segunda-feira, 12 de março de 2018

Dilma interferia no jornalismo da Globo e pautava a “Folha”, revela grampo (Veja o Vídeo)

O PT enquanto teve poder e dinheiro soube utilizá-lo para controlar os grandes meios de comunicação em seu favor. Sem constrangimentos e sem qualquer escrúpulo.

Uma conversa grampeada havida entre Renan Calheiros e Sérgio Machado tem um trecho bastante sugestivo, que revela claramente que a ex-presidente Dilma Rousseff fazia gestões para interferir nos meios de comunicação que recebiam verbas públicas.

A conversa em questão entre as duas figuras – Renan e Sérgio - fazia referência à Rede Globo e ao jornal Folha de S.Paulo.

Na realidade, o PT no poder exigia receber o tratamento de ‘dono do dinheiro’, por isso pressionava sem qualquer constrangimento todas as empresas que recebiam o seu dinheiro (dinheiro público). A contrapartida era obrigatória.

Nessa linha de raciocínio dá para se entender com clareza os casos do tríplex e do sítio de Atibaia. Para o PT, público e privado eram uma coisa só.

Na conversa abaixo, é mencionada a pressão de Dilma sobre João Roberto Marinho, da Globo, e sobre Otavio Frias Filho, da Folha.

No caso da conversa do ‘grampo’, Dilma já estava no fim de seu governo, bem próximo do impeachment e não obteve sucesso com o vice-presidente da Rede Globo.

O resultado, segundo Renan, teria sido “desastroso”. A Globo também não é fácil, joga de acordo com os seus interesses financeiros.

Todavia, o próprio senador assegura que, em outras situações semelhantes e anteriores, Dilma conseguiu obter sucesso e influenciar no jornalismo da emissora.

Na mesma conversa Renan assegura que com a ‘Folha’, a conversa teria sido muito melhor.

Veja o vídeo:

Brasil comprou remédios superfaturados de Cuba por 12 anos, diz TCU

Um acordo entre Brasil e Cuba para aquisição e posterior produção de alfaepoetina, substância indicada para tratar pessoas com problema renal crônico, fez com que o Ministério da Saúde comprasse ao longo dos últimos 12 anos o medicamento com preços superfaturados, aponta a área técnica da própria pasta.

O caso gerou uma contenda entre o Ministério da Saúde e o instituto Bio-Manguinhos/Fiocruz, vinculado à pasta, e foi parar no TCU (Tribunal de Contas da União). No centro da polêmica, permeada de informações conflitantes, está a questão da transferência de tecnologia de Cuba para o Brasil, prevista desde o primeiro governo Lula (2003).

“Após 14 anos da formalização do Termo de Cooperação [Brasil-Cuba], Bio-Manguinhos apenas realiza o envasamento dos produtos importados de Cuba, sem nenhuma demonstração de transferência de tecnologia”, afirmou a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério ao TCU, em documento de 16 de fevereiro obtido pela Folha de S. Paulo. “Resta claro o superfaturamento de preços por parte de Bio-Manguinhos/Fiocruz ao longo dos anos.”

O instituto, em nota à Folha de S. Paulo, rebateu o ministério. “A transferência de tecnologia já se completou. O que se aguarda neste momento é o término da validação das instalações da planta industrial, uma exigência regulatória da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para que a tecnologia de produção do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) possa ser implementada”, afirmou.

Em 2016, depois de anos do contrato firmado com Cuba pelos governos petistas, o governo de Michel Temer (MDB) decidiu comprar o medicamento no mercado privado. Em licitação em novembro passado, o frasco da alfaepoetina de 4.000 UI (o tipo mais comprado, que respondeu por 91% da demanda) saiu por R$ 11,50.

Venceram o pregão as farmacêuticas Blau (que importa o insumo ativo e o envasa no Brasil) e Chron Epigen (que importa o medicamento pronto), para suprir 75% e 25% da demanda, respectivamente.

O valor obtido na recente licitação é inferior ao preço unitário pago pelo medicamento vindo de Cuba desde o início do acordo, que começou em R$ 16,81 em 2005 e subiu para R$ 23,86 em 2016 e 2017 (em valores não atualizados).

