segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

MARCELO ODEBRECHT COMEÇA A DEPOR APÓS ASSINAR ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA

MARCELO ODEBRECHT COMEÇA A DEPOR APÓS ASSINAR ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA





Ex-presidente da Odebrecht está preso em Curitiba desde 2015; ele é um dos 77 executivos que firmaram acordo de delação com o Ministério Público Federal.
O ex--presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht começou nesta segunda-feira (12) a prestar depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) após a assinatura do acordo de delação premiada.
O depoimento, dado a cinco procuradores, durou pouco mais de três horas. Ele deve prestar outros depoimentos nos próximos dias.
O executivo prestou o depoimento em Curitiba, onde está preso de forma preventiva desde junho 2015. Em março deste ano, Marcelo Odebrecht foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão, por crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Ele foi considerado mandante de pagamentos de R$ 108 milhões e US$ 35 milhões em propina a agentes da Petrobras.
O ex-presidente da empreiteira é um dos 77 executivos que firmaram acordo com o MPF. Todos eles ainda prestarão depoimentos a procuradores da República. Se homologados pela Justiça, os acordos de delação premiada vão prever, em troca da colaboração, benefícios para os acusados, como redução da pena de prisão.

Delações
As delações da Odebrecht já começaram a repercutir em Brasília e atingiram a cúpula do governo e do PMDB.
Na pré-delação, o ex-vice-presidente da empresa Cláudio Melo Filho afirmou que, em 2014, o presidente Michel Temer pediu R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht para campanhas eleitorais do PMDB, durante encontro no Palácio do Jaburu. A assessoria da Presidência divulgou nota na sexta-feira (9) na qual informou que Temer "repudia com veemência" essa informação.
Também foram divulgados por Melo Filho os nomes de 51 políticos de 11 partidos diferentes que receberam doações da empreiteira. O executivo era o responsável pelo relacionamento da empresa com o Congresso Nacional e trabalhava na Odebrecht há 27 anos, sendo 12 deles em Brasília.


Outros delatores já citaram doações irregulares à campanha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, ao secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco (PMDB); e ao ex-presidente da Câmara, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB).

fonte: G1/JN
TEMER LIBERA R$ 1, 1 BILHÃO PARA SAÚDE
Ao todo, R$ 293 milhões irão para investimentos e R$ 878,2 milhões, para despesas correntes; PT, PMDB e PSDB são partidos que conseguiram mais verbas.
O Presidente da República, Michel Temer, liberou nesta segunda-feira (12) R$ 1,1 bilhão para a saúde por meio de emendas parlamentares, informou a Secretaria de Imprensa da Presidência.
Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, desse total, R$ 293 milhões serão destinados a investimentos na área, enquanto os outros R$ 878,2 milhões, para as chamadas despesas correntes.
As emendas são apresentadas pelos parlamentares com o objetivo de obter recursos para serviços nas bases eleitorais deles. Em 2016, R$ 118 bilhões do Orçamento do governo federal foram destinados à saúde.
A maioria dos recursos liberados nesta segunda é oriunda de emendas apresentadas por deputados (R$ 985,4 milhões).
O restante corresponde a emendas de senadores (R$ 165,6 milhões) e ministros (R$ 20,1 milhões).
A Casa Civil informou que este foi o último lote de emendas parlamentares liberadas neste ano para a saúde.
Partidos
Conforme a planilha divulgada pela Presidência, o PT, maior partido de oposição ao governo Temer, foi a legenda que conseguiu o maior volume de recursos por meio das emendas liberadas nesta segunda: R$ 222,5 milhões.
Na sequência, vêm PMDB, de Michel Temer, com R$ 147,9 milhões; o PSDB, com R$ 113,3 milhões; o PP, com R$ 104,9 milhões; e o PSD, com R$ 86,4 milhões.

