sábado, 17 de junho de 2017

Vaivém de FHC mostra que tucanato está zonzo, diz colunista

O colunista Josias de Souza analisa o comportamento errático do PSDB nos últimos tempos e afirma que o vaivém de membros do partido indica exatamente que o partido está zonzo e sem rumo. 

Leia abaixo o texto de Josias de Souza:

Três dias depois que o PSDB renovou seu apoio a Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra dos tucanos, defende a antecipação de eleições gerais. Há menos de um mês, FHC dizia que antecipar eleições, uma bandeira do PT, seria um “golpe”. Mas o líder máximo dos tucanato mudou de ideia. Ele agora avalia que, pelo andar da carruagem, pode haver uma erosão do poder, que levaria as ruas a exigirem a antecipação do voto.
Está difícil de entender. O PSDB ameaçou desembarcar do governo. Terminou confirmando o casamento com um presidente prestes a ser denunciado por corrupção, cujo staff político é composto de presos ou investigados. FHC apoiou a decisão. Agora, diz que “preferiria atravessar a pinguela, mas se ela continuar quebrando será melhor atravessar o rio a nado…”
FHC cobra espírito público e grandeza dos outros sem dizer nenhuma palavra sobre o correligionário Aécio Neves, com a estatura já rente ao chão. A crise deixou o PSDB zonzo. Hegel, um autor que FHC aprecia muito, certa vez comparou a filosofia com a coruja da deusa Minerva. Ela carrega toda a sabedoria do mundo, mas só voa ao anoitecer, depois que tudo já aconteceu. No fundo, os tucanos estão virando corujas inúteis. Especializam-se na lamentação depois do fato.

Guerras no Brasil

Costumo almoçar no shopping em mesa com amigos, entre os quais um jovem universitário de 24 anos, Adriano, estagiário de Direito. Ontem ele me perguntou se eu saberia alguma coisa sobre uma certa bomba no Aeroporto de Guararapes, no Recife. Fiquei surpreso com a pergunta, pois imaginei que todo brasileiro soubesse daquele fato, que marcou o início do terror no Brasil. Era uma bomba para matar o Ministro do Exército, Costa e Silva, em 1967, mas matou um jornalista, Édson Régis de Carvalho, um almirante reformado, Nélson Gomes Fernandes, arrancou quatro dedos a mão do general Syvio Ferreira da Silva e a perna do ex-artilheiro do Santa Cruz, conhecido como “o Canhão do Arruda”, Sebastião Thomaz de Aquino, que morreu na semana passada.

A partir de então, entraram em atividade grupos que já se preparavam desde 1961. Da bomba no Guararapes à bomba do Riocentro, em 1980, houve guerrilha rural e guerra revolucionária urbana. Fernando Gabeira, um dos sequestradores do Embaixador dos Estados Unidos, conta que o objetivo era implantar no Brasil uma ditadura tipo Cuba. No livro Dos Filhos deste Solo, Nilmário Miranda, militante e Secretário de Direitos Humanos de Lula, calcula em 364 o número de mortos do lado dos terroristas e guerrilheiros. Entre empresários, civis, militares e policiais, os mortos foram cerca de 120. O que dá 484 mortos em 13 anos de guerra interna. Exatos três dias de assassinatos na guerra do Brasil de hoje.

O Atlas da Violência, recém divulgado com base em números de 2015 mostra que foram 59.080 os assassinatos naquele ano. Certamente abaixo do número real, pois se sabe, por exemplo, que muitos registros de afogamento encobrem homicídios. O número vem crescendo, e hoje deve passar de 60 mil por ano. O que dá 164 mortos por dia. Dos homicídios no mundo inteiro, o Brasil entra com 11% e é campeão. A taxa relativa de homicídios mais alta está no Nordeste. A mais baixa em São Paulo. Ganhamos longe do Estado Islâmico ou da guerra na Síria, mas enquanto nos ocupávamos em noticiar sete mortos a facadas na Ponte de Londres, naquele dia tínhamos no mínimo 20 vezes isso em número de homicídios.