Um estudo interno do ministério mostra que era possível encontrar o mesmo frasco no mercado em 2005 por R$ 5,85. De 2005 a 2017, o Ministério da Saúde pagou R$ 1,85 bilhão para adquirir 102,1 milhões de frascos de alfaepoetina (de 4.000 UI). Num cálculo simples e conservador, se tivesse pago os R$ 11,50 obtidos na licitação, teria gasto no mínimo R$ 680 milhões a menos.

Bio-Manguinhos contestou esses dados e afirmou que o ministério pagava R$ 91,13 pelo frasco em 2005. A Folha voltou a questionar a pasta, que informou que não tem registro do valor citado pelo instituto. “As compras de alfaepoetina localizadas pelo ministério em 2005 se referem a demandas judiciais de um total de 30 frascos na apresentação de 4.000 UI, no valor de R$ 76,33”, afirmou. Quanto menor o número de frascos comprados, maior o preço.

A reportagem também perguntou a Bio-Manguinhos quanto do valor ia para Cuba. “Os preços unitários pagos a Cuba não podem ser divulgados por força de cláusula de confidencialidade do contrato de transferência de tecnologia”, respondeu o instituto.

TECNOLOGIA

Especialistas consultados, um do setor público e outro do privado, disseram ser aceitável pagar mais caro por um medicamento por um determinado prazo quando se tem a perspectiva de passar a produzi-lo por um preço mais baixo mediante transferência de tecnologia.

O Ministério da Saúde considera que esse prazo se esgotou. Segundo a pasta, a transferência acertada com Cuba, no contrato entre Bio-Manguinhos/Fiocruz e o Centro de Inmunologia Molecular cubano, previa três etapas que deviam ter sido encerradas em 2007.

“Ocorre que, passados 11 anos da data prevista para a finalização da última etapa, Bio-Manguinhos realiza até o momento o envase, a embalagem e o controle de qualidade do produto, permanecendo estagnado na 1ª etapa do plano de trabalho”, disse o ministério ao TCU.

A pasta apontou ainda que os preços praticados por Bio-Manguinhos/Fiocruz foram subindo ao longo dos anos, quando deveria ter ocorrido o contrário, à medida que a tecnologia fosse sendo compartilhada. Após a licitação de novembro, Bio-Manguinhos enviou ofício ao ministério oferecendo o frasco por R$ 11,49, um centavo a menos do que o preço obtido no pregão.

Até aquele momento, o instituto cobrava R$ 23,86 pela unidade. Ao TCU o ministério afirmou que “causa estranheza a drástica redução dos preços” e acusou o instituto de “litigância de má-fé”, com objetivo de garantir o monopólio da venda do medicamento ao governo federal.

Sob a relatoria do ministro Augusto Nardes, o TCU deu ganho a Bio-Manguinhos/Fiocruz no ano passado, ao analisar licitação anterior à de novembro que acabou suspensa. Nardes considerou, entre outras coisas, que interromper as compras do instituto causaria um descarte dos medicamentos que já estavam no estoque, e autorizou o ministério a adquirir de empresas privadas só o que Bio-Manguinhos não conseguisse suprir.

O Ministério da Saúde e a farmacêutica Blau recorreram. O TCU julgará um dos processos referentes ao tema nesta quarta-feira (7).

OUTRO LADO

O instituto Bio-Manguinhos/Fiocruz afirmou em nota que não procede a informação de que a transferência de tecnologia não ocorreu, e informou datas diferentes das declaradas pelo Ministério da Saúde para o início da produção no Brasil.

“O contrato [com Cuba] foi assinado em 2005 e previa um acordo de quatro anos, renováveis por mais quatro [até 2013, portanto]. [...] Vale ressaltar que no projeto original da transferência estava prevista a produção de 2 milhões de frascos/ano. Ao longo dos primeiros anos a demanda aumentou significativamente, passando para cerca de 12 milhões de frascos/ano, demandando um redimensionamento dos equipamentos e instalações de produção”, afirmou.

“O prédio [da fábrica] foi inaugurado em fins de 2016 e encontra-se em fase de pré-operação.” Sobre a repentina diminuição no valor do seu medicamento, oferecida ao Ministério da Saúde após a licitação de novembro, o instituto disse que ela foi possível porque foi feito acordo com a pasta para retirar do preço o custo da nova fábrica e obter financiamento em separado para essa operação.

