sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

DEFESA DE LULA ENTRA EM PÂNICO COM CONFIRMAÇÃO DE DEPOIMENTO DE MARCELO ODEBRECHT POR JUIZ AUXILIAR DE TEORI ZAVASCKI
O advogado Cristiano Zanin Martins que atua na defesa do ex­-presidente Lula manifestou hoje seu temor com um fato bastante preocupante sob o ponto de vista da defesa do petista. O juiz auxiliar do ministro Teori Zavascki nas investigações da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Márcio Schiefler Fontes, estará em Curitiba nesta sexta­-feira, 27, para interrogar o ex­-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. 

A preocupação da defesa de Lula diz respeito a ação que envolve o imóvel vizinho à residência de Lula, em São Bernardo do Campo. A audiência do juiz Schiefler é um procedimento padrão antes da Justiça homologar um acordo de delação premiada. O juiz fará poucas perguntas a Marcelo Odebrecht, como a confirmação de que o executivo fez seus relatos por livre e espontânea vontade, bem como a confirmação da veracidade dos fatos informados pelo executivo.

Entre estes fatos, Marcelo Odebrecht deve confirmar que a cobertura de São Bernardo do Campo foi realmente comprada para Lula com dinheiro roubado da Petrobras e registrado em nome de um primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do petista. 

Em pânico com a homologação da delação de Marcelo Odebrecht prevista para os próximos dias, o advogado do ex-­presidente Lula e sua família, Cristiano Zanin Martins, protocolou nesta quinta-­feira 26 na 13ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de Curitiba (PR), do juiz Sérgio Moro, defesa referente a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal que trata de imóveis que Lula teria recebido como propina da Odebrecht. Um deles é justamente a cobertura do ex­-presidente, em São Bernardo do Campo. 

A defesa de Lula afirma que os inquéritos contra o petista tramitaram de forma oculta, "sem o conhecimento da defesa, até o dia 29/11/2016, data em que a autoridade policial expediu ofício requerendo esclarecimentos de Lula sobre a questão". 

A situação do petista perante piora bastante após a homologação da delação de Marcelo Odebrecht. De acordo com a lei, o executivo precisou anexar provas concretas sobre seus relatos para conseguir obter um acordo de delação. Uma vez homologada, as provas fornecidas por Marcelo Odebrecht passam a ter validade legal não apena em relação aos processos que Lula figura como réu, como também ensejar a abertura de novos inquéritos contra o petista. 

Lula e seus advogados estão desesperados e correm agora contra o tempo. A ação protocolada por Cristiano Zanin Martins nesta quinta­-feira é apenas uma medida desesperada para tentar conseguir um pouquinho mais de tempo para Lula.

Conteúdo AFP



LULA DISSE QUE VOTAR EM SÉRGIO CABRAL ERA COMPROMISSO COM A MORAL, COM A ÉTICA E COM O FUTURO DOS NOSSOS FILHOS
O ex­-presidente Lula exagerou ao se emprenhar para eleger o ex-­governador do Rio, Sérgio Cabral, indiciado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa em dezembro. Esta não é a primeira vez que o petista empenha sua palavra para endossar criminosos contumazes. Boa parte dos aliados e amigos do ex-presidente estão em cana neste momento e cumprem penas pelos mais diversos crimes. Todos relacionados com o petista e esquemas de corrupção. Ao pedir que a população do Rio votasse em Sérgio Cabral, Lula afirmou que este era um compromisso dos eleitores com a honra, com a ética de honra e significaria garantir um futuro melhor para os nossos filhos e nossos netos. Acompanhe o pedido de Lula no vídeo.

LULA E DILMA DO PT APOIANDO SÉRGIO CABRAL COM ELOGIO E PEDIDO DE VOTOS

SURPREENDIDA COM A ORDEM DE PRISÃO DE EIKE EM MEIO À SUA 'TURNÊ DO GOLPE', DILMA TOMA 'CHÁ DE SUMIÇO'

A ex-presidente Dilma, que foi à Europa "denunciar o golpe" acompanhada de seguranças e assessores pagos com dinheiro público, teve uma surpresa desagradável ao ver que toda a imprensa noticiou a ordem de prisão de seu amigo Eike Batista. 

Dilma costuma ser muito presente nas redes sociais, onde ainda se apresenta como "presidenta eleita do Brasil", usando uma imagem com a faixa presidencial. Hoje, no entanto, calou-se. Não houve nenhuma publicação. 

