segunda-feira, 25 de junho de 2018

Ao apresentar certidão criminal positivada, Lula terá confessado ao juiz que ele é inelegível, diz ministro do TSE



O ex-presidente Lula pode perder a voz gritando que será candidato à Presidência nas eleições de outubro, mas somente até o momento em que tentar registrar sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral. O petista já tem uma condenação em segunda instância e, por isso, não há necessidade de produção de provas, nem de alegações finais. Está inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

Segundo o ministro do TSE, Admar Gonzaga, o Tribunal não pode impedir que o condenado se declare candidato enquanto a Corte não for provocada com o registro de sua candidatura. Mas logo que Lula, por meio do PT, tentar registrar a candidatura no TSE, “Ele confessou para o juiz que ele é inelegível”

Admar Gonzaga participou esta semana de debates sobre o tema e destacou que o tribunal funciona como última instância da legislação. 

Ele afirmou que, quando um candidato traz para o tribunal uma certidão criminal positivada, o juiz pode indeferir o pedido de registro de candidatura de ofício. “Ele confessou para o juiz que ele é inelegível”, disse.

“Quem almeja um cargo de presidente não pode brincar com o país. Não podemos fazer com que milhões de brasileiros se dirijam à urna para votar nulo. Não contem comigo pra isso”, declarou o ministro.

(com informações da Comunicação do VI Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral)

As informações são do Jota

Polícia Federal investiga servidores de universidade federal por prática de estelionato


A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (19/6) a Operação Herófilo, que investiga professores do magistério superior em regime de dedicação exclusiva com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mas que exercem atividade privada em clínicas e consultórios. A prática é vedada pela legislação e configura crime de estelionato.

Cerca de 60 policiais federais cumprem 15 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e Novo Hamburgo. As ordens judiciais têm por objetivo a arrecadação de documentos que comprovem a prática irregular e corroborem com as informações coletadas ao longo da investigação.

O inquérito policial foi instaurado em 2015 e contou com colaboração da CGU. Em um dos casos analisados, um professor recebeu, entre os anos de 2010 e 2016, cerca de R$ 1 milhão da UFRGS, sendo que, desse valor, aproximadamente R$ 500 mil correspondem ao adicional por dedicação exclusiva.

O nome da operação faz referência à Herophilos, o primeiro anatomista da história, fundador da Escola de Medicina de Alexandria. No início do mês de junho, seis professores, cinco servidores da UFRGS e bolsistas que recebiam valores indevidamente foram indiciados pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistemas de informação, de acordo com a participação individual na fraude. Nomes não foram divulgados.


Comunicação Social da Polícia Federal no Rio Grande do Sul

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Contato: (51) 3235-9005/99717-3040

E o Estado de Direito, Gilmar?

Cadê Gilmar Mendes que não clama pela manutenção do Estado de Direito num país que tem 144 mil mandados de prisão sem cumprimento?

Ou o Estado de Direito só vale para soltar criminosos?

Carminha deverá convocar reunião com secretários de Segurança de todo o país

O banco de dados do CNJ tem gerado números que nem mesmo as secretarias de Segurança dos estados, responsáveis pela captura de criminosos, conheciam, registra O Globo.

“Vários secretários já procuraram o Conselho para saber os detalhes sobre os mandados de prisão em aberto, para agilizar o cumprimento das ordens. Segundo integrantes do CNJ, os governantes estariam temerosos com as esperadas críticas da opinião pública, diante de informações tão alarmantes.”

Quando o banco de dados estiver completo, diz o jornal, Cármen Lúcia deverá convocar uma reunião com secretários de todo o país com o objetivo de criar uma estratégia para o cumprimento mais eficaz dos mandados de prisão.

“Hoje, muitas unidades da federação não têm traçadas as prioridades na hora de estabelecer quais foragidos ou procurados capturar primeiro. 

A ideia é colocar no início da fila acusados de crimes mais graves, além de pessoas que são alvo de mais de um mandado de prisão.”

Uma pergunta para Luiz Fux sobre fake news

Luiz Fux disse que a divulgação de fake news podem levar à anulação de uma eleição.

Vale também para fake news veiculadas na TV pela propaganda oficial dos candidatos?