“Adicionalmente, negociações recentes com a empresa cubana permitiram redução no preço pago na aquisição do ingrediente”, informou. Segundo Bio-Manguinhos, o laboratório cubano é referência e fornece também para outros países.

“É preciso considerar que esta parceria não deve ser vista apenas sob a ótica do menor preço no curto prazo. A absorção da tecnologia propiciará domínio tecnológico para aplicação em novas tecnologias, além de garantia de fornecimento permanente aos programas do ministério”, afirmou.

O Ministério da Saúde disse, também em nota, que, apesar de interromper a compra de alfaepoetina de Cuba, ainda investe na conclusão do processo de transferência tecnológica. “Até 2019, serão investidos R$ 50 milhões na fábrica. A intenção é voltar a adquirir a medicação junto à Fiocruz assim que a obra do Centro Henrique Pena [nova fábrica] estiver finalizada, homologada pela Anvisa e apta para a completa produção do fármaco.”

Marcelo Odebrecht entrega à PGR e-mails que indicam 'ciência plena' de Mantega sobre propina

O empresário Marcelo Odebrecht entregou à Procuradoria Geral da República (PGR) e-mails que indicam "ciência plena" do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega sobre o pagamento de propina na compra de um imóvel, pela Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), por R$ 817 milhões.

O G1 procurou a defesa de Mantega nesta sexta-feira (9) e não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Nos e-mails entregues à PGR, Marcelo Odebrecht indica, ainda, o suposto recebimento de dinheiro por Matega, pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e pelo ex-deputado Cândido Vacarezza (PT-SP) no negócio entre a Odebrecht e a Previ.

Além de Marcelo, os ex-executivos Paul Altit e Paulo Melo, da Odebrecht Realizações Imobiliárias, também citaram o caso em delações premiadas.

Segundo os depoimentos, os parlamentares procuraram a empresa para oferecer ajuda na aprovação do negócio pela Previ. Os delatores dizem que chegaram a concordar com a ajuda em troca de "colaborações eleitorais futuras", mas não identificaram resultado. A partir daí, Marcelo Odebrecht teria levado o assunto ao então ministro Guido Mantega. Poucos meses depois, o negócio foi concluído.

Procurada, a Previ negou a participação dos delatados nas discussões da aquisição do imóvel e, também, que tenha havido qualquer irregularidade no negócio.

"Não coadunamos com atos ilegais e repudiamos a eventual utilização do nome da Previ para suposta obtenção de favores e/ou benefícios ilícitos. Caso fique comprovado que o nome da Previ foi utilizado para vantagens indevidas, serão adotadas todas as medidas para reparação de danos", disse a assessoria do fundo.

Ao G1, Zarattini disse desconfiar dos e-mails apresentados. "Todas as doações recebidas em favor de minhas campanhas eleitorais foram legais, não havendo recebimentos não contabilizados. Desconheço e-mails trocados entre executivos da Odebrecht, desconfio da veracidade dos mesmos, entregues sem a preservação da cautela de prova. E não fui copiado ou destinatário das mensagens", afirmou.

O G1 procurou a defesa de Vacarezza nesta sexta (9) e aguardava resposta até a publicação desta reportagem.

Dinheiro em conta

Na delação, Marcelo Odebrecht disse que não recebeu pedido específico de contrapartida pela ação, mas creditou R$ 27 milhões na conta "Pós-Itália", que ele diz ter mantido com Mantega. O dinheiro para os deputados, calculado em R$ 5 milhões, sairia deste total, segundo o delator.

"Eu imagino o seguinte: por mais que tenha um embasamento de técnico, justificativa, por mais que tenha relação com o mercado, se vier uma compra de 900 milhões de reais, o cara que vai assinar, ele vai buscar um conforto em cima. Se eu não tivesse tido essa conversa com Guido, talvez não tivesse esse acesso", afirmou o empreiteiro em depoimento à PGR.

À época, Marcelo Odebrecht entregou uma suposta pauta de reunião com Mantega. No documento, há informações sobre "BMX" – código para o empreendimento – e referências a valores para "Vacareza e Zaratini", além de "GM" – o delator diz que "GM" era uma referência a Guido Mantega.