fonte G1
POLÍCIA FEDERAL INDICIA LULA, MARISA, PALOCCI E OUTRAS QUATRO PESSOAS NA LAVA JATO
Investigação trata de suposta lavagem de dinheiro no Instituto Lula.
Ministério Público Federal vai analisar investigação antes de abrir processo.
A Polícia Federal decidiu indiciar o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e outras quatro pessoas, na Operação Lava Jato.
O ex-presidente foi indiciado pelo crime de corrupção passiva, enquanto todas as demais pessoas citadas foram indiciadas por lavagem de dinheiro.
O indiciamento trata de dois casos distintos: o primeiro é sobre a compra de um terreno, que seria utilizado para a construção de uma sede do Instituto Lula. O segundo é sobre o aluguel do apartamento que fica em frente ao que o ex-presidente mora. A Polícia Federal defende que ambos os casos tratam de pagamento de propina da construtora Odebrecht, ao ex-presidente.
Veja a lista de indiciados
Luiz Inácio Lula da Silva - ex-presidente da República
Marisa Letícia Lula da Silva - ex-primeira-dama
Antônio Palocci Filho - ex-ministro nos governos Lula e Dilma
Glaucos da Costa Marques - Sobrinho do pecuarista José Carlos Bumlai, já condenado na Lava Jato
Demerval de Souza Gusmão Filho - Dono da empresa DAG Construtora
Roberto Teixeira - Advogado do ex-presidente Lula
Branislav Kontic - Assessor do ex-ministro Palocci
O G1 tenta contato com os indiciados.

Temer pede celeridade a Janot e critica ilegítima divulgação de delações...

TEMER PEDE 'CELERIDADE ' A JANOT E CRITICA 'ILEGÍTIMA DIVULGAÇÃO' DE DELAÇÕES


Presidente é um dos políticos citados em uma espécie de pré-delação de um dos ex-executivos da Odebrecht que fecharam acordo com o Ministério Público.
O Presidente Michel Temer enviou nesta segunda-feira (12) ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, um pedido para que o Ministério Público Federal dê "celeridade" às investigações e criticou a "ilegítima divulgação " de delações em curso.
Pouco tempo depois de a assessoria de Temer informar que o presidente havia enviado o ofício a Janot, o PMDB divulgou uma nota na qual chamou de "vazamento criminoso" a revelação do conteúdo a pré-delação de Cláudio Melo Filho um dos 77 executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht que oficializaram a colaboração com o Ministério Público.
Todos os 77 ainda prestarão depoimentos a procuradores da República. Se homologados pela Justiça, os acordos de delação premiada vão prever, em troca da colaboração, benefícios para os acusados, como redução da pena de prisão.

Na pré-delação, Melo Filho afirmou que, em 2014, o presidente pediu R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht para campanhas eleitorais do PMDB, durante encontro no Palácio do Jaburu. A assessoria da Presidência divulgou nota na sexta-feira (9) na qual informou que Temer "repudia com veemência" essa informação.
"A União pleiteia que Vossa Excelência [Rodrigo Janot] examine a possibilidade de imprimir celeridade na conclusão das investigações em curso. Requer também que as colaborações premiadas porventura existentes sejam , o quanto antes, finalizadas , remetidas ao Juízo competente para análise e eventual homologação e divulgação por completo", diz trecho do documento enviado por Temer à PGR.
"A União pleiteia que Vossa Excelência [Rodrigo Janot] examine a possibilidade de imprimir celeridade na conclusão das investigações em curso. Requer também que as colaborações premiadas porventura existentes sejam, o quanto antes, finalizadas, remetidas ao Juízo competente para análise e eventual homologação e divulgação por completo."

O documento é assinado por Temer e pela advogada-geral da União, Grace Mendonça. A Procuradoria Geral da República confirmou o recebimento do pedido de Temer, mas informou que não há prazo para resposta (relembre a citação a Temer no vídeo abaixo).
Cláudio Filho diz em delação que Temer pediu contribuições a Marcelo Odebrecht
Argumentos
No ofício, o governo, em uma espécie de introdução ao pedido, diz que o país enfrenta um cenário econômico "profundamente adverso".