É só uma pergunta.

Ciro Gomes leiloa a estabilidade

Ciro Gomes disse à Americas Quarterly que vai nacionalizar os campos de petróleo adquiridos para exploração por empresas estrangeiras mediante leilão, publica O Antagonista.

Ciro está leiloando a estabilidade econômica antes mesmo de a campanha começar.

Mais um pepino de 17 bilhões de reais. Lambanças de Lula e Dilma na Petrobras custaram no mínimo US$ 80 bilhões


Além dos prejuízos com a má gestão e corrupção que afetaram a Petrobras durante as administrações petistas, Lula e Dilma deixaram outros pepinos bilionários que estouraram posteriormente no caixa da estatal.

Em janeiro deste ano, a Petrobras anunciou que chegou a um acordo com o representante de investidores que processaram a empresa na justiça americana. Para que uma ação coletiva fosse suspensa, a companhia brasileira aceitou pagar uma multa de US$ 2,95 bilhões, cerca de R$ 9,5 bilhões em três parcelas iguais, duas em 2018 e uma em 2019.

A ação coletiva movida por investidores americanos teve início após a revelação pela Lava Jato, em 2014, de um esquema de corrupção e superfaturamento em contratações da empresa. Acionistas e donos de títulos de dívida da Petrobras foram à justiça reclamar que foram lesados pelo esquema e pedir que a petroleira se responsabilizasse por indenizá-los. 

Com receio de ter que arcar com valores ainda mais elevados, a direção da Petrobras correu para fechar logo um acordo com a Justiça americana, de modo a evitar maiores prejuízos no mercado financeiro com a desvalorização de suas ações.

Na semana passa, surgiu mais uma conta de R$ 17 bilhões remanescente das administrações petistas. A Petrobras foi condenada a pagar a 51 mil funcionários ativos e aposentados. 

A coluna da jornalista Míriam Leitão, no O GLOBO, destaca que "A quantia é uma enormidade. Para se ter a ideia, toda a receita estimada pelo estado do Espírito Santo este ano é de R$ 16,8 bilhões. É equivalente a 23 vezes o Orçamento do Ministério da Cultura, antes dos cortes impostos pelo governo".

Ainda segundo a publicação, o esqueleto do PT é resultado de um acordo feito pela Petrobras quando ela era presidida por José Sérgio Gabrielli e tinha um sindicalista na diretoria de Recursos Humanos. 

O acordo coletivo foi confirmado em 2009 e só virou um problema três anos depois de assinado, quando os sindicatos perceberam que o texto continha brechas que permitiriam outro entendimento. 

E, obviamente, passaram a requerer mais. Esse é o papel dos representantes sindicais.

"Os erros cometidos na administração do governo passado custaram no mínimo US$ 80 bilhões. 

Metade disso foi o custo de ser obrigada a vender combustível com preço controlado muito abaixo da paridade internacional. 

No Comperj, foram investidos US$ 13 bilhões sem retorno. 

O custo de Abreu e Lima que não será recuperado é calculado em US$ 10 bilhões. 

As duas refinarias premium que foram lançadas a prejuízo representaram US$ 1,5 bi. 

Tem ainda o que foi lançado como perdas por corrupção de R$ 6,2 bilhões. 

A compra de Pasadena representou uma perda de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão. 

Na compra da refinaria Okinawa no Japão foram queimados outros US$ 400 milhões. 

Esses são apenas alguns dos esqueletos deixados na companhia. 

Bilhões em passivos tributários têm sido equacionados. 

Essa ação trabalhista é mais um desses esqueletos".

Com informações da coluna de Míriam Leitão

Palocci é um dos fundadores do PT e 3.º na hierarquia do partido. Além da 'credibilidade' de seus relatos, sua delação é fatal para a legenda


A homologação do acordo de delação que o ex-ministro Antonio Palocci fechou com a Polícia Federal pode resultar em mais problemas para o Partido dos Trabalhadores e seus integrantes do que todas as delações feitas até hoje na Lava Jato.