Conteúdo AFP

FILHOS DE TEORI QUESTIONAM CONCLUSÕES 'AFOITAS' QUE DIZEM QUE NÃO HAVIA PROBLEMA MECÂNICO EM AERONAVE

O filho do falecido ministro do STF Teori Zavascki, Alexandre Zavascki, publicou em sua página do Facebook um texto em que alerta sobre conclusões precipitadas sobre o acidente que vitimou seu pai. Ele explica que, para se chegar às causas da queda do avião, não é suficiente saber que chovia e que o piloto não comunicou nenhum problema com o avião. Pede, assim, que não se tirem conclusões precipitadas. Outro filho de Teori, Francisco Zavascki, compartilhou o texto do irmão. 

Leia abaixo o texto publicado por Alexandre Zavascki: 
Sobre Análises Preliminares
Nós, pesquisadores, conhecedores da metodologia científica empregada para encontrar relações de associação e de causalidade, sabemos o quão frágil e ilusória pode ser uma análise preliminar ou incompleta, principalmente quando estamos trabalhando com um evento que, a priori, sabemos ser influenciado por múltiplas variáveis.
Variáveis confundidoras ou intermediárias podem ser tomadas como preditoras independentes do nosso desfecho de interesse em análises preliminares. A causalidade reversa é fenômeno traiçoeiro e muito sedutora para cientistas inexperientes.
Construir modelos preditores que expliquem um evento é tarefa árdua, para a qual é imprescindível a disponibilização do maior número de variáveis possíveis, mensuradas sem interferência de nenhum viés de aferição. De outra forma, em ciência, não teremos nada além de hipóteses. Uma possibilidade, como qualquer outra.

Se a nossa variável para explicar a queda de um avião, por exemplo, for somente o mau tempo, teremos um modelo preditor com nenhuma acurácia. Se tomarmos uma desorientação espacial de um piloto, podemos estar explicando o evento através de uma variável intermediária (variável que está relacionada temporalmente entre a causa base e o desfecho). Se incluirmos somente esses dois fatores em um modelo de análise multivariada sem a correta aferição de todos os outros potenciais preditores, continuaremos muito longe da verdade.

Não tirar conclusões definitivas a partir da observação de uma parte - ou da aferição de poucas variáveis - é o que a ciência nos exige para chegarmos mais próximos da verdade.
Para finalizar, comento: "análise do áudio do piloto indica que não houve anormalidades na aeronave". Leitura correta: 1) o piloto desconhecia qualquer anormalidade eventualmente presente, 2) o piloto não verbalizou nenhuma anormalidade eventualmente ocorrida e eventualmente por ele percebida.

A explicação que está de acordo com nossa convicção ou interesse será sempre a que nos parecerá mais lógica - é o nosso conflito de interesse intelectual - inerente a qualquer um e mais atuante quanto mais o desconhecemos.
Aguardemos, com cautela na análise de dados preliminares, as conclusões da investigação do mais recente acidente aéreo ocorrido no Brasil. Nem teorias conspiratórias, nem conclusões afoitas, mas método científico.


Conteúdo AFP

LAVA JATO DEVE DOBRAR DE TAMANHO COM A DELAÇÃO DA ODEBRECHT, DIZ DELTAN DALLAGNOL
Deltan Dallagnol, 37, encarregado da operação Lava Jato no Ministério Público Federal, disse nesta quinta-­feira (26) à AFP que a delação de ex-executivos da Odebrecht dobrará o número de pessoas sob investigação. "A perspetiva é que a operação dobre de tamanho. A colaboração da Odebrecht e de vários de seus funcionários são fatos trazidos que podem continuar em boa parte em Curitiba, mas muito provavelmente vão ser espalhados pelo Brasil criando uma espécie de filhos da operação", disse, em entrevista à AFP.
Dallagnol, que dirige a equipe que revelou o esquema de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras, declarou que os investigadores ficaram espantados com a sofisticação do esquema montado pela Odebrecht no chamado "departamento de suborno".
"Ficamos surpresos porque uma coisa é você saber a partir de pesquisas internacionais, estudos, que a corrupção no Brasil é enraizada, sistêmica e volumosa; mas outra coisa é você ver o monstro em carne e osso com teus olhos."

Considerada a maior investigação de corrupção da história do Brasil, a Lava Jato já denunciou até o momento 259 pessoas, incluindo políticos e dirigentes das maiores empreiteiras do país.

