quarta-feira, 9 de maio de 2018

Desistência de Joaquim Barbosa apavora pré-candidatos e deve expor fragilidade de nomes que já bateram no teto


A desistência de concorrer à Presidência da República anunciada pelo ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, está tirando o sono de vários pré-candidatos à sucessão presidencial de 2018. Sem sequer anunciar sua candidatura, Barbosa havia alcançado até 11% de intenções de votos nas pesquisas recentes, enquanto a maioria dos eventuais adversários apresentavam números estagnados nas últimas amostragens.

O zum zum zum sobre a retirada da candidatura de Barbosa pegou os concorrentes de surpresa não não apenas pela possibilidade de exposição da fragilidade de suas candidaturas, como também sobre a possibilidade de ocorrer um avanço na preferência pelo nome do ex-presidente Lula nas pesquisas. Embora ninguém admita publicamente, a liderança de um criminoso condenado é motivo de vergonha para todos os demais pré-candidatos. Ninguém se sente confortável em perder para um sujeito que está preso, após ter sido condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo analistas, esta realidade comprova a má qualidade dos atuais pré-candidatos, que nem mesmo fazendo campanhas contra a corrupção conseguem vencer o maior dos corruptos de todos os tempos. O receio agora é o de que nenhum dos pré-candidatos consiga apresentar uma melhora no desempenho já nas próximas consultas sem o nome de Barbosa. "Não adianta doirar a pílula. Se a falta de definição da disputa já está embaraçosa para os concorrentes, o desempenho pífio nas próximas pesquisas pode tornar a situação ainda mais constrangedora. Sem avanços, nenhum dos pré-candidatos consegue formar alianças importantes para a disputa, inclusive com o PTB de Barbosa".  

Após desistência de Joaquim Barbosa, General Mourão filia-se ao PRTB e pode concorrer à Presidência


A filiação do General da reserva Antonio Hamilton Mourão ao PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro) coincidiu com dois fatores importantes consolidados esta semana: a desistência de Joaquim Barbosa de concorrer à Presidência pelo PTB e a pesquisa que apontou que mais de 52% da população aprova a volta de um regime militar.

Diante da estagnação das demais candidaturas, Mourão pode ser candidato da legenda ao Palácio do Planalto e disparar nas intenções de votos nas próximas pesquisas. O candidato natural do PRTB à Presidência da República é o próprio líder do partido, Levy Fidélix. Mas logo após a filiação de Mourão, o cacique confirmou que poderá abrir mão da candidatura para dar espaço ao general.

Fidélix já havia manifestado sua preferência pelo General mesmo antes de Mourão ir para a reserva. "O Brasil só tem uma solução: general Mourão, presidente urgente!", afirmou Fidélix em uma rede social em setembro de 2017.

Mourão filiou-se no início de abril ao partido, poucos dias antes do prazo legal para a disputa da eleição deste ano, mas o fato só foi divulgado agora, justamente após a desistência de Joaquim Barbosa de concorrer ao pleito em outubro e da divulgação de pesquisas que mostram a preferência de parte significativa do eleitorado por um eventual regime militar.

Mourão havia se comprometido a apoiar o pré-candidato Jair Bolsonaro, que não evoluiu nas últimas pesquisas de preferência do eleitorado. 

Caso uma nova pesquisa aponte Mourão como um dos favoritos, a tendência hierárquica deve prevalecer sobre as candidaturas. Perto de Mourão, Bolsonaro é apenas um recruta para os simpatizantes da volta do regime militar. Se até junho, Mourão empatar ou superar Bolsonaro nas pesquisas, dificilmente haverá uma aliança entre os dois no primeiro turno.

Pesquisas recentes apontaram que 52% dos brasileiros são favoráveis à volta do regime militar. Há poucos dias, o general Joaquim Silva e Luna afirmou que os oficiais da reserva que lançaram pré-candidaturas foram chamados para participar desse processo. Primeiro oficial no comando do Ministério da Defesa desde a criação da pasta, há quase duas décadas, o general Silva e Luna concedeu entrevista ao jornal Valor Econômico onde falou sobre o crescente protagonismo dos militares no atual momento político do Brasil.

O general declarou:

As pessoas que lançaram candidaturas na verdade foram buscadas, procuradas, estimuladas a participar. Não é mais o momento de se omitir.

