segunda-feira, 24 de julho de 2017

A validade da gravação de Joesley no STF

No STF há jurisprudência que considera prova válida a gravação de um dos interlocutores de uma conversa.
Temer insiste em chamar de ilegal a gravação de Joesley Batista com ele porque quer que a questão seja novamente debatida no plenário do STF – como seu amigo Gilmar Mendes já disse que teria de acontecer – caso a denúncia da PGR contra o presidente seja autorizada pela Câmara.
Merval Pereira projetou o possível resultado dessa eventual discussão:
"Dos 11 ministros que decidiram sobre as gravações telefônicas em 2009, seis permanecem no STF: Gilmar Mendes, Carmem Lucia, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowiski, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. Todos votaram a favor da tese em vigor hoje sobre as gravações, menos Marco Aurélio.
Digamos que Marco Aurélio se mantenha contrário e Gilmar, Toffoli e Lewandowski mudem os votos (apenas por hipótese, já que, nas últimas decisões, têm se mostrado mais ou menos alinhados). Pelo mesmo motivo, digamos que o novo ministro Alexandre de Moraes também vote com eles. São cinco votos.
O ministro Luis Edson Fachin votará pela validade da gravação, pois a aceitou na delação premiada de Joesley. Os ministros Celso de Mello, Carmem Lucia, Luis Roberto Barroso, Rosa Weber e Luis Fux, também porque vêm se mantendo mais ou menos alinhados."
Ou seja: formariam maioria (6 a 5) pela validade da prova.

Joesley Batista: "Delação foi meu renascimento"

Em artigo assinado e publicado pela Folha de S. Paulo neste domingo (23), o empresário Joesley Batista afirmou que teve coragem para romper com elos inimagináveis da corrupção e que o dia 17 de maio – data do vazamento pela imprensa sobre o esquema de corrupção envolvendo a J&F e autoridades políticas, foi um marco em sua vida.
Segundo Joesley a data ficou marcada como “o dia do seu renascimento.” Ele afirmou que teve coragem para romper com elos inimagináveis da corrupção praticada pelas maiores autoridades do nosso país, referindo-se ao presidente da República, Michel Temer.
O empresário disse ainda que desde maio “vive em um turbilhão” o que inclui ainda sua família, amigos e funcionários. Ele destacou que as imagens dele saindo do país como se ele fosse um fugitivo foi um “completo absurdo.”
Ele citou também uma lista de mentiras contadas por políticos, que até então tinham sido beneficiados pelo dinheiro da J&F no financiamento de campanhas.
Entre as mentiras listadas, o empresário destacou que estaria andando por Nova York, jantando em restaurantes luxuosos e até viajado para Mônaco para assistir ao GP de Fórmula 1.
Segundo Joesley Batista, neste período, ele e a família estavam em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. “Nessa altura, porém, eu já havia sido transformado no inimigo público número um, e nada do que eu falasse mereceria crédito.”
O empresário destacou ainda que “mentiram” que ele  seria o responsável pelo vazamento do áudio para imprensa para ganhar milhões com especulações financeiras.
De uma hora para outra, passei de maior produtor de proteína animal do mundo, de presidente do maior grupo empresarial privado brasileiro, a ‘notório falastrão’, ‘bandido confesso’, ‘sujeito bisonho’ e tantas outras expressões desrespeitosas.”
Por fim, Joesley afirmou que, de volta a São Paulo, ele está focado na segurança de sua família e na saúde financeira das empresas, para continuar garantindo os 270 mil empregos que elas geram.
conteúdo exame.com

Juízes dizem em defesa de Moro: “Causa indignação a utilização da imunidade parlamentar para desferir ofensas”

