quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

DEPOIS CONTE PRÁ GENTE, DEPUTADO

Nenhum país suporta ser esfolado de tantas formas, por meios que vão da mais fingida generosidade à mais sofisticada engenharia criminosa. Entre esses dois extremos cabem muitos outros drenos de recursos: expropriação corporativa; esbanjamento nouveau riche; encargos da solidariedade ideológica nacional e internacional; descalabro administrativo; keynesianismo de prodigalidade; loucuras dos Programas de Aceleração do Crescimento, Brasil Maior, empresas campeãs nacionais; delírios do pré-sal, Jogos Olímpicos, Copa, e por aí vai.

A partir de 2005, começou a ficar evidente a extensão da crise que sobreviria como consequência de uma política que surtava ante a ideia da responsabilidade fiscal. O desastre se tornou inevitável pela teimosa repetição dos erros pois bastam alguns anos com a despesa crescendo acima da receita para que esse desajuste comece a derrubar o Produto Interno Bruto. E quando isso acontece, a despesa pública sacode os ombros e vai em frente como se não lhe dissessem respeito as dificuldades do caixa. Consequentemente, o déficit não para de aumentar e o PIB não para de diminuir. Tal realidade deveria suscitar preocupações nas duas extremidades da relação público-privado. Mas isso não acontece fora de alguns círculos técnicos.

No primeiro lado dessa relação estão todos aqueles cujo ganha-pão vem das folhas de pagamento rodadas no setor público e dos negócios que com ele são mantidos. Nesse numeroso grupo é quase consensual a necessidade de reduzir o gasto e equilibrar as contas, contanto que tais providências se apliquem bem longe de onde cada um opera. No segundo lado dessa relação estão todos os demais cidadãos, aqueles cujo trabalho no setor privado gera a riqueza da qual saem os tributos que irão pagar as despesas dos entes estatais. No Brasil, esse grupo de cidadãos, imensa maioria da população nacional, está culturalmente submisso à ideia de um setor público mais bem protegido e aquinhoado nas relações de trabalho. Entre as consequências de tais distorções se inclui o fato de que poucos jovens brasileiros estudam com tanto afinco quanto aqueles que decidem se preparar para um concurso público. Que eu saiba ninguém se dedicou, ainda, a calcular o custo financeiro dessa negligência, tão comum entre nossos jovens, com a própria formação para a vida na esfera das atividades privadas.

Resultado da cultura estatista: o gasto excessivo gera mais reclamações pela má qualidade dos serviços, do que pelo tamanho e peso tributário que o Estado assume e expande sem cessar.

O parlamentar petista ocupava a tribuna da Câmara dos Deputados. Da alienação por onde divagava (Freud explica), era fácil depreender que recém retornara de um voo em 1ª classe à constelação de Andrômeda. Na viagem, por essas coisas do tempo e do espaço (Einstein explica), sumiram os catastróficos governos petistas. E ele lançava maldições à PEC do teto, que denunciava como produto de mentes perversas, ignorantes de rudimentos da ciência econômica: "Com o que vocês estão fazendo vai faltar dinheiro para tudo! Já deveriam saber que em tempo de recessão cabe ao governo gastar para ativar a economia. Certo?".

Errado, deputado. Como o senhor está chegando de viagem intergaláctica, esquece que a recessão foi causada pelo aumento desmesurado do gasto e do déficit primário. Não é que vá faltar dinheiro para tudo no futuro. O dinheiro já acabou, deputado. Mas eu tenho uma excelente utilidade para sua sugestão: aplique-a em casa. Em vez de conter despesas, resolva os problemas financeiros da família obrigando mulher e filhos a aumentarem seus gastos. Depois conte prá gente, deputado.

por Percival Puggina.

DEPARTAMENTO DE JUSTIÇA DOS EUA VÊ 'MAIOR CASO DE SUBORNO DA HISTÓRIA'


Ao anunciar a assinatura dos acordos de leniência da Odebrecht e da Braskem nos Estados Unidos nesta quarta-feira (21), o Departamento de Justiça americano afirmou que as empresas brasileiras concordaram em pagar US$ 3,5 bilhões para “resolver o maior caso de suborno internacional da história”.
Assinados no âmbito da Operação Lava Jato, os acordos suspendem ações judiciais contra as duas empresas nos EUA, após ambas terem admitido culpa nos casos de corrupção envolvendo a Petrobras.
Para explicar o caso para o público americano, o Departamento de Justiça citou o departamento de propina da Odebrecht, o Setor de Operações Estruturadas, que “sistematicamente pagou centenas de milhões de dólares para funcionários corruptos de governos em países de três continentes”. 

