sábado, 31 de dezembro de 2016

2016 FOI UM ANO RUIM ?


2016 FOI UM ANO RUIM ?

O Brasil mudou porque você mudou!
Em 2017 tem mais!
Vem Pra Rua!

ENORME DIFERENÇA 

EM 2017, EXIGIMOS JUSTIÇA: LULA NA CADEIA

INVESTIGADO, PRESIDENTE DO TCE-RJ PEDE LICENÇA DO CARGO

O presidente do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Jonas Lopes, vai se licenciar por três meses em 2017. Somados a dois meses de férias a que tem direito, ficará fora do cargo por mais de 150 dias.

Lopes foi citado nas tratativas de delação premiada do ex-diretor de Contratos da Odebrecht, Leandro Azevedo. Segundo ele, o presidente do TCE-RJ pediu dinheiro para aprovar o edital de concessão do Estádio do Maracanã e o relatório de contas da Linha 4 do metrô do Rio.

Lopes foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para depor em 13 de dezembro. Ele nega as acusações.

COM PRISÕES, CIDADE DE FOZ DO IGUAÇU TERÁ QUE FAZER NOVA ELEIÇÃO

Dez votos vão decidir o futuro de uma cidade neste domingo (1º). Foi esse o número de vereadores que sobrou em Foz do Iguaçu, a cidade das Cataratas, quase sem Câmara e ainda sem prefeito.

"É uma confusão generalizada. Foz virou piada", diz a servidora pública Francielly Ponzio, 34.

Duas semanas atrás, mais da metade dos vereadores foi presa, suspeita de receber um "mensalinho". O prefeito foi detido meses antes pela Polícia Federal, também sob acusação de corrupção.

Entre eles, havia seis reeleitos para o colegiado de 15 vereadores que inicia o mandato em 2017. Um foi libertado porque estava em regime de prisão temporária. Os outros continuam atrás das grades. Ao todo, portanto, apenas dez vereadores estão, neste momento, aptos a definir os rumos de Foz.

A vice assumiu em julho, num mandato tampão -e Paulo MacDonald (PDT), que assumiria o seu lugar, eleito em outubro, teve a candidatura indeferida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na semana passada por ter sido condenado por improbidade.

"Eu estava com equipe pronta, tudo pronto na minha cabeça. Agora, não tem mais jeito", diz MacDonald (PDT).

A cidade terá que fazer novas eleições. Ainda não está definido, porém, quando, nem quem serão os candidatos -e ainda há recursos a serem julgados.

DISPUTA

"Ainda não é jogo jogado. Não acabou", diz o segundo colocado, Chico Brasileiro (PSD). Para ele, a Constituição ainda admite que ele tome posse, já que o primeiro lugar não fez a maioria absoluta dos votos.

Até a decisão definitiva, o presidente da Câmara é quem assume a prefeitura. O problema é escolhê-lo, entre apenas dez vereadores que sobraram.

Dois grupos -o do ex-prefeito MacDonald e do seu adversário, Brasileiro- disputam a vaga, mas nenhum tem maioria ou consenso para eleger a chapa.
Entre eles, correm soltos os cálculos de quantos votos e até quantos anos têm: em caso de empate, vence o mais velho.

"Estão falando muita coisa, mas não há nada certo", comentava o vereador eleito Celino Fertrin (PDT), a dois dias da posse. Os oito novatos ainda tentavam articular um nome de consenso até este sábado, sem sucesso.

Na prática, desde a meia-noite, Foz é uma cidade sem comando.

CIDADE PARADA

"Eu não mandei ninguém embora porque podem precisar da equipe", diz a atual prefeita, Ivone Barofaldi (PSDB). "Eles estão totalmente sem time, sem nada. Não dá para fazer uma loucura."

Conhecida na cidade como dona Ivone, a empresária, que tem uma loja de calçados, diz estar distante de Reni Pereira (PSB), o ex-prefeito preso e afastado, há pelo menos dois anos, por desconfiar "dessas coisas desagradáveis, para não falar o nome".

"Eu fui usada para ganhar votos. Acreditei nele e depois fiquei de lado", diz. "Não sabia de absolutamente nada."

A cidade tem obras paradas, especialmente de recapeamento -elas são investigadas por suspeita de superfaturamento.

A saúde, outro alvo das investigações, também travou. O hospital municipal, quase ao colapso, foi assumido pelo governo estadual no mês passado.

Nesse cenário, os moradores se dividem sobre o que vai acontecer a partir de 2017. Para alguns, a investigação pode ter um "efeito pedagógico".

"O recado está sendo dado. É o fim de um ciclo político que era permissivo com a barganha, com a negociata", diz Brasileiro. Para ele, os novos vereadores, a maioria novatos, podem "reescrever a história da cidade".

Outros são mais reticentes. "Eu temo pelo futuro de Foz. Tenho medo que aconteça tudo de novo", diz MacDonald.

Há ainda quem fique no meio do caminho, como o taxista Fabiano da Silva, 29: "Podem até roubar, mas, depois do que aconteceu, vão roubar menos".

A eleição na Câmara acontece neste domingo (1º) à tarde.

ESQUEMA

O esquema descoberto em Foz do Iguaçu surpreendeu os investigadores. Segundo o Ministério Público Federal, o objetivo era dar sustentação política ao ex-prefeito Reni Pereira (PSB) por duas vias: acertos com empresários, que ganhavam licitações fraudulentas, e com vereadores, pagos em troca de apoio político.

A propina era paga até em lugares insólitos. Segundo o ex-secretário e atual delator, Melquizedeque Souza, a pergunta "Posso ir ao banheiro?" era a senha para que um empresário deixasse o valor no toalete do seu gabinete.

Alguns vereadores recebiam até R$ 10 mil por mês, fora outros pagamentos eventuais.
OUTRO LADO

Para a defesa dos vereadores, há excessos na investigação. "O judiciário quer passar um corretivo nos políticos, numa onda de moralização, mas é preciso um julgamento justo", diz o advogado Silvio Alvarenga, que defende sete dos investigados no esquema. "Ninguém defende a impunidade ou é a favor da corrupção, mas eles estão cumprindo pena antecipadamente."

Os vereadores presos haviam sido diplomados um dia antes. Na cadeia, foram recebidos aos gritos por outros detentos. Tiveram a cabeça raspada e estão sem visitas da família. Passaram o Natal à base de carne assada, arroz sem legumes, macarronada e salada de batata.

Para Alvarenga, as provas são frágeis, baseadas nas palavras de colaboradores e em escutas fora de contexto. Ele destaca que o caso ainda está em fase de inquérito -portanto, ninguém foi denunciado, muito menos condenado.

