domingo, 24 de dezembro de 2017

MISSA DO GALO

Dia destes ouvi muito ao longe, ecoando num sonho assombrado por reminiscências da infância, o cantar de um galo. Contraste com o urbano de asfalto e prédios, de trânsito e violência, aquela sonoridade foi acalanto que momentaneamente amorteceu os impactos da vida sofridos entre uma esperança e outra.
Percebi, então, com a nitidez que só os olhos do espírito possuem, que o canto do galo é evocação de algum momento do passado. Vem envolto em brumas do amanhecer para anunciar o dia, onde nunca sabemos o que sucederá. Tem uma intimidade esse som com quintais cheios de ciscares, de romãs pendendo de galhos para oferecer sua beleza rubra e apetitosa, de jabuticabeiras que serpenteiam em troncos retorcidos os negrores adocicados de suas uvas tropicais!
De novo cantou o galo em lonjuras que minhas sensações alcançaram. No sol que se elevava do horizonte aquela melodia combinou com uma expectativa alegre, um desabrochar de esperança desenhada nos labirintos do existir. Reconforto. Aconchego. Rede balançando. Risos perdidos no tempo das travessuras. Renascimento. Era isso que vinha marulhando pelo vento da aurora. Uma ternura estridente se expandia naquele ondear sonoro. Um chamamento para o mundo acordar. O galo, pensei, é o arauto da existência.
Nesta véspera de Natal, onde o verdadeiro conteúdo da comemoração se esvai, veio-me também, numa associação de ideias a Missa do Galo. Qual bispo teria batizado desse modo a missa, que no passado era celebrada à meia-noite com a solenidade de um ritual falado em latim? Naquele tempo que nem tão longe está, as mulheres cobriam a cabeça com véus rendados, o que as tornava bonitas e vaporosas para combinar com os mistérios do ritual. As casadas usavam mantilhas pretas, e as solteiras, brancas. Era um sinal de respeito ao local sagrado. Em algumas catedrais a música que vinha do órgão com toda a pompa do instrumento, intercalava-se com a angelical melodia dos corais que subia aos céus em espirais para louvar a Deus.
Depois da Missa do Galo, a ceia, a sobremesa da esplendorosa torta de frutas, o abrir dos presentes, a confraternização familiar. No presépio, o nascimento do Menino Jesus finalmente colocado na manjedoura entre Maria e José, em meio aos pastores e aos bichinhos de massa que olhavam espantados a estrela de papel dourado equilibrada por sobre a gruta.
Não se fazem mais Missas do Galo como as da minha meninice. Parece que agora sequer se chamam assim. Também não sei se são celebradas à meia-noite, porque há pressa para a ceia ou para a ida a algum baile. É cada vez mais difícil distinguir Natal de Réveillon, o que indica que o aniversariante anda esquecido. Portanto, prevalece uma festa profana sobre o ritual natalino, modificando-se a tradição para nela incorporar elementos de show. Desse modo, a liturgia alterada não favorece a introspecção que coloca o homem diante da divindade para com ela conversar.
Pois, bem, nesse Natal há algo estranho, como se perdida estivesse não só certo tipo de celebração como comportamentos e valores havidos nos confins de minha vida. Nem sequer sinto no ar aquele clima inconfundível, que envolvia as pessoas através de elos de solidariedade para tornar as atitudes mais amenas. Para falar a verdade, até Papai Noel está ficando cansativo. Há um em cada esquina, em cada loja, tentando vender.
Estes pensamentos são muito meus, e podem não ser compartilhados com quem lê neste instante estas linhas. Talvez, possam ter uma explicação. Errada sou eu que não sei mais brincar, pois é sabido que Natal é, definitivamente, uma festa de crianças. Não consigo ouvir os sinos que sempre me encantaram. Não capto a magia da Noite Feliz. Não estou vendo os milhares de pequenas lâmpadas chinesas que enfeitam prédios e casas. Não escuto as músicas natalinas. Só de memória consigo cantarolar: “Papai Noel, vê se você tem a felicidade para me dar”. Em vão busco, à meia-noite, a Missa do Galo que não existe mais.
Depois de muito esforço, de vagar por entre recordações e nostalgias, concluo que há um lugar seguro onde posso sempre encontrar o Natal. Basta seguir a estrela e olhar para a manjedoura. Ele está lá. Para que mais?
Então, pensei: não posso trair o Natal. Tenho sempre que reinventá-lo com as possibilidades da fé e com a beleza da esperança, porque o Natal está dentro da gente e não fora.