O anúncio também afirma que, numa tentativa de esconder seus crimes, os acusados usaram o sistema financeiro global – incluindo o sistema bancário nos Estados Unidos – para disfarçar a fonte e o desembolso dos pagamentos do suborno. 

O acerto com os EUA está relacionado à assinatura de três acordos, nos quais as duas empresas se comprometeram a pagar cerca de R$ 6,9 bilhões a Brasil, Estados Unidos e Suíça. Com este último, a Odebrecht e Braskem também assinaram o acordo de leniência nesta quarta (21).

Dos cerca de R$ 6,9 bilhões a serem pagos como multa por envolvimento no esquema de corrupção, o Brasil ficará com R$ 2,3 bilhões da Braskem e R$ 3 bilhões da Odebrecht, ou seja, R$ 5,3 bilhões. O restante, R$ 1,6 bilhão, ficará com os EUA e a Suíça.  

Em anúncio realizado pela Suíça quase simultaneamente, a Procuradoria Geral daquele país afirmou que tem conduzido 60 investigações criminais sobre o caso de corrupção internacional envolvendo as duas empresas.

Segundo o MP da Suíça, as investigações mostraram que as contas das empresas faziam a liberação dos fundos, movidos entre várias contas pertencentes a empresas offshore, a fim de facilitar o pagamento dos subornos.

O texto ainda explica que o acordo funciona na Suíça como uma condenação, que assume a forma de uma sentença sumária de pena, e faz parte da conclusão de procedimentos iniciados naquele país, mas que também envolvem o Brasil e os Estados Unidos.

ODEBRECHT PAGOU US$ 788 MILHÕES EM PROPINA EM 11 PAÍSES; QUASE 100 MILHÕES FORAM PARA A VENEZUELA



Em documento tornado público nesta quarta-feira (21), o DOJ (Departamento de Justiça) dos Estados Unidos revelou que a construtora Odebrecht, junto com "seus co-conspiradores", pagou aproximadamente US$ 788 milhões (R$ 2,6 bilhões, ao câmbio atual) em propinas pagas em 11 países, além do Brasil. 


Segundo o DOJ, os valores foram relativos a "mais de 100 projetos em 12 países, incluindo Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela".
Em troca dessas propinas, segundo o DOJ, a Odebrecht obteve R$ 12 bilhões, ao câmbio de hoje, em benefícios com contratos nesses países. 

Os nomes dos países e os valores envolvidos eram desconhecidos no Brasil até a publicação do DOJ. Alegando sigilo, a PGR (Procuradoria Geral da República), que conduz as delações dos funcionários da Odebrecht, nunca havia divulgado tais números e informações. 

A informação sobre os valores e países consta de um documento chamado "informações Odebrecht", que acompanha o acordo assinado entre Brasil e EUA nesta quarta-feira (21). O documento é assinado por dois investigadores do governo norte-americano, Robert L. Capers, procurador de Justiça, e Andrew Weissmann, chefe da Seção de Fraude da Divisão Criminal do Departamento de Justiça. 

O documento descreve o pagamento de propinas em cada país. Um dos valores mais altos foi ligado à Venezuela. Só naquele país a Odebrecht pagou, segundo o DOJ, "aproximadamente US$ 98 milhões em pagamentos corruptos para funcionários do governo e trabalhadores intermediários em benefício deles na Venezuela no sentido de obter e manter contratos de obras públicas". 

Em Angola, outro exemplo, entre 2006 e 2013 a Odebrecht teria pago "mais de US$ 50 milhões em corrupção para funcionários do governo de Angola no sentido de assegurar contratos em obras públicas". Em contrapartida, diz o DOJ, a Odebrecht "conseguiu benefícios de aproximadamente US$ 261,7 milhões como resultado desses pagamentos corruptos" somente naquele país.