Diferentemente de Marcelo Odebrecht, Joesley Batista e Léo Pinheiro, entre outros delatores que apontaram para supostos crimes praticados por Lula, Dilma e demais integrantes dos governos do PT, Palocci é um membro do núcleo duro do partido e participou da maior parte dos ilícitos relatados por delatores. A diferença entre os relatos é considerada dramática, uma vez que Palocci estava do outro lado do balcão de negócios espúrios comandados pelo ex-presidente Lula, registra o site Imprensa Viva.

Uma pequena amostra do poder devastador das delações do ex-ministro pode ser conferida em algumas confissões feitas de forma espontânea por Palocci ao juiz Sérgio Moro durante um de seus depoimentos na Lava Jato em setembro do ano passado.

Na ocasião, Palocci falou por duas horas a Moro e incriminou diretamente os ex-presidentes Lula e Dilma no esquema de corrupção na Petrobrás, 

O petista, que está preso desde 2016, detalhou o acerto de R$ 300 milhões em propinas da Odebrecht para o projeto político de Lula, em 2010.

Entre outras coisas, Palocci  confirmou que a reforma do sítio de Atibaia, a compra de um terreno de R$ 12 milhões para ser sede do Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo do Campo foram propinas da Odebecht, dentro de um “pacto de sangue” fechado, em 2010, com o patriarca da maior delação da Lava Jato, Emílio Odebrecht.

Durante o depoimento, o juiz Sérgio Moro quis saber se a acusação contra o ex-presidente Lula no caso de recebimentos de vantagens indevidas da Odebrecht procedia, se a empreiteira comprou mesmo o terreno para o Instituto e sobre a participação de Palocci no episódio.

Palocci não apenas confirmou sua participação, como foi além dos elementos contantes na acusação contra Lula:

“Participei”. “A denúncia procede, os fatos são verdadeiros. Eu diria apenas que os fatos desta denúncia dizem respeito a um capitulo de um livro um pouco maior do relacionamento da Odebrecht com o governo do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, que foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens, a propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos, em forma de doação de campanha, de benefícios pessoais, em forma de caixa 1 e caixa 2.” 

Confirma o que foi dito por Marcelo Odebrecht de que ele era interlocutor da empresa com o governo, para seus interesses e para temas de campanha e inclusive “ilícitos, disparou Palocci logo nos primeiros minutos de seu depoimento ao juiz Sérgio Moro.

Palocci afirmou ainda que Marcelo Odebcht não mentiu sobre a planilha de propinas encontrada no Setor de Operações Estruturadas da empresa que registrava quase R$ 200 milhões, e que seriam créditos para o PT e Lula administrados por Palocci, o “Italiano”. Conta que a relação era “fluida com o governo em todos aspectos”, em projetos e em campanhas.

O ex-ministro confirmou ainda que, como membro da cúpula dos governos do PT, tinha ciência dos ilícitos cometidos na Petrobras para arrecadação de propinas. “Era um intenso financiamento partidário.” 

O ex-ministro disse que a Petrobrás não era sua área de atuação direta, mas como membro da cúpula do governo ele disse que sabia dos desvios e discutiu isso internamente:
“Eu sabia porque era da cúpula do governo e conversava com Lula sobre essas relações.”, garantiu o ex-ministro.

Todos estes relatos, e outros mais envolvendo outros negócios espúrios dos governos do PT de Lula e Dilma, estão registrados em vídeo do depoimento de Palocci ao juiz Sérgio Moro cerca de um ano atrás. 

Apesar da gravidade das revelações, o Ministério Público Federal criou empecilhos para celebrar o temido acordo de delação com o petista. Coube à Polícia Federal 'contornar' estas dificuldades e garantir que dezenas, talvez centenas de crimes, fossem investigados. 

Tudo vai começar agora, após decisão do TRF-4 de homologar a delação de Palocci, dois dias depois que o Supremo Tribunal Federal autorizou delegados de polícia a fecharem acordos de delação premiada. 

O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), homologou a delação do ex-ministro Antonio Palocci na última sexta-feira, 22. 

Em breve, novas investigações, diligências e novas operações da Lava Jato serão realizadas com base na delação do primeiro integrante do núcleo duro do PT. 