Em razão disso, diz o presidente, a condução de políticas públicas "vem sofrendo interferência pela ilegítima divulgação de supostas colaborações premiadas em investigações criminais conduzidas pelo Ministério Público Federal, quando ainda não completado e homologado o procedimento da delação".

Em outro trecho, Temer acrescenta que há um "clima de desconfiança" no país e avalia que o "fracionado" ou "lento desenrolar" das investigações funciona como elemento "perturbador" de uma série de interesses da União.

Por fim, o presidente pede que as delações premiadas sejam finalizadas e remetidas à homologação "o quanto antes", além de divulgadas "por completo".

"Com isso, a eventual responsabilidade criminal dos investigados será logo aferida", conclui.

PMDB
Em nota divulgada no início da noite desta segunda, o presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), chamou de "vazamento criminoso" a revelação do conteúdo do depoimento de Cláudio Melo Filho. O dirigente acrescentou, ainda, que a legenda não cometeu irregularidades com relação a recursos de campanha.

"O PMDB exige todos os esclarecimentos - desde o vazamento criminoso de uma proposta de deleção não homologada até todos os pontos que possam ser levantados no âmbito da investigação. O PMDB não cometeu nenhum tipo de erro em relação a recursos de campanha, sempre agiu de forma responsável e legal e teve todas suas contas aprovadas", diz a nota.

Na nota, o partido disse também que não "teme" investigações e está "à disposição" para prestar esclarecimentos.

fonte: G1

ACUSADA MAIS UMA VEZ DE CORRUPÇÃO, SENADORA GLEISI VAI PERDER O MANDATO E IRÁ PRESA


A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) parece estar experimentando o ápice do inferno astral, mas não desiste de causar prejuízos ao Brasil, seguindo a ordem unida do PT, que fermenta a tese do quanto pior melhor, tão condenada na era petista.
Alvo de nova denúncia de corrupção – receber através de caixa 2 um “pixuleco” de R$ 500 mil pago pela Odebrecht –, Gleisi aparece na contabilidade secreta da empreiteira associada ao codinome “Coxa”, o que sugere ser a petista uma fanática torcedora do Coritiba ou, então, a alcunha tem relação com algum detalhe anatômico.
Tudo isso não impede que a senadora prossiga, diuturnamente, com sua batalha para inviabilizar o País na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), cargo que ocupa no vácuo de acordos partidários, não por notório saber. A obsessão de Gleisi é bloquear a tramitação da PEC do Teto de Gastos (PEC 241), que tenta corrigir a enorme lambança provocada pelo PT na economia nacional. Com esse comportamento canhestro, a parlamentar paranaense ganhou a pecha de “terrorista”, uma espécie de Bin Laden de saias.
Gleisi Hoffmann tentou inviabilizar o andamento da PEC antes de a matéria entrar em votação no Senado. A PEC 241/2016 precisa do aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas a senadora petista, na véspera da reunião, apresentou proposta de emenda qualificada como absurda, apenas para tumultuar o processo. A sandice legislativa de Gleisi resume-se submeter a PEC, após aprovação, a um referendo popular antes de entrar em vigor.
Como nenhuma ação fica sem reação, o troco, como praga a sabedoria popular, veio cavalgando. Depois desse devaneio político, Gleisi passou a enfrentar problemas para andar na rua, pegar um avião ou até mesmo transitar sem percalços pelo Senado.
A revolta com a evidente sabotagem da “morena socialista” às tentativas do governo Temer de regularizar as finanças tem produzido cenas constrangedoras. Há dias, Gleisi foi abordada, no Senado – no famoso túnel do tempo –, por uma eleitora que indagou se ela estava pronta para ser presa. Diante do constrangimento, a senadora deixou o local ameaçando chamar a Polícia do Senado, a mesma que foi alvo da Operação Métis.

fonte jornaldopais
MAIA PEDE QUE STF DECIDA SOBRE ANDAMENTO DE IMPEACHMENT DE TEMER

