quarta-feira, 27 de junho de 2018

‘Não vão deixar pedra sobre pedra’, diz decano da Lava Jato sobre Segunda Turma do STF

O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima criticou as decisões da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que nesta terça-feira, 26, mandou soltar alvos da Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu, o ex-assessor do PP João Cláudio Genu, anulou provas contra a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Paulo Bernardo, na Operação Custo Brasil, e trancou a ação contra o deputado estadual paulista Fernando Capez (PSDB), na Alba Branca – todas operações de combate à corrupção.


“A maioria da segunda turma está trabalhando com afinco hoje. Não vão deixar pedra sobre pedra”, escreveu Lima, em rede social na internet. Mais antigo membro do MPF que integra a força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, ele atuou também no caso Banestado.

“Como a história das grandes operações no Brasil mostra, as investigações acabam em julgamentos das cortes superiores, na maior parte das vezes mutilado da análise aprofundada das provas”, afirma o procurador.

Em outro post feito durante à tarde, enquanto a seleção da Argentina enfrentava a Nigéria, no Mundial, ele ironizou: “Enquanto todos secam a Argentina, a maioria da 2a turma faz 7 a 1 contra a Lava Jato”. “Ops, não marcamos nem mesmo um.”

Lava Jato
Por iniciativa do relator do caso, Dias Toffoli, acompanhado por Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, a 2.ª Turma concedeu liberdade provisória a Dirceu. Ficou vencido o ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin. O decano Celso de Mello não estava presente na sessão.

O petista foi levado para cumprir pena em 18 de maio, após esgotados os recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que confirmou a condenação de Dirceu e aumentou sua pena 30 anos e 9 meses. Em primeira instância, o ex-ministro havia sido condenado a 20 anos e dez meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro.

Após o voto do ministro Toffoli, que entendeu que havia problemas na dosimetria da pena de Dirceu, o ministro Edson Fachin pediu vista (mais tempo de análise). Com isso, Toffoli sugeriu que a turma votasse um habeas corpus de “ofício” ao ex-ministro. Toffoli foi acompanhado por Lewandowski e Gilmar para que Dirceu fique solto até que Fachin devolva a vista do processo.

Custo Brasil 
A Segunda Turma também anulou por maioria busca e apreensão no apartamento funcional da senadora e presidente do PT Gleisi Hoffmann, de junho de 2016, a pedido do Senado.

O alvo da Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato em São Paulo, era o marido da senadora e ex-ministro Paulo Bernardo. Seguindo o voto do relator do caso, ministro Dias Toffoli, a turma reconheceu a ilicitude de eventuais provas obtidas.

Operador MDB
A maioria da Segunda Turma também confirmou nesta terça-feira, 26, a decisão do ministro Gilmar Mendes que liberou da prisão o empresário Milton Lyra, apontado como operador do MDB do Senado. Solto em maio, ele estava preso preventivamente desde abril, em razão da Operação Rizoma – mas é alvo de outras apurações.

Lyra é apontado pela Polícia Federal como lobista do MDB em um bilionário esquema de fraudes com recursos de fundos de pensão Postalis, dos Correios, e Serpros, do Serpro.

Rizoma foi deflagrada em abril pelo juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal do Rio.

Alba Branca. Os três ministros, Gilmar, Toffoli e Lewandowski, garantiram também a maioria para trancar a ação da Operação Alba Branca, contra o ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Fernando Capez (PSBD), acusado por envolvimento na Máfia da Merenda.

Toffoli e Lewandowski acompanharam o voto do relator do caso, Gilmar Mendes, para quem a ação penal foi aberta sem justa causa, sem provas e depoimentos de testemunhas que validassem o processo, descartando momentos em que os depoentes estivessem sob “coação”. 

Dessa forma, Gilmar atendeu integralmente o pedido da defesa do parlamentar, que alegou ‘stress psicológico’, ‘fortes enxaquecas’, pelo que chamou de “injusta acusação”.

Ficou vencido no colegiado o ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin. O decano Celso de Mello não estava presente na sessão.

Em maio deste ano, por 12 votos a 9, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo tornou Capez réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O parlamentar começou a ser investigado na Operação Alba Branca – deflagrada em janeiro de 2016 contra organização criminosa que se instalou em pelo menos 30 prefeituras paulistas e na Secretaria do Estado da Educação para fornecimento de sucos e merendas escolares.

'Alguém tem que parar o STF', diz Eduardo Bolsonaro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro reagiu à sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que trancou uma ação penal contra Fernando Capez, soltou Milton Lyra e João Cláudio Genu, anulou provas recolhidas pela PF em busca no apartamento funcional de Gleisi Hoffmann, e depois soltou José Dirceu, registra o site Folha Política.

Eduardo Bolsonaro atacou: "Enquanto os brasileiros curtem a copa o STF arregaça com o Brasil". E alertou: “Alguém tem que parar o STF!".

