardim:

— Às acusações infundadas da ex-presidente, respondo com poucas palavras e resultados: seu governo legou 12 milhões de desempregados. O nosso abre vagas com carteira assinada, depois de 22 meses em queda. O governo Dilma atraía empresas 'amigas' e afastava investidores. O nosso atraiu os maiores operadores estrangeiros de aeroportos, só ontem arrecadamos mais de R$ 3 bilhões. Em seis anos, Dilma não conseguiu entregar as obras de transposição do Rio São Francisco. Nós entregamos em seis meses. Mas foi como presidente do conselho de administração da Petrobras e da República que ela se superou, dizendo não conhecer o saque feito à empresa. Isso diferencia corrupção de trabalho e competência. Certamente por isso eu não tenha ficado em seu governo.

Diretor da BRF é preso ao desembarcar em aeroporto

O diretor de Relações Institucionais da BRF, Roney Nogueira, um dos acusados da operação Carne Fraca da Polícia Federal, foi preso na madrugada deste sábado, 18, ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos (SP). Ele estava na Europa, quando teve o mandado de prisão expedido na sexta-feira, 17.

A informação foi confirmada pela BRF que disse, por meio de sua assessoria, que ele se apresentou espontaneamente e está no momento prestando esclarecimento às autoridades em São Paulo.

Segundo o despacho da Justiça, divulgado na sexta, Nogueira teria negociado a liberação ilegal de carne de frango com salmonela juntamente com fiscais do Ministério da Agricultura. A denúncia traz reproduções de conversas telefônicas do executivo e aponta que ele estaria envolvido no esquema de fraude de documentos e adulteração de carne, como uma ponte entre empresa e governo federal.

Ainda de acordo com a investigação, Nogueira teria usado sua influência junto aos fiscais para habilitar uma das unidades da empresa a exportar carne de peru para Malásia – o Brasil conquistou a habilitação para exportar carne de peru para o país asiático em junho de 2011.


conteúdo Folha Política

Vanessa Graziottin recebeu milhões da Odebrecht

O jornalista Mauricio Lima, da Veja, informa que, embora a Odebrecht não tivesse nenhum interesse especial no Amazonas, a empresa "doou” para Vanessa Graziottin, do PC do B, 1,5 milhão de reais em espécie, acertado diretamente com ela.

conteúdo: Folha Política

Vídeo incrível! Sem dizer uma palavra, este vídeo demonstra bem os efeitos da corrupção.



conteúdo: República de Curitiba

'Lista fechada é o sonho dos delatados!', acusa Romeu Tuma, ex-Secretário Nacional de Justiça

Com a iminência da quebra de sigilo da "nova lista de Janot" e possibilidades cada vez mais reais de que haja alguma punição a políticos, os parlamentares estão agitados e tentam emplacar a proposta de voto em lista fechada, em que o eleitor só pode votar no partido e os líderes partidários escolherão quem será reeleito. 

Romeu Tuma Jr., o ex-Secretário Nacional de Justiça que denunciou a fábrica de "assassinato de reputações" do PT, ironizou a iniciativa: "Lista fechada é o sonho dos delatados!".

conteúdo: Folha Política

'Não tenho nenhum contato com a JBS', defende-se Tony Ramos

Tony Ramos recebeu com surpresa a informação de que a Polícia Federal realiza nesta sexta-feira, 17, uma operação - batizada de "Carne Fraca" - que apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. As investigações chegaram às principais empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém a Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas. 

"Estou surpreso com essa notícia. Eu sou apenas contratado pela empresa de publicidade, não tenho nenhum contato com JBS", afirmou o ator que é garoto propaganda da Friboi. 

Odebrecht patrocinou filho de Lula e deu mesada a irmão, diz delator

Com a delação dos executivos da Odebrecht, a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já não era boa, vai ficar ainda mais complicada. Um ex-diretor da empreiteira contou aos procuradores que pagava uma mesada a um dos irmãos do ex-presidente. 