texto: Maria Lucia Victor Barbosa, escritora

O PLANO DOS REFÉNS DE LULA

PT vê campanha sem Lula, intervém nos diretórios, planeja questionar legalidade da disputa, contestar a legitimidade do eleito e confrontar a ‘alternativa fascista’ nas ruas.
O Partido dos Trabalhadores definiu sua estratégia para a campanha presidencial de 2018: “Eleição sem Lula é fraude”. Com essas cinco palavras o PT traduz sua expectativa sobre a virtual interdição do ex-presidente, numa eventual condenação em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. O julgamento da apelação de Lula contra a sentença do juiz Sergio Moro está marcado para 24 de janeiro, em Porto Alegre.
No último fim de semana, em São Paulo, dirigentes do PT traçaram um projeto para 2018 baseado na ratificação da condenação.
A premissa do plano é a construção da imagem de Lula na campanha como vítima de um sistema judicial manipulado pela “elite” para “impedir o povo de elegê-lo mais uma vez”, descrevem documentos internos.
Refém de Lula, o partido resolveu:
a) questionar a legalidade da disputa sem a eventual participação do ex-presidente;
b) contestar a legitimidade do presidente escolhido numa eleição sem o candidato petista;
c) estimular o “voto de protesto” em candidato indicado por Lula, seu principal cabo eleitoral.

Na terça (19), o PT anunciou uma virtual intervenção nos 26 diretórios estaduais e do Distrito Federal. 
O comunicado foi cristalino: “Fica desde já estabelecido que toda e qualquer definição de candidaturas e política de aliança nos estados terá que ser submetida antecipadamente à Comissão Executiva Nacional.”
Apostando num cenário eleitoral convulsionado, o alto-comando petista julga conveniente se preparar para a “crescente agressividade”, como define. Sob estímulo do ex-capitão de Lula, José Dirceu, recolhido em Brasília depois de condenado à prisão no mensalão e na Lava-Jato, abriu-se espaço até para formulações sobre confronto à “alternativa fascista” nas ruas.
Antes da reunião em São Paulo, Dirceu evocou o estilo retórico do movimento estudantil dos anos 60: “A hora é de ação não de palavras, transformar a fúria e revolta, a indignação e mesmo o ódio em energia, para a luta e o combate.” O PT vai realizar um “dia de revolta” em Porto Alegre.
Para a campanha, a radicalização teria como protagonistas grupos de “reação”, discretamente organizados. A iniciativa avança sob uma justificativa partidária oficial: a de que a eleição, sem Lula, “poderá resultar em rebeldia popular” e “desobediência civil”.
O plano dos generais petistas guarda alguma coerência com a necessidade de manter alinhados os grupos que fracionam o PT, o PCdoB e o PSOL, e os pragmáticos PDT e PSB.
Sob esse arco-íris encontra-se parte substantiva dos 34% do eleitorado que indica intenção de votar em Lula — principalmente, como reação aos que se mantêm no outro extremo, com Jair Bolsonaro, com 19% da preferência, segundo o Datafolha. As mesmas pesquisas indicam média de 40% de rejeição a Lula há 12 meses seguidos.
Entre o ex-metalúrgico e o ex-paraquedista prevalece a maioria de 47% de eleitores insatisfeita e em busca de alternativa. Sua fragmentação pode levar a uma situação semelhante à do Rio, como tem repetido o ex-ministro Nelson Jobim aos clientes do banco BTG Pactual. 
Em 2016, Marcelo Crivella, ex-senador do PRB e ex-bispo da Igreja Universal, venceu Marcelo Freixo, do PSOL, apoiado por uma frente autodenominada de esquerda.
por José Casado, O Globo. 

William Waack e a ideologia irracional de um país de analfabetos


Contra fatos, não há argumentos: estamos num país composto por maioria esmagadora de analfabetos/analfabetos funcionais. Esta é a premissa maior do nosso silogismo. Antes de qualquer exercício de comunicação temos que manter em nosso horizonte este incômodo fato…mais da metade dos brasileiros adultos tem apenas ensino fundamental…e ensino fundamental brasileiro, destaque-se! Todos sabemos o que, na prática, isso significa. Na média, um compatriota mal sabe pressionar a válvula da descarga sanitária…e isso porque precisa.

Bem, paradoxalmente, não será necessário gastar muito fosfato para explicar o quanto isso faz de nós presas fáceis a um grupo de espertalhões. A coisa toda se espalha para âmbitos os mais diversos: religião, política, cultura, educação. 

É fácil conduzir a todos para currais preparados para um gado assim domesticado. Dois ou três estímulos visuais, uma leve estocada ideológica, comportamento de bando e…pronto, estão todos nos cochos da vida social, alimentando-se do que lhes é ofertado sem grandes cerimônias.