Nesta segunda-feira (24), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou nota  em que manifesta apoio ao juiz Sérgio Moro e repudia as críticas feitas à condenação do ex-presidente Lula da Silva a 9 anos e 6 meses de cadeia por corrupção passiva.
Essa condenação de Lula gerou reação por parte dos aliados do ex-presidente. Um deles, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, subiu na tribuna do Senado e chamou os processos da Lava Jato de “safadeza”.  Em outro discurso em frente ao Diretório Nacional da sigla, em São Paulo, a dirigente petista disse que o magistrado foi “covarde”.
No texto da nota divulgada hoje, a Ajufe diz que Moro tem sofrido ataques a honra pessoal “por estar cumprindo seu dever”.
Associação dos Juízes Federais do Brasil, entidade de classe de âmbito nacional da magistratura federal, tendo em vista os ataques sofridos nos últimos dias pelo juiz federal Sérgio Moro em decorrência de ter prolatado sentença penal condenatória do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, vem manifestar seu veemente repúdio contra as atitudes ofensivas à honra pessoal do magistrado por estar cumprindo o seu dever, que é conduzir os processos judiciais e julgá-los.
Causa indignação a utilização da imunidade parlamentar para desferir ofensas a quem está cumprindo a sua função constitucional de aplicar a lei ao caso concreto. O inconformismo contra o mérito das decisões judiciais deve se dar com os recursos judiciais postos à disposição das partes e não por meio de agressões verbais, seja na tribuna das Casas Legislativas ou por meio da imprensa.
A apuração cabal de todos os crimes de corrupção é anseio da sociedade brasileira e o Judiciário é o Poder encarregado pela Constituição para o julgamento dos casos, por isso as tentativas de enfraquecê-lo e intimidá-lo visam à impunidade das infrações penais que tanto afligem o Brasil.
A AJUFE continuará firme na defesa da apuração dos fatos apontados como criminosos, com a consequente punição de todos os que se locupletaram com a prática ilícita, não havendo nenhuma possibilidade de cerceamento da independência judicial para o julgamento dos processos.

Contagem regressiva: 9 dias para saber se teremos um novo presidente ainda em 2017

Esta última semana do mês de julho deve ser ainda de agenda tranquila, devido ao recesso do Congresso e do Judiciário, entretanto será a reta final para negociações dos deputados indecisos sobre a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, programada para o dia 2 de agosto. 

Nesta semana, serão intensas as conversas nos bastidores para firmar apoios ente os deputados indecisos. Entre essas movimentações está a aproximação dos tucanos, que estão divididos. Esse embate pode causar um racha maior com o governo, levando Temer a tirá-los de cargos para agradar aos políticos do Centrão.

Nesse movimento de aproximação do PSDB, Temer deverá fazer um aceno ao ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). Pode ocorrer ainda nesta semana a viagem de Temer a Caruaru (Pernambuco), para entregar o primeiro lote de cartões-reforma no reduto eleitoral do tucano. O Palácio do Planalto informou neste domingo (23) que ainda não há previsão da visita, que aconteceria na semana passada e foi desmarcada.
Na verdade, a posição do PSDB, partido aliado ao governo Temer e que ocupa quatro ministérios, tem incomodado outros aliados, que avaliam que os tucanos não merecem tanto espaço na Esplanada dos Ministérios se não querem apoiar o presidente na votação.


Apresentando o discurso de que seguem na base de apoio a Temer para aprovar as reformas econômicas, o partido deve liberar seus deputados para votar como quiserem no plenário no dia 2 de agosto a denúncia contra Temer por corrupção, enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas o partido está numa saia justa: o relatório que será votado é de um tucano, o deputado Paulo Abi-Ackel (MG), aliado do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O relatório de Abi-Ackel foi lido e aprovado após a derrota do relatório de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que era favorável à denúncia.
Essa semana de recesso parlamentar também pode servir para que Temer siga fazendo gestos de aproximação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No final da semana passada, quando Maia afirmou que a sessão de votação da denúncia em plenário ficaria apenas para agosto, estavam intensas as especulações sobre o descolamento de Maia e Temer. Mas, a atuação próxima de Temer e atenção aos pleitos de Maia – como sua participação em reuniões para anunciar medidas que favorecem o estado do Rio de Janeiro – reduziram as especulações.
Na economia, essa semana de 24 a 28 de julho trará a divulgação dos principais indicadores econômicos, inclusive o anúncio na taxa básica de Juros, a Selic, que vigorará pelos próximos 45 dias. Com a inflação ajustada e o crescimento econômico ainda patinando, os analistas de mercado esperam novo corte da Selic, que hoje está em 10,25% ao ano.
No final da semana é esperado que o Ministério do Planejamento detalhe entre os ministérios o corte de despesas discricionárias, anunciado na quinta-feira (20), de R$ 5,9 bilhões.

