Considero um tremendo absurdo quando alguém autoproclamado "especialista em Educação" usa espaço do Jornal Nacional, da Rede Globo, para afirmar que o custo médio de R$ 40 mil por aluno nas universidades públicas (contra R$ 14 mil nas particulares) é justificado pela "qualidade", argumentando que, "das 50 melhores universidades do país, 37 são públicas". Tal argumentação é desonesta!
Confira a lista das 50 universidades públicas e privadas que integram o ranking. Vais observar que TODAS elas possuem processo seletivo rigoroso (seja próprio ou pelo Enem). Ou seja, tornam-se alunos dessas instituições cidadãos mais qualificados e melhor preparados. Por óbvio, isso provoca a exigência de professores também mais qualificados e melhor preparados. O mesmo vale para a própria instituição, numa cadeia de ações em busca da excelência.
Em contraposição, as universidades públicas e privadas que não têm processos seletivos rigorosos, levam alunos deficitários para as salas de aula ditas superiores, que não conseguem acompanhar seus cursos caso os professores apertem um pouco mais a carrapeta do ensino e assim por diante em todo o resto do ciclo acadêmico.
O padrão de qualidade é estabelecido no PROCESSO SELETIVO. É ele quem define tudo que virá pela frente.
"Ah! Mas, a universidade deve ser para todos", dirão aqueles que não conseguem colocar linha na agulha e arvoram-se ao autoelogio de estilistas sociais do nosso tempo.
Sinto muito, mas A UNIVERSIDADE NÃO É PARA TODOS!
O Ensino Superior tem obrigação de exigir dos acadêmicos pré-disposição, dedicação, esforço, persistência, bom domínio do idioma pátrio, hábito de leitura, capacidade para produção intelectual e congêneres. Garantir a permanência de alunos sem boa parte dessas qualificações acaba por corromper todo processo subsequente que irá desaguar na formação de melhores ou piores profissionais.
Reiterando, portanto: a universidade não é para todos!
Helder Caldeira
Publicado originalmente no jornal da cidade on line