Presidente da Câmara diz que processo traria 'elevado ônus institucional' e pediu que a definição seja dada por todo o tribunal, e não por liminar de um ministro.
O Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decida se a Casa deve ou não dar prosseguimento ao pedido de impeachment do presidente da República, Michel Temer, feito por um cidadão.
Maia respondeu ofício no qual o ministro Marco Aurélio Mello cobrou a Câmara sobre a demora para instalação da comissão para analisar o processo.
Em abril, o ministro concedeu liminar para determinar o prosseguimento de processo por crime de responsabilidade contra Temer, então vice-presidente, e a instalação de uma comissão especial para analisar o caso, nos moldes do que ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff.
O autor do pedido de impeachment contra Temer e da ação no STF, o advogado Mariel Marley Marra, enviou documento ao ministro em novembro questionando o não cumprimento da decisão, e Marco Aurélio cobrou Rodrigo Maia.
Na resposta, o presidente da Câmara citou que a instauração de processo contra Temer traria um "elevado ônus institucional" e pediu que a definição sobre o processo seja dada por todo o tribunal.
"Levando em conta o elevado ônus institucional acarretado pela instauração de procedimento destinado a autorizar a abertura de processo de impeachment em desfavor do presidente da República, e considerando que a medida liminar deferida já completa oito meses de vigência, esta presidência solicita o apoio de Vossa Excelência para, em havendo possibilidade, levar a matéria a julgamento do plenário desse E. Tribunal até o encerramento deste ano judiciário ou, alternadamente, o mais brevemente possível", diz o documento.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já enviou parecer no processo no qual entendeu que não houve ilegalidade por parte do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao rejeitar o pedido de impeachment contra Temer. Em razão disso, o procurador opinou pela cassação da liminar do ministro Marco Aurélio, que mandou prosseguir com o processo. Não há previsão de data para o plenário do Supremo julgar o caso.
Indicação de nomes para comissão
No documento, Rodrigo Maia afirmou que, conforme definido pelo Supremo no caso do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, os nomes da comissão devem ser indicados pelos líderes ou blocos partidários e não pelo presidente da Câmara. Maia citou que o voto do ministro Luís Roberto Barroso, que venceu no plenário, deixou isso claro.
"O voto do ministro Barroso indica, acertadamente que os membros da Comissão Especial destinada a dar parecer sobre denúncia por crime de responsabilidade do presidente da República não devem 'sua investidura ao plenário', mas evidentemente ao partido. Tais nomes, ainda nos termos do voto vencedor, não podem ser escolhidos 'heteronomamente de fora para dentro'. Esse argumento veda não apenas o surgimento de candidaturas espontâneas, desvinculadas das lideranças partidárias, mas obsta igualmente a definição dos membros da comissão pela indicação heterônoma do presidente da Câmara", diz o documento assinado por Rodrigo Maia.
Processo de impeachment
Marco Aurélio concedeu liminar em abril a pedido do advogado Mariel Marley Marra contra uma decisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, tomada em 5 de janeiro, que rejeitou abrir processo contra Temer por entender que não havia indício de crime.
O pedido do advogado argumentou que Temer cometeu o mesmo ato que a ex-presidente Dilma Rousseff ao assinar decretos que abriram créditos suplementares, sem autorização do Congresso, incompatíveis com a meta de resultado primário. A assinatura dos decretos é uma das razões do processo que levou à perda do cargo de Dilma.


Marco Aurélio entendeu que a Câmara não podia fazer análise de mérito do pedido, ou seja, entender que não houve crime e por isso não abrir. Para ele, o presidente da Câmara apenas analisa se os requisitos foram cumpridos.

fonte:G1
A CAMINHO DO BREJO
A sociedade dá de ombros, vencida pela inércia

Um país não vai para o brejo de um momento para o outro — como se viesse andando na estradinha, qual vaca, cruzasse uma cancela e, de repente, saísse do barro firme e embrenhasse pela lama. Um país vai para o brejo aos poucos, construindo a sua desgraça ponto por ponto, um tanto de corrupção aqui, um tanto de demagogia ali, safadeza e impunidade de mãos dadas. Há sinais constantes de perigo, há abundantes evidências de crime por toda a parte, mas a sociedade dá de ombros, vencida pela inércia e pela audácia dos canalhas.