Meu ponto aqui, no entanto, é mais específico. Quero falar rapidamente de um efeito das técnicas gramscianas (procura aí no Google “Gramsci”, você vai entender) aplicadas em larga escala nesta Zumbilândia chamada brasil (com b minúsculo, porque de um aspecto menor do país se trata): a saída de William Waack, um dos mais importantes jornalistas do país, da Globo.

O senhor Waack foi pego, numa gravação realizada enquanto estava fora do ar, proferindo frase racista, infeliz e vexatória. Algo injustificável, cujo simples existir deve ser motivo de séria reflexão para todos nós. Uma vez vazada a imagem – por uma figura deplorável que a esta altura já ocupa novamente o seu lugar de origem: o mais profundo esquecimento (o sujeito teve a cara de voltar ao estúdio para fazer uma foto junto à bancada para ironizar toda a situação) – o jornalista se desculpou: reconheceu o seu erro diante daqueles que, em suas palavras, “se sentiram ultrajados” pelo ocorrido. Digno e moral, como deve ser.



Imediatamente (e muito justamente) suspenso da programação, William Waack passou a sofrer um ataque histérico dos justiceiros de plantão, gente que não erra, seres humanos colocados na terra plana para nos ensinarem a todos que “não passarão”: “golpistas”, “brancos”, “héteros”, “fascistas” (quando não sabem do que acusar, sempre recorrem a “fascistas”!), “racistas” etc: tudo com aquela linguagem batida e cansativa que só um aparelhamento ideológico de décadas conseguiria promover.

“Sejamos homens…não queiramos ser deuses”, ensina um dos Sete Sábios da Antiga Grécia. Homens erram. E a perseguição messiânico-ideológica só é “divertida” enquanto dirigida ao outro. Quando o plano se inverte – e este é um movimento dialógico dificilmente evitável –, isto é, quando passamos nós a sermos o alvo, a coisa toda deixa de ser interessante e festiva.

William Waack errou…ponto! Que a ele fosse aplicada a dosimetria da pena, recurso fartamente conhecido no mundo contemporâneo das sanções (estão lembrados daquela? A diferença entre o remédio e o veneno não é a substância, mas a dose…). No cálculo devem ser levados em conta motivos atenuantes, por óbvio: sem antecedentes, serviços prestados à comunidade, brilhantismo ímpar na condução do seu trabalho cotidiano. Pena? Sei lá… suspensão por tempo determinado, punição pecuniária e pedido público de desculpas no primeiro minuto de jornal. Efeito pedagógico, corretivo e emblemático ao mesmo tempo. Mais do que isso, é caçada, não exigência de justiça. Ou vamos proscrever da face do planeta todos os que cometem erros desta natureza? Se a saída é essa, vamos além, para que pensarmos em campanhas educacionais, em esclarecimento, para que apostarmos no aperfeiçoamento e na mudança de quem hoje faz leitura torta da realidade? Com a devida vênia, devo dizer: sou professor. No dia em que não acreditar mais na possibilidade de melhorar alguém com o que faço, saio no outro dia da sala de aula. Ademais, vale aqui a máxima bíblica (e olha que sou um agnóstico de carteirinha): “quem nunca errou…”.

O caminho é longo…passa, primeiro, por alfabetizar, por ensinar que a realidade é algo muito mais complexa do que o “sim” e o “não” querem fazer entender. As mídias sociais, em especial, deram voz aos idiotas da aldeia (como bem disse Umberto Eco). E os idiotas estão decidindo, por pressão quantitativa, o futuro deste país. Perigoso…

Punição? Sim. Justiça? Sempre. Vingança? Cuidado…o próximo da fila pode ser você.