ODEBRECHT E BRASKEM ADMITEM US$1 BILHÃO EM PROPINA EM 12 PAÍSES

DEPARTAMENTO DE JUSTIÇA DOS EUA VÊ 'MAIOR CASO DE SUBORNO DA HISTÓRIA'.
Ao anunciar a assinatura dos acordos de leniência da Odebrecht e da Braskem nos Estados Unidos nesta quarta-feira (21), o Departamento de Justiça americano afirmou que as empresas brasileiras concordaram em pagar US$ 3,5 bilhões para “resolver o maior caso de suborno internacional da história”.Assinados no âmbito da Operação Lava Jato, os acordos suspendem ações judiciais contra as duas empresas nos EUA, após ambas terem admitido culpa nos casos de corrupção envolvendo a Petrobras.Para explicar o caso para o público americano, o Departamento de Justiça citou o departamento de propina da Odebrecht, o Setor de Operações Estruturadas, que “sistematicamente pagou centenas de milhões de dólares para funcionários corruptos de governos em países de três continentes”. O anúncio também afirma que, numa tentativa de esconder seus crimes, os acusados usaram o sistema financeiro global – incluindo o sistema bancário nos Estados Unidos – para disfarçar a fonte e o desembolso dos pagamentos do suborno. 
O acerto com os EUA está relacionado à assinatura de três acordos, nos quais as duas empresas se comprometeram a pagar cerca de R$ 6,9 bilhões a Brasil, Estados Unidos e Suíça. Com este último, a Odebrecht e Braskem também assinaram o acordo de leniência nesta quarta (21).Dos cerca de R$ 6,9 bilhões a serem pagos como multa por envolvimento no esquema de corrupção, o Brasil ficará com R$ 2,3 bilhões da Braskem e R$ 3 bilhões da Odebrecht, ou seja, R$ 5,3 bilhões. O restante, R$ 1,6 bilhão, ficará com os EUA e a Suíça.  Em anúncio realizado pela Suíça quase simultaneamente, a Procuradoria Geral daquele país afirmou que tem conduzido 60 investigações criminais sobre o caso de corrupção internacional envolvendo as duas empresas.

Segundo o MP da Suíça, as investigações mostraram que as contas das empresas faziam a liberação dos fundos, movidos entre várias contas pertencentes a empresas offshore, a fim de facilitar o pagamento dos subornos.O texto ainda explica que o acordo funciona na Suíça como uma condenação, que assume a forma de uma sentença sumária de pena, e faz parte da conclusão de procedimentos iniciados naquele país, mas que também envolvem o Brasil e os Estados Unidos.
FIM DE CARREIRA, LITERALMENTE: MP PEDE CONDENAÇÃO DE HADDAD POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

O Ministério Público de São Paulo pediu a condenação do prefeito Fernando Haddad (PT), do maestro John Neschling e mais dez investigados no escândalo de desvio de verbas do Teatro Municipal de São Paulo. Segundo a Jovem Pan, a Promotoria requereu a condenação do petista e dos demais citados à suspensão dos direitos políticos e, solidariamente, à devolução de R$ 128,7 milhões por danos causados a partir de pagamentos efetuados para o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC) e de R$ 468 mil decorrentes da contratação de Neschling.
Além de Haddad e do maestro são citados Willian Nacked, John Luciano Neschiling, Rogério Ceron de Oliveira, Nunzio Briguglio Filho, João Luiz Silva Ferreira, Aline Sultani, Ana Flávia Cabral Souza Leite, Ana Paula Teston, Valentin Proczynski e José Roberto Mazetto.
A ação, submetida ao Fórum da Fazenda Pública da Capital, é subscrita pelos promotores de Justiça Marcelo Camargo Miani e Nelson Luís Sampaio de Andrade – ambos da Promotoria do Patrimônio Público e Social, braço do Ministério Público que investiga corrupção e improbidade.
Um dos acusados, José Luiz Herencia é ex-diretor da Fundação Theatro Municipal de São Paulo. Investigado por supostamente superfaturar contratos da entidade com artistas e causar prejuízo de pelo menos R$ 18 milhões aos cofres públicos, Herencia fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual.
Ele confessou os crimes e delatou outros supostos participantes do esquema de corrupção – o maestro Neschling, que foi diretor artístico durante a gestão de Herencia, e William Nacked, diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural.
fonte: Jornal Livre

