sexta-feira, 14 de abril de 2017

LULA NA CADEIA, JÁ !


O historiador e jornalista Marco Antonio Villa diz que, após a divulgação dos vídeos da Odebrecht, a prisão de Lula é indispensável. 

Para Villa, a liberdade de Lula coloca em risco a ordem pública: ele pode ameaçar testemunhas, destruir provas e combinar testemunhos. 

'A era PT prejudicou o entendimento das pessoas. Não existem serviços de milhões, nem palestras de 100 mil', ataca Janaína Paschoal

A jurista Janaína Paschoal ironizou os volumes absurdos de dinheiro roubado dos brasileiros. 

As quantidades até dificultam a compreensão da magnitude da roubalheira, porque as pessoas começam a se acostumar com roubos de milhões e até bilhões. 

Janaína disse: "Gente, a era PT prejudicou o entendimento das pessoas. Não existem serviços de milhões, nem palestras de 100 mil. Falta investigação".

PIADA PRONTA: Petistas pedem auditoria após suspeita de fraude em eleição interna

Confusão no PT de São Paulo, que realizou congresso em cerca de 300 municípios do Estado: o movimento Optei vai pedir auditoria no processo eleitoral depois de verificar que, em algumas cidades, o comparecimento de filiados chegou a praticamente 100%, o que seria um indício de graves fraudes.

VOTO NULO
Os petistas vão pedir auditoria nas cidades em que votaram entre 50% e 60% dos filiados. Já nos que tiveram mais de 70% de quórum será solicitada a impugnação pura e simples dos votos.

fonte: Folha de SP

'Todo mundo está com medo, todo mundo está acovardado', afirma Lula

A julgar pela entrevista que concedeu a uma emissora de rádio na manhã desta quinta-feira, nem o próprio Lula se apega mais ao mito Lula. O personagem falou como ex-Lula. “…Nós estamos vivendo uma situação em que todo mundo está com medo. Todo mundo está acovardado. 
E nós estamos sendo governados por uma operação lá de Curitiba”, disse a certa altura, sem se dar conta de que, no seu caso, a vida é governada pela Odebrecht.

Antes, Lula limitava-se a exaltar a própria honestidade. Agora, com seu nome jorrando dos lábios de delatores como água em chafariz, o ex-Lula se esforça para desmerecer a investigação: “Você pega o Fernandinho Beira-Mar, está preso, incomunicável, matou mais de 600 pessoas, chama ele pra fazer uma delação premiada. Ele vai acusar até a mãe dele. […] A delação premiada é uma coisa espontânea. Não é uma coisa sob tortura.” Para azar do personagem, as 78 delações foram filmadas.

As cenas foram expostas na televisão, no rádio, na internet, nos jornais, em toda parte. Exibem executivos metódicos. Munidos de anotações, falam pausadamente. Tortura-os apenas a vigilância dos seus advogados, regiamente remunerados para funcionar como babás jurídicas. Ouvindo-os, o país confirmou o que já sabia: o limite entre o que pode e o que não pode no Brasil depende apenas da capacidade do transgressor de enxergar o valor do gestor público.

Não podendo mais negar o inegável, o ex-mito se defende como quem joga porções de barro na parede, na expectativa de que cole. “Tem um cidadão que diz que Odebrecht dava R$ 5 mil pro meu irmão Frei Chico. (…) Eu nunca dei um real pro meu irmão porque ele nunca precisou e nunca pediu pra mim. Se a Odebrecht resolveu dar R$ 5 mil, problema da Odebrecht. Por que vem colocar o meu nome nisso?” É mesmo infinita a generosidade do empresariado nacional! Paga mesada até a quem nunca pediu.