Dezenas de empresários e políticos já foram condenados à prisão, entre eles o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que aderiu à delação premiada.
A investigação poderá dar agora um salto qualitativo, com as delações premiadas de 77 executivos da Odebrecht.

"Estamos investigando milhares de crimes bilionários praticados por centenas de pessoas", declarou Dallagnol.

Os estilhaços do escândalo da Odebrecht atingiram o próprio presidente Michel Temer, após o ex-vice-presidente de Relações Institucionais da construtora Cláudio Melo Filho revelar que em 2014 o grupo doou 10 milhões de reais para campanhas do PMDB. O presidente nega as acusações.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já enfrenta cinco processos na justiça, foi apontado por Dallagnol como o cérebro por trás do mega esquema de corrupção na Petrobras, em uma apresentação pública que lhe valeu muitas críticas.

Mas no final, o juiz Sérgio Moro "acolheu a denúncia", recordou o procurador.

Conteúdo AFP


EIKE BATISTA NA MIRA DA LAVA JATO: ASCENSÃO E QUEDA DO EX-HOMEM MAIS RICO DO BRASIL

Em cinco anos, o empresário Eike Batista viu seu conglomerado falir, não conseguiu evitar que sua fortuna minguasse e, agora, transformou-se em alvo da Operação Lava Jato, que apura um megaesquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo empresas e políticos.

Filho de um ex-ministro de Minas e Energia, ele fez fortuna com mineração. Em março de 2012, Batista foi citado como oitavo homem mais rico do mundo em uma lista da agência financeira Bloomberg, com um patrimônio estimado em US$ 34,5 bilhões (R$ 108,6 bilhões em valores atuais).
Nesta quinta-feira, passou a ser considerado foragido da Justiça - até que se apresente às autoridades ou seja localizado. Batista teve a prisão decretada na segunda fase da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato em solo carioca. A Polícia Federal, contudo, não encontrou o empresário em casa. Foi informada que ele estava viajando.
Batizada de Operação Eficiência, a investigação apura suspeita de crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de recursos no exterior. Além de Eike Batista, entre os alvos da operação estão o vice-presidente de futebol do Flamengo Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike, e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral - que já está preso em Bangu, por suspeitas de desvio de receber propina e desviar recursos públicos reveladas pela Calicute.
Batista e Godinho são suspeitos de terem pago US$ 16,5 milhões (R$ 57 milhões) em propina a Sérgio Cabral e de tentarem obstruir a investigação, segundo o Ministério Público Federal.

Testemunho voluntário

Esta não é a primeira vez que o nome do empresário aparece na Lava Jato.
Oito meses depois de ser citado por um delator como suposto envolvido em propinas para licitações da Petrobras, o empresário procurou voluntariamente o Ministério Público Federal para oferecer seu testemunho.
O resultado da conversa entre Batista, advogados e procuradores veio à tona em setembro do ano passado, na 34ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Arquivo X".
A transcrição do diálogo - um dos documentos que faz parte da investigação do caso e que não está protegido por sigilo - tem 37 páginas e revela detalhes sobre o suposto encontro entre o empresário e Guido Mantega, então ministro da Fazenda, em novembro de 2012. Também mostra o clima de tensão entre Eike e a Petrobras, principal concorrente brasileira de suas empresas de exploração de petróleo e gás.
Segundo o depoimento de Batista, o então ministro Guido Mantega teria pedido, a sós, em seu gabinete em Brasília, o pagamento de R$ 5 milhões para a quitação de dívidas de campanha eleitoral. Os detalhes da negociação teriam sido discutidos posteriormente entre Monica Moura, esposa do marqueteiro João Santana, e advogados de Eike.
"O ministro de Estado me pediu, que que você faz? Eu tenho R$ 40 bilhões investidos no país, como é que você faz?", afirmou Batista na ocasião.
Após o depoimento de Eike, Mantega chegou a ser detido por policiais em um hospital de São Paulo onde se encontrava para acompanhar a esposa numa cirurgia. Mas sua prisão foi revogado no mesmo dia.



Durante o depoimento, Batista classificou o escândalo de corrupção na Petrobras como "um nojo", um "aborto da natureza", e disse que nunca foi bem visto pela companhia.