LULA E SUA ASSESSORIA DE IMPRENSA TRIPUDIAM DA LAVA JATO EM NOTA

Em sua página no Facebook, Lula e sua assessoria de imprensa decidiram tripudiar da Lava Jato. A página reproduz uma nota enviada à Folha de S. Paulo e acrescenta algumas observações, afirmando que os procuradores estão loucos e perseguem o ex-presidente. Na visão de Lula, a Lava Jato "supera Kafka e Minority Report". 
Leia abaixo o texto publicado na página de Lula: 
LAVA JATO SUPERA KAFKA E MINORITY REPORT: ACUSA LULA POR NÃO RECEBER TERRENO
A Lava Jato abriu um processo contra Lula por ele não ter recebido um terreno, que segundo a operação, seria destinado ao Instituto Lula. A Lava Jato reconhece, porque é impossível não reconhecer, que o terreno não é nem nunca foi do Instituto Lula ou de Lula. É o grau de loucura que a Lava Jato chegou na sua perseguição contra o ex-presidente. Ao invés de investigar e apresentar denúncias sobre delitos reais, e após fechar acordos que tiraram da cadeia pessoas que receberam dezenas de milhões em desvios da Petrobras, persegue delitos que só existem na imaginação de Power Point de alguns promotores, e ficam atribuindo imóveis que não são de Lula para o ex-presidente. E o juiz Sérgio Moro aceita uma denúncia absurda dessas em poucos dias, porque o importante é gerar manchete de jornal e impedir Lula de ser candidato em 2018. Abaixo, nota enviada para a Folha de S. Paulo: 
 "Não comentamos supostas delações. Delações não são prova, quanto mais supostas delações. O ex-presidente não solicitou nenhuma vantagem indevida e sempre agiu dentro da lei. O terreno nunca foi do Instituto Lula e tampouco foi colocado à sua disposição. O imóvel pertence a empresa particular que lá constrói uma revenda de automóveis. Tem dono e uso conhecido. Ou seja, a Lava Jato acusa como se fosse vantagem particular de Lula um terreno que ele nunca recebeu, nem o Instituto — que não é propriedade de Lula, nem pode ser tratado como tal, porque o Instituto Lula tem uma personalidade jurídica própria. Todas as doações feitas ao Instituto Lula estão devidamente registradas e foram feitas dentro da lei."

O ESTADO SÓ PODE DAR AO POVO O QUE LHE TOMA EM IMPOSTOS

Em 1848, o economista e jornalista francês, Frédéric Bastiat, escreveu um artigo sob o título “O Estado”, no qual, em tese e desconsiderando as perdas pela corrupção, já previa, com 167 anos de antecedência, a bancarrota do sistema político/econômico adotado pelo Partido dos Trabalhadores em seu malfadado projeto de poder.

Dizia Bastiat que não se pode conceber que o estado dê ao povo mais do que ele lhe tomou na forma de impostos. O estado, em qualquer caso, se encontra em um “círculo vicioso”, ou seja, se ele se recusar a dar ao povo o que prometeu antes de ser eleito, será acusado de “impotência, de querer mal ao povo, de incapacidade”, ou, por outra, de incompetência e má fé. Se tentar realizar suas promessas, ficará condenado a cobrar mais impostos e, assim, “a fazer mais mal do que bem” e, da mesma forma, a conquistar “a desaprovação geral”.
Em resumo, segundo Bastiat, coexistem duas esperanças, as do povo – ganhar mais e pagar menos - e as duas promessas do governo - muitos benefícios e nenhum imposto. “Esperanças e promessas que, por serem contraditórias, não se realizam nunca”. E acrescenta a pergunta: “Não estará aí a causa de todas as nossas revoluções?”
Entre as promessas impossíveis e as esperanças de vê-las realizadas, o estado vê-se pressionado pelo dilema hamletiano de ser ou não ser “filantropo”, em outras palavras, aumentar ou renunciar aos impostos.
As promessas de dar mais e cobrar menos são, portanto, excludentes e incompatíveis com a realidade. A tentação de usar o crédito do tesouro, isto é, “devorar o futuro”, passa a ser a tentação e a forma de conciliá-los: “fazer um pouco de bem no presente às custas de muito mal no futuro”, processo que “evoca o espectro da bancarrota” !
Bastiat conclui que existem dois sistemas políticos e que os dois podem sustentar-se, desde que praticados com honestidade e que aceitem suas servidões e o truísmo de que o estado não pode dar mais ao povo do que o valor que lhe tomou na forma de impostos, isto é, em um deles, “o estado deve fazer muito, mas deve também tirar muito”, no outro, “a dupla ação do estado deve-se fazer sentir muito pouco”.
E finaliza, dizendo que “o estado não é ou não deveria ser outra coisa senão a força comum instituída, não para ser entre todos os cidadãos um instrumento de opressão e de espoliação recíproca, mas, ao contrário, para garantir a cada um o seu e fazer reinar a justiça e a segurança”.
É importante que os brasileiros conheçam esses princípios para que possam entender a lógica do que se passa no Brasil e que, a partir da experiência desastrosa que nos empobrece e envergonha, preparem-se para fazer outras opções e, principalmente, para aceitar as servidões daí decorrentes, sabendo que, na verdade, os estados, sem exceção, devolvem menos do que tiram, assim que, quanto menores, menor será a diferença!
Gen Bda Paulo Chagas
CONTAGEM REGRESSIVA 