E acrescentou:

O que a gente vê hoje é que a sociedade está se ressentindo de valores. Como as Forças Armadas têm um elevado índice de credibilidade e aceitação na sociedade, as pessoas começam a identificar no militar os seus valores, seu potencial de conhecimento.

Embora Mourão tenha manifestado diversas vezes seu apoio à candidatura de Bolsonaro, será a preferência do eleitorado que irá definir a composição de uma eventual chapa. Neste caso, a hierarquia militar pode ser mantida por meio da preferência do eleitorado. O próprio Bolsonaro ficará numa situação delicada, caso Mourão o ultrapasse nas intenções de votos.

Procurados, Fidélix e o general não se manifestaram sobre a eleição, o que já é um sinal de que há mesmo conversações sobre a candidatura de Mourão. 

Caso o general da reserva não se pronuncie nos próximos 15 dias sobre esta possibilidade, será possível dar sua candidatura como certa nas eleições de outubro, registra o site Imprensa Viva.

Até 53,2% dos brasileiros apoiam a volta do regime militar. Parabéns a todos que apostaram na destruição da classe política e da Democracia


O Brasil enfrentou um verdeiro terremoto nos últimos anos. As primeiras rupturas do sistema político brasileiro se precipitaram a partir da insatisfação da população com a praga da corrupção implementada pelos governos do PT de Lula e Dilma. As manifestações de junho de 2013 foram sintomáticas, num fenômeno que poderia ter sido convertido em um marco de mudanças de paradigmas, após quase uma década e meia de escândalos de corrupção.

Mas no lugar de procurar sarar as feridas na Democracia, as autoridades do país correram para salvar a própria pele. Dilma, Lula e João Santana se reuniram em um hotel em São Paulo para adotar estratégias de puro marketing, visando acalmar os ânimos da população enfurecida. Dilma anunciou um mega desconto nas tarifas de energia elétrica, numa trapalhada que está custando caro aos brasileiros até os dias de hoje.

Mas esta não foi a única medida tomada a toque de caixa para conter a ira da população com o estado de coisas daqueles fatídicos dias. A ex-presidente foi aconselhada a retirar todos os projetos anti-corrupção das gavetas para dar uma satisfação à sociedade. 

Na correira, Dilma assinou a Lei de Delação Premiada. Embora a petista tenha declarado há poucos dias que se arrependeu pelo gesto, o fato é que, não fossem as manifestações de junho de 2013, um outro fenômeno que operaria transformações profundas no cenário político nacional não teria ocorrido: a Operação Lava Jato.

Dilma não imaginava que seu gesto de desespero fosse desencadear a maior investigação sobre corrupção do mundo, levar à derrocada do PT, influenciar no processo de impeachment que custou seu mandato e levar o ex-presidente Lula para a prisão.

Mas a relação entre os fenômenos que mudaram a cara do Brasil nos últimos anos teve outros atores. Se por um lado, a figura do juiz Sérgio Moro resgatou a esperança da população na eterna luta contra a corrupção e à impunidade, outros membros do Judiciário e do Ministério Público Federal não tiveram o mesmo espírito patriótico de ajudar o país fortalecer sua Democracia diante dos desafios que se impuseram. Oportunistas de plantão viram a oportunidade de usar a credibilidade da Operação Lava Jato para destruir a classe política como um todo, sobretudo aqueles que ajudaram a expulsar o PT do poder.

Parte do MPF, liderados pela controversa figura do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, passaram a fazer uso político da Lava Jato. Gravações combinadas na própria PGR, tomadas de depoimentos suspeitos, vazamentos seletivos e outros abusos passaram a fazer parte da rotina política do país com uma frequência acima do tolerável. Reputações foram destruídas sem que nada tenha sido comprovado contra diversos acusados. 

No auge do entusiasmo, Janot e seus cúmplices se aliaram aos criminosos da JBS para tentar derrubar o governo de Michel Temer. Janot e Joesley não agiram sozinhos. 

Contaram com a conivência de vários procuradores da República em todo o país, com ministros do Supremo Tribunal Federal e meios de comunicação de massa que tinham a JBS como maior cliente. 

Em tese, o ministro Edson Fachin sequer poderia ter homologado a delação de um sujeito apontado como chefe de uma gigantesca organização criminosa que prosperou durante os governos do PT de Lula e Dilma. Fachin ainda teve parte de sua campanha para o cargo de ministro do STF patrocinada pela JBS, um fato impeditivo para sua atuação no caso.