Além disso, a empreiteira confirmou que reformou o sítio de Atibaia, comprou um lote para abrigar o Instituto Lula, financiou palestras e ainda patrocinou o filho mais novo do petista – tudo a pedido do ex-presidente.

conteúdo: Folha Política

Denúncia de fiscal originou investigação sobre empresas de carne

A denúncia de um fiscal agropecuário federal do Paraná, que sofreu uma série de punições de seus superiores por não participar de esquema de corrupção, foi a origem da investigação que resultou na prisão de executivos das maiores empresas processadoras de carne animal no país e as revelações sobre a venda de carne imprópria para consumo humano, deflagradas nesta sexta-feira pela Operação Carne Fraca.

Daniel Gouvêa Teixeira era lotado na Superintendência Federal da Agricultura no estado do Paraná, como chefe substituto do Serviço de Inspeção de Produto de Origem Animal (Sipoa) e constatou que funcionários do órgão eram transferidos para outras unidades de atuação para atender ao interesse de fiscalizados, sempre “empresas de grande capital”, segundo ele.

Mesmo afastado do local original de trabalho por ter denunciado uma chefe, durante as atividades de fiscalização verificou que havia um esquema de corrupção envolvendo frigoríficos de carne suína. As irregularidades incluíam o aproveitamento de animais mortos (e não abatidos) para produção de linguiça (o que é ilegal), comercialização de certificados sanitários e pagamento de propina a fiscais e agentes de inspeção.

Há pouco mais de dois anos Teixeira entregou às autoridades gravações de reuniões da diretoria da empresa Peccin Agroindustrial, frigorífico de Curitiba especializado na fabricação de linguiças, salames e outras carnes preparadas. E também provas de que os chefes do serviço de inspeção faziam “acerto” para que a empresa continuasse atuando “às margens da ilegalidade”.

Foi Teixeira, também, quem entregou provas sobre irregularidades envolvendo a empresa Souza Ramos, fornecedora de merenda escolar para unidades educacionais do Paraná. E ainda suspeitas de enriquecimento ilícito do então superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, que ocupou cargo entre 2007 e 2016. Gonçalves Filho era sócio de empresas e dono de imóveis e carros de luxo, incompatíveis com a sua renda, segundo as investigações.

Os relatos de Teixeira levaram a PF a iniciar uma série de depoimentos com ex-funcionários das empresas suspeitas, que corroboraram o que havia sido denunciado. O fiscal voltou a ser ouvido em depoimento durante as investigações, ocasião em que revelou o nome de outras empresas suspeitas de irregularidades, como Novilho Nobre, Mastercarnes, Madero e BRF S.A.

Chamados a prestar esclarecimentos, executivos de empresas alegaram terem sido “vítimas de exigências de fiscais federais”, como pagamento de propina regular entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, para continuarem funcionando. A empresa Madero colaborou com a investigação e apresentou gravação em vídeo de um agente de inspeção levando alimentos produzidos pela fábrica que acabara de fiscalizar.

A PF obteve na Justiça autorização para realizar interceptações telefônicas e quebrar os sigilos bancário e fiscal de dezenas de investigados. Descobriram que agentes corruptos se valiam de familiares para ocultar a propina recebida de corruptores e que muitos deles falavam com políticos, embora as conversas não tenham sido consideradas, por si só, “indícios de ilicitude”, segundo relatório da PF.

“O mesmo não pode se dizer em relação a alguns assessores parlamentares, pois pelas conversas interceptadas, há forte suspeita de atuarem em conjunto com servidores do Mapa em benefício próprio ou visando a proteção de empresas”, escreveu o delegado Maurício Moascardi Grillo, no relatório da PF que motivou a ação.

conteúdo Folha Política

Dallagnol diz que sentença de Lula sai até o meio do ano

A primeira sentença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Justiça Federal de Curitiba deve sair até o meio do ano. A afirmação é do procurador e coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, entrevistado pelo jornalista Ricardo Boechat na BandNews FM e no Café com Jornal, no aniversário de três anos da operação. "Até o meio do ano teremos uma sentença, seja para condenar ou absolver", explicou.