PREPAREM OS FOGOS

CAIXA DOIS É IRREGULAR, AFETA A DEMOCRACIA E PRECISA SER PUNIDO, diz Procurador Eleitoral

O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, disse nesta terça-feira que caixa dois é uma prática irregular que deve ser punida. A afirmação foi feita depois de ser questionado sobre declarações dadas na segunda-feira por Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Gilmar disse que caixa dois, por si só, não é corrupção. Pode ser apenas, por exemplo, que uma empresa não queira figurar na prestação de contas de um candidato.
— É uma irregularidade que precisa ser devidamente tratada pelo sistema sancionatório — disse Dino, acrescentando:
— O abuso de poder econômico e político, inclusive mediante o uso de caixa dois, em tese, pode sim levar à cassação de registros, diplomas (eleitorais).
Por outro lado, Dino evitou bater de frente com Gilmar e aproveitou para defender que o caixa dois seja tipificado claramente como crime. Hoje, há uma outra previsão legal que permite enquadrar caixa dois como crime, mas que tem pouco efeito.
— Você tem duas linhas de abordagem. Se você considerar o termo técnico, jurídico de corrupção, é possível se chegar à conclusão de que são duas coisas distintas. Mas, no sentido lato, quando se fala em corrupção, você abrange várias categorias de irregularidades. Talvez em função dessa distinção técnica é que seja importante efetivamente o caixa dois ser tipificado — afirmou o vice-procurador-geral eleitoral.
Segundo ele, caixa dois pode levar à criação de regimes plutocráticos, ou seja, governado pelos ricos.
— Não há dúvida de que o caixa dois tem uma relação muito íntima com abuso de poder econômico. É uma das formas de revelação do abuso de poder econômico o caixa dois. Exatamente por isso o caixa dois tem um efeito muito lesivo, porque faz com que a disputa seja determinada por um fator monetário. Aquele que investe mais, gasta mais tende a ter mais sucesso. É uma equação ruim para a democracia em termos de legitimação. Você cria regimes plutocráticos.
Ele também defendeu ajustes na legislação, como a mudança no sistema eleitoral. Segundo ele, foi positivo o fim do financiamento empresarial, que começou na eleição municipal de 2016, porque potencializava um "toma-lá-dá-cá" entre candidatos e empresários. Dino também é contra o voto facultativo, por desmobilizar a participação popular no processo eleitoral. Defendeu também a Lei da Ficha Limpa, embora acredite que haja algumas questões pontuais que podem ser melhoradas. É a favor ainda da adoção de uma cláusula de barreira, pela qual os partidos devem ter um desempenho mínimo para ter direito a representação no Congresso. Na avaliação dele, há muitos partidos hoje.
— Tem partidos no Congresso com uma só pessoa. Ele é líder de si próprio — afirmou Dino.
Ele também é favorável ao fim das coligações partidárias nas eleições para deputado e vereador. Nesse sistema, o voto no candidato de uma legenda pode ajudar o de outro partido. Mas, terminada a eleição, as siglas que estavam unidas não são obrigadas a continuar juntas. Uma alternativa, discutida no Congresso, é a federação de partidos, pela qual as legendas coligadas durante a eleição devem permanecer juntas durante a legislatura.
— Pode ser uma boa alternativa. É um meio termo entre aquilo que é episódico, a coligação, e o partido isoladamente — disse o procurador.
Para 2017, Dino apontou como uma de suas prioridades o incentivo à participação feminina na política, que ainda é baixa quando comparada a países vizinhos. Ele disse inclusive que é preciso combater a existência de candidatas laranjas. São candidaturas registradas apenas para os partidos atingirem o percentual mínimo de 30% de mulheres entre os candidatos a deputado e a vereador.