O ex-prefeito Reni Pereira vem afirmando inocência desde o início das investigações. Ele está em liberdade há dois meses por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas não pode ir à prefeitura nem manter contato com qualquer funcionário do executivo. Pereira virou réu, mas ainda não houve decisão no processo.

Para sua defesa, o caso é "complexo e difícil" porque envolve familiares do ex-prefeito, inclusive sua mulher, a deputada Claudia Pereira (PSC), e as provas colhidas até aqui só corroboram uma parte da acusação, que ainda é passível de questionamento.



EM 2017, LAVA JATO PREVÊ AÇÕES EM AO MENOS MAIS 7 ESTADOS

A Lava Jato completa três anos em março de 2017 impulsionada pelos desdobramentos dos inquéritos instaurados em Curitiba, sede da operação, por seus filhotes já espalhados por seis estados brasileiros e pela delação da Odebrecht. A expectativa dos procuradores e delegados é que essa convergência de fatores duplique os números da investigação que em 2016 realizou 17 operações e ofereceu 20 denúncias. Só com o acordo da empreiteira baiana, a projeção é que, além dos seis estados com inquéritos em andamento, ao menos outros sete transformem-se em sedes de operações cujo objetivo é avançar sobre o “mega esquema de desvios de recursos públicos” patrocinado por agentes públicos e privados corruptos.
Após os desmembramentos impostos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o compartilhamento de informações com o Ministério Público de outros estados, operações “filhotes” da Lava Jato já apareceram em São Paulo (Custo Brasil), Rio de Janeiro (Irmandade, Pripyat e Calucite), Goiás (O Recebedor e Tabela Periódica), Pernambuco (Vidas Secas e Turbulência), Rondônia (Crátons) e no Distrito Federal (Janus). Com a delação da Odebrecht esse número deve quase duplicar. Apenas nos documentos apreendidos na 35ª fase, a Ommertá, os investigadores encontraram e-mails e pedidos de pagamento via o Setor de Operações Estruturadas, o departamento da propina, atrelados a 38 projetos espalhadas em 10 estados – RJ, SP, BA, RS, PE, RN, PR, CE, PI e ES. São obras que vão desde o metrô em São Paulo e Rio de Janeiro aos estádios da Copa do Mundo em Pernambuco, Rio e Bahia. (veja mapa ao lado)

Alvo de ao menos quatro fases da operação em 2016, a empreiteira baiana foi arrastada para um acordo de colaboração que, segundo investigadores ouvidos pelo Estado, deve duplicar o tamanho da Lava Jato e postergar seu encerramento em ao menos dois anos. A colaboração da empreiteira baiana também vai dobrar o número de delatores. Segundo o MPF, até agora eram 71 pessoas físicas signatárias de acordos, com a Odebrecht, além da maior leniência da história mundial – R$6,9 bilhões de multa -, a investigação terá ao menos mais 77 executivos delatores que entregarão pagamentos indevidos em cerca de 100 projetos espalhados pelo Brasil e outros 13 países.

No Brasil, a expectativa dos investigadores e advogados ouvidos pelo Estado é que a delação atue em duas frentes. Por um lado, as informações reveladas pelos executivos devem gerar inquéritos nos locais onde as obras foram realizadas de modo a criar novas forças-tarefas nos moldes das já instaladas em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Essa novas células de investigações devem produzir novas operações que vão pipocar ao longo do ano em vários regiões do país.

Outra frente será resultado de um efeito colateral do acordo da Odebrecht. Advogados já foram avisados que ao menos a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez terão seus acordos revistos para inclusão de novos fatos narrados pelos executivos da empreiteira baiana. Ao recall nos acordos soma-se ainda as novas potenciais delações. Só de empreiteiras, estão na fila da procuradoria-geral da República (PGR) a Mendes Júnior, a Delta Engenharia, a EIT Engenharia, a Galvão Engenharia e a OAS.

Com essa convergência de fatores, a expectativa dos investigadores é que em 2017 os números da operações batam novo recorde. Sobre 2016, em seu balanço a anual, os procuradores responsáveis pelos processos sob tutela do juiz federal Sergio Moro relacionam as 17 operações realizadas e as 20 denúncias oferecidas este ano a “intensificação dos trabalhos ao lado da Polícia e da Receita Federal, expressando o firme compromisso de investigar e processar todos os crimes relacionados ao maior escândalo de corrupção da história do país.” Em quase três anos de investigação, somente na 1ª instância, são 103 prisões temporárias, outras 79 preventivas, 197 conduções coercitivas e 730 buscas e apreensões derivadas de 1.434 procedimentos instaurados. No total, as ações derivadas dos inquéritos em Curitiba pedem o ressarcimento de R$ 38,1 bilhões aos cofres públicos.


BRASKEM PAGOU PROPINA DE US$ 4,3 MILHÕES A POLÍTICO E EXECUTIVO DA PETROBRAS

Um documento produzido pela SEC, órgão do governo americano que regula o mercado de ações dos EUA, afirma que a petroquímica brasileira Braskem pagou propina de US$ 4,3 milhões (ou R$ 14 milhões, ao câmbio desta sexta-feira, 30) para "um congressista brasileiro" e um funcionário da Petrobras que ocupava cargo de chefia.

O objetivo era garantir uma parceria comercial da empresa, braço petroquímico do grupo Odebrecht, com a Petrobras para a construção de uma unidade de produção de polipropileno em Paulínia, no interior de São Paulo.
De acordo com a SEC, esse pagamento foi decidido depois de 2006, quando executivos da Braskem manifestaram receio de que a Petrobras pudesse não dar seguimento ao acordo.

Os desembolsos, segundo a SEC, acabaram "descaracterizados" pela Braskem em seus registros contábeis como "pagamentos de comissões" e "consolidados nas declarações financeiras como custos ou despesas de negócios legítimos".

A unidade de Paulínia foi inaugurada em 2008 ao custo de R$ 700 milhões. A Braskem anunciou que "originalmente" teria 60% de participação no novo empreendimento, a Petroquímica Paulínia, enquanto a Petrobras ficaria com 40%.

No entanto, segundo a empresa, um acordo assinado em novembro de 2007 "consolidou a parceria estratégica entre as companhias", permitindo que a Braskem passasse a ter 100% do controle do capital da unidade de Paulínia, enquanto a Petrobras viesse a deter 25% do capital da Braskem.