Aquelas alegres viagens do então governador Sérgio Cabral, por exemplo, aquele constante ir e vir de helicópteros. Aquela paixão do Lula pelos jatinhos. Aquelas comitivas imensas da Dilma, hospedando-se em hotéis de luxo. Aquele aeroporto do Aécio, tão bem localizado. Aqueles jantares do Cunha. Aqueles planos de saúde, aqueles auxílios moradia, aqueles carros oficiais. Aquelas frotas sempre renovadas, sem que se saiba direito o que acontece com as antigas. Aqueles votos secretos. Aquelas verbas para “exercício do mandato”. Aquelas obras que não acabam nunca. Aqueles estádios da Copa. Aqueles superfaturamentos. Aquelas residências oficiais. Aquelas ajudas de custo. Aquelas aposentadorias. Aquelas vigas da perimetral. Aquelas diretorias da Petrobras.

A lista não acaba.

Um país vai para o brejo quando políticos lutam por cargos em secretarias e ministérios não porque tenham qualquer relação com a área, mas porque secretarias e ministérios têm verbas — e isso é noticiado como fato corriqueiro da vida pública.

Um país vai para o brejo quando representantes do povo deixam de ser povo assim que são eleitos, quando se criam castas intocáveis no serviço público, quando esses brâmanes acreditam que não precisam prestar contas a ninguém — e isso é aceito como normal por todo mundo.

Um país vai para o brejo quando as suas escolas e os seus hospitais públicos são igualmente ruins, e quando os seus cidadãos perdem a segurança para andar nas ruas, seja por medo de bandido, seja por medo de polícia.

Um país vai para o brejo quando não protege os seus cidadãos, não paga aos seus servidores, esfola quem tem contracheque e dá isenção fiscal a quem não precisa.

Um país vai para o brejo quando os seus poderosos têm direito a foro privilegiado.

Um país vai para o brejo quando se divide, e quando os seus habitantes passam a se odiar uns aos outros; um país vai para o brejo quando despenca nos índices de educação, mas a sua população nem repara porque está muito ocupada se ofendendo mutuamente nas redes sociais.

______

O Brasil caminha firme em direção ao brejo há muitas e muitas luas, mas um passo decisivo nessa direção foi dado quando Juscelino construiu Brasília, aquela farra para as empreiteiras, e quando parlamentares e funcionários públicos em geral ganharam privilégios inéditos em troca do “sacrifício” da mudança para lá.

Brasília criou um fosso entre a nomenklatura e os cidadãos comuns. A elite mora com a elite, convive com a elite e janta com a elite, sem vista para o Brasil. Os tempos épicos do faroeste acabaram há décadas, mas os privilégios foram mantidos, ampliados e replicados pelos estados. De todas as heranças malditas que nos deixaram, essa é a pior de todas.

______

Acho que está rolando uma leve incompreensão dos reais motivos de mobilização da população em alguns setores. Eles parecem acreditar que o MBL e o Vem Pra Rua falam pelos manifestantes, ou têm algum significado político, quando, na verdade, esses movimentos funcionam mais como agentes de mobilização — afinal, alguém precisa marcar uma data e um horário, ou nenhuma manifestação acontece.

A maioria das pessoas que foi às ruas está pouco se lixando para eles. Seu alvo primordial é gritar contra a corrupção, a sordidez que rege a vida política brasileira, a bagunça geral que toma conta do país. Seu principal recado é o apoio à Lava-Jato, que parece ser a única coisa que funciona num cenário em que o resto se desmancha.