Lula chegou a alegar que no crime à ele atribuído não houve violência. O petista tentou de tudo para se livrar da cadeia


Por mais que o ex-presidente Lula e seus apoiadores insistam em contestar a  condenação do petista pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, a condição de condenado já é um fato consumado pela Justiça Brasileira, de acordo com o Código Penal. 

Ao contrário de muitos brasileiros que não possuem recursos para recorrer à instâncias superiores, Lula teve amplo acesso à defesa de acordo com as regras de um estado democrático de direito, antes e após ter sua condenação confirmada por um colegiado de segunda instância, publica o site Imprensa Viva.

Pela Constituição, não há absolutamente nada que Lula possa fazer para modificar a sua condição de criminoso condenado. Instâncias superiores não podem modificar decisões desta natureza. 

É assegurado ao condenado o direito de pedir para responder por seus crimes em liberdade. Até o momento, todas estas tentativas foram frustradas justamente pela clareza de sua condenação na Lava Jato.

O petista que agora faz de tudo para se livrar da cadeia já fez de tudo para evitar a prisão. Por meio de sua defesa, Lula chegou a argumentar "que não há necessidade de prendê-lo antes que seus recursos sejam julgados pelo STF e pelo STJ, uma vez que no crime que lhe é atribuído - e que ele nega e afirma ter sido condenado injustamente - não houve violência, que ele tem 72 anos, é réu primário e tem bons antecedentes".

Estas foram algumas das alegações da defesa do ex-presidente contidas em um dos inúmeros habeas corpus apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em que Lula pedia para não ser preso após sua condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

Lula chegou a alegar ainda, por meio de sua defesa, que o crime de corrupção passiva supostamente cometido teria ocorrido em 2009 e, como a denúncia ocorreu em 2016, estaria prescrito porque ele tem mais de 70 anos e seria beneficiado pela redução pela metade do prazo de prescrição - de 12 anos para seis anos.

Não teve jeito. Lula foi preso e continua preso. 

O Brasil prestes a mergulhar em um escândalo mundial. Dario Messer, o doleiro das estrelas, quer negociar acordo de delação


Procurado pela Interpol desde maio, quando a Polícia Federal no Rio deflagrou a Operação Câmbio, Desligo, doleiro Dario Messer, que se encontra foragido, quer agora negociar um acordo de delação com as autoridades brasileiras. Conhecido como o doleiro das estrelas e 'doleiro dos doleiros', a simples menção sobre a possibilidade de firmar um acordo de colaboração por parte de Dario Messer, notícia divulgada neste domingo pela Folha, pode mergulhar o país em mais um escândalo de proporções internacionais.

Segundo o advogado de Messer no Brasil,  José Marcondes de Moura,“Dario está aberto e quer falar tudo o que sabe, mas não quer ter a faca no pescoço”. O foragido construiu um currículo invejável no obscuro mundo do mercado financeiro ilegal. Acusado de ter coordenado um esquema que movimentou mais de 1,6 bilhão de dólares em 52 países, ele foi chamado pelo colega de profissão e delator Alberto Youssef de “o doleiro dos doleiros” no Brasil. Toninho Barcelona, outro gatuno das transações por baixo dos panos, disse que ele era “o principal doleiro do Partido dos Trabalhadores”.

Segundo informações do Ministério Público Federal, Messe teria movimentado mais de 1 bilhão de dólares em transações ilícitas. É difícil mencionar um escândalo de corrupção brasileiro no qual Messer não tenha ajudado a azeitar as negociações e pagamentos. Durante o mensalão foi acusado de receber dólares petistas em uma de suas empresas offshore localizada no Panamá. Em troca, repassou quantia equivalente a uma conta no Banco Rural que seria utilizada pelo PT e pelo PP.

Dario Messer tem moradia fixa atualmente no Paraguai, para onde se mudou quando a operação Lava Jato começou, em 2014. Escondido em local incerto, o doleiro estaria disposto a negociar sua extradição rápida para o Brasil para firmar um acordo de delação com as autoridades locais. Poderoso, Messer estaria impondo como condição não ser preso. Pode ser o início de mais uma temporada de escândalos com proporções ainda maiores do que os casos revelados pela Operação Lava Jato. 