Assim como os jovens desconhecem a história de uma guerra interna contemporânea no Brasil, parece que não nos importamos com a matança atual. Aquela guerra teve média de 37 mortos por ano; agora são 60 mil. O governo desarmou as pessoas, tirando-lhes o direito à legítima defesa, mas não dá segurança nem desarmou os bandidos. Só deu a eles tranquilidade de que não haverá reação. E quando há reação da polícia, ela é duramente criticada. Na guerra de hoje, o medo nos tira a liberdade e a alienação nos tira a cidadania.

autor: Alexandre Garcia

A REPÚBLICA DA VERGONHA

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
(Rui Barbosa, 1914)

Se existe algo que foi distribuído amplamente em nosso país, é o sentimento de vergonha. Entre a elite que nos governa e escraviza, a vergonha tornou-se rara, quase inexistente. Todavia, entre a imensa maioria do povo – esse povo que não faz política, mas a sofre – a vergonha é ubíqua e soberana. Somos uma nação envergonhada. Somos a República da Vergonha. Face aos últimos acontecimentos em Brasília, gostaria de declarar aos meus sete leitores:
Eu tenho vergonha do Brasil.
Eu tenho vergonha dos políticos do Brasil.
Eu tenho vergonha do acordão para salvar os políticos do Brasil.
Eu tenho vergonha da Dilma.
Eu tenho vergonha do Temer.
Eu tenho vergonha da chapa Dilma-Temer.
Eu tenho vergonha da absolvição da chapa Dilma-Temer.
Eu tenho vergonha do Joesley.
Eu tenho vergonha da Odebrecht, da OAS, do BNDES, da Petrobras.
Eu tenho vergonha da Smartmatic. Eu tenho vergonha das urnas eletrônicas. Eu tenho vergonha da apuração eleitoral secreta. Eu tenho vergonha das "diretas já".
Eu tenho vergonha do Lula.
Eu tenho vergonha do FHC.
Eu tenho vergonha do Supremo – suprema vergonha.
Eu tenho vergonha do TSE – superior vergonha.
Eu tenho vergonha do Executivo, do Legislativo, do Judiciário.
Eu tenho vergonha do Gilmar Mendes. Do Barroso, do Marco Aurélio, do Tóffoli, do Lewandowski, do Fachin, do Janot. Eu tenho vergonha, sim senhor.
Eu tenho vergonha do Aécio, do Rocha Loures, do Zé Dirceu, do Moreira Franco, do Cunha, do Palocci, do Mantega, do Edinho.
Eu tenho vergonha do PT, do PSDB, do PMDB.
Eu tenho vergonha da Rede, do PSOL, do PC do B.
Eu tenho vergonha dos Filhos da CUT, dos caras da UNE, dos sem-terra, dos sem-teto, dos sem-vergonha.
Eu tenho vergonha do showzão obsceno no tribunal de Brasília, eu tenho vergonha do showzinho erótico na universidade de Maringá: vergonha é o que há.
Vergonha da esquerda mortadela, vergonha da direita moderna, a vergonha em grupo, a vergonha sozinha. Não é vergonha alheia, não: a vergonha é toda minha.
Vergonha do Jaburu, do Planalto, da Alvorada. Tenho vergonha, não tenho mais nada.
Vem ter vergonha também: a vergonha que eles não têm.