texto:  Dennys Garcia Xavier
publicado originalmente no Jornal Hora Extra

É PRECISO SUPERAR A FASE LULISTA

Se tivesse um mínimo de pudor, Lula da Silva já teria há muito tempo se retirado da vida pública. Sendo, indubitavelmente, o maior responsável pela violenta crise moral, política e econômica que atinge o País desde a chegada do PT ao poder, em 2003, o chefão petista deveria ter ele próprio abreviado o sofrimento ao qual vem submetendo os brasileiros todo esse tempo, renunciando à pretensão de se tornar novamente presidente da República. Seria um alívio para o País, pois restituiria racionalidade ao debate das grandes questões nacionais, hoje submetidas à incessante mistificação lulopetista.
Mas Lula jamais trairia sua natureza nem revelaria agora uma grandeza que nunca teve, razão pela qual ele está, como sempre, em plena campanha à Presidência. E o mais espantoso é que, mesmo tendo feito tudo o que fez, ele aparece como favorito nas pesquisas eleitorais. Ou seja, uma parte considerável do eleitorado parece não se importar com o fato de Lula e seu partido terem protagonizado o mensalão, o petrolão e a destruição da economia do País; ao contrário, aceita como verdadeiro o discurso mendaz do demiurgo petista segundo o qual o Brasil era uma maravilha no tempo em que o PT estava no poder.
Por conta disso, muitos apostam que o anunciado julgamento do petista pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, no dia 24 de janeiro, em Porto Alegre, será o grande evento capaz de livrar a sociedade brasileira do pesadelo lulopetista. 
E esse clima de confronto interessa muito aos petistas. 
O ex-ministro José Dirceu, condenado a mais de 30 anos de prisão por corrupção e que aguarda julgamento de recurso em liberdade vigiada, convocou a tigrada: “A hora é de ação, não de palavras. De transformar a fúria, a revolta, a indignação e mesmo o ódio em energia, para a luta e o combate. Todos a Porto Alegre no dia 24, o dia da revolta”.
É inacreditável que o País dependa da decisão de três juízes, sobre um caso de corrupção envolvendo um apartamento no Guarujá, para que Lula, enfim, seja alijado de uma eleição da qual ele não tem condições morais de participar. 
Essa situação expõe claramente o quanto ainda falta para que se possa dizer que o País amadureceu de fato. 
Em nações com democracias sólidas e educação cívica razoável, Lula e seus associados já estariam no ostracismo, não necessariamente como desdobramento de alguma ação judicial, e sim como consequência da repulsa do eleitorado.
Afinal, foi sob sua influência direta que se construiu uma ampla rede de corrupção no Congresso, à base de pagamentos mensais a deputados, para favorecer seu governo; foi durante sua Presidência que a principal empresa estatal do País, a Petrobrás, começou a ser destroçada pelo PT e outros partidos integrantes da quadrilha; foi em seu governo que o Brasil, ignorando os interesses nacionais, fechou-se a acordos comerciais com as maiores potências do planeta, preferindo fazer negócios com países periféricos e populistas, alinhados ideologicamente ao PT; e foi de Lula a ideia de colocar na cadeira presidencial a neófita brizolista Dilma Rousseff, cujo nome provoca calafrios em todos os milhões de brasileiros que sofreram as consequências de suas desastrosas decisões econômicas.
Por esse conjunto da obra, portanto, nenhum eleitor deveria sequer cogitar a hipótese de votar novamente em Lula. Mas ele não só tem muitos eleitores, como lidera as pesquisas e, o que é pior, conduz os debates para onde quer. No momento, por exemplo, Lula está em intensa campanha para desmoralizar as reformas defendidas pelo governo de Michel Temer, ajudando a mobilizar uma parte significativa da opinião pública contra essas urgentes medidas. Lula sabe que as reformas são fundamentais, mas responsabilidade, afinal, nunca foi seu forte.
Infelizmente, como se vê, o Brasil ainda não conseguiu superar Lula. E talvez não tenha conseguido porque o petista representa o País do assistencialismo populista, das regalias às corporações e do capitalismo sem risco. Ou seja, um País em que uma parte considerável de seu povo e de sua elite sonha em prosperar sem fazer força.