No caso do PT, a combinação do acordo de delação já homologado do ex-ministro Antonio Palocci, a delação de Messer pode significar o fim do partido.

Com informações na Folha

ARQUIVADO - STF arquiva pedido de liberdade de Lula. Petista segue preso, privado do convívio com a sociedade e fora da eleição


O ex-presidente Lula deve continuar preso e fora da eleição após ter seu último pedido de suspensão dos efeitos de sua condenação arquivado pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (22).

Fachin havia enviado o julgamento do recurso de Lula para a Segunda Turma do STF, onde a maioria é contrária à manutenção da prisão de condenados em Segunda Instância. Com perfil garantista, Segunda Turma do STF, a mesma que inocentou a senadora Gleisi Hoffmann na semana passada, a expectativa dos petistas era a de que o colegiado colocaria Lula em liberdade.

Pressionado por uma decisão do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), Fachin se viu obrigado a determinar o arquivamento do recurso de Lula. O Tribunal de Porto Alegre, responsável pela Lava Jato em segunda instância, determinou o envio  do caso de Lula para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), e não para o STF.

Lula já teve pedidos negados por unanimidade nos dois Tribunais, no caso, o próprio TRF-4 e o STJ. Com a decisão do Colegiado de Porto Alegre, as chances do petista conquistar a liberdade e disputar ou participar das eleições de outubro foram praticamente dizimadas. As expectativa de Lula e do PT, as mais variadas, sucumbiram após a decisão fatal do TRF-4 de retirar da Segunda Turma do STF a possibilidade de julgar o recurso do condenado.

Entre as esperanças de Lula e do PT, estavam a possibilidade de conseguir a suspensão dos efeitos condenatórios da ação do triplex, o que poderia levar também à suspensão da inclusão do nome de Lula na Lei da Ficha Limpa. Com isso, o petista teria, em tese, o direito de registrar sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral. Mas mesmo no pior dos cenários, havia ainda a expectativa de Lula não conseguir suspender os efeitos de sua condenação, mas conseguir progredir para o regime de prisão domiciliar.

Agora que o recurso já foi retirado da pauta de julgamentos da Segunda Turma do Supremo e devidamente arquivado no STF, as chances de Lula em obter algum benefício penal foram reduzidas a zero.

O recuo do ministro Edson Fachin sugere ainda um cenário mais nebuloso para Lula nos próximos dias. A decisão do TRF-4 em retirar a possibilidade de julgamento do recurso do petista na Segunda Turma do STF ocorreu quase que simultaneamente com a homologação do acordo delação do ex-ministro Antonio Palocci com a Polícia Federal. 

A partir de agora, a PF poderá dar início à novas investigações, diligências e até mesmo deflagrar novas fases da Operação Lava Jato baseadas nos relatos de Palocci sobre crimes envolvendo o ex-presidente Lula e demais integrantes do PT. 

A delação de Palocci é extensa e temida por Lula e seus apoiadores por uma razão bem simples: trata-se do primeiro acordo de delação firmado por um membro da alta cúpula do partido. Palocci pertenceu ao núcleo duro do PT por mais de 30 anos e é considerado o terceiro homem na hierarquia do partido, ao lado de José Dirceu e do próprio Lula.

A prévia do poder de destruição de Palocci durante um de seus depoimentos ao juiz federal Sérgio Moro já foi suficiente para tirar o sono de muita gente no PT. 

Os relatos do ex-ministro confirmaram a maior parte das acusações que pesam contra o petista na Lava Jato e ainda envolveram outros nomes de peso do partido, como o da ex-presidente Dilma Rousseff.

TRF-4 enterra o PT. No mesmo dia, Tribunal da Lava Jato homologou delação de Palocci e vetou julgamento de Lula no STF

Lula e o PT sofreram o mais duro golpe, desde a prisão do ex-presidente no dia 07 de abril deste ano. No mesmo dia em que homologou a temida delação do ex-ministro Antonio Palocci, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou a admissibilidade de recurso no qual Lula pedia ao Supremo Tribunal Federal a suspensão de sua prisão. O STF julgaria um recurso no qual Lula pedida a suspensão de sua condenação de 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro no caso tríplex. A decisão da  juíza de segunda instância Maria de Fátima Labarrère afirma que não cabe ao STF julgar o recurso especial de Lula, mas sim ao Superior Tribunal de Justiça, o mesmo STJ que já negou por unanimidade pedidos similares do petista, publica o site Imprensa Viva.