“Meu filho estava envolvido no futebol americano, tinha patrocínio. Ora, qual é o crime?”, indagou o entrevistado, sem fazer menção ao apelo que dirigiu a Emílio Odebrecht para que ajudasse o seu caçula a empreender. Nada que o patriarca da empreiteira não pudesse entender, sobretudo porque pedia a ajuda de Lula num empreendimento bem mais lucrativo: azeitar as relações do filho Marcelo com a então presidente Dilma Rousseff. Ambos falavam de negócios de pai para filho, do tipo uma mão suja a outra.

“Fui incriminado por um apartamento que não é meu, (…) sou acusado de uma reforma de um sítio em Atibaia. O sítio não é meu. O sítio tem dono, tem cartório, tem tudo. Mas como eles contaram uma mentira, eles não têm agora como sair.” De fato, a mentira aprisiona as pessoas. Mas o ex-Lula terá a oportunidade de esclarecer por que não desautorizou Emílio quando foi comunicado, no Planalto, de que a reforma que sua mulher Marisa Letícia encomendara seria entregue no prazo.

Ex-Lula prosperou muito desde que deixou a Presidência. Mas suspeita que tem gente faturando em seu nome. “Quem tiver contando mentiras, quem tiver inventando historinhas, quem tiver dizendo que criou uma conta pra mim, para um terceiro… Já faz sete anos que eu deixei a Presidência. Essa conta está onde? Esse terceiro está onde? Esse cara deve estar comendo, então, o dinheiro que era pra mim, porra!”

Na planilha do departamento de propinas da Odebrecht, a conta destinada ao “Amigo” Lula tinha um saldo inaugural de R$ 40 milhões, disse o delator Marcelo Odebrecht ao juiz Sergio Moro. Os desembolsos eram ordenados pelo grão-petista Antonio Palocci, que indicou um auxiliar para buscar o dinheiro vivo, sempre que necessário. Palocci está trancafiado em Curitiba. Com a intuição já meio cansada, ex-Lula ainda não se deu conta de que o companheiro pode estar na fila da delação.

“Que a Operação Lava Jato funcione, que ela explore quem fez corrupção, que apure e que prenda as pessoas que roubaram, está tudo correto”, declarou Lula, antes de voltar a perder o nexo: “O que não está correto é você paralisar o país por conta de uma investigação. Não está correto. Daqui a pouco, está entrando o papa Francisco nesse negócio. Daqui a pouco acusa todo mundo, todo mundo, todo mundo… E sem provas, apenas porque alguém falou, que ouviu dizer, que não sei das contas.”

Excetuando-se o ex-Lula, ninguém ousou jogar o nome do Santo Padre na lama. Não há espaço para tão imaculada figura no submundo da política brasileira. Se as revelações da Odebrecht indicam alguma coisa é que Deus está em toda parte, mas o Tinhoso controla a cleptocracia implantada no Brasil. A situação penal do ex-Lula continua precária. Mas ele pelo menos já dispõe de companhia. ''Quando aparecem os outros partidos que acusaram o PT, pelo menos você tem um alívio. A mascara está caindo. Mas não fico feliz. Queria que não tivesse o PT nem ninguém.''


'Começou a implosão do sistema político-criminal do Brasil', afirma Diogo Mainardi sobre delações da Odebrecht

Em meio à avalanche de revelações dos delatores da Odebrecht, alguns blogueiros petistas acharam importante ressaltar que o jornalista Diogo Mainardi, do site O Antagonista, foi mencionado por um dos delatores, acusado de jantar com Aécio Neves e Alexandre Accioly. 

O jornalista afirma que encontrou o senador Aécio Neves e o cumprimentou, e ignorou os ataques petistas: "vou voltar a tratar daquilo que realmente importa: a implosão do sistema político-criminal do Brasil". 

'Lula, o pai dos pobres, na verdade era a prostituta dos ricos', afirma Alexandre Frota

O ator e ativista Alexandre Frota resumiu o que aconteceu com a imagem do ex-presidente Lula após a divulgação das delações da Odebrecht: "Lula, o pai dos pobres, na verdade era a prostituta dos ricos". 