PENTA-RÉU, LULA VÊ RUIR O PLANO DA TRI-CANDIDATURA

O PT vive um drama. Depois de perder o recato, o discurso e o poder, o partido perde gradativamente a derradeira perspectiva de comparecer às eleições de 2018 com um candidato próprio. Convertido em réu pela quinta vez nesta segunda-feira, Lula parece mais próximo de uma cela do que de uma urna eletrônica.
Ainda que consiga chegar a 2018 sem uma condenação de segunda instância, que o tornaria um ficha-suja, a simples condição de réu converte a pretensão eleitoral de Lula num ponto de interrogação. A dúvida cresceu depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que réus criminais não podem permanecer na poltrona de presidente.
Lula virou uma caricatura de si mesmo. Chegou a esse ponto sozinho, sem o auxílio de opositores. Já foi imbatível. Em 2006, reelegeu-se nas pegadas do mensalão. Em 2010, carregou o ‘poste’ Dilma nos ombros. Em 2014, a despeito do estrago produzido pelo petrolão, Lula reeletrificou Dilma com a ajuda da marquetagem anabolizada de João Santana. Desde então, o líder do PT definha.

LULA ESTÁ ENTRE A FUGA E A PRISÃO, diz colunista

O colunista Ricardo Noblat, do jornal O Globo, faz uma avaliação da atual situação do ex-presidente Lula e conclui: "Lula está entre a fuga e a prisão". Para Noblat, Lula deve ser condenado e preso após confirmação em segunda instância. A possibilidade de ser eleito em 2018 já é muito distante.
Leia abaixo o texto de Noblat: 
"Se achasse necessário prender Lula, o juiz Sérgio Moro já o teria feito. Se não o fez até agora foi porque Lula não representa nenhuma ameaça às investigações dos seus supostos crimes. Nem à ordem pública. Uma prisão dele que parecesse precipitada, isto sim, poderia pôr a ordem pública em risco."
 Moro caminha na direção prevista por oito de cada dez advogados que acompanham de perto a Lava-Jato: condenará Lula ao fim de vários processos, mas não o prenderá. Lula só será preso se a segunda instância da Justiça, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) confirmar a decisão de Moro e mandar prendê-lo.
Dos 28 réus que já tiveram recurso julgado na segunda instância, nove viram suas penas aumentadas. Outros onze terão que cumprir a mesma pena decidida originalmente por Moro, segundo levantamento feito pelos repórteres Mateus Coutinho, Rodrigo Burgarelli e Valmar Hupsel Filho, do jornal O Estado de S. Paulo.
Isso significa que o tribunal confirmou ou aumentou as penas de 71% dos réus condenados por Moro – praticamente três em cada quatro. Só quatro dos réus que recorreram ao tribunal tiveram suas penas reduzidas, e outros quatro acabaram absolvidos. Para desespero de Lula, a situação dele só tem se agravado.
Ontem, e pela quinta vez em três operações diferentes (Lava Jato, Zelotes e Janus), comandadas por juízes diferentes, Lula tornou-se réu. E não somente ele, mas também Roberto Teixeira, o advogado e compadre de Lula que comanda a sua defesa em todos os processos. Teixeira é acusado de lavagem de dinheiro, assim como Lula.
O Ministério Público Federal também denunciou Lula por corrupção passiva no caso de contratos firmados pela construtora Odebrecht com a Petrobras. Ele foi apontado como o "responsável por comandar uma sofisticada estrutura ilícita para captação de apoio parlamentar, assentada na distribuição de cargos públicos da administração federal”.
É provável que Lula se torne réu em outros processos. Para que ele fique impedido de disputar as eleições de 2018, basta que seja condenado uma única vez. E que a condenação seja confirmada pela segunda instância da Justiça. Os advogados dele estão certos de que isso ocorrerá até o final do próximo ano. Lula está entre a fuga e a prisão. 