por Paulo Briguet
Originalmente publicado na Folha de Londrina


GOVERNO, OPOSIÇÃO E A BALA DE PRATA


Há muitos anos, em um dos shows que periodicamente apresentava na linha do "Eu sou o espetáculo", o comediante José Vasconcellos parodiava o ator Gary Cooper subitamente cercado de índios inamistosos. Eram dez mil índios à frente, dez mil à retaguarda, outros dez mil de cada lado. "O que farei?" perguntava, em inglês, simulando o astro hollywoodiano em diálogo consigo mesmo. "O melhor é tornar-me índio também!", concluía.
Lembrei-me do saudoso comediante e do impasse de Gary Cooper ao ponderar nossa situação como cidadãos no quadro político em que nos emolduraram. Nunca vivi cena assim. Ela está bem expressa na imagem que me chegou pelas redes sociais solicitando marcar com "x" a instituição em que mais se poderia confiar. Apresentava, para isso, quatro alternativas: governo, parlamento, judiciário e ... jogo do bicho. Impossível negar que estamos literalmente cercados!
Se buscarmos saídas pelo padrão universal, ou seja, dentro do binômio governo/oposição, salta aos olhos a ausência de alternativas. O que acontece no Brasil é inusitado! Sabe-se, agora, fora de qualquer dúvida, que havia uma organização criminosa dentro do governo e outra na oposição. Com o impeachment, uma parte da que estava no governo juntou-se aos quadrilheiros à espreita nas cavernas da oposição e formou o novo governo. Havia gente boa no anterior? Sim, claro; pouca, mas havia. Há gente boa no novo governo? Sim, claro, pouca, mais há. O problema é que os interesses se polarizam em torno da disputa pelo poder, fazendo com que deixe de existir uma alternativa política respeitável, na qual a nação possa confiar.
Com a cisão da organização criminosa que governava o país foi como se uma cápsula de guerra bacteriológica se rompesse. A peste se alastrou. E o fez com intensidade, atingindo os tribunais superiores, que confundem dignidade com indignação ante qualquer dedo virado para seu lado. Não, cavalheiros, arrogância nunca foi sinônimo de virtude e não é o pedestal que faz o santo.
No curto prazo, nosso rumo está traçado pelo GPS da Constituição. Seremos governados por uma quadrilha, pelo menos até 31 de dezembro de 2018. A situação também não se altera mudando-se a Constituição, como quer o PT com suas joint ventures para eleger Lula. Oportuna e felizmente, logo ali, em outubro do ano que vem, ou seja, dentro de 16 meses, o poder volta às mãos do povo viabilizando a higiênica faxina eleitoral que poderá encurtar, para muitos, a distância entre a Praça dos Três Poderes e a porta da cadeia. E saneando o quadriênio vindouro. No presidencialismo, dia de eleição é a bala de prata quadrienal. Errou, se ferrou.
Enquanto não forem melhorados, assim são os passos da democracia e do Estado de Direito dos quais este colunista não arreda pé. Quem quiser alternativa diferente vá beber noutra caneca.
Somos como Gary Cooper parodiado por José Vasconcellos. Estamos entre dois bandos que se enfrentam. Graças a Deus não precisamos aderir a um deles. Aliás, se me recuso a apontar qualquer um como merecedor de adesão, não hesito em identificar o pior. Muito resumidamente, porque a lista seria imensa, refiro-me ao bando formado por aqueles que: 
• apreciam, reverenciam e apoiam financeiramente os regimes cubano e venezuelano;
• sonham com um "marco regulatório" da imprensa, com um "marco civil" da Internet e com um Conselho Federal de Jornalismo para cercear quem os incomode;
• promovem a luta de classes, conflitos raciais, conflitos de gênero, invasões de terra, violência sindical;
• são contra privatizações e responsabilidade fiscal;
• se puderem, criarão os sonhados "Conselhos populares" (sovietes) para esterilizar a representação parlamentar;
• dão refúgio a terroristas, fundaram e comandam o Foro de São Paulo;
• apoiam quaisquer políticos ou filósofos adversários da cultura e da civilização ocidental;
• chamam bandidos de "heróis do povo brasileiro", dão nomes de ruas e constroem memoriais a líderes comunistas;
• têm fobia a órgãos de segurança pública;
• dedicam preferencial atenção aos direitos humanos dos bandidos;
• promovem a ideologização da educação e defendem o direito de fazê-lo;
• são contra a redução da maioridade penal e a favor do desarmamento;
• apoiam a agenda de gênero nas escolas, criaram o kit gay, defendem a liberação do aborto, financiam a marcha da maconha;
• criaram, compreendem e utilizam movimentos sociais como milícias a serviço de suas causas políticas.

Cadeia para todos os corruptos, independentemente das letrinhas partidárias em que estejam acantonados! 
Toda a atenção para o esclarecimento dos eleitores com vistas ao pleito do ano que vem! 
Todo empenho por uma reforma institucional com parlamentarismo, voto distrital e cláusula de barreira! 
O poder não pode voltar às piores mãos! Estamos cercados, mas lutando o bom combate!
texto: Percival Puggina

'Temer é corrupto, fato. Mas Joesley ficou bilionário durante o governo Lula corrompendo só o futuro vice da Dilma? Estranho', indaga Hélio de la Peña

A entrevista do delator Joesley Batista à revista Época, em que afirmou que o presidente Michel Temer é o "chefe da quadrilha mais perigosa do País", causou uma onda de indignação entre a população, que espera explicações sobre as benesses que o BNDES concedeu aos irmãos Batista nos governos Lula e Dilma. 

O humorista Hélio de La Peña, do Casseta & Planeta, resumiu o sentimento popular: "Temer é corrupto, fato. Mas Joesley ficou bilionário durante o governo Lula corrompendo só o futuro vice da Dilma? Estranho..."