A corrupção de Lula não é novidade, mas o retrato que saiu das delações é surpreendente até para os petistas mais fieis. 

Ferrenho defensor do PT admite que relação de Lula com a Odebrecht é indefensável



"A relação de Lula com os donos da Odebrecht pode não ser ilegal, mas não é ética, não é republicana, não é digna de um líder popular" - assim inicia um vídeo postado por um dos mais conhecidos jornalistas petistas, Paulo Henrique Amorim. O blogueiro petista afirma que a delação da Odebrecht revela uma relação com o presidente Lula que "não é compatível com a ética que deve reger a atividade política". 

Paulo Henrique Amorim, que sempre foi um ferrenho defensor de Lula, condena a conduta do ex-presidente: "Os Odebrecht revelaram que o presidente Lula mantinha com a empreiteira - notória subornadora - uma relação promíscua, que tinha por objetivo obter vantagens indevidas de um ex-presidente da república com a responsabilidade histórica do presidente Lula.  Segundo as delações, estabeleceu-se entre o presidente Lula e os donos da Odebrecht uma relação que estabelecia a troca de favores pessoais por apoio a pleitos empresariais. Isso é incompatível com um líder com a responsabilidade histórica do 'presidente Lula'".

Embora afirme que continuará defendendo Lula de uma suposta perseguição política, Amorim reafirma: "a relação pessoal do presidente Lula com os donos da Odebrecht macula de forma profunda a imagem de um líder popular digno de ser eleito presidente em 2018". E, na conclusão, diz que não adianta dizer que os outros também fazem: "Não  adianta. O Lula não podia fazer". 

'Lula será condenado e os brasileiros irão às ruas para comemorar o fim da maior farsa da história brasileira'

O jornalista Mario Sabino, do site O Antagonista, desdenhou dos militantes que ainda defendem a "inocência" de Lula, mesmo após a avalanche de informações reveladas pelas delações da Odebrecht: 
"Podem inventar o que quiserem. Lula será condenado e os brasileiros irão às ruas para comemorar o fim da maior farsa da história brasileira".