fonte: Gazeta do Povo

Enquanto o povo paga mais impostos: Senado fecha contrato de R$ 8 milhões em aluguel de 85 carros zero-quilômetro

Senado fecha contrato de R$ 8 milhões em aluguel de 85 carros zero-quilômetro

O Senado fechou um contrato para alugar 85 carros zero-quilômetro para os senadores, secretário-geral da mesa, diretor-geral e segurança do presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE). Os custos com manutenção, combustível e seguro dos automóveis estão incluídos no preço final.
Desses 85 carros, dois são especiais. Eles têm 250 cavalos de potência, ar-condicionado com duas zonas, película anti-vandalismo, central multimídia com tela touch com rádio integrado e leitor de CD, MP3, GPS, DVD, Bluetooth e USB. Há também câmera de ré e comandos no volante. 

O aluguel de cada um dos carros mais luxuosos custará R$ 9.300 por mês.

O BRASIL TEM JEITO?

Com os três principais partidos incapazes de se transformar, País não periga dar certo.

O BRASIL TEM JEITO?
Bolívar Lamounier 

Num texto publicado no Estadão, no dia 13/7, intitulado O puma, os piratas e outros bichos, o senador José Serra (PSDB-SP) fez uma instigante análise da pulverização partidária brasileira. Misericordioso, Serra fez o possível para não melindrar seus leitores; consciente de que se trata de uma realidade trágica, optou por pintá-la no tom pastel das boas comédias.

Meticuloso, não se esqueceu de ressaltar paralelo entre o famigerado imposto sindical, a água turva na qual o peleguismo se alimenta desde a ditadura Vargas, com o atual Fundo Partidário, sem o qual a exponencial fissão partidária que conspurca nossa vida política já teria sido interrompida há muito tempo. A esse respeito, Serra escreveu: “A criação em série de partidos, no Brasil, não visa a preencher novos espaços doutrinários, trata-se de abocanhar recursos do Fundo Partidário, subvencionado pelo Orçamento federal, e, sobretudo, tirar proveito do tempo gratuito de TV”.

A fim de estancar tal processo, José Serra propõe o fim das coligações partidárias em eleições legislativas, a cláusula de barreira e a implantação do voto distrital misto. O ilustre senador paulista mostra-se otimista quanto à possibilidade de, em médio prazo, o Congresso Nacional aprovar essas três medidas. 

Tal proposta me parece tímida (realista, caso se prefira); é melhor que nada, mas é pouco. Isoladamente ou em conjunto, as três medidas citadas podem de fato reverter o processo de fragmentação, mas por si só isso não significa que as mazelas de nosso sistema político serão decisivamente extirpadas. Consideremos, por exemplo, a cláusula de barreira - um porcentual mínimo da votação nacional para um partido se fazer representar na Câmara dos Deputados. Com sua notória timidez, os parlamentares geralmente propõem barreiras de dois ou três por cento. Suponhamos que se aprovasse uma barreira de cinco ou dez por cento. Aí, sim, teríamos poucos partidos. Mas quem garante que seus integrantes teriam outra mentalidade e um entendimento mais responsável da atividade parlamentar - outra concepção de política, enfim? 