Até aquele momento, o ex-presidente da Odebrecht não tinha detalhado as reuniões e discussões sobre o tema. Algumas das informações estão nos e-mails entregues à Justiça em 5 de fevereiro e incluídos esta semana no inquérito que investiga o caso no Supremo Tribunal Federal.

O que dizem os e-mails

Em 31 de julho de 2012, o ex-diretor da Odebrecht Realizações Imobiliárias Paulo Melo atualizou Marcelo Odebrecht sobre o andamento da negociação.

"Foi fechada a precificação com o cliente em R$ 890 MM [milhões]. A intermediação será da ordem de 3%, sendo R$ 4MM liquidados até outubro e o restante pós outubro, com saldo em 2013. Já alinhado com o Líder (GM)", escreveu.

Marcelo, então, respondeu: "Já alinhado com o líder (GM)? GM meu amigo? Se eh com GM vou precisar confirmar com ele. Posso dizer que foi 3%?” Melo responde: “Exatamente, GM que esteve pessoalmente com vc. Ele solicitou o valor comentado por PA para destinação a critério dele. Acho que pode comentar os 3% com ele sim. Seria até positivo para consolidar o compromisso."

União cobra de volta R$ 429 milhões investidos pelo BNDES em ações da JBS

A União cobra de volta R$ 429 milhões referentes a investimentos feitos pelo BNDESPar - braço de investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para participações em empreendimentos-- em ações da JBS. A operação ocorreu quando a empresa, hoje controlada pela holding J&F, iniciou sua expansão internacional com aquisições de companhias produtoras de carnes nos Estados Unidos, em 2007 e 2008. Ainda cabe recurso.

Os papéis não valiam o que foi pago pelo banco estatal, apontam as investigações e auditorias que começaram com a Operação Bullish, da Polícia Federal. A cobrança diz respeito apenas à diferença entre o valor real das ações na ocasião das operações de compra e o que foi efetivamente pago pelo BNDES -- a diferença de preço chega a 49,1%, dependendo da operação e do referencial.

Com informações produzidas nos inquéritos da PF e do MPF (Ministério Público Federal), mais as informações da colaboração premiada de Joesley Batista e outros executivos da J&F, o TCU (Tribunal de Contas da União) iniciou diversas Tomadas de Contas Especiais --processos de investigação mais aprofundados que são instaurados quando há indícios de irregularidades-- referentes aos negócios do BNDES com as empresas dos irmãos Batista.

Além de constatar que os negócios eram ruins do ponto de vista da União, as investigações encontraram uma espécie de "superfaturamento" no preço pago pelas ações em pelo menos duas operações de aporte de capital do BNDESPar na JBS.

Compra de frigoríficos nos EUA 

Em 2008, o BNDESPar investiu R$ 2,6 bilhões, em valores atualizados até 2017, para adquirir ações da JBS. O aporte capitalizaria o grupo então presidido por Joesley Batista para comprar as empresas norte-americanas National Beef e um pedaço da Smithfield Beef Group.

O BNDES pagou R$ 7,07 por ação, utilizando no cálculo do preço a média do valor negociado em Bolsa nos 120 pregões anteriores à data do negócio. O critério --que diferiu do padrão BNDES para esses casos, que era compor o preço com a média de 30, 60 ou 90 pregões-- teria prejudicado o banco. O valor das ações da JBS estava em queda e, quanto maior o prazo, maior seria o preço final de cada ação. De acordo com as investigações, o preço justo na época era de R$ 5,90 por ação. 

A diferença entre o que foi pago e o preço considerado justo foi de 20%. Se considerado o valor da ação da JBS no dia da efetivação da compra, que era de R$ 4,74 em 15 de fevereiro de 2008, a diferença de preço chega a 49,1%. Em valores atualizados, o total que o BNDESPar pagou a mais pelas ações é de R$ 303.966.028,20.

A compra da National Beef não se concretizou, pois autoridades americanas antitruste levantaram barreiras ao negócio. Com isso, a JBS teve outro favorecimento: ficar com recursos do banco em caixa, a custo zero. "Não é objetivo social do BNDES prover caixa gratuito para empresas privadas", diz trecho do relatório da Tomada de Contas Especial sobre o caso. A auditoria ainda aponta "desvio de finalidade", já que o recurso foi usado depois na compra de "empresa estranha" à operação --a australiana Tasman. O TCU sustenta que o BNDES não comprovou os benefícios da operação.