Desde então, setores da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Supremo Tribunal Federal passaram a atuar de forma bastante questionável em termos de atribuições, numa política considerada por muitos como uma campanha orquestrada para destruir a classe política como um todo. Segundo o próprio Joesley Batista, o ex-PGR Rodrigo Janot pretendia derrubar Temer para assumir seu lugar ou poder indicar o sucessor do presidente da República, de modo a conseguir um terceiro mandato à frente do órgão que comandava. Teóricos acreditam que o Brasil superou uma tentativa de golpe do Judiciário, em conluio com meios de comunicação, setores da esquerda, segmentos do funcionalismo público, rentistas, donos de grandes fortunas e outros insatisfeitos com o fim das mamatas na era PT. Temer acabou com muitos privilégios, tirou o doce da boca de muita gente promovendo a derrubada drástica da inflação, a redução dos juros, a redução das verbas de publicidade, o fim dos repasses a movimentos sociais, artistas de esquerda, acabou com a farra dos empréstimos bilionários no BNDES, proibiu indicações políticas na Petrobras e ainda impôs o fim do imposto sindical obrigatório. O presidente avançou ainda sobre a máfia dos concursos, limitando o salário de servidores aprovados ao teto de R$ 5.300,00, propôs acabar com os privilégios na previdência, no Judiciário e no MPF, enfim. O fato de contrariar interesses tão poderosos levaram os grupos afetados a embarcar na conspiração de Janot, por fora da Lava Jato, com o açougueiro Joesley Batista.

Mas a campanha pela destruição total da classe política movida por estes setores que contaram com o suporte de meios de comunicação e de blogs controlados por especuladores do mercado financeiro não afetaram apenas a imagem de Temer. Toda a classe política foi dizimada do forma considerada irreversível por alguns. 

A sensação de que todos os políticos são corrutos entre a população é tão marcante nestes dias que antecedem as eleições de outubro, que muitos se surpreenderiam ao saber que menos de 5% dos políticos brasileiros estão envolvidos em algum esquema de corrupção comprovado. 

Apenas três governadores, 12 senadores e 36 deputados federais investigados na Lava Jato são réus ou alvo de inquéritos em andamento. Isto significa que a maioria dos políticos em atividade no Brasil estão livres de complicações com a Lava Jato. 

Dos 513 deputados, 477 não possuem inquéritos na maior investigação sobre corrupção do mundo. 

Dos 81 senadores, 69 estão desembaraçados, assim como 24 dos 27 governadores. 

Entretanto, o eleitor imagina que toda a classe política está envolvida em esquemas de corrupção. A população até se esqueceu que as maiores conquistas da sociedade ao longo das últimas décadas se originaram no Congresso, como o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei da Ficha Limpa, a imposição do limite do teto dos gastos públicos, etc.

A população também foi levada a crer que a classe política deveria ser formada por uma casta de anjos puros, de modo que a maioria se esqueceu que foi o próprio eleitor que escolheu seus representantes. 

Este é um aspecto da Democracia que ainda incomoda muita gente. O Congresso é a cara do povo e deve sim, ser composto por aqueles que o povo escolheu, independente do ideal. 

Ninguém espera que um eleitor de uma comunidade carente eleja um intelectual de gravatinha que aparece lá apenas em época de eleição. 

O povo tem o dever de escolher seus representantes entre aqueles que mais se identifiquem com sua realidade. Neste cenário, não há nada de errado com a eleição de um parlamentar gay, negro ou com baixo grau de instrução. 

Sua participação no Congresso, na tomada de decisões sobre o destino do país é importante para aqueles que o elegerão e depositaram nele suas esperanças de representatividade. 

Não há como sonhar com um Congresso suíço com um país com tantas desigualdades como o Brasil. O país, assim como a Suíça, Inglaterra ou Estados Unidos, está trilhando seu caminho como sociedade dentro de um processo civilizatório inerente ao tempo e ao próprio processo de desenvolvimento como civilização. 

O Brasil é pior que muitos países? Sem dúvida. Mas é muito melhor que a maioria dos países do mundo, considerando as conquistas democráticas, econômicas, a liberdade de expressão e oportunidades. Com mérito, garra, talento e determinação, qualquer cidadão pode prosperar no país, caso seja combativo, inventivo e dedicado. Apesar dos percalços, das dificuldades e das limitações, todo cidadão brasileiro é livre para opinar, prosperar e votar conforme sua vontade.