fonte: Estadão Editorial

É HORA DE DRENAR O PÂNTANO

Os números da economia americana no último ano são  impressionantes. 
A taxa de desemprego é a mais baixa em 17 anos e as bolsas batem recordes quase toda semana. Uma importante reforma tributária foi finalizada esta semana e o crescimento dos já positivos índices econômicos pode ser ainda maior. Mas desde que Donald Trump foi eleito presidente dos EUA em 2016, o que mais se lê na imprensa é uma palavra só: Rússia.
Os Democratas juram por todos os santos que houve interferência da turma de Putin na eleição americana. Como e quando houve essa interferência são detalhes que ainda não foram descobertos, mesmo depois de um ano de investigações e de mais de 7 milhões de dólares gastos. Mas ainda há esperança para o partido de Hillary que, diante de um possível impeachment do bufão laranja, a esposa de Bill Clinton assuma a presidência.
Hillary Clinton, a esposa que acobertou vários casos de assédio sexual do marido ao longo dos anos, e a política queridinha das atrizes de Hollywood engajadas contra predadores sexuais, perdeu uma eleição histórica em 2016. Numa disputa que parecia ganha – algumas pesquisas davam 92% de chances de vitória para a democrata – Hillary teve uma derrota humilhante diante de um adversário polêmico, nada carismático e falastrão.
Mas o 7×1 do partido Democrata em 2016 (perderam a presidência, o Senado e a Câmara na pior derrota em 80 anos) não surpreendeu apenas o eleitorado da mulher de Bill. Mais de um ano depois do fatídico vexame eleitoral do partido de Barack Obama, impressionantes fatos começam a aparecer sobre o envolvimento do FBI com Hillary Clinton. Não veremos muitos detalhes dessa história na imprensa fã de Obama (no we can’t), mas você pode dar um Google em FBI/Robert Muller/Peter Strzok para entender a dobradinha FBI/Clinton. Enjoy! Para matar sua curiosidade, aqui o aperitivo: o FBI antes das eleições presidenciais de 2016 trabalhou para que Hillary vencesse a todo custo, blindando a ex-Secretária de Estado dos EUA das pesadas investigações sobre o famoso caso dos emails, além de alimentar a fogueira Rússia/Trump. Há companheiros ianques também, companheiros.
Pode ser que nós brasileiros estejamos acostumados com esses conluios e camaradagens, mas por aqui todos os dias vejo mais e mais americanos perplexos com a vergonhosa atuação do FBI, a mitológica polícia federal americana, na gestão do inacreditável James Comey. Está cada vez mais claro que havia uma orientação política para atenuar os crimes de Hillary Clinton enquanto se fazia investigações de araque para desgastar politicamente Donald Trump. Pense o que quiser de ambos, esta não é a função de uma instituição basilar da América como o FBI.
Um dos meus melhores amigos, um americano tão obamista que poderia até ser jornalista, está revoltadíssimo: “Detesto Trump, mas nada justifica o que foi feito com o FBI. É inaceitável um partido, qualquer um, estar acima de uma instituição que o país confiava de olhos fechados”. Assim como os milionários mimados da NFL ofenderam profundamente o povo americano com seu desrespeito explícito aos símbolos nacionais, o aparelhamento desta instituição para fins político-eleitorais tão explícitos é igualmente inaceitável para eles. Numa pesquisa recente de Harvard, 54% dos americanos disseram que há conflito de interesses no caso e que o FBI deve ser investigado. É hora de vigiar o vigilante.
Nós sabemos bem como a máquina pública pode ser usada para fins políticos bem particulares. Acabo de ler que o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu investigação contra Bernardinho, meu ex-técnico, economista, homem sério e um patrimônio nacional. Se a acusação não causar revolta e incredulidade em você, leia novamente: campanha eleitoral antecipada por entrevistas e postagens em redes sociais que exaltam suas realizações e o que pensa sobre política e economia.
A coisa é tão surreal que esta é a primeira representação do tipo relacionada às eleições de 2018 pela PRE/RJ. A primeira! Parece que no balneário do PSOL a patrulha companheira marca homem a homem e está pronta para um ponto de bloqueio. Só de comentar o caso, vão dizer que esta coluna faz campanha antecipada também. Melhor fazer comício com a turma da MPB pra ficar livre da marcação.
Onde estavam os impolutos procuradores quando Lula, nosso flautista de Hamelin, tocava sua marcha fúnebre na UERJ no último dia 8? É segredo para alguém que ele está percorrendo o Brasil em campanha? Verdade seja dita, os dois líderes das pesquisas eleitorais no momento, Lula e Bolsonaro, são exatamente os dois que estão fazendo comícios quase diariamente pelo Brasil. Coincidência? Mas crime eleitoral é o post do Facebook do Bernardinho. Seria cômico se não fosse trágico um sinal destes tempos sombrios em que instituições são usadas escancaradamente para fins nada republicanos.
Enquanto pipocam manchetes pelos veículos de comunicação (mas podem chamar de caravana do Lula pelo Brasil) com apenas aspas do líder do partido que afundou o país em 13 anos, os textos esquecem de mencionar que o candidato que roda o Brasil já em campanha (TSE não curtiu essa frase) é réu em seis ações na justiça e já foi condenado em uma por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Um mal entendido, claro. 
Lula e seus advogados alegam que não há provas contra o ex-presidente e reclamam da rapidez da justiça, que marcou para 24 de janeiro de 2018 o julgamento em segunda instância no TRF-4. 
Lula é inocente mas não tem pressa em provar isso. Não se pode nem enrolar a justiça em paz mais neste país.
Como não queremos perturbar a caravana da alma mais honesta, será que podemos voltar a falar então das bombásticas declarações de Palocci, braço direito de Lula durante 30 anos, Mônica Moura, João Santana e de como fomos assaltados via empreiteiras para alimentar um projeto de poder? Sem querer incomodar, podemos mostrar José Dirceu livre, leve, solto e sambando em festas (e na nossa cara)? Já podemos voltar a falar da atuação de Rodrigo Janot, o ex-chefão da PGR (e rapaz dos olhos do PT criado com o meu e o seu dinheiro via BNDES)? Podemos voltar a mencionar o engavetamento da investigação sobre Pasadena ano passado até o finado acordo de delação premiada (ênfase no “premiada”) com Joesley Batista? Marcelo Miller, lembram? Quem está investigando o investigador?
Se o FBI teve seus dias de república das bananas ao tentar interferir nas eleições para beneficiar a poderosa máquina dos Clinton, ao menos há uma reação popular às revelações, apimentadas agora com a descoberta de que Robert Mueller, escolhido para investigar Trump de forma “independente”, montou uma equipe politicamente tão anti-Trump que até democratas começam a reconhecer sua inadequação ao cargo. Mais uma vez, o aparelhamento do Estado tenta interferir no país com uma agenda político-partidária inaceitável.
Uma das frases mais repetidas na campanha presidencial do ano passado aqui na América foi “drenar o pântano”, uma referência direta ao Estado dentro do Estado, à burocracia governamental e seus satélites que deveriam ter como missão servir o cidadão mas que, com o tempo, torna-se um monstro com vida própria, incontrolável e que um dia pode devorar o próprio país. De novo, uma realidade que sequer precisa ser explicada para um brasileiro, mas que está tirando o sono dos americanos que estão prestando atenção.
O maior desafio político das democracias atuais é, sem dúvida, parar de rodear o pântano e ignorar seus jacarés acreditando que eles só estão interessados em sapos e peixes. Crocodilos estão neste planeta há pelo menos 200 milhões de anos e não dão o menor sinal de que estão indo embora. A burocracia estatal tem a mesma capacidade de sobrevivência e uma boca ainda maior. Como ensinou Churchill, o apaziguador é aquele que alimenta o crocodilo na esperança de ser comido por último.
A excelência no esporte, como sempre aplicou Bernardinho na sua vitoriosa carreira (calma PRE/RJ, isso não é campanha, é fato), vem muito do foco e da disciplina em executar insistentemente uma ação correta mil vezes. A excelência no esporte não vem de imediatismos e soluções rápidas para problemas complexos. 
O Brasil está imerso num pântano há mais de 13 anos e não 13 meses como muitos querem colorir. Se quisermos sonhar com a excelência e um possível progresso para nosso país temos que primeiro nos livrar dos crocodilos do PT.
texto: Ana Paula Henkel
• Publicado originalmente no Estadão