A Petrobras também se comprometeu a investir US$ 450 milhões em duas unidades de propeno para suprir a matéria-prima necessária para o projeto de Paulínia.
O documento da SEC, assinado pelo chefe assistente David S. Johnson, foi entregue à Justiça de Washington no último dia 21 em uma ação civil movida pelo órgão contra a petroquímica. A empresa tem ações listadas na Bolsa de Nova York e, por isso, se submete à fiscalização.

As informações têm como origem o acordo de leniência fechado naquele mesmo dia pela Odebrecht com Brasil, EUA e Suíça, no qual os empreiteiros reconheceram ter cometido diversos crimes e irregularidades.

O pagamento de Paulínia foi citado no documento produzido pelo Departamento de Justiça americano que veio a público no dia 21, mas sem a identificação do projeto e do nome da cidade paulistana.

OUTROS CASOS

A SEC concluiu que a Braskem violou três artigos da lei que regula o mercado de ações dos EUA, como ter "falhado no ato de fazer e manter livros, registros e contas que, com razoável detalhe, precisão e correção refletissem suas transações e bens".

De acordo com a SEC, de 2006 a 2014 a Braskem "pagou propinas" totais de US$ 250 milhões a "partidos políticos e funcionários do governo do Brasil", incluindo "senadores e representantes do Congresso brasileiro e ao menos dois importantes partidos políticos".

Em petição no processo, os advogados da Braskem confirmaram que a empresa "irá admitir que de 2006 a 2014 pagou propinas a autoridades do governo brasileiro a fim de obter e manter negócios" e que pagará à SEC, até 30 de janeiro de 2018, um total de US$ 325 milhões correspondentes "aos lucros alcançados como resultado das condutas" que foram denunciadas no processo.

Além de Paulínia, o órgão americano citou os pagamentos de US$ 20 milhões em 2009 por um acordo com a Petrobras para fornecimento de nafta, US$ 1,74 milhão em outubro de 2013 para "consultores" pela aprovação de uma lei que garantiria vantagens em impostos e mais US$ 29 milhões a partir de 2006 para um partido "usar sua influência" a fim de assegurar impostos mais baixos.
OUTRO LADO

A Braskem, procurada pela Folha, afirmou, em nota, que pagará R$ 3,1 bilhões em multa e em indenização em seu acordo global de leniência com autoridades.

"A Braskem reconhece sua responsabilidade pelos atos dos seus ex-integrantes e lamenta quaisquer condutas passadas. A companhia seguirá cooperando com as autoridades e aprimorando o seu programa de conformidade", diz o comunicado.

A Odebrecht vem reafirmando disposição de colaborar com as autoridades.

A Petrobras, procurada na quinta (29), não havia se manifestado até a conclusão desta edição.



DITADOR DA COREIA DO NORTE PROIBIU O NATAL E MANDOU CELEBRAR O NASCIMENTO DA SUA AVÓ
Kim Jong-Un substituiu o nascimento de Jesus pelo da “Sagrada Mãe da Revolução”
Pyongyang já foi o lar de mais cristãos que qualquer outra cidade coreana. Era até a sede episcopal da nação. Tudo mudou no início da década de 1950, quando as autoridades da então recém-separada Coreia do Norte decidiram suprimir oficialmente qualquer tipo de atividade cristã de culto.

Vários grupos de defesa dos direitos humanos estimam entre 50 mil e 70 mil o número de cristãos confinados à prisão ou a campos de concentração naquele país por simplesmente praticarem a sua fé.
Mesmo assim, não é de todo estranho, nesta época do ano, ver árvores de Natal em algumas lojas de luxo e restaurantes de Pyongyang, ainda que desprovidas de qualquer significado religioso.

Agora o ditador Kim Jong-Un deu mais um passo na proibição das celebrações de Natal na Coreia do Norte: ele ordenou que, na noite de 24 de dezembro deste ano, o povo comemorasse o nascimento da sua avó, Kim Jong-Suk, uma guerrilheira comunista que combateu os japoneses e se tornou a esposa do primeiro ditador do país, Kim Il Sung. Ela teria nascido na véspera de Natal de 1919.

Morta em 1949 e considerada a “Sagrada Mãe da Revolução”, Kim Jong-Suk recebe nestas datas a homenagem de muita gente que visita o seu túmulo.

SITE PESSOAL DO PRESIDENTE MICHEL TEMER  É HACKEADO

O site pessoal do presidente Michel Temer amanheceu hackeado. Na página principal, aparece uma mensagem contra os partidos, de forma geral, e contra o Congresso Nacional. O autor diz não se identificar com a direita, com a esquerda nem com o centro e cita outros sites que foram invadidos anteriormente. O ataque prejudica o acesso principalmente na versão mobile.
“Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come. Eu quero pena de morte pra quem tá no Congresso, vocês que deveriam responder por crime hediondo", dizia trecho da página hackeada, que já saiu do ar.

O Palácio do planalto informou que não vai tomar providências sobre o assunto porque o site invadido (micheltemer.com.br) não tem relação com a Presidência da Republica.

A página de Michel Temer é administrada pelo PMDB de São Paulo. De acordo com o partido, o site foi invadido durante a noite e ainda não se sabe de onde partiu o ataque O PMDB informou que as providências cabíveis já estão sendo tomadas para identificar o autor da invasão e para colocar o site no ar novamente.



DIRCEU É O ÚNICO QUE RECEBE AS EX-MULHERES NA PRISÃO

De todos os detidos da Lava-Jato, José Dirceu é o único que recebe regularmente a visita de três ex-mulheres. Os outros presos se referem a ele, ironicamente, como “herói”.

MARCELO ODEBRECHT ENTREGOU O PAI À LAVA JATO: "LULA NUNCA GOSTOU DE MIM"

Marcelo Odebrecht decidiu atravessar o samba no segundo dia das conversas com procuradores da Lava Jato que precederam sua delação. Indagado a respeito de suas relações com o ex-presidente Lula, respondeu: “O Lula nunca gostou de mim. Quem sempre tratou de tudo com ele foram o meu pai e o Alexandrino (Alencar, diretor de relações institucionais)”. 
A resposta não estava no roteiro que advogados da empresa haviam traçado diretamente sob a batuta de Emílio Odebrecht, o pai de Marcelo. Por essa estratégia, Emílio seria poupado de maiores responsabilidades nos malfeitos da empresa, da mesma forma que executivos-chave como Pedro Novis, ex-presidente do conselho da Braskem. Já Marcelo tomaria para si a parte mais pesada da culpa. Isso permitiria que mais executivos se mantivessem em seus cargos e continuassem tocando a empresa. Em outras palavras, Marcelo seria o cordeiro do sacrifício cujo sangue irrigaria o império presente em 26 países e responsável por um faturamento de 125 bilhões de reais em 2015 (a Odebrecht é a maior construtora do Brasil e a 13ª do mundo). Ocorre que o príncipe dos empreiteiros começou a achar que a conta estava salgada demais para ele.