No entanto, a impressão que se tem é a de que todos estes conceitos foram distorcidos e as pessoas deixaram de enxergar a realidade. Apesar dos servidores, membros do Judiciário, MPF e a elite de aposentados consumirem mais de 90% de tudo que a União arrecada, o país ainda oferece serviços razoáveis em termos de saúde, segurança e infraestrutura, considerando o tamanho de sua população e as dimensões continentais do território. 

Não há como comparar os desafios do Brasil com os de países que possuem 10% do seu tamanho e população. 

Como civilização, é possível afirmar que o país é um copo pela metade, se comparado aos demais países do mundo. Muitos brasileiros jamais trocariam seu país por nações prósperas como a Arábia Saudita.

Mas a destruição da imagem da classe política acabou produzindo um fenômeno surpreendente.  Neste momento, faltando poucos meses para as eleições de outubro, há mais brasileiros que concordam com a hipótese de volta do regime militar do que discordam. Em onze anos em que esse tipo de pesquisa quantitativa tem sido feita por diferentes instituições, mas com o mesmo método científico, é a primeira vez que o desapreço pela democracia atinge tal estágio, diz o portal Defesa Net.

A publicação informa ainda que "Os dados são de um levantamento feito entre 15 e 23 de março, com 2,5 mil entrevistas em 26 estados (exceção foi o Amapá), pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação, parte do Programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). O Instituto é composto por representantes de quatro instituições acadêmicas principais (UFMG, Iesp/Uerj, Unicamp e UnB) e a pesquisa será material de estudo a ser destrinchado o ano todo.

Conforme o estudo, obtido com exclusividade pelo Valor, 53,2% dos pesquisados afirmaram apoiar um regime militar, em caso de escalada da criminalidade. Os que discordam disso somam 41,3%. Outros 5,6% não responderam ou não souberam responder".

Em relação a um quadro de muita corrupção, a implantação de um regime militar seria justificado para 47,8%. Os que divergem desse entendimento são 46,3%. Há 5,8% que não responderam ou não souberam responder.

Esse padrão de comportamento não ocorre quando os entrevistadores alteram a premissa da pergunta. Diante de uma situação de muito desemprego ou de muitos protestos sociais, a ideia de retorno do regime militar recebe menos apoio popular. Nesses dois casos, quase 7 de cada 10 brasileiros não concordam que o ato antidemocrático seria justificado.

Liderada pelo cientista político Leonardo Avritzer, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pesquisa captou uma série de outros indícios de enfraquecimento da democracia no Brasil. O percentual de brasileiros que afirmam estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a democracia, por exemplo, é o mais baixo de uma série que começa em 2002: apenas 19,4%.

Em 2014, os satisfeitos ou muito satisfeitos com o regime democrático eram 38,9%. O auge do contentamento com a democracia ocorreu em 2010, quando 44,4% manifestaram algum grau de satisfação. Anteriormente, o pior resultado havia sido apurado em 2002 e era um terço maior que o atual: 30,3%.

Uma forma tradicional de medir o apreço das pessoas pela democracia é solicitando concordância ou discordância com a frase "A democracia é preferível a qualquer outra forma de governo". Desde 2002, o percentual de brasileiros que concordam com a afirmação também é o mais baixo da série, embora ainda seja majoritário: 56,1%. Em 2010, no auge, 77,4% concordavam.

Outra evidência do processo de enfraquecimento da democracia no Brasil é a queda da confiança nas instituições. A mesma pesquisa captou um conjunto de dados nessa direção.

Um dos mais impressionantes é o da avaliação do desempenho de deputados e senadores, que tradicionalmente sempre foi baixo e, ainda assim, cai sucessivamente desde 2002. 

Dezesseis anos atrás, o trabalho dos congressistas em Brasília era aprovado por 34,3% dos brasileiros. Essa taxa recuou para 26,2% em 2006, caiu para 19,3% em 2010, 15,8% em 2014 e, próxima do chão, é de apenas 5,4% hoje.