DELATOR ENTREGOU CÓPIAS DOS CHEQUES DA PROPINA PARA JOSÉ GUIMARÃES

Quando prenderam o ex-vereador petista Alexandre Romano, no ano passado, os investigadores da Operação Lava Jato chegaram ao topo de um intrincado esquema de corrupção disseminado em diferentes áreas do governo federal. Como um autêntico lobista, Romano usava a proximidade com integrantes da cúpula do PT para abrir caminhos na burocracia estatal a empresários dispostos a pagar generosas “comissões” por contratos e privilégios na máquina pública.
O negócio era bom para os empresários, que não precisavam lidar diretamente com os corruptos nas repartições públicas para defender seus interesses. Era bom para os políticos corruptos, que não precisavam lidar diretamente com os empresários corruptores para receber seus pixulecos. A mágica toda era feita pelo “consultor”. Investido nesse papel, Romano fazia propina virar dinheiro limpo, disfarçado a partir de contratos fajutos de consultoria jurídica. O ex-vereador recebia o dinheiro, tirava sua parte, e repassava o restante aos “padrinhos” políticos – um deles o deputado petista José Guimarães. As provas dessa relação criminosa começaram a aparecer.

Líder do governo da presidente Dilma Rousseff na Câmara, o petista José Guimarães também lucrou bastante ajudando os corruptos. Para desgraça de Guimarães e de seus colegas petistas que se locupletaram do dinheiro público, Romano, logo depois de preso, fechou um acordo de delação premiada. Uma das suas qualidades, agora se sabe, era a organização. Romano guardava notas fiscais, minutas de contratos e até cópias dos cheques que repassava aos corruptos a título de propina.

Romano contou aos procuradores do Ministério Público que o deputado José Guimarães havia usado sua influência política junto ao Banco do Nordeste para destravar um negócio milionário. Em troca, recebeu 95.000 reais de propina em dois cheques – um de 30.000 reais e outro de 65.000. Além de descrever o golpe e a participação de Guimarães, Romano apresentou a cópia do cheque. 
No canhoto do talão, ele registrou a natureza do gasto: “despesas gerais JG”, de José Guimarães. O deputado petista preferiu não embolsar a propina. Usou o cheque para pagar os honorários de seus advogados. Sem saber da origem do dinheiro, o escritório Bottini & Tamasauskas Advogados confirmou a VEJA o recebimento do dinheiro, informou que declarou a operação e já prestou todas as informações à Justiça. No auge do esquema do mensalão, Guimarães teve um assessor preso com dólares escondidos na cueca. Era a defesa dos advogados desse caso que Guimarães pagou com o cheque da propina. Outro tremendo “batom na cueca” do parlamentar petista, que pode custar a ele um processo por crime de corrupção e a até cassação de seu mandato.

LINDBERGH FARIAS TEM DIREITOS POLÍTICOS SUSPENSOS PELA SEGUNDA VEZ EM UMA SEMANA

A Justiça do Rio suspendeu, por cinco anos, os direitos políticos de Lindbergh Farias. Ele foi condenado hoje por nomear 11 pessoas para a Prefeitura de Nova Iguaçu.
Os indicados eram funcionários de um vereador aliado.
É a segunda vez, em menos de uma semana, que a Justiça suspende seus direitos políticos.
Na primeira ocorrência, foi suspenso por quatro anos, devido ao uso promocional de sua imagem em caixas de leite distribuídas pela prefeitura.

JOSÉ GUIMARÃES É DENUNCIADO NA LAVA JATO

A Procuradoria-Geral da República denunciou ao STF o líder da oposição na Câmara, José Guimarães (PT-CE), em desdobramento da Lava Jato. O petista é acusado de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por supostamente ter recebido R$97,7 mil em propina. Segundo a PGR, Guimarães, ex-líder do governo Dilma, aceitou vantagem indevida p intermediar um financiamento para a Engevix construir uma usina eólica. Janot pede que Guimarães perca o mandato, quando condenado, e pague com Alexandre Romano (Engevix) R$ 1 milhão em recuperação.