Se ninguém fez muita questão de gritar #ForaTemer nos protestos de domingo passado, isso talvez se deva menos a palavras de ordem vindas de carros de som do que a dois fatos bastante simples. O primeiro é que está implícita na insatisfação popular a insatisfação com Temer, e naquele momento parecia mais urgente responder aos insultos do Congresso; o segundo é que há uma resistência natural a se usar uma palavra de ordem criada pelo “outro lado”, pela turma que acredita na narrativa do golpe.

______

Gilmar Mendes disse que a decisão de Marco Aurélio Mello de afastar Renan da mesa do Senado é “indecente”. Não, ministro. Pode ser qualquer outra coisa, mas indecente não é. Indecente é um homem como Renan Calheiros ocupar a mesa do Senado. Aliás, indecente é um homem como Renan Calheiros, que já renunciou ao mandato para não ser cassado e tem mais prontuário do que biografia.

Com todo o respeito, ministro, o senhor precisa rever as suas prioridades e dar um trato nos seus adjetivos.

fonte: O Globo / Cora Ronai
Eduardo Paes tem sigilos fiscal e bancário quebrados por ordem da Justiça

Juiz determinou segredo de justiça para tramitação do processo, no qual Paes é acusado de improbidade administrativa. Na sexta-feira, prefeito já havia tido bens bloqueados judicialmente.
O Juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 8ª Vara de Fazenda Pública, determinou nesta segunda-feira (12) a quebra do sigilo fiscal e bancário do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Na última sexta-feira (9), o mesmo magistrado já havia decretado o bloqueio dos bens do prefeito devido a uma acusação de irregularidades na construção do campo de golfe para a Rio 2016.
O processo tramita em segredo de justiça, mas na decisão de bloquear os bens de Paes o juiz determinou que o prefeito e a construtora Fiori Empreendimentos, responsável pela obra do campo de golfe, tivessem seus ativos leiloados para pagar uma dívida de aproximadamente R$ 1,8 milhão, relativa a uma licença ambiental que deveria ter sido paga pela empresa.
Na denúncia à Justiça, o Ministério Público afirmou que Paes cometeu improbidade administrativa ao não cobrar a dívida da Fiori. Em sua defesa, o prefeito do Rio apresentou documentos que supostamente comprovariam que a Fiori ignorou os avisos para que pagasse a taxa de licenciamento ambiental.
Em razão dessa recusa, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente enviou ofício à Procuradoria Geral do Município (PGM) no dia 9 de novembro, no qual solicitava ao órgão que cobrasse da empresa os valores atualizados - que totalizavam R$ 3,365 milhões - por meio da inscrição da construtora no cadastro da dívida ativa do município.

Outro lado
Em nota, Paes disse ainda não foi notificado da decisão judicial e, por isso, desconhece o seu teor. "De qualquer maneira, Paes reforça que, como homem público, está sempre à inteira disposição da Justiça para fornecer informações e documentos necessários para eventuais esclarecimentos. Ele já recorreu da decisão judicial de bloqueio dos seus bens uma vez que, diferentemente do que afirma o Ministério Público, a Prefeitura do Rio exigiu, no processo de licenciamento ambiental do Campo de Golfe, que a Fiori Empreendimentos Imobiliários pagasse a taxa para a autorização de supressão de vegetação exótica", diz o texto.
"Diante de reclamação da empresa que o pagamento da taxa causaria desequilíbrio financeiro em relação ao que estava previsto no contrato de construção de Campo de Golfe, o município chegou a informar que o tributo poderia ser ressarcido desde que fosse pago no prazo e a empresa comprovasse tal desequilíbrio. Nada disso aconteceu: nem a taxa foi quitada, nem o desequilíbrio comprovado, nem houve qualquer ressarcimento. Por isso, como a empresa não efetuou o pagamento do tributo, a Secretaria de Meio Ambiente enviou no início de novembro ofício à Procuradoria Geral do Município solicitando a cobrança dos valores atualizados e acrescidos de juros de mora (R$ 3,365 milhões) via dívida ativa", conclui.