Segundo ele, a verdade do Ministério Público Federal são as provas obtidas ao longo das investigações. 

Sobre as penas tímidas dos delatores da Lava Jato, Deltan Dallagnol explica que, durante as negociações, era preciso "trocar um peixe por um cardume". 

O procurador lembra a descoberta do setor de propina existente na Odebrecht e diz que, após os pedidos de Rodrigo Janot enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), a população espera que políticos poderosos sejam condenados. 

Deltan Dallagnol afirma ser contra o foro privilegiado e critica a intenção do Congresso de tentar anistiar o Caixa 2, que, segundo ele, tem uma pena muito baixa.

O coordenador da Lava Jato diz não ser verdade de que haja uma perseguição ao PT, uma vez que há outros partidos sendo atingidos, como o PP e o PMDB. "O número de políticos sendo investigados do PP é maior do que o PT. E os do PMDB são equivalentes ao do PT. Esse é um discurso de vitimização do PT", explicou Dallagnol. "E político nunca é criminoso, é perseguido. Essa é a minha grande descoberta em três anos de Casa", ironizou.

Sobre o envolvimento do PSDB, o procurador explicou que o motivo disso é que o partido não fazia parte da base aliada do governo - o PT na época. "Quando houve indicação de cargos, principalmente para a Petrobras, ninguém do PSDB era indicado", disse Dallagnol, que reforçou que todos os partidos serão investigados a partir dos próximos desdobramentos da operação. 

Questionado sobre o Power Point do Lula, Deltan Dallagnol afirma que houve uma interpretação equivocada do episódio. Ele também deixa claro que a Lava Jato não vai se encerrar tão cedo. 

Defesa de Lula

Em nota, a defesa de Lula disse que Deltan Dallagnol "voltou a atentar contra a honra e a reputação do ex-presidente".

Segundo os advogados do petista, o procurador fez a "grotesca ilação de que o ex-presidente teria comandado ações criminosas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, apenas porque houve trocas de ministros na Casa Civil da Presidência da República."

Para os defensores, a conduta de Dallagnol  foi "incompatível com as garantias fundamentais asseguradas pela Constituição Federal e pelos Tratados Internacionais que o Brasil confirmou e se obrigou a cumprir". 

"Entendemos esse show midiático como esforço supremo para por em pé uma denúncia vazia", dizia trecho da nota. 

"A nova entrevista será levada aos procedimentos já em curso que objetivam o reconhecimento da suspeição do procurador e, ainda, o reconhecimento de sua responsabilidade civil pelos ilícitos praticados contra Lula. Também será levada ao conhecimento do Comitê de Direitos Humanos da ONU, para reforçar que Lula não está tendo no País direito a um julgamento justo e imparcial", afirmou a parte final do comunicado. 


Já passou da hora de discutir o foro privilegiado, afirma Carmen Lucia

Em evento intitulado "E agora, Brasil?", a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmen Lucia, perguntada se já está na hora de rediscutir o foro privilegiado, respondeu: "Já passou da hora". 

Roberto Jefferson relembra quando Lula vetou reajuste de 16,67% para os aposentados e enfurece petistas

Após paralisações de transportes que prejudicaram a população para simular uma "greve geral" contra a reforma da Previdência, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, enfureceu os petistas lembrando que o ex-presidente Lula vetou um reajuste de 16,67% para os aposentados em 2006. 