Todo o dinheiro das contas da Suíça foi usado nas eleições de 2014, diz Joesley Batista

Na segunda-feira 12, o empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS Friboi, e seu diretor Ricardo Saud prestaram depoimentos na Procuradoria da República no Distrito Federal para detalhar como foram feitos os pagamentos dos valores de corrupção que ele mencionou em sua delação premiada. Segundo Joesley, uma bolada de US$ 150 milhões (R$ 490 milhões ao câmbio atual) estava em contas na Suíça à disposição dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma, ambos do PT. O valor foi repassado em dinheiro vivo, notas frias e até como doações oficiais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e era parte que o grupo obteve a partir dos financiamentos subsidiados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


A Procuradoria já sabe que os pagamentos eram feitos no Brasil. A conta em nome de Joesley, mas reservada para Lula, tinha US$ 80 milhões (R$ 262 milhões). A destinada a Dilma, somava US$ 70 milhões (R$ 229 milhões). Segundo o empresário, todos os recursos foram usados na campanha de 2014, quando a petista se reelegeu ao derrotar Aécio Neves (PSDB). Na sexta-feira 9, o TSE concluiu que houve uso de caixa 2 na campanha, mas não cassou a chapa de Dilma, cujo vice era o hoje presidente Michel Temer, por entender que provas obtidas com a empreiteira Odebrecht e com o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura não poderiam ser usadas. O dinheiro da JBS chegou a abastecer outras campanhas eleitorais petistas, todas indicadas pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Desde que o assunto surgiu, Lula, Dilma e Mantega têm negado as acusações de Joesley Batista e de outros delatores da JBS. “Essa versão não se sustenta e sua falsidade será atestada na Justiça”, afirmou a assessoria de Dilma, que assegura que ela “jamais teve contas no exterior”. “Um empresário canalha diz que eu tenho conta no exterior, mas a conta está no nome dele, e é ele que movimenta o dinheiro”, ironizou Lula no último Congresso do PT.

Pedala

Apesar das negativas dos petistas, o Ministério Público ainda investiga o caso e quer mais explicações de todas as partes, inclusive dos empresários. O ex-ministro Guido Mantega será ouvido pela Procuradoria, segundo apurou ISTOÉ. A depender do que ouvirem do ex-titular da Fazenda, os investigadores poderão chamar Lula e Dilma para prestar esclarecimentos. Para a Procuradoria, a situação de Dilma é mais complicada que a de Lula. Isso porque o dinheiro atribuído a Lula também foi gasto nas eleições em que Dilma concorreu. Joesley afirma que a petista chegou a indicar que R$ 30 milhões deveriam ser destinados ao amigo Fernando Pimentel (PT), vitorioso no pleito para o governo de Minas Gerais naquele mesmo ano. Já em relação a Lula, o dono da JBS afirma que apenas comunicou a ele que estava usando todo o saldo da “conta corrente” naquelas campanhas, mas que não recebeu resposta nenhuma do petista. Mantega era quem indicava os políticos que deveriam ser beneficiados com os recursos contabilizados nas contas no exterior.

Mantega se complica em duas situações, ambas em vias de serem melhor analisadas pela investigação. Um único evento no exterior pode ter deixado rastros. A pedido do ex-ministro, Joesley transferiu US$ 20 milhões da conta no exterior para outra pessoa. Um ano depois, Mantega solicitou que o valor fosse devolvido à conta. Os procuradores querem saber quem foi beneficiado com o lucro da aplicação financeira. Para isso, faltam os extratos das contas. Outra ponta da investigação trata do empréstimo de US$ 5 milhões feito por Joesley a pedido de Mantega na Pedala Equipamentos Esportivos. O dinheiro nunca foi devolvido e o empréstimo, perdoado. A empresa pertence a um sócio do filho de Mantega, Leonardo.

E-mail secreto

Assim como seu ex-ministro, Dilma também está se encalacrando em novas investigações. Uma delas diz respeito à troca de mensagens eletrônicas por meio de uma conta criada por sugestão da marqueteira Mônica Moura. Segundo Mônica, para não deixar rastros de suas conversas, ambas acessavam a conta no modo rascunho e deletavam as mensagens antes que fossem enviadas. O Ministério Público pediu uma ação cautelar para que o Google, proprietário do domínio gmail, informe quais computadores estavam vinculados ao endereço 2606iolanda@gmail.com. Para isso, é preciso ter acesso aos IPs, números de conexão para internet. Com os registros dos IPs que acessaram a conta, é possível saber se Dilma trocou mensagens usando computadores dos palácios do Planalto e da Alvorada, o que é ilegal.