Conteúdo G1
Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, perde registro profissional da OAB

Decisão do Tribunal de Ética e Disciplina suspende registro da ex-primeira dama por três meses. Processo começou a ser apurado na última semana.
Foi suspendida de forma preventiva a inscrição da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Adriana Ancelmo, ex-primeira dama do Rio de Janeiro e mulher do ex-governador Sérgio Cabral. Ela e o marido estão presos e são réus por supostamente integrarem um grupo criminoso chefiado por Cabral. A quadrilha, segundo denúncia do Ministério Público Federal, desviou mais de R$ 220 milhões de obras públicas na época em que Cabral era governador.
A decisão de suspender o registro de Adriana partiu do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-RJ e foi tomada nesta segunda-feira (12). Com a determinação, a ex-primeira dama perde provisoriamente o vínculo profissional por 90 dias. O processo para apurar as denúncias contra a advogada foi aberto na semana passada.
JANOT DENUNCIA RENAN NA LAVA JATO E PEDE QUE SENADOR PERCA O MANDATO

O Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta segunda-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) na Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ele pede a perda dos mandatos dos dois parlamentares em caso de condenação.
Os dois são acusados pelo Ministério Público de terem cometido lavagem de dinheiro e corrupção passiva na contratação da empresa Serveng Civilsan pela Petrobras.
O diretor da Serveng Civilsan Paulo Twiaschor também foi denunciado por Janot por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Os dois parlamentares do PMDB negam terem cometido irregularidades. Já a fornecedora da Petrobras disse que recebeu com "indignação" a denúncia contra um de seus executivos (leia abaixo mais detalhes sobre as versões dos acusados).
Para que Renan e Aníbal Gomes virem réus, os ministros do Supremo precisam aceitar a denúncia e abrir uma ação penal. Antes, contudo, o tribunal deve notificá-los para que apresentem defesa prévia.
No posto de presidente do Senado, Renan teria a prerrogativa de ser julgado pelo plenário do STF, que reúne os 11 ministros da Corte. No entanto, já que o mandato do peemedebista no comando da casa legislativa se encerra em fevereiro, a denúncia deverá ser analisada pela Segunda Turma do Supremo, que é composta por cinco magistrados.
Na denúncia, Renan e Aníbal são acusados de terem recebido R$ 800 mil em propina e lavagem de dinheiro após doações oficiais da Serveng.
Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa – um dos delatores da Lava Jato –, os dois peemedebistas receberam propina para viabilizar o negócio.
Janot afirmou na denúncia que, em troca do suborno, os parlamentares ofereceram apoio para manter Paulo Roberto Costa no comando da diretoria de Refino e Abastecimento da Petrobras. A acusação foi confirmada por outros delatores da Lava Jato, como Alberto Youssef, Fernando Soares – o Fernando Baiano – e o senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS).
O procurador-geral destacou ainda que, em contrapartida, o ex-dirigente da Petrobras agiu para que a Serveng Civilsan mantivesse contratos com a estatal.
O chefe do MP ressaltou ao Supremo que tem provas das irregularidades, como o registro de entradas dos suspeitos na Petrobras e os dados de quebra de sigilos bancários que, segundo ele, confirmam as informações prestadas pelos delatores.
Doações dissimuladas
A Procuradoria Geral da República relatou na denúncia que o diretor da Serveng que foi denunciado fez duas doações oficiais ao diretório nacional do PMDB em troca da retaguarda política do senador e do deputado do PMDB.
Conforme as investigações, uma das contribuições, de R$ 500 mil, foi repassada ao partido em 18 de agosto de 2010. A segunda doação, informaram os procuradores da República, foi de R$ 300 mil e ocorreu em 24 de setembro de 2010.
Posteriormente, afirma o MP, o dinheiro foi repassado do diretório nacional para o comitê financeiro do partido em Alagoas e de lá para Renan em operações financeiras fracionadas. A manobra foi classificada pela Procuradoria como uma "estratégia de lavagem de dinheiro".