Na decisão, a juíza afirma que não prosperam os argumentos da defesa em relação à imparcialidade do juiz Sérgio Moro nem sobre um possível excesso de acusação. “O discurso retórico, sem a precisa indicação das violações aos dispositivos supostamente violados, não perfaz a imprescindível tecnicidade demandada pelos recursos excepcionais, fazendo incidir o óbice previsto na Súmula 284/STF, segunda a qual “é inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia”.

A magistrada também afirma que não houve algum tipo de parcialidade por parte do Ministério Público. “Não merece trânsito o recurso relativamente à alegação no sentido de que não foi tratado com a seriedade e a impessoalidade que se impunham aos membros do Ministério Público, tendo sido considerado inimigo “não em razão de fatos típicos efetivamente imputados, mas por causa da convicção desses agentes institucionais”.

Logo após o anúncio da decisão do TRF-4, o ministro do STF, Edson Fachin, suspendeu o trâmite do julgamento do novo recurso de Lula, que seria julgado pela Segunda Turma do Supremo na terça-feira, 26 de junho.  A decisão frustra ainda qualquer pretensão da defesa de Lula de pedir ao STF a prisão domiciliar ou outras medidas cautelares, como a suspensão dos efeitos da condenação no caso do triplex,- ou seja, a prisão e a inelegibilidade. 

Na prática, a defesa de Lula ficou sem alternativas para tirar o petista da cadeia e recolocá-lo na disputa eleitoral.

Lula e o PT passaram a semana comemorando a absolvição da senadora Gleisi Hoffmann, que foi inocentada pela Segunda Turma do STF das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. 

O clima era de euforia e Lula já contava com a possibilidade de deixar a prisão após o dia 26, mesmo que por meio de uma progressão de pena para o regime domiciliar. Agora, além de deixar de contar com estas perspectivas, o ex-presidente e seu partido se preparam para mais um período negro com a homologação do acordo de Palocci.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região de Porto Alegre, TRF-4, é o Tribunal da Lava Jato que confirmou, por unanimidade, a condenação de Lula na Segunda Instância e ainda elevou sua pena para 12 anos e um mês de prisão em regime fechado. Além de retirar da Segunda Turma do STF o julgamento que poderia colocar Lula nas ruas, o TRF-4 homologou a delação do ex-ministro Antonio Palocci. 

Dois golpes profundos no PT desferidos no mesmo dia. Lula, o PT e até mesmo alguns meios de comunicação estão apavorados com o que pode vir pela frente com a delação de Palocci. 

Com o acordo homologado, a Polícia Federal deve dar início à mais uma onda devastadora de investigações, diligências e novas fases da Operação Lava Jato. 

Ao contrário do STF, a sensação que emana do TRF-4 é a de que ali se faz Justiça de verdade. 

Carta denuncia regalias a presos da Lava Jato

Uma carta escrita dentro do Complexo de Pinhais, região da Grande Curitiba, aponta que o ex-deputado petista André Vargas seria o líder dos detentos que possuem regalias.
O também petista João Vaccari Neto e Gim Argello seriam seus assessores. 

A carta motivou o Ministério Público Federal e a Polícia Federal a reabrirem as investigações sobre um esquema de privilégios a presos da Operação Lava Jato no Complexo Médico-Penal (CMP), em Curitiba. As suspeitas são que um seleto grupo – formado por políticos, ex-executivos e lobistas – teria acesso a aparelhos de telefone celular, internet, visitas íntimas, comida exclusiva, serviços de cozinheiro, segurança e zelador particulares. Além de usarem “laranjas” em cursos e trabalhos que servem para redução dos dias de cárcere, publica o site Folha Política.