ENTENDA A COMPLICAÇÃO DESTA CONFUSA LISTA DA ODEBRECHT

Deixei baixar a poeira para só agora falar tecnicamente sobre a Lista da Odebrecht. É um assunto que entendo muito, pois já coordenei dezenas de campanhas eleitorais.
Houve erro grosseiro na divulgação. Não sei se foi culpa do Marcelo Odebrecht, do Sérgio Moro ou da Procuradoria Geral.
A divulgação não poderia ter sido feita em bloco, misturando situações diferentes, algumas até já imunes a condenações.
Há pelo menos cinco situações bem definidas, com pesos diferentes, porém jogadas num mesmo pacote público. Maluquice! Erro técnico inexplicável.
DINHEIRO NO EXTERIOR
Cito o primeiro caso, gravíssimo, que deveria ter sido divulgado antes e isolado dos outros. É aquele grupo dos que receberam dinheiro alto em dólares, no exterior, roubado de grandes projetos da Petrobras e de outras áreas públicas.
Eduardo Cunha, o publicitário João Santana e Palocci são exemplos vivos disso. Roubaram, esconderam em bancos estrangeiros, driblaram a Receita do Brasil, etc. Muitos desses já foram presos, terão penas elevadas e perderão muito dinheiro conquistado de forma ilegal, com jeito de bandido.
PROPINA RECEBIDA NO BRASIL
O segundo caso é o daqueles que receberam grandes propinas no Brasil, roubando de projetos estatais e fazendo chantagens. É o caso, por exemplo, do Gim, que tomou dinheiro das empreiteiras para sabotar a CPI da Petrobras. Há muitos outros nessa situação.
CAIXA DOIS EM CAMPANHA
O terceiro caso é aquele que abrange políticos que receberam dinheiro em caixa dois para as suas campanhas políticas. Esta situação se divide em duas:
1. Aqueles que foram ajudados pela Odebrecht, na chamada folha dois, em suas campanhas eleitorais, sem dar nada em troca. Sem as chamadas contrapartidas administrativas. As grandes empresas apoiavam políticos investindo em nomes que poderiam ocupar cargos importantes no futuro. Se perdessem a eleição, o investimento político estaria perdido.
2. Outro caso de folha dois destinada a campanhas eleitorais abrange gente com maior dose de culpa: são aqueles que foram ajudados porque abriram negócios fraudulentos para Odebrecht e outras empresas. Como troca, receberam ajuda eleitoral por fora, sem comprovação oficial.
Nesse caso, houve “contrapartida” em obras ou contratos.
Vale comentar que esses casos de grana em folha dois para campanhas eleitorais podem ficar sem punição. Na verdade, são crimes eleitorais, já prescritos na maioria das situações.
HÁ DOAÇÕES LEGALIZADAS
O quarto caso, representando o quarto grupo de integrantes da Lista da Odebrecht, contempla políticos que quase certamente terão seus nomes enlameados, mas estão cobertos pela lei. Estes receberam dinheiro da Odebrecht de forma considerada legal pela legislação eleitoral. São doações contabilizadas, apresentadas aos tribunais eleitorais e referendadas.
Quem recebeu contribuição eleitoral legal só terá problemas se for provado que a “ajuda” da Odebrecht resultou de propina claramente definida, relacionada com grandes obras.
A maioria vai afirmar que o apoio eleitoral ocorreu “sem contrapartida”. Provando-se isso, não há crime nem suspeita.
CONCLUSÃO
Acho, portanto, que foi grande erro divulgar a lista completa, embolada. Misturaram gente que será inocentada nas investigações com aqueles que merecem penas longas de prisão, bandidos de fato.
Será que a Odebrecht jogou tudo para o ar com o objetivo de confundir o ambiente? Se fez isso, prejudicou muito os futuros inocentados e deu cobertura aos principais culpados.
O caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é o mais grave e imperdoável. Citam apoio à campanha dele de 1994, há 23 anos, impossível de se apurar e completamente impossível de se punir, pois são crimes amplamente prescritos – se tiverem ocorrido.
A denúncia serviu apenas para melar mais o ambiente político e para dar cobertura a ex-presidentes recentes, como Lula e Dilma, que momentaneamente passam a ser citados ao lado de FHC.
Em resumo, vou demorar para entender os objetivos dessa Lista da Odebrecht. Parece uma trapalhada, mas pode ter sido uma trapalhada proposital, para melar todo mundo sem melar ninguém.
Espero que a Lista da Odebrecht não sirva para ampliar a impunidade no Brasil. 

RENATO RIELLA



A LISTA DOS JUDAS FICOU TÃO GRANDE QUE NÃO CABE NUM POSTE !


QUEM SOBREVIVER AO APOCALIPSE DA ODEBRECHT QUE APAGUE A LUZ… DO FASCISMO DE ESQUERDA!

