sábado, 8 de setembro de 2018

Bolsonaro pede a Mourão para baixar o tom

Em entrevista à GloboNews, nesta sexta-feira(7), o general Hamilton Mourão disse que  Jair Bolsonaro pediu para que a campanha baixasse o tom e, assim, procurasse conter os ânimos dos militantes bolsonaristas:

“Hoje (sexta,7) às 19h, Bolsonaro me ligou e disse que vamos moderar o tom, me pediu para não exacerbar essa questão que está ocorrendo (sobre o atentado). Nós vamos governar para todo o Brasil. Sem união a gente não chega a lugar nenhum, ter confronto nesse momento não vai ajudar a ninguém e é péssimo para o país.”

Autor de atentado não é desequilibrado, diz general Heleno

Em áudio divulgado pelo WhatsApp, o general Augusto Heleno, um dos principais assessores de Jair Bolsonaro, chama o atentado de “desfecho de uma campanha diária, obstinada, que parte da imprensa desencadeou contra ele”.

“O autor desse atentado não é um desequilibrado. É um radical, irresponsável, fiel aos seus ideais marxistas. Um invulgar auxiliar de garçom que, poucas horas depois do crime, apresenta uma equipe de advogados para defendê-lo”, afirma Heleno.

O general, que chegou a ser cogitado para a vice de Bolsonaro, prossegue dizendo que “a nossa imatura democracia conta com uma esquerda que não admite a alternância de poder”.

Comandante do Exército publica nota em repúdio ao atentado contra Bolsonaro

Após a reunião de emergência do Alto Comando do Exército, o comandante do Exército, General Villas Boas, emitiu uma nota de repúdio ao atentado contra Jair Bolsonaro no site oficial do Exército Brasileiro.
Confira a nota:
“Com relação ao atentado contra o Deputado Federal Jair Bolsonaro, ocorrido na tarde de hoje, na cidade de Juiz de Fora – MG, o Comandante do Exército, General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, informa que:
1. Repudia veementemente o ato de violência extrema perpetrado contra a vida do Deputado Bolsonaro, candidato à Presidência da República;
2. Defende a manutenção da serenidade, o combate aos radicalismos e a confiança nos órgãos de segurança pública, para que todos juntos ultrapassemos esse desafio à nossa democracia e à paz social; e
3. Solidariza-se com a família do Deputado neste momento de apreensão, desejando pronta recuperação.
Brasília – DF, 06 de setembro de 2018.
Atenciosamente,
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO
EXÉRCITO BRASILEIRO – BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA”

A campanha de ódio contra Bolsonaro

O general Augusto Heleno alertou Jair Bolsonaro sobre o risco de atentados a faca, diz a reportagem da Crusoé.

A tentativa de assassinato, segundo ele, foi motivada pela propaganda na TV:

“Era natural diante da campanha que estava sendo feita contra ele, na base do ódio, da pregação de que ele era um inimigo do Brasil.”

Bolsonaro no Facebook

Depois do atentado, a Jair Bolsonaro só sobrou o Facebook.
Um cirurgião hepático da Rede D’Or disse para O Globo que ele não vai mais poder fazer campanha nas ruas: 

“Bolsonaro tem uma laparotomia, uma incisão no abdômen. A orientação que damos aos pacientes com esta condição é que fique pelo menos dois meses sem atividade física intensa, como a que realizava no momento em que foi atacado.”

Uma vítima de verdade

O atentado a Jair Bolsonaro desmascarou a impostura lulista.

Lula foi afastado da campanha eleitoral porque recebeu propina. Jair Bolsonaro foi afastado da campanha eleitoral porque tentaram assassiná-lo.

O criminoso condenado pela Lava Jato, que subiu nas pesquisas apresentando-se como vítima, agora tem de enfrentar uma vítima de verdade.

'Em 78 anos de vida, não havia visto violência assim em campanha presidencial. Não é esse o Brasil que quero', diz Alexandre Garcia

O jornalista Alexandre Garcia, logo após a notícia da tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro, lamentou: "Em 78 anos de vida, não havia visto violência assim em campanha presidencial. Um candidato esfaqueado por adversário enquanto levado nos ombros de seus eleitores. Não é esse o Brasil que quero. Vergonha internacional. Resultado de fanatismo, não de politização".

'Sangue derramado vai unir Brasil e vamos vencer a eleição', diz General Mourão, vice de Bolsonaro

O vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), general Hamilton Mourão, avalia que atentado sofrido pelo presidenciável deve ajudar na sua eleição.

“Nós julgamos que o sangue derramado pelo Bolsonaro vai unir todo o Brasil em torno do nosso projeto e nós vamos vencer a eleição”, afirmou nesta sexta-feira (7) ao desembarcar no Rio de Janeiro.

O general da reserva do Exército deve assumir a agenda de Bolsonaro, que permanecerá hospitalizado pelo menos pelos próximos dez dias após ter sido alvo de uma facada durante ato de campanha.

Ele pediu calma e tranquilidade neste momento e disse que a prioridade é garantir a saúde do candidato.

Questionado sobre se o tom adotado pela campanha será de “guerra”, como disse o presidente do PSL na quinta (6) à Folha de S. Paulo, Mourão minimizou.

“Eu acho que as primeiras declarações são sempre feitas na base da emoção e aí as pessoas acabam dizendo coisas que não deveriam dizer. Existe um velho ditado: as palavras quando elas saem da boca elas não voltam mais. Essa é uma realidade.”

O general disse confiar nas investigações da Polícia Federal, completando que a instituição mostrou sua capacidade na Lava Jato.

“Eu acredito que tenha mais gente envolvida, não é uma coisa isolada. Um grupo ai, não sei se teve conotação política ou não. Pode ser, pode ser que não”, disse.

Mourão permanecerá no Rio nesta sexta, mas viaja no sábado (8) a São Paulo para conversar com Bolsonaro. Ele disse ainda não ter falado com o candidato por se tratar de um momento da família.

Sobre a agenda de campanha, disse que a definição deve ocorrer depois de conversas na capital paulista e em Brasília, no início da próxima semana.