Outra investigação apura o pagamento de R$ 350 mil da Odebrecht ao ex-assesssor especial de Dilma, Anderson Dorneles. Marcelo Odebrecht afirmou em sua delação que o dinheiro, pago em sete parcelas, era para facilitar a comunicação, “inclusive pelo envio de e-mails notas à presidente”. Na semana passada, a Procuradoria da República no Distrito Federal abriu inquérito sigiloso para investigar o “menino”, como Anderson é chamado por Dilma.

Já a JBS, investigada pela Polícia Federal por fazer operações de câmbio com informações privilegiadas antes da divulgação de sua delação, não pode considerar o acordo de leniência assinado com o Ministério Público como sendo um salvo conduto completo. Pelo trato, o grupo pagará R$ 10,3 bilhões, divididos em parcelas durante 25 anos. ISTOÉ apurou que o pacto não abarca as investigações da Operação Bullish, da Polícia Federal. Isso porque os investigadores desconfiam que os desfalques da empresa contra o BNDES e fundos de pensão foram bem maiores do que o apurado até agora. Joesley deve depor na Polícia Federal para esclarecer prejuízos que, por baixo, beiravam os R$ 30 milhões, mas podem ser muito maiores. A suspeita é que houve “compra de ações da JBS por preço superior à média ponderada praticada na Bolsa de Valores”, conforme mostra perícia contábil da Polícia Federal. Em 14 de junho, a empresa anunciou a contratação de um escritório para um projeto de controle e compliance no grupo.

A propina para Lula e Dilma

Em novo depoimento na Procuradoria da República do DF, Joesley Batista explicou como fez repasses milionários a Lula e Dilma no exterior

Contas na Suíça
A JBS depositou US$ 150 milhões (R$ 480 milhões) em contas de propina em bancos suíços. US$ 80 milhões para Lula e US$ 70 milhões para Dilma. O dinheiro foi usado na campanha de Dilma em 2014.

Dinheiro vivo e notas frias
Joesley disse que parte foi pago em dinheiro vivo, parte em notas frias e parte como doações oficiais em caixa 1

Encontros com Mantega
O dono da JBS disse que Guido Mantega operava as contas. Toda semana ele se reunia com Mantega, que lhe passava listas de políticos que deveriam receber doações

Reunião com Lula
Em 2014, Joesley diz ter se encontrado com o ex-presidente no Instituto Lula e afirmou que todo o dinheiro depositado lá fora foi usado para a campanha da reeleição de Dilma


O poder de julgar os outros

Talvez a meritocracia por concurso e desempenho possa quebrar a promiscuidade entre políticos e juízes

Há juízes bons e maus, preparados e incompetentes, burros e inteligentes, honestos e desonestos, embora todos, ou quase, se considerem num patamar acima do cidadão comum, pelo poder de decidir a vida e a morte de quem transgride a lei.

Quando se fala de juízes, é preciso muito cuidado, porque, se por algum motivo, algum se sentir ofendido, o suposto ofensor será processado e julgado... por um colega dele. A taxa de aproveitamento deve ser de quase 100%, já que o Judiciário é uma das corporações mais unidas e fortes do país.

Nada contra eles, já disse que meu avô foi ministro do STF e viveu discreta e modestamente. E que gosto tanto de juízes que namoro uma juíza de Minas Gerais, e conversamos bastante sobre a profissão de fazer, ou tentar fazer, justiça. O que me incomoda é, digamos, o plano de carreira.

Todo mundo sabe que os concursos para juiz de primeira instância são dos mais duros e rigorosos do país, exigindo dois, três anos, de estudos em tempo integral e renúncia à vida social. Os que sabem, entram. Não há noticias de fraudes ou favorecimentos. Justiça se faz.

Claro, para ser um bom juiz não basta saber as questões do concurso, é preciso inteligência e sensibilidade, integridade e dedicação, independência e coragem. Seria muito pedir modéstia e discrição... rsrs

Os problemas começam nas promoções, quando nem sempre os melhores são nomeados para instâncias superiores, para o TRF, o STJ, o STF. Entram em cena padrinhos políticos, amigos influentes, trocas de favores com futuros réus ou litigantes. Talvez aí estejam as raízes dos males que afligem o Judiciário, talvez o império da meritocracia por concurso e desempenho quebre a promiscuidade entre políticos e juízes.

