O ex-presidente Lula e o PT tentam minimizar o estrago irreversível na imagem do
ex-presidente e de seu partido, mas ao que tudo indica, qualquer esforço neste sentido
será inútil. A delação do ex-ministro Antonio Palocci, um membro da alta cúpula do
PT e faz tudo de Lula por mais de 20 anos, virá acompanhada de provas robustas
sobre os esquemas criminosos de lavagem de dinheiro de Lula e do PT.
Segundo divulgou o partido, os depoimentos e provas apresentados por Palocci são
produto da situação de um homem preso e condenado em outros processos pelo juiz
Sérgio Moro. O PT alega que o ex-ministro que busca negociar com o Ministério
Público e o próprio juiz Moro um acordo de delação premiada e reconhece que Palocci
deve apresentar provas contra o ex-presidente Lula. "Palocci repete o papel de réu que
não só desiste de se defender como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as
acusações do Ministério Público para obter redução de pena e que no processo do
tríplex foi de Léo Pinheiro", diz o PT em uma publicação na página do partido.
A delação de Palocci terá um impacto devastador e todos os dirigentes do partido
sabem disso. Afinal, trata-se da primeira delação de um membro da alta cúpula do PT
e considerado braço direito de Lula, após a queda do ex-ministro José Dirceu. Cabia a
Palocci gerenciar a planilha de propina da Odebrecht, onde eram registrados valores
repassados a Lula e ao partido.
Segundo a coluna Expresso deste sábado, “Os procuradores da Lava Jato consideram
que melhorou bastante a qualidade das revelações que Palocci está fazendo e das
provas que promete entregar. As chances de homologação cresceram, motivo de
preocupação para muita gente.”
A expectativa é a de que o ex-presidente Lula se torne alvo de revelações devastadores
até o mês de março, fruto de uma combinação mortal entre os novos fatos revelados
por Palocci e as descobertas no sistema de propinas da Odebrecht. A Polícia Federal já
concluiu a perícia na parte relacionada ao "Italiano e o Chefe".