Juristas petistas banalizam a corrupção para defender Lula em carta com críticas ao TRF


O arquivamento do julgamento do recurso do ex-presidente Lula previsto para ocorrer na terça-feira (26) no Supremo Tribunal Federal gerou um grande descontentamento no PT. O petista e seus apoiadores contavam com a possibilidade dele ser  colocado em liberdade pela Segunda Turma do Colegiado, a mesma que, uma semana antes, inocentou  a senadora Gleisi Hoffmann das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, publica o site Imprensa Viva.

Segundo a publicação, no mesmo dia em que ocorreria seu julgamento na segundona do STF, os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli mandaram arquivar provas da Operação Custo Brasil contra a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, Paulo Bernardo. 

Os ministros da segundona estavam com a lâmina afiada e soltaram ainda o ex-ministro José Dirceu, preso há menos de um mês, após ter sido condenado pelo TRF-4 em segunda instância. Mais cedo, nesta mesma terça-feira, 26, os ministros da Segunda Turma soltaram o  ex-tesoureiro do PP, João Cláudio Genu.

Antes destas decisões, um grupo de juristas petistas nada ilustres, excetuando as figuras dos ex-ministros Tarso Genro e José Eduardo Cardozo, divulgou uma carta com ataques indiretos ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região e com críticas diretas ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que se viu forçado a arquivar o recurso de Lula, após decisão do TRF-4.

"O Brasil, como qualquer sociedade que convive com problemas endêmicos de corrupção, precisa encontrar caminhos de responsabilização que não impliquem a flexibilização de garantias fundamentais, conquistadas como forma de evitar os desmandos autoritários do passado recente e o retorno do estado de exceção", diz a carta enviada a cada um dos 11 ministros do STF.

Os juristas sugerem que o STF precisa encontrar um outro caminho para punir os responsáveis pela corrupção endêmica que assolou o país ao longo da última década e meia. Mandar prender os criminosos, segundo os juristas petistas, pode significar uma ameça às garantias fundamentais dos corruptos. Ao afirmar que "O Brasil, como qualquer sociedade que convive com problemas endêmicos de corrupção", há uma clara tentativa de banalizar os desvios dos cofres públicos, ao mesmo tempo em que se tenta criar um paralelo em relação ao regime militar, ao mencionar "desmandos autoritários do passado recente e o retorno do estado de exceção". A tentativa de comparar subversão com corrupção é medíocre, assim como todos os argumentos do ex-presidente Lula e de seus apoiadores e cúmplices da organização criminosa que assaltou a Petrobras e os cofres públicos do país.

O poder de Lula e de seus subordinados sobre os ministros do STF sugere que há muita gente com o rabo preso no Judiciário brasileiro. 

Segunda Turma estaria pronta para soltar Lula nesta terça (26)


A decisão da Segunda Turma do Supremo de soltar José Dirceu nesta terça-feria, 26, foi apenas uma demonstração de que a mesma decisão poderia ter sido tomada em relação ao ex-presidente Lula, caso seu julgamento previsto para esta mesma terça fosse mantido, registra o site Imprensa Viva.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, já havia enviado o recurso de Lula para a Segunda Turma - órgão responsável pela maioria dos casos da Operação Lava Jato. No recurso, bastante similar ao do ex-ministro José Dirceu, Lula pedia a suspensão da sua prisão. 

Na última sexta, porém, o TRF-4 rejeitou o andamento do recurso extraordinário ao STF, dando aval apenas para a tramitação do recurso especial no Superior Tribunal de Justiça.

Nesta segunda, Fachin enviou um novo recurso de Lula para o plenário do STF, ao invés de mandar o julgamento para a Segunda Turma. Este recurso de Lula deverá ser julgado apenas em agosto, mas pelos onze ministros do STF.

Nas Redes Sociais, a imagem do Supremo não anda nada boa.

Contra a farra, corte de 15,5 bilhões de reais

Em fim de legislatura, com eleições à vista, o Congresso está quebrando o país com a liberação de dinheiro público até para consertar o galinheiro da vovozinha.

O governo resolveu reagir, como publica o Estadão, cortando 15,5 bilhões de reais em benefícios  ao setor agrícola.

Vamos ver se é mesmo para valer.

Palocci e Valério: dois fantasmas que assombram Lula

Eliane Cantanhêde discorre sobre Antonio Palocci e Marcos Valério, dois dos fantasmas que assombram Lula desde que o STF avalizou os acordos de delação feitos exclusivamente pela PF, registra O Antagonista.

“Em entrevista à revista eletrônica Crusoé, Valério repetiu a mesma tática de Palocci num depoimento ao juiz Sérgio Moro: não passou informações objetivas, mas mandou recados graves a quem interessar possa. Um desses recados, o mais contundente, é de que ele está “amargamente arrependido” de não ter contado tudo o que sabia sobre o envolvimento de Lula, então presidente, no mensalão.”