Antes de avançar nesta linha de argumentação, creio ser imprescindível pôr em relevo alguns aspectos da presente conjuntura brasileira. Somos um país aprisionado na armadilha da renda média - ou seja, incapaz de crescer. Nossa renda anual por habitante sofreu um baque de dez por cento por obra e graça da recessão de três anos engendrada pelos governos Lula e Dilma. 

Em tal cenário, o conflito redistributivo - “farinha pouca, meu pirão primeiro” -, desde sempre agudo em razão da espinha dorsal corporativista sobre a qual se sustentam a nossa sociedade e o próprio aparelho do Estado, atingiu alturas nunca vistas. Certos Estados - com destaque para o Rio de Janeiro - estão quebrados e à beira da desordem. Mais educação, saneamento, etc. 

Volto à mentalidade dos partidos que provavelmente sobreviverão à cláusula de barreira.

O PT, que tantas esperanças despertou quando de sua fundação, já lá se vão 37 anos, evoluiu do assembleísmo e de certo socialismo de sacristia para o populismo lulista. Enganou-se redondamente quem pensou que a brava agremiação havia atingido o fundo do poço. Dias atrás, suas senadoras encenaram uma festa de Babete na Mesa do Senado, cena que percorreu o mundo e deu ensejo a sonoras gargalhadas. Mas o pior estava por vir: em viagem à Nicarágua, sua presidente, a senadora Gleisi Hoffmann, teceu rasgados elogios ao que a América Latina produziu de pior nas últimas décadas, a começar, naturalmente, por Nicolás Maduro, o presidente venezuelano, que não sossegará enquanto não levar seu país à guerra civil.

O que o PT chama de política econômica, como bem sabemos, é a ideia de que o Estado pode produzir riqueza, ou pelo menos dar uma mãozinha a empresários campeões - alguns dos quais têm atualmente um apetrecho eletrônico amarrado aos pés.

Que dizer do PMDB? Que ideias tem ele a oferecer ao País? Seus próceres sabem que, cedo ou tarde, o Brasil terá de pegar no tranco - mediante reformas estruturais profundas e um ambiente econômico propício a grandes investimentos, e nesse aspecto, justiça seja feita, o governo de Michel Temer vinha saindo melhor que a encomenda. Mas o partido é uma federação de grupos estaduais dotados de agudo faro pecuniário; por favor, não me falem em capitanias hereditárias, pois me refiro a formas modernas de aglutinação política, não raro azeitadas por hábeis incursões no domínio do ilícito.

O caso do PSDB poderia ser menos grave, mas não o é, por uma razão facilmente perceptível. Não, não me refiro à eterna rivalidade entre seus caciques, muito menos ao seu temperamento hamletiano, também conhecido como “murismo”. Um partido ter vários líderes é um sinal de modernidade, muito melhor que não ter nenhum (como o PMDB), ou ter um só, dedicado em tempo integral a impedir o surgimento de uma nova geração (como Lula e “seu” PT). O problema do PSDB é sua eterna crise de identidade.

Os tucanos parecem nutrir em segredo uma vontade de ser como o PT. Querem ser “sociais”. Apoiam o princípio do mérito, compreendem a necessidade de uma política fiscal séria, abominam a herança populista da América Latina, mas fogem do adjetivo liberal como o diabo foge da cruz. Gaguejam toda vez que falam em economia de mercado e temem sufragar com clareza os valores da classe média. Tanto isso é verdade que nunca assumiram de peito aberto o legado do governo Fernando Henrique.

Com as três principais entidades partidárias incapazes de se transformar, não há dúvida, o Brasil não periga dar certo.

conteúdo: Estadão

NÃO À REFORMA POLÍTICA DOS PARLAMENTARES CORRUPTOS


Os brasileiros de bem não aceitarão essa afronta dos políticos corruptos. 
Eles não podem se esquecer que estamos atentos a essas jogadas e daremos o troco nas próximas eleições.