Naquele dia em que disse não ser próximo de Lula e apontou o dedo para o próprio pai, Marcelo implodiu de uma vez as pontes que ainda o ligavam à empresa. Aos gritos, desafiou os advogados Theo Dias e Adriano Maia — o primeiro, contratado pela Odebrecht, e o segundo, diretor jurídico da empreiteira. Ambos participavam da conversa com os investigadores, juntamente com a irmã de Marcelo, Mônica, e o também advogado Luciano Feldens — contratado pessoalmente por Marcelo depois que ele passou a achar que estava sendo prejudicado na divisão da culpa. A rebeldia do primogênito da família não apenas selou o seu distanciamento da Odebrecht como também deixou claro que a relação com Emílio, seu pai, que sempre havia sido turbulenta, chegava ao seu pior momento.

JUIZ CONFISCA BENS DE FILHOS DE CRISTINA KIRCHNER, A AMIGA DA INCOMPETENTA

Um juiz argentino decidiu confiscar os bens de Florença e Máximo Kirchner, filhos de Cristina Kirchner, herdados do também ex-presidente Néstor Kirchner e cedidos aos dois por Cristina Kirchner em março deste ano. A medida inclui 16 propriedades, um veículo e as participações societárias em três empresas. 
O pedido tinha sido feito pelos promotores Gerardo Pollicita e Ignacio Mahiques, que também solicitaram o embargo do único terreno que resta à ex-presidente, cedido a Lazaro Baez. Além disso, os hotéis Alto Calafate (da empresa Hotesur) e La aldea, de propriedade de Los Sauces, também foram embargados. A medida foi tomada como precaução, por supostas manobras de lavagem de dinheiro no caso Hotesur. O confisco preventivo do patrimônio de Máximo e Florencia inclui os imóveis, um carro declarado pelo contador Victor Manzanares em US 153.615 e três participações societárias declaradas por US 13.723.686 no total. As três empresas — Hotesur, Los Sauces SA e CoMa SA — são investigadas em diferentes casos pela Justiça.os promotores, há “fortes indicadores que demonstram a intenção dos investigados de diluir o patrimônio volumoso, para que não seja tutelado pela Justiça”. Para eles, o embargo preventivo é a melhor medida para “proteger os valores que eventualmente poderiam ser confiscados”.
LULA USAVA O PRÓPRIO FILHO COMO LARANJA PARA EMBOLSAR MAIS DE R$ 100 MILHÕES EM ESQUEMA DE LAVAGEM DE DINHEIRO.
Um dos filhos do ex­-presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, deve se tornar alvo das investigações mais intensas por parte da Operação Lava Jato a partir de 2017. De com laudo elaborado na investigação, a empresa do filho do petista, a Gamecorp, embolsou nada menos que R$ 103 milhões da cervejaria Petrópolis da empresa de telefonia Oi. As duas empresas foram beneficiadas com generosos recursos do BNDES durante os governos de Lula durante o período em que ocorreram parte dos repasses milionários. Os principais financiadores da empresa Gamecorp, que pertence a um dos filhos do ex­-presidente Lula, injetaram na firma ao menos R$ 103 milhões, de acordo com laudo elaborado na Operação Lava Jato. A cervejaria Petrópolis e empresas ligadas à Oi são os principais remetentes desses recursos. O esquema de repasses pode ter sido concebido para beneficiar o ex­-presidente Lula e parte do dinheiro pode ter sido usado para a aquisição do sítio em Atibaia, atribuída ao petista. A empresa que recebeu os repasses está em nome de Fábio Luís Lula da Silva e dos sócios Kalil Bittar, Fernando Bittar, donos no papel do sítio. O laudo sobre a movimentação financeira da empresa de Lulinha, que pode ter sido usado como laranja pelo próprio pai, foi elaborado pela Polícia Federal está anexado a um dos inquéritos sobre o ex-­presidente na Lava Jato.
DILMA FRACASSA EM MANOBRA PARA CONSEGUIR CARGO PARA ALIADO.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS VETA BOQUINHA PARA EX-ASSESSOR DA PETISTA
O ex­-assessor da ex-­presidente Dilma Rousseff, Giles Azevedo, não conseguiu se dar bem com a boquinha providencial descolada por um velho parceiro da petista, Fernando Pimentel (PT), e atual governador de Minas Gerais. A trama para conseguir um cargo para Azevedo envolveu uma jogada entre duas distribuidoras de energia. Como controladora da Light, a Cemig mineira, que é controlada por Pimentel, indicou Giles Azevedo para um cargo no conselho de administração da carioca Light. O problema é que a nova Lei das Estatais, sancionada pelo presidente Michel Temer em junho veda a indicação de pessoas que participaram de campanha eleitoral nos últimos 36 meses. Com base na nova lei, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vetou, em decisão inédita, a indicação de Azevedo para o o cargo na distribuidora de energia de parte do Estado do Rio. Cemig, distribuidora estatal de Minas Gerais, que é a maior acionista individual da Light, com 26,06% de participação no capital da companhia. Apesar de a Light ser privada, a diretoria da CVM entendeu que a Cemig teria que seguir a Lei das Estatais nas indicações que faz em empresas de que participa. Ao dar seu voto, o presidente da CVM, Leonardo Pereiro, citou "a inegável e determinante influência da Cemig, responsável pela indicação do