Raquel Dodge encaminha denúncia contra a Rede Globo ao Ministério Público Federal

A Rede Globo deve enfrentar uma série de inconvenientes a partir do próximo ano para explicar o envolvimento em esquemas de corrupção na aquisição de exclusividade na transmissão de campeonatos de futebol. A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, encaminhou para o MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro uma denúncia contra a Rede Globo e o presidente do Grupo Globo, Roberto Irineu Marinho. A acusação é de pagamento de propina na compra de direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030, além de jogos da Libertadores e da Copa Sul-Americana. As informações são do UOL.

Os denunciantes usaram o depoimento do ex-executivo argentino Alejandro Burzaco, da Torneos y Competencias, que afirmou que emissoras de diversos países, incluindo a TV Globo, pagaram propinas para garantir direitos de transmissão de jogos.

O processo do qual Burzaco é delator envolve ex-dirigentes da Fifa, da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e de outras federações acusadas de receber propina para fraudar a venda de direitos em eventos esportivos.

Em seu depoimento, o empresário citou o ex-diretor de esportes das emissora Marcelo Campos Pinto e o empresário Jota Hawilla.

Com informações do site  Imprensa Viva

A classe política que se apropriou do Estado se esqueceu de maquiar alguns de seus representantes

Não adianta ficar indignado com o fato do ex-presidente Lula, um criminoso condenado, contar vantagens e afirmar que vai concorrer nas eleições presidenciais de 2018 mesmo da cadeia. Não adianta reclamar que ainda existam eleitores dispostos a votar do petista. Mesmo se ele estiver trancado numa cela em Curitiba.

O problema da sobrevida de Lula e de outras tralhas na política nacional é justamente a ausência de lideranças decentes entre os políticos do país. Mas como explicar a ausência de nomes competitivos e competentes, se há tantos no mundo empresarial, no terceiro setor e nos centros acadêmicos? A resposta é bem simples: a classe política, em conluio o judiciário, empresários e meios de comunicação, monopolizou o sistema partidário do país e usa a própria constituição como filtro para manter o controle dos nomes escolhidos para concorrer aos cargos no executivo.