A “Lista de Fachin” com base nas delações da Odebrecht realmente chacoalharam o país, com tudo que é partido grande envolvido em esquemas de caixa dois e propina. Já disse, mas é sempre bom repetir: embaralhar tudo como se não houvesse diferença entre caixa dois e o que fez o PT no poder, tentando instaurar no Brasil um regime totalitário de partido único, é um grande equívoco que só interessa aos petistas.
Como tem circulado por aí, “As pessoas que querem ver Lula preso, também querem ver Aécio na cadeia. Já as pessoas que querem o Aécio preso, querem Lula presidente em 2018”. Todo corrupto tem que ser “varrido da política” mesmo, mas digo duas coisas: o que o PT fez foi muito pior do que “só” corrupção; e conheço pouca gente que se empolgava com Serra ou mesmo Aécio. Eles eram apenas as alternativas menos piores. Mas a empolgação mesmo, a idolatria até, era coisa de petista, gente acéfala disposta a se mobilizar para defender Lula contra Sergio Moro.
Dito isso, que a lambança era geral, ao menos em termos de corrupção padrão, isso está claro. Quase todos os grandes aderiram de alguma forma aos esquemas em simbiose com grandes empresas, como a Odebrecht. Gustavo Nogy comenta o caso:
Que o fim do mundo começaria no Brasil, ninguém duvidava. Mas essa lista dos who’s who da podridão na república chegou em boa hora. Não apenas porque é sempre divertido ver tanta gente poderosa com o rabinho entre as pernas, mas principalmente: há vergonha para todos os desgostos. Salvo os partidos ou políticos irrelevantes e incompetentes até mesmo para a corrupção, todos os grandes estão muito bem representados. O PT, naturalmente, puxa a fila. É a quadrilha que dava o tom, empunhava a batuta, ditava o ritmo da escabrosa sinfonia nacional. Mas logo em seguida temos o PMDB, esse organismo mais resistente que a mais resistente das baratas; o PSDB, ajuntamento de quem não sabe direito onde enfiar a cara, e acaba enfiando onde não devia; e grande elenco. Ministros, deputados, ex-presidentes, carnaval em Salvador. Com isso está destroçado o discurso petista de que as investigações tinham cunho político; tanto é verdade que Cunha está na cadeia. Também está desfeito o conto de fadas segundo o qual PSDB era a virgem só de vez em quando violada, mas cheia de dignidade. PMDB, como jogador ruim, a gente não precisa marcar: dele, a natureza cuida. Mas como ficarão os militantes? Com a implicação de gente do PSDB na lista, petistas agora exigirão presteza e rigor nas investigações? Com a lama engolindo o PT, tucanos exigirão respeito ao devido processo legal? Quem sobreviver ao apocalipse apague a luz.

EMILIO ODEBRECHT CRITICA HIPOCRISIA DA IMPRENSA


O empresário e principal acionista do Grupo Odebrecht diz que a relação de corrupção entre empresas e governantes existe no Brasil há mais de 30 anos. 

Para ele, a imprensa age com demagogia denunciando essa prática apenas agora. 

"Acho que todos deveriam fazer uma lavagem de roupa suja nas próprias casas". Emílio confessou que mantinha relações pessoais e negócios com Lula, ACM, FHC, Hugo Chávez e José Eduardo Santos (presidente de Angola)