sr. Giles, nos negócios da Light". A lei estabeleceu regras mais rígidas para indicações de executivos para dirigir ou fazer parte do conselho de administração das estatais, além de padronizar questões como governança. O objetivo é "despolitizar" o comando das empresas, segundo disse Temer ao determinar a suspensão das indicações até a aprovação da lei. A indicação de Azevedo foi questionada na CVM pelos investidores Tempo Capital Principal Fundo de Investimentos em Ações e Victor Adler, informou a autarquia. Fracassou a manobra de Dilma, de seu ex-­assessor e de seu coleguinha dos tempos de guerrilheira, Fernando Pimentel. O ex­-assessor de Dilma foi citado na Lava Jato na delação da dona da agência de publicidade Pepper, que tem como sócia a esposa de Fernando Pimentel. Danielle Fonteles diz que foi orientada por Giles Azevedo, o mais próximo auxiliar de Dilma, a montar a estrutura financeira irrigada com recursos ilícitos para abastecer as campanhas de 2010 e 2014. A empresa que Pimentel e sua esposa Carolina Oliveira se portavam como sócios informais, acabou se transformando numa lavanderia de dinheiro adquirido por meio de contratos forjados com empreiteiras enroladas no petrolão e agências de comunicação e publicidade com contratos no governo. Pimentel enfrenta um processo no Superior Tribunal de Justiça, onde corre o processo da Operação Acrônimo. 
DEPOIS DE DILMA, GLEISI HOFFMANN, EDUARDO SUPLICY E TARSO GENRO EDINHO SILVA TAMBÉM RECOMENDA QUE PT ADMITA QUE É CORRUPTO.
Na medida em que a situação do ex-­presidente Lula se complica na Lava Jato e em outras frentes de investigações, mais e mais petistas se precipitam rumo ao precipício político. A prisão da liderança máxima do partido pode até ser contestada por alguns militantes mais aguerridos. Mas entre aqueles que ainda nutrem ambições no campo político, a situação é outra completamente diferente. Diante da encruzilhada que separa o destino do partido antes e pós­-prisão de Lula, muitos tentam se antecipar aos fatos, assumindo que o melhor a ser feito seria assumir seus "erros" históricos. Gente como a ex­-presidente Dilma Rousseff, a senadora Gleisi Hoffmann, o vereador Eduardo Suplicy e o ex­-ministro Tarso Genro já defenderam publicamente esta postura. Agora foi a vez do ex­-ministro da Comunicação Social do governo Dilma, Edinho Silva, apontar para o mesmo caminho. Segundo o prefeito eleito de Araraquara, O PT precisa reconhecer seus erros e, a partir disso, reivindicar suas conquistas, para continuar tendo relevância no cenário político brasileiro. Para ele, a sociedade esperava que o PT fosse diferente de outros partidos, que fizesse as reformas necessárias e que não caísse no jogo sujo dos esquemas ilícitos de financiamentos de campanhas, o que não ocorreu. Edinho concedeu uma entrevista à Folha, na qual falou a necessidade do PT assumir que foi essencialmente um partido corrupto ao longo dos últimos anos.
CORRUPTOS E CORRUPTORES. OS ODEBRECHT ENCONTRARAM EM LULA E DILMA OS PARCEIROS PERFEITOS PARA O MAIOR ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DO MUNDO
Os ex-­presidentes Lula e Dilma do PT foram destaque indiretos na matéria do jornal britânico "Financial Times", que classificou a Odebrecht como uma "máquina de propina" em reportagem que teve repercussão mundial nesta semana. "O maior grupo de construção da América Latina corre o risco de ficar mais conhecido por criar uma das maiores máquinas de propina da história corporativa", diz o texto, que demonstra como a empreiteira conseguiu criar os maior esquema de corrupção do mundo com a ajuda do ex-­presidente Lula. A reportagem menciona o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, departamento criado para controlar e distribuir os subornos de governantes "de Brasília a Maputo, em Moçambique". O jornal destaca ainda que, para o Departamento de Justiça dos EUA, a Odebrecht operava um "esquema de propina e fraudes sem paralelo". Junto com o Brasil e a Suíça, os EUA fecharam um acordo de US$ 3,5 bilhões com a Odebrecht em troca do fim de ações judiciais contra a empresa. "A descoberta de que uma das mais importantes empresas da América Latina conduziu esses crimes por tanto tempo e em tantas jurisdições abalou as bases do mercado brasileiro", afirma o "Financial Times", numa referência à ascensão meteórica da empresa a partir do primeiro ano do governo Lula em 2003. "O escândalo da Odebrecht e a Lava Jato ao menos colocaram a necessidade dessas reformas no topo da agenda política". A imagem do Brasil foi fortemente abalada após a divulgação do acordo de cooperação da Odebrecht pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, no qual figuram vários nomes do ex­-presidente Lula como o comandante do esquema. Sem Lula, Dilma e o PT, o esquema criminoso montado por Marcelo Odebrecht e seu pai Emílio jamais teria alcançado proporções tão gigantescas. Lula foi apontado como o chefe da organização criminosa e Marcelo o coordenador do esquema de distribuição de propinas. O povo brasileiro foi a maior vítima deste jogo sujo entre corruptos e corruptores.