Juízes de primeira instância, como Sergio Moro e seus colegas, não devem nada a ninguém, estão lá por seus méritos. Outros devem favores e apoios para crescer na carreira, o que em outras profissões é legitimo e saudável, mas não para juízes. É na escalada profissional que se testam a integridade e a independência de um juiz e o poder de julgar seus colegas. E a si mesmo.


Nelson Motta

conteúdo: O Globo



Alberto Fraga diz que FHC 'fumou maconha estragada'


Aliados históricos, o PSDB e o DEM não passam por uma boa fase do relacionamento. O deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), presidente regional do partido, atacou ontem nas redes sociais o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, principal expoente dos tucanos. “Depois que FHC passou a defender a liberação da maconha, suas ideias não andam nada boas! O que ocorreu? Fumou e tava estragada. Só pode”, afirmou Fraga. 

“FHC foi o responsável pela ascensão do Lula, não preparou a sucessão do seu governo e, agora, parece que quer trazer o ladrão barbudo de volta”, acrescentou o parlamentar.


A NOSSA LIBERDADE

Liberdade para quê? 

Liberdade para quem?

Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar?
Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e  hipócritas?

Fala-se muito em liberdade!
Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à  luz do dia, já dura 26!
Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros  fumê!
Mas, afinal, o que se vê?
Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e
quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército nos morros, negociação com bandidos,  violência e muita hipocrisia.
Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos  “bullying”, conivência e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas,  crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças  assassinadas.
Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos arrastões, bloqueios de ruas e estradas, terras  invadidas, favelas atacadas, policiais bandidos e assaltos a mão armada.
Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e seqüestros. Uma terra em que a família não é valor,  onde menores são explorados e violados por pais, parentes, amigos,  patrícios e estrangeiros.
Mas, afinal, onde é que nós vivemos?
Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado,  indenizado e transformado em herói! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis  para si, organizam “mensalões” e vendem sentenças!
Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos. É aqui, na terra da “liberdade”, que  encontramos a “cracolândia” e a “robauto”, “dominadas” e vigiadas pela  polícia!
Vivemos no país da censura velada, do “microndas”, dos toques de recolher, da lei do silêncio e da convivência  pacífica do contraventor com o homem da lei. País onde bandidos comandam o crime e  a vida de dentro das prisões, onde fazendas são invadidas, lavouras  destruídas e o gado dizimado, sem contar quando destroem pesquisas cientificas  de anos, irrecuperáveis!
Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê?
Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou da bandidagem organizada e institucionalizada que a  controla?
Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de chumbo” ou anos de paz?
E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de compensação do crime, do desmando e da  desordem?
Quanta falsidade, quanta mentira, quanta canalhice ainda teremos que suportar, sentir e sofrer, até que a  indignação nos traga de volta a vergonha, a autoestima e a própria  dignidade?
Quando será que nós, homens e mulheres de bem, traremos de volta a nossa liberdade?

Paulo Chagas - General da Reserva do Exército do  Brasil.

Palocci atribui pagamentos ilegais a Guido Mantega

A defesa de Antonio Palocci, ex-ministro dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, relacionou o também ex-ministro Guido Mantega aos pagamentos ilegais da Odebrecht em conta na Suíça dos ex-marqueteiros do PT João Santana e Mônica Moura.

Essa atribuição a Mantega consta das alegações finais apresentadas à Justiça Federal em Curitiba, onde Palocci está preso desde setembro do ano passado na Lava Jato por ordem do juiz Sérgio Moro. A defesa também pede a absolvição.

A defesa de Palocci não cita nominalmente Mantega. Porém, os advogados de Palocci destacam trechos do depoimento de Marcelo Odebrecht que atribuem a Mantega a gestão dos pagamentos ao PT após julho de 2011. “Importante ressaltar que os valores constantes da planilha Italiano não eram destinados ao acusado, mas, sim, ao Partido, de forma que, após Antonio Palocci deixar o governo, o montante passou a ser gerido por terceira pessoa, como resta claro do interrogatório de Marcelo Odebrecht.”

Essa terceira pessoa seria Mantega, sugerem as alegações finais da defesa. O documento aponta uma frase do depoimento de Marcelo que cita o nome de Mantega. “Quem autorizava os pagamentos era no início Palocci e depois, a partir de meados de 2011, o Guido.”