Campeões nacionais

O apoio público às empresas eleitas "campeãs nacionais" começou no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que durou de 2003 a 2010 

O outro negócio em que a União cobra de volta a diferença no preço real e o que foi pago pelas ações aconteceu em 2007, na compra da gigante norte-americana Swift pelos irmãos Batista. O BNDESPar comprou R$ 1,14 bilhão em ações da JBS segundo valores da época.

De acordo com a auditoria do tribunal de contas, o BNDESPar pagou R$ 0,50 a mais por ação do que era devido, o que resultou em um prejuízo de R$ 69 milhões apenas desta diferença. Corrigido, o valor chega a R$ 125.979.897,90.

Fora isso, indicam os órgãos de controle, nos dois casos a análise da operação para aquisição das empresas foi aprovada em tempo "exíguo", com base em pareceres "precários", que levavam em conta principalmente informações da JBS e não pesavam adequadamente riscos e vantagens.

O apoio aos negócios da JBS nos Estados Unidos fazia parte da política de "campeões nacionais" dos governos do PT. O BNDES, por meio do BNDESPar, possui hoje 21,32% do total de ações do grupo, o equivalente a R$ 5,47 bilhões. No dia 7 de março, as ações valiam R$ 9,41 cada uma.

Entre 2005 e 2014, mais de R$ 8 bilhões foram investidos no conglomerado pelo BNDESPar. Considerando os empréstimos a juros subsidiados concedidos pelo BNDES à J&F, o montante chega a pelo menos R$ 12 bilhões.

Os valores foram atualizados no primeiro semestre de 2017, então na realidade o montante cobrado hoje deve ser maior. Há cinco partes cobradas pela União por esta dívida: Joesley Batista, a JBS, o ex-presidente do banco Luciano Coutinho, o ex-presidente do banco e ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e funcionários que participaram das transações. Ainda cabe recurso (veja mais abaixo).

Há dezenas de funcionários do BNDES envolvidos nas transações que estão sendo ouvidos pelo TCU e pela CGU (Controladoria-Geral da União) para apurar a extensão da responsabilidade de cada um, caso a caso. Eles podem ser incluídos no passivo da cobrança e, ainda, serem expulsos do serviço público caso sejam considerados culpados pelos prejuízos ao final do processo administrativo.

Os ministros do TCU decidiram pelas cobranças dos valores de volta ao erário em dois acórdãos (decisões) proferidos no final do ano passado. Ambos os casos se encontram na fase de contraditório e ampla defesa --ou seja, paralelamente à cobrança, os responsabilizados nos processos podem recorrer contra a decisão. Não há prazo para a devolução do dinheiro ou conclusão dos processos administrativos. 

Posteriormente, caso a cobrança seja confirmada e o dinheiro não seja devolvido, os casos podem virar novos processos criminais e civis na Justiça contra os envolvidos.

Outras duas investigações

Fora as duas operações alvo das cobranças, o TCU conduz atualmente mais duas investigações referentes a outros dois grandes negócios envolvendo capital do BNDESPar e aquisições da JBS.

Em 2008, o BNDESPar aportou R$ 250 milhões, ou R$ 418 milhões em valores corrigidos até 2017, no frigorífico Independência. Em 2009, a empresa decretou falência e, em 2013, teve os ativos adquiridos pela JBS. Em 2009, a JBS anunciou a fusão com o frigorífico Bertin e a compra da Pilgrim, dos EUA.

O BNDESPar entrou com R$ 3,5 bilhões nos negócios e, no ano passado, a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional), órgão ligado à Receita Federal, pediu a dissolução do negócio sob suspeita de fraudes. Ainda não há conclusão do tribunal de contas sobre esses dois casos e as auditorias continuam.

As investigações concluíram até agora, com base também na delação da JBS, que Joesley, Mantega e o advogado Victor Garcia Sandri se associaram de forma criminosa para conceder vantagens à empresa. Em sua delação, Joesley afirmou ter pago propinas a Mantega, por meio de Sandri, para conseguir aportes bilionários do BNDES, mas nega que as transações tenham gerado perdas à instituição.