Tendência ainda mais acentuada foi observada em relação à Presidência da República. A aprovação de 43% em 2006-ano em que Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de então, se reelegeu- despencou para 9,6% em 2018. Combina com a baixíssima aprovação do presidente Michel Temer captada por outras pesquisas. Algo sempre próximo a 5%, mesmo sem que a Lava Jato tenha identificado nenhum caso de corrupção durante os dois anos de governo Temer. Em off, a avaliação de procuradores da República é a de que Temer, ao puxar o tapete de Dilma e banir o PT do poder, estancou os esquemas de corrupção na administração federal. Nem mesmo a queda recorde na inflação e nos juros, o desempenho recorde na Bolsa de Valores e a recuperação da indústria e do mercado imobiliário foram capazes de minimizar o estrago feito na imagem do presidente por setores do MPF e STF saudosos dos governos do PT de Lula e Dilma, que apesar de delatada por dezenas de testemunhas, continua livre de qualquer embaraço com a Justiça.

A credibilidade do MPF e do STF tende a se deteriorar ainda mais a partir de 2019, quando Temer deixar a presidência. Após várias prorrogações de um inquérito contra o presidente, que teve inclusive seu sigilo bancário e fiscal quebrados por determinação do ministro Luis Roberto Barroso, há quase uma obrigação de incriminação do presidente, após tanta perseguição. Caso contrário, ficará comprovada mais uma vergonhosa intervenção destes setores no processo democrático brasileiro em mais um episódio de destruição de reputações. O tempo dirá.

(Com Imprensa Viva conteúdo)

Câmara se prepara para dar o troco no STF, mas Toffoli se antecipa e propõe a Cármen Lúcia estender restrição de foro privilegiado


Há poucos dias, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram por unanimidade pela restrição do foro privilegiado para políticos, como senadores e deputados federais. De um total de quase 50 mil autoridades no país que contam com a prerrogativa, como os próprios ministros do STF, juízes e procuradores da República, a medida do Supremo atingiu um número ínfimo de detentores do foro privilegiado.

A classe política não gostou nada da iniciativa e logo foi desenterrada uma proposta mais ampla, que prevê o fim do foro privilegiado pata todos que ficaram de fora da decisão do STF. Esta semana, a Câmara dos Deputados deve instalar a comissão especial que discutirá a proposta de emenda à Constituição (PEC) que restringe o foro privilegiado para todas as autoridades do país, exceto para os presidentes da República, do Senado, da Câmara e do STF, além do vice-presidente da República.

O foro por prerrogativa de função, conhecido como foro privilegiado, é o direito que garante aos detentores o direito de serem julgados nas instâncias superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Mas ao que tudo indica, o STF não quer ficar para trás na corrida para acabar com a famigerada blindagem. 

Nesta terça-feira (9), a mesma data da instalação da Comissão da Câmara, o ministro Dias Toffoli, encaminhou à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, uma proposta de súmula vinculante para garantir segurança jurídica e estender às demais autoridades brasileiras a restrição ao foro por prerrogativa definida na semana passada pelo plenário.

Assim como a proposta analisada na Câmara, Toffoli sugere duas súmulas, uma para definir que a prerrogativa de foro, prevista na Constituição Federal para agentes públicos dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e do Ministério Público, compreenda exclusivamente os crimes praticados no exercício do mandato e em razão do cargo. 
A segunda proposta é para tornar inconstitucionais as normas de Constituições Estaduais e da Lei Orgânica do Distrito Federal que preveem prerrogativas de foro que não estão previstas na Constituição Federal (CF).

Os ministros do STF temem um desgaste perante a sociedade e até mesmo um confronto com a classe política. Segundo Toffoli,  agora  é imprescindível que, diante da limitação à prerrogativa de foro definida pelo STF para deputados federais e senadores, a Corte edite súmula vinculante para “eliminar controvérsias entre órgãos judiciários que possam acarretar grave insegurança jurídica”.

“Esse expressivo número de autoridades detentoras de prerrogativa de foro, sem paralelo, no Direito Comparado, em nenhuma democracia consolidada que consagre a prerrogativa de foro com a abrangência como da brasileira, evidencia o potencial de conflitos de competência que podem se estabelecer entre as diversas instâncias do Poder Judiciário”, diz o ministro.

Acabou. Gilmar Mendes acompanha maioria no STF e nega pedido de Lula para se livrar da cadeia


O ex-presidente Lula sofreu mais uma dura derrota no início da noite desta quarta-feira, 09. Coube ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, definir o placar da votação eletrônica sobre o pedido de liberdade do petista. Após os votos contrários de Dias Toffoli e Edsno Fachin, Gilmar Mendes também votou no virtual contra a reclamação da defesa do ex-presidente Lula no recurso apresentado pela defesa do ex-presidente petista para reverter a sua prisão. 