No governo Dilma, Palocci deixou o Ministério da Casa Civil em junho de 2011. O Estado não conseguiu entrar em contato com a defesa de Mantega para comentar as alegações dos advogados de Palocci. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Advogados dizem que Duque 'ainda' não fechou acordo de delação premiada

Os advogados de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, disseram em documento de alegações finais de processo da Operação Lava Jato que seu cliente "ainda" não formalizou acordo de delação premiada. Duque estaria negociando a colaboração com as autoridades há meses e, recentemente, implicou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em irregularidades.

No caso em questão, Duque é acusado pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato de corrupção passiva por ter participado de esquema de propinas envolvendo um contrato da Petrobras com a Sete Brasil para a construção de navios-sonda. Sua defesa nega que Duque tenha interferido na licitação e pede, com base na lei de combate à lavagem de dinheiro, que sua colaboração em um depoimento seja recompensada com o perdão judicial ou redução da pena e seu cumprimento em regime aberto.

"Não é porque Duque não formalizou (ainda) a subscrição de um acordo com o Ministério Público Federal que a sua colaboração não possa ser reconhecida como tal, em contrapartida a beneplácitos que a legislação de regência impõe. Antes, o contrário: a sua pró-atividade em tomar a iniciativa de colaborar, malgrado à míngua de um acordo formal, torna sua colaboração ainda mais louvável e, portanto, digna de uma contrapartida premial", afirmam os advogados no documento, anexado ao processo nesta quinta-feira (14).

A defesa de Duque está a cargo do escritório do advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto, especialista em acordos de colaboração com o MPF (Ministério Público Federal). Além de Basto, assinam as alegações finais os advogados Luís Gustavo Rodrigues Flores, Rodolfo Herold Martins e Maria Francisca Sofia Nedeff Santos.

Em maio, depois de ter ficado em silêncio em outros interrogatórios, Duque deu um depoimento explosivo ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná. O ex-diretor da Petrobras acusou Lula de ter conhecimento do esquema de corrupção na estatal e de tê-lo orientado a não ter contas no exterior. A defesa de Lula disse que o depoimento de Duque foi "mais uma tentativa de fabricar acusações" contra o ex-presidente.
"Divisor de águas"

Os advogados de Duque alegam que seu cliente deu contribuição "fundamental" e "deve ser considerada como um verdadeiro divisor de águas para as investigações".

"Duque reconheceu que era o homem do PT na diretoria da Petrobrás, indicou quem eram os responsáveis pela arrecadação dos valores, como também revelou que após deixar a diretoria da Petrobrás foi alvo de encontros com o ex-presidente da República, para tratar de contas no exterior", dizem os defensores.

Os procuradores do MPF (Ministério Público Federal) que integram a força-tarefa da Lava Jato têm visão diferente. Em suas alegações finais, o órgão diz que "a colaboração exige informações e provas adicionais" e que do novo interrogatório "não se extraem requisitos para a concessão de nenhum benefício a Renato Duque, devendo ele responder de modo pleno pelos crimes que praticou." Para o MPF, Duque reconheceu ilegalidades de forma genérica e buscou se afastar de responsabilidades e acusações específicas.

"Enfim, Renato Duque sustenta textualmente, apesar das dezenas de milhões de dólares recebidos do esquema envolvendo a Sete Brasil, que não passava de 'um aposentado cuidando de neto, puramente isso, era um aposentado cuidando de neto'", afirma o MPF.

Segundo a coluna "Painel", da "Folha de S. Paulo", a defesa de Duque contratou peritos para tentar recuperar arquivos deletados de seus computadores e que poderiam ser oferecidos ao MPF na tentativa de fechar um acordo de delação premiada.

Já para os advogados de Duque, "é equivocada a interpretação do MPF, no sentido de que Duque tangenciou sua participação nos fatos. O acusado expressamente afirmou sua participação e também descreveu a divisão das propinas".

Renato Duque está preso desde março de 2015 na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Desde setembro daquele ano, Duque também já foi condenado em quatro processos da Lava Jato em primeira instância, com penas máximas que chegam a 20 anos de prisão. Ele foi diretor de Serviços da Petrobras entre 2003 e 2012.

Blogueiro que hostilizou Alexandre Garcia saiu de licença médica para ir ao Rock in Rio quando era assessor parlamentar

O jornalista Alexandre Garcia foi hostilizado por um blogueiro petista em um voo de Brasília a Confins. Com sua verborragia característica, o rapaz perseguiu o jornalista e sua esposa desde o balcão da empresa até dentro da aeronave, gravando a própria "performance". 