EMILIO ODEBRECHET RELATA AJUDA DE LULA CONTRA GREVE NOS ANOS 70

DELATOR DIZ QUE EMPRESA CONTRIBUIU PARA TODAS AS CAMPANHAS DO PETISTA
Próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva há mais de trinta anos, o empresário Emílio Odebrecht relatou, em seu depoimento de delação premiada, como o ex-sindicalista que se tornou presidente da República ajudou, durante décadas, a empreiteira que leva seu sobrenome.
Emílio conheceu Lula no fim da década de 1970, apresentado por Mário Covas, já falecido. Na época, o empresário enfrentava uma greve geral no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, e precisava de ajuda para aplacar os ânimos de seus funcionários. “Ele (Lula) criou as condições para que eu pudesse ter uma relação diferenciada com os sindicatos”, relata Emílio.
Rapidamente, a relação entre os dois se fortaleceu. Emílio diz que ficou impressionado com o petista:
“Ele pega as coisas rápido. Ele percebe aquilo que tem a ver com intuição pura. É um animal político, um animal intuitivo”, diz o empresário.
E conta que sempre “apoiou Lula”, com conselhos e financeiramente. Um dos pontos em que o empreiteiro teria ajudado a orientar a visão de mundo do petista foi na confecção da famosa “Carta ao Povo Brasileiro”, o documento divulgado durante a campanha de 2002 por Lula para serenar os ânimos do mercado financeiro em relação a sua possível eleição.
Emílio diz que a Odebrecht contribuiu para todas as campanhas de Lula, mas que o petista nunca tratou de valores. Por outro lado, quando Lula finalmente virou presidente, qualquer que fosse o problema enfrentado pela empresa, Emílio ia até o Palácio do Planalto pedir a intervenção do chefe da República. E era quase sempre atendido.
Em alguns casos, Emílio precisou transpor obstáculos colocados pela ex-presidente Dilma Rousseff, quando ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil, e Lula deliberou pelo menos em uma ocasião em prol do amigo. Emílio só chamava Lula de “chefe”, mas parece se gabar de, apesar da proximidade, nunca ter tido relação íntima, ou ter frequentado a casa do petista:
“Só estive uma vez no apartamento de Lula quando era sindicalista. E foi a melhor coisa que eu fiz. Pra ele e pra mim. A nossa relação, eu sou muito transparente. Eu gosto do Lula, confio nele, valorizo ele”, conta.
“BON VIVANT"
Uma preocupação grande de Emílio era quanto à possibilidade de “reestatização” da Petrobras. Um dia, quando já era real a chance de Lula se eleger, o empreiteiro procurou o petista e ele garantiu que não estatizaria o setor petroquímico. O empresário relembra uma conversa com o general Golbery Couto e Silva sobre Lula para dar sua visão sobre o ex-presidente:
“‘Emílio, Lula não tem nada de esquerda. Ele é um ‘bon vivant’ (teria dito o general). E é verdade. Ele gosta da vida boa, gosta de uma cachacinha, gosta de fazer as coisas e gosta de ver os outros, efetivamente, a coisa que ele mais quer é ver a população carente sem prejuízo, essa que é a versão mais correta, sem prejuízo de quem tem. Não é aquele negócio de tirar de um pra dar pro outro. Essa é a minha visão, por isso teve um alinhamento muito grande”.
Com Lula instalado no Planalto, Emílio tinha a liberdade de ir até o presidente e reivindicar que negócios feitos pela Petrobras em prejuízo da Braskem (braço da Odebrecht) fossem desfeitos, o que acabou acontecendo. Em outro momento, foi a Lula impedir que a Petrobras comprasse os ativos da Petroquímica Ipiranga, o que detonaria os planos da subsidiária da Odebrecht de espraiar seus mercados.
“Como negócio, seria um desastre”, resume Emílio aos procuradores. Dois anos depois de conseguir impedir o negócio, a própria Braskem comprou a Petroquímica Ipiranga.
Mais adiante, já no segundo mandato de Lula, em 2007, Emílio precisou dele devido a um problema na hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, obra tocada pela Odebrecth. Uma das licenças ambientais que deveriam ser dadas ao empreendimento pelo Ibama estava travada por conta da reprodução dos bagres, que ocorria justamente no local previsto para a barragem.
“Eu disse: ‘O país precisa de energia e vai ser paralisado por causa do bagre? O senhor precisa tomar uma decisão’. Ele perguntou se eu já tinha falado com a ministra Dilma eu disse que sim, mas que era inócuo. ‘O senhor já deve ter percebido que eu não tenho simpatia por ela, que é muito dona da verdade. É uma pessimista em tudo’”, relatou Emílio ao procurador, revelando que não estendeu a relação que mantinha com Lula à sua sucessora.