ESTÁ EXPLICADO PR QUE O PT GANHOU NO ACRE. 54% DA POPULAÇÃO NÃO POSSUI ACESSO À INTERNET
O PT amargou uma derrota histórica nas últimas eleições municipais. Em São Paulo, estado onde há maior volume de acessos a internet por domicílio no país, o partido caiu de 72 prefeituras para apenas 8. Todas de municípios inexpressivos. No país, o PT elegeu apenas um prefeito entre as 100 maiores cidades do país, as que contam com mais de 200 mil habitantes. E foi justamente no Acre, onde mais da metade dos domicílios, 54% ­ ainda não contam com acesso à internet. A dificuldade no acesso as informações sobre os escândalos envolvendo o PT favoreceu a reeleição de Marcus Alexandre, em Rio Branco, no Acre. Os dados foram divulgados nesta semana no suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).. A pesquisa considerou um total de 231 mil residências no estado acreano. Dessas, 125 mil não possuem acesso à internet. Os locais em que existe o serviço totalizam 107 mil ­ um percentual de 46% em relação ao total pesquisado. O PT venceu no Acre, mas a internet matou o partido no resto do Brasil.

CANDIDATURA DE LULA À PRESIDÊNCIA É INSULTO AOS BRASILEIROS
O Estadão publicou um editorial nesta quinta-­feira, 29, no qual afirma que a pré­ candidatura do ex­presidente Lula, réu em cinco ações penais na Justiça, representa uma afronta aos brasileiros. A publicação ocorre no mesmo dia em que o IBGE confirmou os altos índices de desemprego no país, que conta com 12.1 milhões de desempregados. A corrupção e incompetência dos governos do PT são apontadas como as maiores responsáveis pela atual crise econômica, que deve castigar o povo ainda durante os próximos cinco anos. O editorial destaca que "No momento em que as enormes dificuldades e incertezas da conjuntura política, econômica e social do País não encorajam previsões auspiciosas de um Feliz Ano Novo, soa como escárnio a desfaçatez com que o Partido dos Trabalhadores vem a público para confirmar a intenção de lançar a pré-­candidatura de Lula à Presidência da República “com um programa de reconstrução da economia nacional”. Diante de toda a tragédia na vida dos brasileiros patrocinada pelo PT, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, ainda tem a desfaçatez de afirmar que seu líder é uma “vítima”, mesmo estando Lula por trás de praticamente todos os esquemas de corrupção revelados pela Operação Lava Jato ao longo de mais de dois anos de investigação. "É um desafio estimulante imaginar qual possa ser o “programa de recuperação da economia” a que se refere o alto comissário petista. O País tem um governo em exercício há menos de oito meses, encabeçado por Michel Temer, cuja prioridade tem sido criar condições exatamente para resgatar dos escombros o que sobrou da economia nacional, varrida pela “nova matriz econômica” que Dilma Rousseff tirou da manga do colete. Talvez os petistas tenham em mente agora uma “novíssima matriz econômica”, já que nem mesmo um surto de insanidade poderia justificar a repetição de um erro pelo qual pagam hoje, de modo muito especial, mais de 12 milhões de brasileiros desempregados" O Estadão questiona "qual a credibilidade do PT para propor qualquer coisa na área econômica depois de ter praticamente destruído o mercado brasileiro com sua obstinação pela concentração de poderes nas mãos de um governo que prometia “distribuir” a riqueza mas acabou dizimando o que compartilhar? Pior: um governo que liberou os cofres públicos a políticos e empresários corruptos, todos eles beneficiários de uma promiscuidade que, a partir do Palácio do Planalto, alastrou­se como nunca antes na história deste país por todos os desvãos da administração federal direta e indireta. O lançamento da pré­-candidatura presidencial de Lula, na verdade, é o derradeiro recurso do PT para garantir a sobrevivência política de ambos: o partido e seu líder maior. Do ponto de vista eleitoral, até onde a vista alcança deverá prevalecer o veredicto selado nas urnas municipais de outubro, que transformou o PT exatamente naquilo que sempre usou para desqualificar as legendas concorrentes: um partido sem votos. Segundo o jornal, "A pré­-candidatura presidencial de Lula – cuja imagem, como sempre, sobrepaira à de seu partido – serviria, pelo menos, para lembrar à militância que o PT ainda existe. Ocorre que é no mínimo improvável que Lula consiga sobreviver ileso à Lava Jato. Foi­-se o tempo em que os figurões da República estavam fora do alcance da Justiça. Hoje as cadeias estão abarrotadas de vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores, juízes, executivos, donos de grandes corporações privadas e criminosos do colarinho branco das mais variadas extrações, a maior parte lá colocados a partir do advento da Operação Lava Jato.

O BALANÇO DA LAVA JATO ANUNCIA A MORTE DA ERA DA CANALHICE

O colunista Augusto Nunes, da revista Veja, analisa o balanço da operação Lava Jato ao final do ano, e conclui: "O balanço da operação ─ ainda muito longe do fim, insista-se ─ informa que os bandidos perderam. Valeu a pena a luta travada nos últimos 13 anos pela resistência democrática. O projeto criminoso de poder fracassou". 

Leia abaixo o texto completo: 
Quem acha que o Brasil já não tem salvação, que nem capim voltará a crescer na terra arrasada por oito anos de Lula e cinco de Dilma, que depois da passagem dessas duas cavalgaduras do Apocalipse está tudo para sempre dominado ─ quem acredita, enfim, que a única saída é o aeroporto deve adiar a compra do bilhete e visitar o site da Lava Jato. O balanço da operação ─ ainda muito longe do fim, insista-se ─ informa que os bandidos perderam. Valeu a pena a luta travada nos últimos 13 anos pela resistência democrática. O projeto criminoso de poder fracassou.
A Era da Canalhice está morrendo em Curitiba, atesta o quadro acima. Os números resumem o que aconteceu entre entre março de 2014, quando as investigações se concentraram no bando do Petrolão, e 18 de dezembro de 2015. “Até o momento, são 80 condenações, contabilizando 783 anos e 2 meses de pena”, avisa o tópico que fecha o cortejo de cifras superlativas. Algumas são decididamente assombrosas, como a que revela que “os crimes já denunciados envolvem pagamento de propina de cerca de R$ 6,4 bilhões”. A herança maldita do lulopetismo anexou a criação do pixuleco bilionária.
Confrontados com o maior esquema corrupto forjado desde o dia da Criação, os escândalos protagonizados pelos quadrilheiros do Mensalão e da FIFA parecem coisa de black bloc. A roubalheira consumada pelos 37 mensaleiros julgados em 2012, por exemplo, foi orçada em R$ 141 milhões pela Procuradoria Geral da República. Somadas as condenações ao regime fechado, aberto e semiaberto, as penas mal chegaram a 270 anos. E o Supremo Tribunal Federal só tratou com severidade os desprovidos de imunidades parlamentares.
A maioria dos ministros mostrou-se tão branda com a ala dos políticos que José Dirceu já dormia em casa quando foi devolvido à cadeia pelo que fez no Petrolão. A performance do reincidente sem remédio sugere que, se não tivesse entrado na mira do juiz Sérgio Moro, da força-tarefa de procuradores e da Polícia Federal, o ex-chefe da Casa Civil de Lula poderia igualar em em poucos meses a quantia embolsada ao longo de 24 anos pelos cartolas da FIFA algemados por agentes do FBI e indiciados pela Justiça americana: 200 milhões de dólares.
Duas linhas do balanço ─ “40 acordos de colaboração premiada firmados com pessoas físicas” ─ ajudam a entender a angústia dos advogados que, por falta de álibis consistentes e truques eficazes, trocaram tribunais por manifestos ditados por doutores da Odebrecht e agora fingem enxergar na Lava Jato a versão brasileira da Inquisição. Para bacharéis especializados em canonizar culpados e insultar homens da lei, são 40 clientes a menos. O desespero dos doutores com a redução da freguesia será decerto aguçado pelo levantamento da Procuradoria Geral da República divulgado no Estadão desta segunda-feira.
Entre março de 2014 e dezembro passado, defensores dos quadrilheiros apresentaram 413 recursos a instâncias superiores. Desse total, apenas 16 reclamações foram aceitas, integralmente ou em parte. O STF, por exemplo, rejeitou 50 dos 54 recursos ali julgados. Tudo somado, menos de 4% das decisões do juiz Sérgio Moro foram reformadas. O levantamento pulveriza a lengalenga dos signatários do papelório que tentou transformar os condutores da Lava Jato em torturadores dos presos políticos que saquearam a Petrobras.
“Magistrados das altas cortes estão sendo atacados ou colocados sob suspeita para não decidirem favoravelmente aos acusados”, fantasiou um trecho do manifesto a favor do Petrolão. “Pura fumaça”, replicou uma nota da Associação dos Juízes Federais. Quem vê as coisas como as coisas são enxerga, atrás da fumaça, uma vigarice de quinta categoria ─ e mais uma evidência de que os vilões do faroeste à brasileira não escaparão do final infeliz. Infeliz para eles, naturalmente.