Participam da votação eletrônica os cinco ministros da Segunda Turma do STF. Restam agora apenas os votos dos ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, mas o placar já foi definido com o voto de Gilmar Mendes.

“Ante o exposto, reitero e ressalvo o meu posicionamento pessoal sobre a matéria, mas acompanho o eminente Relator em homenagem ao princípio da colegialidade, confirmando a decisão que negou seguimento à reclamação, sem prejuízo da apreciação de outros casos que eventualmente se coloquem à jurisdição desta Corte”, conclui Gilmar Mendes.

Com isso, Lula perde um dos recursos considerados os mais importante pela defesa do petista, que alegava que o ex-presidente não poderia ter sido preso antes do julgamento dos embargos apresentados ao Tribunal Regional da 4.ª Região de Porto Alegre.

A maioria dos ministros da Segunda Turma do STF entendeu que os embargos não tinham o poder de alterar a sentença imposta por unanimidade pelos desembargadores do TRF-4. 

Falsos depoimentos sobre o sítio de Lula

Na segunda-feira, Paulo Okamotto disse que Lula queria comprar o sítio de Atibaia.

Hoje foi a vez de Gilberto Carvalho.

Trata-se de um engodo orquestrado pelos advogados do presidiário e repercutido alegremente pela imprensa.

A Lava Jato não denunciou Lula pela propriedade do sítio, e sim pelas reformas pagas com a propina das empreiteiras.

É só sobre isso que seus operadores deveriam falar.

“O pior programa de governo do mundo”

Jair Bolsonaro disse para O Globo que vai apresentar “o pior programa de governo do mundo”.

Por quê?

“Porque será verdadeiro”.

STF vai se arrepender de decisão, diz Gilmar

Voto vencido nas discussões sobre a restrição do foro privilegiado, Gilmar Mendes disse em entrevista à rádio Gaúcha que “em pouco tempo nós [o STF] vamos estar muito arrependidos de termos feito essa mudança”.

“Quem vendeu a ideia de que o grande problema da Justiça Federal brasileira na verdade está no foro por prerrogativa de função é um irresponsável e vai pagar um preço enorme por isso.”

O ministro do STF acrescentou que, na sua opinião, o foro deveria ser mantido para situações específicas. “Se se quer fazer isso [a restrição], que não se faça em nome do combate à impunidade. Eu conheço a Justiça criminal no Brasil e para ficar ruim ela tem que melhorar muitíssimo.”

No entanto, Gilmar defendeu que, “se a tese é essa, de acabar com o foro privilegiado”, ela tem de ser adotada “de maneira radical”, tirando também o foro de juízes e promotores.

Após entregar Lula e Dilma, João Santana e Monica Moura confirmam R$ 20 milhões de caixa 2 para a campanha de Haddad.


Há poucos dias, o ex-prefeito Fernando Haddad afirmou em entrevista que não seria candidato a nada nas eleições de outubro. Também pudera, O petista é apenas mais um a ser delatado pelo casal de marqueteiros do PT, João Santana e Mônica Moura.

Em depoimento à Polícia Federal, na tarde desta terça-feira, os dois confirmaram os repasses de caixa 2 para a campanha de  Haddad na eleição de 2012. Monica Moura já havia cuspido o chiclete para delatar o envolvimento criminoso de Lula e Dilma no esquema de financiamento de campanhas com dinheiro roubado da Petrobras.

Agora foi a vez de Haddad.  O casal de marqueteiros já havia afirmado à PF que houve pagamento de R$ 20 milhões de caixa 2 para a campanha do petista. As informações prestadas pelo casal nesta terça-feira, 08, foram confirmadas pelo advogado Juliano Campelo Prestes, que cuida da defesa dos marqueteiros do PT que ainda são delatores da Lava Jato. 

Marielle Franco pode ter sido vítima de vereador e miliciano, diz o Globo


O Globo acaba de informar a possível participação do vereador Marcello Siciliano (PHS) e Orlando Oliveira de Araújo - ex-PM preso acusado de chefiar uma milícia, no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada com o motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março, no Rio de Janeiro.

Segundo a publicação, "Um homem que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio procurou a polícia para contar, em troca de proteção" A testemunha afirma que o vereador Marcello Siciliano e o miliciando Orlando Oliveira de Araújo teriam planejado o assassinado da vereadora do PSOL.