Janot pediu ao STF que Renan e Aníbal sejam afastados dos cargos eletivos e, além disso, paguem multa de R$ 1,6 milhão aos cofres públicos por conta dos crimes que teriam cometido ao receber propina em contrapartida ao contrato da Petrobras com a Serveng Civilsan.
Da indenização cobrada pelo Ministério Público, R$ 800 mil se referem a reparação por danos materiais e outros R$ 800 mil ao valor que teria sido desviado da estatal do petróleo.
Outras investigações
Renan Calheiros se tornou réu no início do mês acusado de peculato (desvio de dinheiro público), mas em uma investigação que não tem relação com o esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Neste processo, a PGR afirma que Renan fraudou movimentação financeira para justificar ter dinheiro para pagar a pensão de uma filha que teve em uma relação extraconjugal com a jornalista Mônica Velloso.
A denúncia desta segunda-feira foi apresentada em um dos oito inquéritos nos quais o senador peemedebista é alvo na Suprema Corte.
Além dos oito inquéritos em que é investigado na Lava Jato, Renan ainda responde a outros três inquéritos no STF, sendo um da Operação Zelotes – que apura um esquema de compra de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf)–, um sobre fraudes na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e outro sobre movimentação financeira suspeita.
O que disseram os denunciados
Em nota, a assessoria de Renan afirmou que o senador "jamais autorizou ou consentiu" que Aníbal Gomes "ou qualquer outra pessoa falasse em seu nome em qualquer circunstância" (leia a íntegra do comunicado ao final desta reportagem).
"O senador reitera que suas contas eleitorais já foram aprovadas e está tranquilo para esclarecer esse e outros pontos da investigação", destaca trecho da nota.
Aníbal Gomes disse ao G1 que ainda não havia tomado conhecimento da denúncia da PGR, mas negou envolvimento em qualquer irregularidade.
O parlamentar cearense afirmou que acompanhou representantes da Serveng em uma reunião com Paulo Roberto Costa. O encontro, segundo Gomes, teve como objetivo apresentar o projeto de um porto com investimento privado e questionar se a Petrobras tinha interesse em alugar um ponto do empreendimento.
“A Petrobras não se interessou, nada foi feito. E mesmo que tivesse acontecido, não envolvia dinheiro público”, disse.
Por meio de nota, a Serveng Civilsan informou à TV Globo que recebeu com "surpresa e indignação" a notícia de que um de seus funcionários foi também denunciado pela PGR.
"Ao longo de toda a investigação a empresa esteve à disposição das autoridades tendo inclusive prestado detalhado depoimento. A alegação de que a Serveng Civilsan fez doações eleitorais com o fim de 'participar de licitações mais vultosas na Petrobras' não faz qualquer sentido e sua inveracidade será provada na primeira oportunidade que nossa defesa tiver para se manifestar nos autos, diz trecho do comunicado divulgado pela empresa.
Leia a íntegra da nota divulgada por Renan Calheiros:
Nota Pública
O senador Renan Calheiros jamais autorizou ou consentiu que o deputado Aníbal Gomes ou qualquer outra pessoa falasse em seu nome em qualquer circunstância.
O senador reitera que suas contas eleitorais já foram aprovadas e está tranquilo para esclarecer esse e outros pontos da investigação.
Assessoria imprensa
Presidência do Senado
Leia a íntegra da nota divulgada pela Serveng Civilsan:
Apesar de não ter tido ainda acesso ao conteúdo da denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República, a Serveng Civilsan recebe com surpresa e indignação as notícias dando conta que um de seus funcionários foi também denunciado.
Ao longo de toda a investigação a empresa esteve à disposição das autoridades tendo inclusive prestado detalhado depoimento.
A alegação de que a Serveng Civilsan fez doações eleitorais com o fim de “participar de licitações mais vultosas na Petrobras” não faz qualquer sentido e sua inveracidade será provada na primeira oportunidade que nossa defesa tiver