'EM 2017, LAVA JATO VAI AVANÇAR SOBRE OS BANCOS. HÁ MUITAS FALHAS', DIZ PROCURADOR

A Lava Jato encerra 2016 com a avaliação de que este foi seu ano mais produtivo, com mais que o dobro de etapas e ordens judiciais expedidas em relação a 2014, primeiro ano da operação. "Embora mais cansados, nós conseguimos extrair o melhor da investigação. Foi o ano mais intenso, em termos de investigação, de resultados", diz o procurador regional da República Orlando Martello, membro da força-tarefa da operação, que ressalta: "Ainda há muito o que se fazer".

Além disso, o novo ano, para a Lava Jato, deve ter um foco maior em instituições financeiras, que poderiam ter "evitado muitos crimes", diz Martello, referindo-se à lavagem de dinheiro. "Queremos avançar também na área de compliance dos bancos. Nós percebemos que há muitas falhas nos bancos", observa.
De acordo com a Receita Federal e o Ministério Público Federal, até agora, os envolvidos com a corrupção terão de ressarcir os cofres públicos e as vítimas do esquema com multas que, no total, chegam a R$ 10,1 bilhões. A esse valor, também deverá se somar a quantia de R$ 6,9 bilhões que serão pagos pelas empresas Odebrecht e Braskem após acordo com a Lava Jato.

"Sem dúvida, foi o ano mais produtivo. A partir de nossos procedimentos fiscais, resultantes das investigações da operação, identificamos R$ 10 bilhões de créditos tributários que foram sonegados pelas empresas e pessoas investigadas", afirma o auditor fiscal Flávio Vilela Campos, coordenador-geral de fiscalização da Receita Federal.

Mais provas

Com as delações da Odebrecht --empreiteira acusada de usar contratos com a Petrobras para pagar propina a políticos e servidores--, a Lava Jato espera ter acesso a uma quantidade de provas semelhante a tudo o que foi amealhado nesses quase três anos de investigações, segundo o procurador.

Sobre o ano que se encerra, o procurador do MPF (Ministério Público Federal) diz que 2016 serviu tanto para confirmar o que já se sabia como para abrir novas linhas de investigação. "Você já tinha a tipologia do crime, como ele era praticado, os métodos utilizados, mas algumas pessoas novas apareceram na investigação. E, além disso, houve também uma expansão para outras áreas. Basta ver essa do Rio de Janeiro, que acabou tendo como alvo o ex-governador."

Martello refere-se a Sérgio Cabral, investigado tanto na Lava Jato, como em uma operação que derivou dela, a Calicute, sob responsabilidade do MPF do Rio de Janeiro.

Terceiro ano

Alguns números explicam o cansaço sentido por auditores, juízes, procuradores e policiais em razão da intensidade das investigações. Em 2016, foram expedidas mais de 650 ordens judiciais e a operação teve 19 etapas ou desdobramentos. No primeiro ano da Lava Jato, a quantidade foi bem menor: 8 fases com mais de 260 ordens judiciais. Em 2015, foram 15 etapas e os mandados passaram de 430.

A Lava Jato teve início em março de 2014, quando se começou a investigar o esquema de corrupção na Petrobras, que, segundo relatórios da Polícia Federal, teve prejuízos de mais de R$ 42 bilhões em função do esquema.

Até hoje, a operação registrou 120 condenações de investigados na primeira instância da Justiça, a maioria deles sentenciados mais de uma vez pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, responsável pela operação (com exceção dos casos em que os investigados possuem foro privilegiado; nesse cenário, a responsabilidade é do ministro do STF [Supremo Tribunal Federal] Teori Zavascki).

Somente no âmbito da Receita Federal, foram abertos 1.374 procedimentos fiscais para averiguar possíveis sonegações dos investigados na operação. "Encerramos 443 procedimentos fiscais e temos em aberto outros 931 procedimentos, que, quando forem encerrados, poderão representar a devolução de cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos", afirma Campos.

Somados os auditores da área de fiscalização aos que trabalham no setor de inteligência, chega-se a mais de uma centena de funcionários da Receita trabalhando na Lava Jato, registra o auditor.
Mandados

Para as 19 fases ou desdobramentos de 2016, foram expedidos mais de 430 mandados de busca e apreensão. Alguns deles tiveram como alvo os prédios da Odebrecht e da Eldorado Brasil, uma empresa de celulose que faz parte da J&F, controladora do grupo JBS.

Entre prisões preventivas e temporárias, foram mais de 80 mandados. Políticos famosos foram os alvos deles. Nessa lista, estão os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega (liberado horas depois da detenção) e Paulo Bernardo, o deputado federal cassado Eduardo Cunha, o ex-senador Gim Argello e o ex-governador fluminense, Sérgio Cabral. Também foram detidos o marqueteiro de campanhas presidenciais do PT João Santana e sua mulher, Mônica Moura, já libertados. Em comum, todos eles têm o fato de não possuírem foro privilegiado.

Houve também cerca de 130 mandados de condução coercitiva. Entre eles, está o mais polêmico: o que, em 4 de março, teve como alvo o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi obrigado a prestar depoimento na ocasião. Após o episódio, Lula intensificou suas críticas à Lava Jato. Hoje, ele é réu em cinco processos e diz que a Lava Jato o persegue para evitar sua candidatura à Presidência em 2018.

"A Lava Jato, que começou investigando desvios na Petrobras, se tornou uma perseguição ao ex-presidente Lula, aceitando ações capengas e sem provas sobre um apartamento que o ex-presidente aluga e um terreno que jamais foi pedido ou usado pelo Instituto Lula para justificar uma perseguição política que tem como objetivo impedir que Lula seja candidato em 2018", disse o Instituto Lula em 19 de dezembro.

No mundo acadêmico, também houve críticas à Lava Jato. Em entrevista à "Folha de S.Paulo", o antropólogo John Comaroff, professor na Universidade Harvard, afirmou que a Lava Jato viola a lei para criar "presunção de culpa" do ex-presidente Lula.

"Eu acho que já caiu por terra esse tipo de defesa", defende-se Martello, da força-tarefa. "Hoje já perdeu sentido [esse argumento] mesmo porque o PT não é o partido que tem mais parlamentares ou ex-parlamentares envolvidos na investigação [trata-se do PP]. E eu acho que, hoje, não tem mais força esse tipo de defesa, até porque já são várias denúncias oferecidas, recebidas".