Em três depoimentos à Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil, ele deu informações sobre datas, horários e até locais de reuniões entre o vereador e o miliciano, que hoje cumpre pena em Bangu 9. Também deu detalhes de como, segundo ele, a execução foi planejada. As conversas entre os dois teriam começado em junho do ano passado. Procurado pelo GLOBO, Siciliano disse que não conhece Orlando de Curicica e afirmou que se trata de "notícia totalmente mentirosa".

Lula se prepara para longa temporada na prisão. Pedido de esteira é sinal que o petista não tem esperança de sair da cadeia tão cedo


Aos poucos, o ex-presidente Lula vai se acostumando com sua vida na prisão. Por meio de sua defesa, o petista sinaliza que é cada vez mais remota a possibilidade de se ver livre da cadeia nos próximos meses. Não fosse isso, Lula não teria pedido uma esteira ergométrica e a instalação de um toldo na porta de sua 'sala' especial, onde se encontra preso desde o dia 07 de abril.

Ninguém que tem esperança de deixar um local qualquer pede adaptações ou itens de comodidade. A juíza federal Carolina Moura Lebbos foi bastante razoável ao autorizar  a instalação de uma esteira ergométrica para oferecer a Lula melhores condições de vida na prisão, em Curitiba.

Ao contrário de outros presos, que dispõem de local  para se exercitar nas celas ou nas áreas destinadas ao banho de sol, a área reservada a Lula é reduzida em relação aos demais presos, limitando a possibilidade de exercícios. Segundo a Veja, Lula é diabético e necessita de atividade física para manter a saúde.

As condições diferenciadas da carceragem de Lula se devem ao cargo que ele ocupou. De todo modo, qualquer cidadão detido em condições similares, como a restrição do espaço, teria condições de pleitear adaptações. Mas ao contrário do que muitos imaginam, os pedidos de melhoria nas condições de sua carceragem não são sinais de que Lula é folgado, mas que o petista já considera que vai passar um bom tempo preso.

De qualquer forma, Lula já está devidamente preso em Curitiba após ter sua condenação no processo do tríplex do Guarujá (SP) confirmada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). Trata-se de um processo finalizado, onde dificilmente haverá alguma reversão em favor do condenado. A defesa de Lula já apresentou recursos contra a prisão do petista, mas todos já foram negados pelo STJ e pelo STF. 

Contar com a conivência de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli não adiantou nada ao petista, como já ficou comprovado. Dificilmente qualquer um destes ministros terá justificativas ou mesmo coragem de livrar Lula da cadeia, ou mesmo livrá-lo de algum processo das mãos de Moro. 

O petista tem poucos recursos pela frente. 

Lula segue preso. E conformado.

Ciro Gomes chamou Lula de ladrão, mas entrou na Justiça com pedido para ver o condenado na prisão


O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TFR4) negou nesta terça (08) o pedido do ex-ministro Ciro Gomes para visitar o ex-presidente Lula na cadeia. O petista , que está preso desde o último dia 7 na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, já foi chamado de ladrão pelo próprio Ciro Gomes, conforme pode ser visto no vídeo no final da matéria.

É no mínimo curioso que alguém que diga que ninguém é idiota para acreditar na inocência de Lula chegue ao ponto de entrar com mandado de segurança no TRF-4 para ver o ladrão, após ter o requerimento negado pela 13ª Vara Federal de Curitiba. Pois é. Ciro Gomes chama Lula de ladrão e depois fica implorando para a Justiça para ir ver o condenado na prisão.

Ciro Gomes é reconhecido nacionalmente por sua falta de caráter, oportunismo e incompetência técnica comprovada durante sua passagem relâmpago pelo ministério da Fazenda durante o governo Itamar Franco. Em pouco mais de cem dias, Ciro conseguiu causar danos em milhares de empresas que levaram décadas para se consolidar no mercado.

Sua passagem por quase dez partidos ao longo de sua carreira é outro sinal da instabilidade de suas convicções. O oportunista se derretia em elogios ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso as vésperas de seu primeiro mandato, na esperança de conseguir manter seu cargo na pasta da Fazenda, mas se tornou um crítico ferrenho nos primeiros minutos de governo de FHC, após ter sido comunicado sobre sua dispensa.