Ascensão

Mineiro de Governador Valadares, Eike Fuhrken Batista ganhou projeção nacional como o empresário que melhor encarnou a euforia internacional com a economia brasileira, que tinha escapado relativamente incólume da crise financeira global de 2008.
Com um estilo arrojado de fazer negócios e considerado visionário por seus pares, ele se aproveitou do apetite chinês por commodities e da abundância de matérias-primas no Brasil para vender o otimismo com que investidores de todo o mundo viam o país.
O pano de fundo era positivo. O pré-sal havia sido descoberto e milhares de brasileiros ascenderam à classe média.
Ambicioso, Batista apostou alto. Fluente em cinco línguas, o filho de Eliezer Batista, ministro de Minas e Energia no governo João Goulart (1961-1964) e ex-presidente da Vale durante o governo militar, montou um império de empresas em diversos setores, do petróleo ao entretenimento.
Para concretizar sua ideia, no entanto, o empresário precisava de capital novo. O caminho encontrado foi a abertura de suas empresas na bolsa de valores, por meio de IPO's (Oferta inicial de ações, na sigla em inglês), realizados entre 2006 e 2010.
O ponto alto veio com o início da negociação dos papéis da OGX. Foi um dos maiores IPO da história da Bovespa. Até pouco tempo, a OGX era considerada a principal empresa do conglomerado.
Em junho de 2011, ele deu uma entrevista à BBC inglesa em que previa "20 anos de crescimento contínuo para o Brasil".

Amizades

Por muito tempo casado com a ex-modelo Luma de Oliveira, musa do Carnaval carioca, com quem teve dois filhos, Thor e Olin, o empresário aparecia com frequência no noticiário brasileiro e internacional.
Além do dia a dia da administração de seu império, também encontrava tempo para divulgar ações principalmente em prol da cidade que o acolheu, o Rio de Janeiro, como a despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas, a reforma do tradicional Hotel Glória, e a construção de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) em comunidades carentes.
Também mantinha estreito contato com políticos. Sempre teve bom trânsito em Brasília, em especial com ministros dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Em setembro de 2012, o empresário emprestou um jato ao então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para uma festa no Sul da Bahia, promovida pelo dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, condenado meses depois por desvio de verba federal.

Queda


As dificuldades de Eike Batista no mundo dos negócios começaram bem antes de a Operação Lava Jato ser deflagrada, em março de 2014.
Para economistas, a crise atravessada pelo império de Batista ganhou força a partir do momento em que investidores perceberam que os resultados de suas empresas não corresponderiam às suas promessas.
Em 2013, a renúncia de Batista da presidência e do conselho de administração da MPX, empresa de energia do conglomerado criado pelo empresário, selou o início da queda de quem um dia foi o homem mais rico do Brasil.
Tirá-lo do comando da empresa representava uma tentativa de interromper a sangria que havia lhe custado grande parte de sua fortuna. Segundo a consultoria Economática, apenas no primeiro trimestre de 2013, as seis companhias de capital aberto (ou seja, negociadas na bolsa) do empresário (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX) registraram um prejuízo total de R$ 1,154 bilhão, alta de 539% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em setembro de 2015, Eike Batista foi à CPI do BNDES na condição de testemunha para falar sobre a situação dos R$ 10 bilhões em financiamentos obtidos junto ao banco federal de desenvovimento pelo Grupo EBX, que faliu em 2013. Batista contestou o valor do empréstimo e afirmou que o banco não teve prejuízo com o financiamento.
Na Câmara dos Deputados, Batista atribuiu a falência do conglomerado EBX à baixa produtividade de uma das empresas do grupo, a OGX, criada para explorar petróleo. "Achamos petróleo, mas a produtividade dos poços não correspondeu ao esperado. [...] A falha de não termos produtividade nos campos de petróleo causou uma corrida bancária ao grupo todo", justificou.
Agora Eike Batista será detido por suspeita de pagar propina e de participar de um esquema de lavagem de US$ 100 milhões no exterior. Parte desse valor já teria sido repatriada ao Brasil.
A operação deflagrada nesta quinta é uma parceria da Polícia Federal, Receita e o Ministério Público Federal. Os pedidos de prisão, de condução coercitiva e de busca e apreensão foram fundamentados com base em informações de dois acordos de colaboração, que detalhariam um suposto esquema de desvio e lavagem de dinheiro público.
"De maneira sofisticada e reiterada, Eike Batista utiliza a simulação de negócios jurídicos para o pagamento e posterior ocultação de valores ilícitos, o que comprova a necessidade da sua prisão para a garantia da ordem pública", informa o Ministério Público Federal do Rio.
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Conteúdo BBC Brasil