Conhecimento

A intensidade que o ano de 2016 representou para a Lava Jato deve-se à experiência que a força-tarefa possui na investigação dos fatos. "Isso se deve ao know-how nosso, que nós fomos aperfeiçoando, fomos intensificando. Aí o trabalho flui mais facilmente", diz Martello.

"A experiência de trabalho na Lava Jato nos possibilitou a criação de novas programações que identificam fraudes fiscais com maior rapidez", afirma o auditor fiscal Flávio Vilela Campos, da Receita.

Segundo o procurador do MPF, os investigados também têm um papel importante para a Lava Jato ter avançado. "As pessoas, já sabendo o grau de envolvimento e a quantidade de provas, acabam preferindo o não embate e, sim, a colaboração", explica Martello. "Os advogados, conhecendo o grau de envolvimento dos clientes e a quantidade de provas, sugerem um outro tipo de abordagem. Quando notificado, eles já preferem confessar a responsabilidade. [A experiência] serve tanto pra força-tarefa como pra inúmeros escritórios de advocacia que lidam conosco."

A cooperação internacional também tem se mostrado muito importante para a operação, segundo o procurador. "Nós temos 98 pedidos ativos de colaboração com 31 países". O acordo para o pagamento das multas da Odebrecht e da Braskem, por exemplo, foi firmado em parceria com Suíça e Estados Unidos. Martello faz uma ressalva especial no caso da Suíça: "Essa investigação suíça foi extremamente importante para rastrear o dinheiro e contas no exterior. Não fosse isso, as investigações teriam se desenvolvido lentamente, talvez ainda estivéssemos na primeira camada de offshores".

Famosos

O ano de 2016 também foi marcado por polêmicas envolvendo funcionários da PF (Polícia Federal) que ganharam notoriedade ao participarem de etapas da operação. O mais famoso deles, o agente Newton Ishii, o "Japonês da Federal" --que virou tema até de marchinha de Carnaval--, teve de usar tornozeleira eletrônica.

Em 2009, ele foi condenado pelos crimes de corrupção e descaminho por ter facilitado a entrada no Brasil de produtos contrabandeados do Paraguai. Com as negativas nos julgamentos dos recursos, ele passou a cumprir a pena em regime semiaberto a partir de junho. Com um desconto na pena, ele ficou liberado da tornozeleira em outubro.

Mas, neste ano, ele passou a ter um companheiro no quesito fama: o "Lenhador da Federal". O agente Lucas Valença ganhou destaque depois que escoltou, em Brasília, o deputado Eduardo Cunha para o avião da PF que o levaria para Curitiba. Dias depois, ele começou a aparecer em programas de televisão para comentar a fama repentina.

Como consequência, ele foi aconselhado a tirar férias. Na mesma época, uma recomendação passou a vigorar: que os agentes da PF usassem balaclavas para esconder sua identidade. A PF nega que exista uma obrigatoriedade do uso da peça.

De perfil mais reservado, o procurador da força-tarefa Orlando Martello não acha que a fama que esses integrantes da Lava Jato ganharam seja um problema. "É uma questão muito pessoal. Atrapalhar, não atrapalha, mas também não ajuda. Mas acaba sendo uma necessidade da própria sociedade fazer ídolos. Eu prefiro um Ministério Público um pouco mais discreto."
Olho nos bancos

Um dos objetivos da Lava Jato para 2017 é dar uma atenção especial às instituições financeiras, mais focada no setor de compliance, que, basicamente, cuida para que as empresas sigam as normas e leis vigentes, e evitar desvios de conduta. "Nós temos aqui uma demanda reprimida, que está aguardando justamente aprofundar nessa questão da falha do compliance dos bancos. Sobretudo, não têm funcionando. E, eventualmente, até [podemos fazer] moderações nesses bancos", diz Martello. 

Para ele, isso fica claro a partir da situação de Sérgio Cabral, em que houve a participação de joalherias para camuflar verbas advindas de corrupção. "Nesse caso, ficou muito evidente que o compliance realmente não está funcionando. As informações que eles deveriam ter prestado ao Coaf não foram feitas. Há muitas linhas também para desenvolver esse sistema de prevenção à lavagem de ativos", diz. 

Agora, isso só será possível se não surgirem surpresas vindas do Legislativo. "Vamos ver se não vai ser aprovada mesmo a lei de anistia, a lei que pune o procurador que denuncia, do juiz que julga [em referência à proposta sobre abuso de autoridade]. Aí são outras perspectivas. Se deixarem trabalhar, a Lava Jato ainda tem fôlego para aprofundar a investigação."

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) comentou em nota que "em 2015, foram feitas, pelo setor bancário, 47.413 comunicações de operações suspeitas, uma variação de 27% em relação ao ano anterior". "As comunicações de operações em espécie acima de R$ 100 mil aumentaram 10% e chegaram a mais de 1 milhão. Esse movimento faz do setor bancário o principal remetente de comunicações ao Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras]: 17% dessas comunicações transformaram-se em abertura de investigação no ano passado", continua o comunicado.

"Houve, em 2015, 11,4 bilhões de transações com cartões, 17,7 bilhões por meio de internet banking e 11,2 bilhões de transações por mobile banking. A quantidade de contas ativas de pessoas físicas e pessoas jurídicas, em 2015, chegou a quase 117 milhões. Nesse enorme universo de clientes e usuários do sistema financeiro, os bancos têm aperfeiçoado, ano a ano, as maneiras de enfrentar o desafio considerável de analisar os desvios de comportamento e identificar irregularidades. Os saques de valores expressivo em espécie, nos bancos, são um facilitador de crimes como a lavagem de dinheiro, o terrorismo, o tráfico de drogas e a corrupção. Só em 2014, foram movimentados R$ 70 bilhões em dinheiro vivo por pessoas e empresas que sacaram mais de R$ 50 mil de uma só vez, em espécie, nos bancos. Há casos de um único saque de mais de R$ 2 milhões em espécie."

Fim da operação?

O procurador, porém, não faz uma projeção sobre uma data para o término da operação por um outro fator: em setembro, vence o prazo da força-tarefa. Ou seja, caso o MPF não estenda a duração da Lava Jato, não haveria mais um grupo de trabalhadores dedicado exclusivamente ao caso. "O futuro é muito incerto. A gente tem que trabalhar com perspectivas menores."

A força-tarefa surgiu em abril de 2014, um mês após o início da operação. No último mês de setembro, ela foi prorrogada por mais um ano pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Eu espero que o Ministério Público nos dê mais um tempo, pelos menos para dar cabo desse material apreendido que vai ser analisado", diz Martello. "De qualquer forma, há espaço aí para muita investigação."