Lula e Dilma já defenderam a reforma da Previdência e reconheceram sua necessidade, mas agora se opõem à proposta do governo.

conteúdo: Folha Política

Blogueiro petista defende empresas que venderam carne podre para atacar PF e MP

Um conhecido blog petista conseguiu criar um nível até então desconhecido de baixeza, criando uma curiosa narrativa que foi replicada por vários de seus companheiros. Ao receber a notícia de que grandes frigoríficos foram flagrados vendendo carne vencida, misturando carne podre a embutidos, revendendo carne que sabiam estar contaminada, utilizando químicos cancerígenos para "disfarçar" carne podre, ou misturando papelão a carne de frango, entre outros exemplos, o blogueiro preferiu minimizar os impactos dessas práticas sobre a saúde pública e "denunciar" um suposto "esquema" da Polícia Federal e do Ministério Público para prejudicar aliados do PT. 

Segundo o texto, "não parece acaso que apenas esses setores de sucesso sejam alvo de investigação". Alguns dos grandes frigoríficos tornaram-se "cases" de sucesso graças à política petista de promover com recursos do BNDES empresas "amigas", que, coincidentemente, foram grandes doadoras de campanha.

O texto defende que a investigação deveria ser feita sob sigilo porque, para o autor, a atitude "responsável" seria resguardar as empresas que subornaram fiscais para poderem vender carne podre para a população. O blogueiro acredita que as empresas perderão uma fatia de mercado e isso é mais deletério para o país do que permitir que a população se alimente de carne podre. 

O blog Ceticismo Político chamou o texto de "aberração" e questionou ponto a ponto a narrativa, em um texto intitulado "Blog de Renato Rovai emite narrativa podre para defender carne podre da Friboi (símbolo da era petista)". O site não mede palavras para qualificar a narrativa.

Leia abaixo o texto do site Ceticismo Político: 
O blog do petista Renato Rovai trouxe um artigo monstruoso intitulado “Depois de entregar Pré-Sal, esquema PF e MP pode quebrar frigoríficos nacionais”. O monstro diz:
Evidente que ninguém quer comer carne estragada ou produzida sob condições questionáveis. Mas a operação da PF de hoje que coloca os maiores frigoríficos brasileiros, que são também os maiores do mundo, em xeque pode ter consequência tão grave para a economia do país quanto a que afundou a Petrobras e permitiu a uma quadrilha entregar o Pré-Sal.
Epa, epa… Esperem aí. Quer dizer que de tiver “consequência grave para a economia do país” não é para investigar? O que Rovai sugere que seja feito? Que não se investigue?
Ele segue:
A disputa por esse mercado de carnes é tão selvagem quanto o de petróleo. Não há santos nele. E tanto a selvagem relação das empresas com os seus empregados, quanto a forma que se dá a disputa entre elas é algo que não permite ingenuidade.
Eis o discurso da equivalência moral. Se “não há santos”, então todos são igualmente corruptos, certo? Mas cadê as provas de que todos vendem carniça junto com carne? Se as provas apareceram quanto à Friboi e a BRF, ele teria que apresentar a prova das demais empresas. Cadê?
Por este motivo, não se pode deixar de imaginar que a ação da PF não tenha como força motriz apenas o interesse público. Há outras empresas que irão ganhar uma fatia razoável do mercado da JBS, BR Foods e Seara com todo esse escândalo da operação de hoje, que, se responsável, teria de ser feita resguardando um nível mínimo de sigilo.
E daí que outras empresas irão ganhar fatias de mercado? Cade ao Rovai provar que elas cometeram os mesmos crimes que a Friboi e as demais investigadas. As pessoas precisam saber se podem estar comendo carne podre ou não. Sugerir sigilo neste caso é fazer o cidadão correr risco de comer carne contaminada até com produtos cancerígenos. O texto de Rovai é uma aberração.
Mas basta lembrar que Rovai defende uma das empresas que mais investiram no PT. Não é por coincidência que foram uma das empresas mais beneficiadas pelo BNDES. No dia em que a Caixa de Pandora do BNDES for aberta, a podridão do mercado elitista de carnes vai se tornar ainda mais grave do que a distribuição de carnes apodrecidas. No fundo, essa gente é tão podre quanto o PT.

conteúdo: Folha política