BNDES discorda de que tenha havido prejuízo

Em nota enviada à reportagem, o BNDES afirma que a decisão do TCU não é final e pode ser revertida ou reformada após as considerações das defesas, inclusive com a apresentação de recursos posteriores.

"O BNDES entende, e vem manifestando formalmente aos seus órgãos de controle e fiscalização, que as operações em questão seguiram as regras vigentes à época e as boas práticas de operações de mercado de capitais e que não houve nenhuma irregularidade, conforme explicações técnicas já enviadas ao TCU, bem como declarado publicamente pelo presidente e diretores do BNDES", diz a nota enviada ao UOL.

O banco diz que não houve compra de ações acima do valor justo, portanto não houve ágio econômico. Nos cálculos, o BNDES afirma ter considerado o valor potencial que as ações atingiriam depois dos negócios.

"Desde o início do investimento, a BNDESPar recebeu cerca de R$ 1 bilhão decorrente de dividendos e outras remunerações. Além disso, foram vendidas ações no valor de R$ 4 bilhões. Dessa forma, houve ingresso de R$ 5 bilhões e a manutenção de 21,3% do capital da companhia em ações na carteira da BNDESPar", afirma o banco.

Procurada pela reportagem, por meio de sua assessoria de imprensa por email e depois por telefone, a JBS não se manifestou. Apenas após a publicação da reportagem, a assessoria enviou a seguinte nota:

"A JBS esclarece que todos os aportes feitos pelo BNDES na companhia seguiram estritamente a legislação e foram amplamente divulgados, conforme regras da CVM, e de acordo com as práticas de mercado. O relacionamento com o banco de investimentos se deu primordialmente por aportes da BNDESPar, seu braço de participações, sócio relevante da Companhia, e que hoje possui 21,3% das ações, e conta com dois membros no Conselho de Administração da empresa."


As defesas de Guido Mantega, Victor Garcia Sandri e Luciano Coutinho não foram localizadas pela reportagem para comentar o caso pelo telefone.

fonte: UOL/Notícias

Ex-prefeito que assumiu sem patrimônio, hoje tem quase R$ 1 bilhão bloqueado pela Justiça


São casos absurdos como esse que dão a exata dimensão da imensidão da corrupção que assola o país.

Nelson Trad Filho é um médico formado no Rio de Janeiro, filho de família tradicional de Mato Grosso do Sul. 

O pai, Nelson Trad, foi vice-prefeito de Campo Grande, deputado estadual e deputado federal por diversos mandatos, mas nunca foi um homem abastado, praticamente não deixou herança para sua numerosa prole de seis filhos.

Na realidade, o velho Nelson Trad nunca foi aficionado por dinheiro, vivia bem, mas ao longo de sua vida, em diversos momentos, teve dificuldades financeiras, não obstante o enorme prestígio angariado junto a sociedade de Mato Grosso do Sul, como advogado e político.

Diferentemente, o filho, Nelsinho Trad, tudo indica entrou para a política com o firme propósito de ganhar dinheiro e se enriquecer, custe o que custar, doa a quem doer.

Em sua primeira candidatura, em 1992, Nelsinho praticamente não tinha bens, com exceção do imóvel onde até hoje funciona a sua clínica de Urologia, doada em vida pelo pai, patrimônio que o velho Nelson adquiriu da falecida Mirtô Costa, na época por uma verdadeira ‘pechincha’, um grande negócio, que englobava outros imóveis vizinhos. Foi a herança que deixou para o primogênito.

Hoje, após uma estadia de dois mandatos na prefeitura de Campo Grande, Nelsinho está com R$ 809 milhões bloqueados pela Justiça, por supostos desvios em operações de tapa-buracos na cidade. De onde saiu essa fortuna?

Não é a toa que a cidade hoje está toda esburacada.

O pior é que na ânsia de conseguir o nefasto ‘foro privilegiado’, o ex-prefeito luta insanamente para conseguir se alojar num mandato de senador. 

É a lama!

texto: Lívia Martins
no Jornal da Cidade Online

O sumiço de Marina Silva e a ocupação da ‘terceira via’

A Folha pergunta em editorial “por onde anda Marina Silva”, que atingiu 13% na última pesquisa do Datafolha.