Cientes de que há um sistema completamente contaminado e controlado por grupos que se apropriaram do Estado e estabeleceram regras próprias para o andamento da coisa pública, as pessoas mais capacitadas e em condições de servir ao país de forma mais produtiva sequer cogitam ingressar na política. 

Não é por acaso que a qualidade dos candidatos à Presidência da República é tão baixa nestas eleições de 2018. Envolvidos em seus jogos de poder, a classe política e as demais instituições que se apropriaram do Estado se esqueceram até mesmo de maquiar alguns de seus representantes para concorrer no próximo pleito.

Com informações de Imprensa Viva

Todos os governadores do Rio nos últimos 40 anos comeram nas mãos dos Barata. Veja como o carioca paga a fatura até hoje

Uma das evidências de que o Estado do Rio de Janeiro está nas mãos de bandidos desde os anos 70 está no fato da cidade ser um dos únicos lugares do mundo que tem os ônibus como principal meio transporte coletivo. Nas principais capitais do mundo, o ônibus é usado como coadjuvante de sistemas de transporte de massa, como os metrôs e trens.

A explicação para a falta de investimentos em transporte de massa adequado, sobretudo em regiões como a Baixada Fluminense, é a relação de praticamente todos os governadores do Estado com a família do empresário Jacob Barata, que vem dominando o transporte de massa no Rio de Janeiro desde os anos 70. O único exgovernador do Estado que tentou fazer alguma coisa para combater o cartel da família Barata foi Leonel Brizola, que chegou a encampar 16 empresas e desapropriar 1.817 ônibus para tentar oferecer uma tarifa mais justa e um serviço de melhor qualidade para a população. Mas em 1985, tudo voltou a ser como antes, com a eleição de Moreira  Franco.

Desde então, os governadores vem comendo nas mãos da família Barata e de seus aliados que controlam o transporte coletivo no estado. Dezenas de projetos de ampliação do metrô, de superfície ou não, foram arquivados por pressão da máfia do transporte no estado. Apenas iniciativas tímidas e incapazes de minimizar o sofrimento da população com o transporte público prosperaram. Recentemente, os políticos criaram uma solução alternativa para atender novamente aos interesses da máfia do transporte público no estado. O BRT, Bus Rapid Transit and System é constituído de quatro corredores com BRTs de duas composições. O desafio da implantação da rede foi bem maior que a implantação de trens de superfície mais modernos, pois há estrutura viária para tal. O BRT dependeu de altos investimentos em corredores encravados no meio de vias expressas. Dinheiro do contribuinte que serviu para matar regiões comerciais inteiras apenas para atender os interesses da máfia do transporte do Rio.

O Grupo Guanabara, fundado em 1968 pelo empresário e banqueiro, Jacob Barata, controla a maior parte das linhas de ônibus no Rio há quase 50 anos. Juntas, suas as empresas transportam mais de um milhão de passageiros, em uma frota de cerca de 6.000 ônibus. lém do controle do Grupo Guanabara, Jacob Barata Filho é um dos sócios da M2M Solution --empresa escolhida pelos consórcios de ônibus que atuam no Rio para fornecer equipamentos e realizar o monitoramento das frotas que circulam na cidade. A fiscalização e o planejamento são feitos com auxílio da prefeitura sem ônus para o governo municipal e é considerado um dos exemplos do emaranhado de negócios que faz parte da chamada "caixa-preta dos transportes" no Rio. A M2M ainda está presente na gestão da frota dos ônibus articulados do BRT.

Esta semana, começou a circular a informação de que Jacob Barata Filho deu início a negociação de sua delação premiada com o MPF. Além do envolvimento de políticos, os procuradores estão interessados nas relações da família com ministros do STF e juízes de tribunais regionais. É pouco provável que o empresário vá revelar todos os podres da família. Caberá aos procuradores negociarem ao menos os crimes que ainda não prescreveram. Afina, são 50 anos comandando uma verdadeira organização criminosa que tem como maior vítima a população do estado do Rio de Janeiro.

Veja como é o transporte coletivo em algumas cidades do mundo:

1- Tóquio, Japão
O sistema de metrô da cidade é utilizado, em média, por oito milhões de passageiros  por dia. Além de contar com 195,1 quilômetros de trilhos, o metrô é extremamente limpo, possui assentos aquecidos e informações, em japonês e inglês, que informam o trajeto e quando você já pode esperar a sua parada. Lógico que nem tudo é perfeito, no horário de rush, os funcionários do metrô enchem os vagões além da capacidade máxima para dar conta da quantidade de gente.