Lula encampou a tese da empreiteira e transformou o episódio do bagre em uma referência frequente em seus discursos sobre como havia demora excessiva na concessão de licenças ambientais. O caso marcou o enfraquecimento da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que acabou deixando o governo.
As ajudas de Lula a Emílio foram recompensadas não apenas com as doações, que Emílio garantiu que ocorreram por meio de caixa um e caixa dois:
“Fique certo: Lula não conversava comigo sobre isso, sobre os valores. Mas quero deixar uma coisa muito clara. Eu quando falava com (Pedro) Novis (presidente da Odebrecht antes de Marcelo Odebrecht assumir) e com Marcelo eu não dava a opção de dar ou não dar. Eu dizia: negociem, mas é para dar”.
SÍTIO DE ATIBAIA
Já no fim de 2010, quando Lula estava se despedindo da Presidência, Emílio relatou que o executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar, que o ajudava a fazer a interface com Lula, contou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia pediu um favor: que o empreiteiro ajudasse a concluir as obras do sítio de Atibaia para fazer uma surpresa ao presidente assim que seu período no comando do governo terminasse.
O empreiteiro explicou aos procuradores a sofisticada logística montada para executar a missão, tirando gente de várias obras da Odebrecht, mas sem que a empresa parecesse envolvida institucionalmente na empreitada. Ao todo, disse, a reforma custou mais de R$ 700 mil. Mas nem Lula nem Dona Marisa procuraram saber esse valor.
“Ele (Alexandrino) me falou isso em outubro e se eu não me engano no penúltimo dia do ano, dia 30, eu estive com ele (Lula) no Palácio do Planalto e eu disse: ‘olha, chefe, o senhor vai ter uma surpresa e nós vamos garantir o cumprimento do prazo naquele programa do sítio’. Ele não fez nenhum comentário, mas também não botou nenhuma surpesa, coisa que eu entendi não ser mais surpresa. Quando foi que ele soube eu não sei. Por quem que ele soube, não sei. Por mim não foi”, explicou.
Emílio Odebrecht também disse que a empresa dele financiava palestras do ex-presidente Lula em países africanos para que a imagem da Odebrecht ficasse atrelada ao carisma do petista, como forma de impulsionar os negócios. Segundo Emílio, a empreiteira custeava o transporte, em aviões fretados, hospedagem e demais gastos do ex-presidente durante esses eventos. Os honorários era o próprio presidente quem definia: variavam entre US$ 150 mil e US$ 200 mil por palestra. Em troca, a empreiteira pegava carona na imagem de Lula e estampava seu logotipo nos eventos dos quais ele participava. O empreiteiro contou que apresentou Lula à elite e às autoridades africanas — e, a partir disso, passou a financiar as palestras que o petista fazia.
“Quem introduziu o Lula fomos nós, em todos os países (da África) que nós levamos ele.”
INSTITUTO LULA
Emílio também disse que comprou um terreno em São Paulo, por meio de uma empresa de um laranja, para Lula instalar uma nova sede de seu instituto. No fim, o petista quis manter a sede onde ela já estava instalada, e o dono da Odebrecht vendeu o terreno.
Emílio Odebrecht também disse que Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho de Lula, recebeu “cerca de US$ 200 mil” da empreiteira em Angola sem ter prestado nenhum serviço em troca. Segundo o delator, a empresa de Taiguara foi contratada a pedido de Lula para prestar serviço para a Odebrecht no país africano.
Depois de uns meses de trabalho, com a crise do petróleo em Angola, as oportunidades diminuíram para Taiguara e ele escreveu uma carta ao ex-presidente para reclamar da situação. Emílio soube da carta e logo providenciou um adiantamento para o sobrinho, por “serviços futuros”.
Ainda segundo o delator, a contratação da empresa de Taiguara foi um pedido expresso de Lula a Alexandrino – que, por sua vez, pediu autorização ao dono da empresa para fazer o contrato e recebeu o aval dele. Emílio não soube dizer quanto o sobrinho do ex-presidente faturou durante o tempo que prestou serviço efetivamente.
“Numa viagem dessa para o exterior, Lula falou com o Alexandrino: ‘olha, eu tenho um sobrinho, que tem uma sociedade em Portugal, com um sócio português, e, se vocês puderem dar uma oportunidade de trabalho...’”, relatou Emílio Odebrecht.

fonte: O GLOBO