“Dada a dispersão de nomes ao centro na atual disputa e o desgaste de políticos tradicionais envolvidos em escândalos, a imagem de Marina Silva teria boas condições de obter destaque no momento.”

O jornal lembra, porém, que ela corre o risco de ficar de fora de debates na TV e sua aposta nas redes sociais tem conhecido resultados frustrantes.

Mais:

“Os apoios a Aécio Neves (PSDB), no segundo turno de 2014, e ao impeachment de Dilma Rousseff possivelmente terão alienado eventuais eleitores à esquerda, sem atrair os mais antipetistas.”

Com a ressalva de que é cedo para previsões, a Folha conclui que “o lugar correspondente à ‘terceira via’ continua desocupado”, e Marina “até aqui não se mostrou capaz de preenchê-lo”.


Gleisi é quem defende o retrocesso

Em vídeo publicado neste domingo no Facebook, Gleisi Hoffmann diz que a prisão de Lula será um dos maiores retrocessos à sociedade e à democracia no Brasil, conclama militantes a fazerem campanha contra e afirma que o PT “vai com Lula até as últimas consequências”.

“Querem prender o Lula por uma condenação de um tribunal de 2ª instância. A Constituição brasileira é clara. Ninguém pode ser preso senão por trânsito em julgado de sentença condenatória. E trânsito em julgado é quando o último tribunal dá o seu veredicto sobre o processo. E o último tribunal é o Supremo Tribunal Federal.”

Aquele que já autorizou em 2016 a execução da pena após condenação em segunda instância, Gleisi?

“É um absurdo quererem prender o maior líder popular que esse país já teve. Nós não podemos assistir [a] isso como se fosse normal em nosso país. Não é normal.”

Não é normal, de fato, que se prenda no Brasil um político de influência que cometeu crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Normal é que ele seja blindado.

Prender Lula, portanto, será um sinal evidente de evolução do país.

Gleisi é quem defende o retrocesso. E ela também está às portas de uma condenação.

A catástrofe nos Correios e a greve desta segunda-feira (12)


A situação dos Correios já estava insustentável em todo Brasil.

A partir desta segunda-feira (12) tende a alcançar o colapso em todo território nacional. 

É resultado direto e imediato da gestão criminosa realizada por PT, MDB e PTB na estatal.

Registre-se: pelo mesmo caminho de destruição irão estatais que foram roubadas de forma semelhante e pela mesma quadrilha, como a Caixa Econômica Federal e o Instituto de Resseguros do Brasil.

texto: Helder Caldeira
no Jornal da Cidade Online

Álvaro Dias se diz vítima de “armação descabida”

O Estadão questionou Álvaro Dias sobre a notícia da Veja de que a Polícia Federal obteve cópia de e-mail de Samir Assad para a Odebrecht no qual o empresário teria afirmado que o senador pediu R$ 5 milhões para enterrar a CPI que apurava as atividades do empresário Carlinhos Cachoeira, em 2012.

O presidenciável do Podemos respondeu:

“É uma armação descabida porque, para quem acompanhou o meu desempenho nessa CPI, isso soa como uma vingança. Porque na verdade fui eu que criei os problemas todos, encaminhei para a PF, inclusive, um relatório bastante robusto mostrando os caminhos das pedras, de onde saiu o dinheiro, para onde ia, as empresas laranjas, que eram criadas inclusive por esse cidadão, que não me lembro de ter visto. Teve uma matéria da Veja anterior à CPI em que interpelei judicialmente o (empresário Fernando) Cavendish (ex-dono da Delta Construções) porque ele disse de forma totalmente irresponsável que ele comprava senadores e eu pedi que ele dissesse quem eram os senadores.”

O site O Antagonista reproduziu a mensagem original de Samir Assad, sem ilações:

“Luis,

A Andrade já aceitou contribuir com 30 mm para ‘cortar’ o assunto.

O problema é que não é suficiente… porque o Alicate (Álvaro Dias) ficou por nossa conta.

Além de vocês, a UTC também está ajudando, porém para ele parar de bater no meu irmão nesse assunto ele pediu mais 5 mm.

Segue a planilha (Alicate) anexa. Veja como completar esta contribuição por favor.

Abs,

Samir Assad”