Uma carta de 47 páginas, escrita à mão de dentro do complexo penal e entregue à Justiça e à força-tarefa da Lava Jato, reativou, no início deste ano, uma apuração aberta em 2016 sobre um suposto “regime especial” paralelo na ala 6 da unidade, desde a chegada “dos Lava Jato” – como este grupo é chamado pelos demais presos. Ao todo, a carta enumera 27 “fatos” – supostas ilegalidades ou infrações disciplinares – que beneficiariam o grupo.

Outros centros prisionais já apuraram casos de regalias envolvendo políticos presos. Em Brasília, uma ação da polícia no domingo passado apontou benefícios ao ex-senador Luiz Estevão, no presídio da Papuda. No início do ano, o ex-governador Sérgio Cabral foi retirado do presídio de Benfica, no Rio, por ter acesso a comidas especiais e sala de cinema, entre outros privilégios. Cabral e Estevão negam.

Antigo Manicômio Judiciário do Paraná, o Complexo Médico-Penal – batizado assim desde 1993 – é um presídio localizado em Pinhais, sem muralhas. Visto por fora, foge ao padrão visual das unidades de encarceramento do Brasil. Com capacidade para 659 presos, a unidade abriga hoje cerca de 730. “A unidade tem sérios problemas de atendimentos aos presos, em especial os que estão nas alas de medida de segurança”, afirma a defensora pública Andrezza Lima de Menezes.

A unidade passou a abrigar os detentos da Lava Jato em 2015, após a carceragem da PF se tornar pequena para o crescente número de detidos nas operações. Atualmente, são 52.

A chegada dos presos de colarinho branco elevou o CMP – um dos 33 estabelecimentos penais de regime fechado no Paraná – a “ponto turístico”. Desde 2017, o complexo está na lista de seis locais de visitação do pacote que agências de viagem vendem, o “Tour Lava Jato” – que inclui visitas ainda ao prédio da Justiça Federal, onde despacha Moro, e à sede da PF, onde está preso e condenado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Divididos em dez celas da galeria 6, atualmente 12 presos condenados pelo juiz federal Sérgio Moro estão no CMP. Entre eles, o ex-presidente da Petrobrás Aldemir Bendine, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ), o ex-deputado petista André Vargas, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu – os dois últimos chegaram na quarta-feira passada, após confirmação de suas condenações em segunda instância.

Vargas é suspeito de ser o líder do grupo, com poderes de mando dentro do CMP.

No complexo, além “dos Lava Jato”, estão reclusos os internos que cumprem medida de segurança – os inimputáveis, ou os “louquinhos”, na gíria da cadeia -, os doentes ou em tratamento, os presos especiais – como ex-servidores, ex-policiais, agentes penitenciários, bombeiros – e os mais velhos do sistema estadual.

Ala da Lava Jato. Nos prédios em que ficam os presos inimputáveis e os doentes a situação é a mesma da maioria das unidades prisionais do País: superlotação, falta de condições adequadas de saúde e higiene e maior periculosidade. Com celas maiores, de 16 metros quadrados, elas têm oito camas de concreto no chão, mas chegam a abrigar até 14 detentos. Papel higiênico e escova de dente são itens de luxo em muitas delas e é constante a reclamação sobre ratos e baratas no ambiente.

O alojamento mais novo do CMP, à esquerda de quem entra na unidade, é onde estão os presos da Lava Jato e os presos com direito especial. Com celas de 12 metros quadrados, três camas de alvenaria, com pequenas divisórias, uma pia e um bacia turca (chamada de boi), a vida nesse ambiente é menos calamitosa.

Com 32 cubículos com capacidade para 96 presos, a ala 6 nunca fica lotada: “os Lava Jato” ficam em dois ou um por cela na galeria 6, que está acima da galeria 5 – de igual tamanho e capacidade. Em contagem recente de preso, a “ala dos Lava Jato” tinha 58 pessoas e a de baixo 121 internos. Além dos presos por ordem de Moro ficam nesse espaço “os velhinhos” – detentos com mais de 60 anos – e acusados de outros escândalos de corrupção, como os da Carne Fraca – que apurou fraudes no Ministério da Agricultura -, da Quadro Negro – de desvios em obras de escolas no Paraná.

Nessa ala, os cárceres são repletos de utensílios, caixas com documentos, TV, rádio. Segundo a denúncia, os presos ali passam o dia em conversas sobre política, banhos de sol no pátio em horários fora do padrão, partidas de dominó, xadrez, baralho e refeições especiais.