O blogueiro anuncia aos seus seguidores: "Galera, Alexandre Garcia está no mesmo voo que eu; imagina se vai dar merda". Em seguida chama repetidamente o jornalista de "golpista", e pergunta se, após as ofensas, Alexandre Garcia vai fazer "Mimimiriam Leitão", afirmando que a jornalista Miriam Leitão se "vitimizou".  Em seguida, repete agressões gratuitas, culpando o jornalista por todos os males do mundo. E pergunta: "vai chamar a PF? Vai ter mimimi? Vai dizer que é ódio?". E entra na aeronave, onde continua agredindo o jornalista e cantando as mesmas palavras de ordem usadas pelos militantes para agredir Miriam Leitão. 

Apesar de produzir vídeos constantemente, o blogueiro é especialmente conhecido por dois episódios, em que hostilizou o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, e em que inventou um almoço entre Rodrigo Janot e Romero Jucá. 

O episódio em que hostilizou Joaquim Barbosa lhe rendeu fama suficiente para que notassem que ele era assessor parlamentar da deputada Érika Kokay, e que tinha tirado uma licença médica de duas semanas para ir ao Rock'n Rio, o que lhe rendeu sua exoneração do cargo. Desde então, dedica-se à produção de vídeos do mesmo tipo.

O outro episódio lhe rendeu um processo. O rapaz gravou um vídeo em frente a um restaurante, garantindo que, no interior, o procurador-geral da República estava em um encontro com o senador Romero Jucá. Ele dizia que garantia a informação mas não entrou para filmar o evento. A informação não era verdadeira. 


Congresso pode suspender recesso para votar denúncia contra Temer, diz Rodrigo Maia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 15, ao Broadcast/Estadão que existe a possibilidade de o Congresso Nacional suspender o recesso parlamentar para analisar um eventual pedido de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer. Maia afirmou que, em sua opinião, essa questão pode, sim, justificar uma suspensão do recesso. Ele explicou que isso seria definido numa consulta ao plenário. 

"É meio óbvio. Se tem uma denúncia contra o presidente que precisa ser votada... Aí, de repente, tem o recesso e para (a eventual votação) por 15 dias. Vamos voltar a tratar disso depois de 15 dias? Parar no meio do recesso, é claro que não tem condição. Tem que começar (uma eventual discussão sobre esse assunto), tendo início meio e fim. Para o Brasil, isso é fundamental", disse.

Nesta quinta, o presidente da Câmara afirmou, no entanto, que essa decisão não depende apenas dele. "Isso não depende do presidente da Câmara, mas do plenário. Vamos aguardar. Estamos ainda na fase das hipóteses. Quando acontecer tratamos do resto", disse.

Assim que for apresentada pela PGR, a denúncia deve ser enviada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Segundo o regimento interno da Casa, o colegiado terá 15 sessões para analisar o caso, sendo dez para a apresentação da defesa do presidente e, após isso, mais cinco para o relator apresentar seu parecer. Após ser votada no colegiado, a denúncia tem de ser apreciada no plenário

Todos esses procedimentos levariam, em condições normais, ao menos um mês e meio. A recomendação do Palácio do Planalto, porém, é não usar todo o período permitido para a defesa. Maia negou que pretenda fazer qualquer tipo de alteração na tramitação do pedido.

"Minha opinião é que, se a denúncia chegar, vai tramitar na base regimental, não vamos suprimir nada até porque não pode: dez sessões para a defesa (do presidente) e cinco sessões para o relator. Vota na comissão e depois de duas sessões pode votar em plenário", afirmou.

Líderes governistas dizem, porém, que há forte resistência dos parlamentares a suspender o recesso de julho, mês de férias escolares. Já o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou que o período de férias está mantido entre os dias 18 e 31 de julho.

Regimento. Para que o Congresso Nacional seja convocado extraordinariamente no mês de julho há dois caminhos regimentais. O primeiro deles é a convocação conjunta dos presidentes da Câmara e do Senado. O segundo é a aprovação de requerimento nesse sentido pela maioria absoluta dos integrantes das duas Casas, ou seja, por pelo menos 257 deputados e 42 senadores.

Interlocutores do governo lembram, porém, que há ainda uma terceira via, considerada ainda mais fácil. Oficialmente, o Congresso só pode entrar em recesso em julho se aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Caso não aprove, Câmara e Senado entram no chamado "recesso branco", quando oficialmente parlamentares não estão em recesso, mas não há sessões no plenário e nas comissões.