As mudanças de humor e de opinião de Ciro também se estendem quando o assunto é Lula, Dilma e o PT. Mascarado, o ex-ministro tem um discurso no bolso para cada tipo de audiência. Ciro já afirmou que Dilma era uma anta, que FHC era corrupto e que Lula era ladrão e "um merda" em diferentes circunstâncias. Em outras declarações polêmicas, Ciro desafiou o juiz Sérgio Moro a mandar a Polícia Federal em sua casa e disse que receberia os agentes na base da bala. Dias depois, Ciro amarelou e concedeu uma entrevista elogiando o brilhante trabalho do magistrado, responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba, a mesma que negou o pedido de Ciro para ir ver lula na prisão.

O mesmo Ciro que chegou a traçar planos para sequestrar Lula para impedir a prisão do petista, afirma no vídeo abaixo que o erro de Lula foi o de misturar política com dinheiro. Ciro também reconhece que ex-presidente petista se vendeu a empresários poderosos, que movimentou milhões em seus esquemas de propina e afirma que ninguém é idiota para acreditar na inocência de Lula.


Moro manda prender mais seis por desvios de R$ 200 milhões na Petrobras durante governo Dilma


O Juiz Sérgio Moro expediu mais 23 mandados no âmbito da Operação Deja Vu, a 51.ª etapa da Operação Lava Jato. Agentes da Polícia Federal cumpriram quatro mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 17 mandados de busca e apreensão que foram cumpridos no Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo nesta terça-feira, 08.

A operação autorizada pelo responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba investiga obtenção de contratos junto à Petrobras mediante o pagamento de vantagens indevidas a executivos e gerentes da empresa petrolífera.  A investigação comandada por Sérgio Moro aponta que a Odebrecht pagou propina equivalente a cerca de R$ 200 milhões entre 2010 e 2012 para obter um contrato com a Petrobrás de US$ 825 milhões.

As provas para a deflagração da operação foram obtidas através dos acordos de colaboração premiada e de leniência firmados com o grupo Odebrecht e seus executivos, além de pedidos de cooperação jurídica internacional mantidos com a Suíça e investigações internas da Petrobras.

Todos os detidos nesta nova fase serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, local onde o ex-presidente Lula e demais alvos da Lava Jato estão presos, onde permanecerão à disposição da Justiça.

Os crimes teriam ocorrido durante os primeiros anos do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, entre os anos de 2010 e 2012. 

Antes de assumir a Presidência, Dilma ocupava o cargo de presidente do Conselho de Administração da Petrobras desde 2003. A função foi acumulada com os cargos de ministra das Minas e Energia e ministra chefe da Casa Civil. 

Em todos os casos, inclusive na Presidência da República até 2016, Dilma foi a pessoa que mais esteve envolvida com as tomadas de decisões na estatal, inclusive na manutenção de diretorias, fechamento de contratos e negociação de novos negócios na estatal. A petista esteve por trás das tomadas de decisões da companhia por 13 anos. 

Não é por acaso que Dilma foi apontada por dezenas de delatores como beneficiária direta dos desvios bilionários na estatal que irrigaram suas campanhas de 2010 e 2014.

Além do empresário Marcelo Odebrecht, o casal de marqueteiros Monica Moura e João Santana, Dilma foi delatada pelos ex-diretores da Petrobras Pedro Barusco, Renato Duque e Paulo Roberto Costa. Dilma também foi apontada como partícipe do esquema criminoso pelos ex-petistas Delcídio do Amaral e o ex-ministro Antonio Palocci. 

Mas graças a suas boas relações com setores da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Supremo Tribunal Federal, Dilma continua livre, leve e solta, viajando pelo mundo as custas do contribuinte brasileiro. 

Com informações do site Imprensa Viva.

Joaquim Barbosa desiste de concorrer à Presidência nas próximas eleições


O ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa anunciou sua desistência de disputar a Presidência da República nas eleições de outubro deste ano. O ex-ministro usou seu perfil no Twitter para anunciar, nesta terça-feira (8), que não pretende disputar as eleições.


"Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal", dizia o post. A decisão ocorre um mês após o ex-ministro do STF filiar-se ao PSB, no limite do prazo para poder disputar as eleições.



O ex-ministro aparecia bem posicionado na mais recente pesquisa Datafolha, realizada entre 11 e 13 de abril. Mesmo não tendo sua candidatura definida, Barbosa tinha de 8% a 10% das intenções de voto, dependendo do cenário avaliado. Com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fora do pleito, ele ocupava a terceira posição, atrás apenas do deputado Jair Bolsonaro (PSL) e da ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade). O desempenho provocou reações diversas e Barbosa passou a ser visto como "fato novo" da corrida eleitoral.