Sob sigilo. Nem os procuradores nem a PF comentam as investigações em andamento. Em 2016, um procedimento foi aberto após denúncia de uso de celular e destruição de provas pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht. Por isso, ele teria sido transferido em fevereiro daquele ano de volta para a carceragem da PF.

Vistoria em agosto de 2016 chegou a localizar um carregador de celular na cela 602, que era ocupada entre outros pelo ex-ministro José Dirceu, mas o aparelho não foi localizado. A carta que denuncia regalias diz que presos da Lava Jato “usam celular à vontade” no complexo.

A força-tarefa apura também a “permissão” de visitas íntimas – no CMP, é proibido – para “os Lava Jato”. “Não tem dia, nem hora exata, qualquer dia e qualquer hora pode ser o momento, sempre no horário de expediente, e não necessariamente toda semana”, relata a carta. Além de encontros com as “esposas”, o documento cita a presença de “garotas de programa disfarçadas de advogadas”.

O diretor do Departamento Penitenciário do Paraná, Francisco Caricatti, afirmou que não foi comunicado sobre as investigações, nem tem conhecimento de supostas regalias no CMP.

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) informou que “desconhece qualquer denúncia contra agentes penitenciários, que supostamente estariam favorecendo presos da Lava Jato”. “A entidade salienta que condena qualquer ilegalidade seja ela por quem for pra praticada. No entanto, alerta que é importante garantir o direito a ampla defesa de qualquer acusado.” A falta de efetivo adequado “é um dos maiores problemas enfrentados pela categoria” – o déficit é de aproximadamente 1.600 servidores.

A defesa de Vargas disse que desconhece eventuais benefícios ao ex-deputado petista. A defesa de Odebrecht informou que não se manifesta. A defesa de Dirceu não respondeu. O espaço está aberto.

COM A PALAVRA, O SINDARSPEN

Com relação às condições de trabalho dos agentes penitenciários, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (SINDARSPEN) ressalta que um dos maiores problemas enfrentados pela categoria no estado é a falta de efetivo nas unidades penais. Em todo o Paraná há um déficit de agentes de aproximadamente 1.600 servidores.

Essa carência faz com que em alguns postos de trabalho um agente faça o trabalho que deveria ser feito por três. Além da sobrecarga, a falta de pessoal expõem os trabalhadores a condições de alta periculosidade, já que chegam a abrir celas em quantidade inferior à quantidade de presos, algo condenável nos protocolos de segurança penal.

No caso do Complexo Médico Penal, há o agravante dos agentes lidarem com uma massa carcerária com vários problemas de saúde, em alguns casos, infectocontagiosas. Em 2016, o Sindicato acompanhou uma visita técnica do Ministério Público à unidade, onde foram constatados problemas graves como falta de proteção dos agentes que lidam com os doentes.

Atualmente, estão no CMP cerca de 730 detentos (dados de abril), sendo cerca de 300 em cumprimento de medida de segurança (galerias 1 e 2); 300 doentes vindos de outras unidades e/ou delegacias para tratamento (galerias 3 e 4); 80 presos especiais, como ex-policiais, idosos acima dos 60 anos e nível superior em geral (galeria 5); e 50 por crimes de colarinho branco (galeria 6).

Apesar de haver 110 agentes lotados no CMP, para dar conta da movimentação (Levar para banho de sol, atividades laborais, assistência médica, jurídica etc.) desses presos existem apenas cerca de 40 agentes, divididos em três equipes por escala, já descontando férias, afastamentos médicos, licenças etc. Isso dá em média 13 agentes por plantão. Uma proporção muito aquém da determinada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça, que, na Resolução 9/2009, determina que haja 5 presos para cada agente nas unidades penais do Brasil.

Por fim, o SINDARSPEN ressalta que desconhece qualquer denúncia contra agentes penitenciários, que supostamente estariam favorecendo presos da Operação Lava-jato.


A entidade salienta que condena qualquer ilegalidade seja ela por quem for pra praticada. No entanto, alerta que é importante garantir o direito a ampla defesa de qualquer acusado.