2- Moscou, Rússia 
A cidade tem uma das redes mais antigas do mundo e é também o segundo sistema mais usado, levando mais de 7,5 milhões de pessoas diariamente. A sua rede cobre em torno de 327,5 km e é considerado um dos mais eficientes do mundo, com até 40 trens circulando por hora.

3- Taipei, Taiwan 
Este é um dos sistemas de metrô mais caros do mundo. No entanto, considerando que é classificado como o número 1 em segurança, confiabilidade e qualidade, parece que dinheiro bem gasto. As estações possuem ar condicionado e telas de LED com informações em diversas línguas. Mas para manter os altos níveis de limpeza, as regras são bem rígidas: é proibido comer, fumar e mascar chiclete dentro dos vagões.

4- Londres, Inglaterra
Carinhosamente conhecido como “The Tube”, o metrô de Londres é o mais antigo do mundo e um dos maiores: são 402 km de trilhos. Com assentos estofados e painéis de LED que informam o trajeto, ele é relativamente seguro para um sistema deste tamanho, com uma média de uma morte a cada 300 milhões de viajantes. 

5- Seul, Coreia 
O sistema de metrô administra 8 milhões de passageiros por dia e abrange 327 quilômetros de trilhos que também se integra com o sistema de ônibus. As estações possuem rede de Wi-Fi gratuita e robôs para ajudar os passageiros. 

6- Paris, França 
O metrô de Paris tem mais de 214 quilômetros e se destaca por ter as estações mais espaçadas no mundo e maior estação subterrânea do mundo, a Chatelet les Halles. O sistema transporta 4,5 milhões por dia, além de se integrar com ônibus, trens e sistema de ciclovias. A cidade também tem reduzido as suas vias de circulação para oferecer uma faixa de ônibus expresso.

7- Nova York, Estados Unidos
O metrô de Nova York é tão icônico como a Estátua da Liberdade. Com mais de 100 anos de idade, ele oferece 373 quilômetros de cobertura em toda a cidade, serviços expresso que roda em faixas separadas de trens locais e funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano.

8- Hong Kong, China
Cerca de 90% de toda a viagem em Hong Kong é feito através por transporte de massa, sendo que o metrô é responsável pela maior parte. O sistema leva sete milhões de passageiros por dia através de sua longa rede de 174,7 quilômetros, com trens que são conhecidos por serem pontuais. O seu grande diferencial é que o “bilhete único” serve como um cartão pré-pago cujo é possível ser usado em redes de fast food, parquímetros e lojas de conveniência.

9- Berlim, Alemanha
A rede abrange 151,7 quilômetros da cidade e se integra aos outros meios de transporte coletivo. Os trens rodam de dois a cinco minutos no horário de rush e em intervalos regulares durante o horário não comercial.

 10- Copenhagen, Dinamarca
O metro da cidade foi concluído em 2002 e se liga ao sistema de trens que vão para o subúrbio e outras cidades. Além disso, a cidade também conta com um programa de bicicletas.

via Imprensa Viva 




Moro sobre Lula cair na Ficha Limpa: "Alguém cometeu um crime, a lei prevê inabilitações e isso pode acontecer.”

O entrevistador do O GLOBO tentou sutilmente constranger o juiz Sérgio Moro durante a entrevista publicada neste domingo. Além de capciosa, a pergunta embutia ainda uma certa distinção entre o ex-presidente Lula e um cidadão como qualquer outro:

O GLOBO - Uma decisão sua — a condenação do Lula — pode deixar fora da eleição um presidenciável importante. Como o senhor se sente diante da possibilidade de ter influenciado diretamente a disputa de 2018?

Sérgio Moro - O papel do juiz é cumprir a lei. O juiz cumpre a lei e julga os processos segundo as leis. As consequências fora do processo não são da responsabilidade do juiz. Se eventualmente essa situação acontecer, não foi porque o juiz assim decidiu. Alguém cometeu um crime, a lei prevê inabilitações e isso pode acontecer - disparou Moro impiedoso. Em outras palavras, se Lula se tornar inelegível é problema dele, não do magistrado.

O GLOBO - O ex-presidente Lula, que foi condenado a nove anos e meio de prisão pelo senhor, faz criticas contundentes à investigação e diz que é vitima de perseguição política. Qual sua resposta a essa crítica?

Sérgio Moro - Eu já prolatei a sentença e tudo que eu tinha a dizer sobre o caso está nela. Hoje está submetida a recurso de apelação. Os desembargadores do TRF são pessoas absolutamente sérias e eles podem confirmar ou reformar a sentença. Estou absolutamente tranquilo quanto ao que eu decidi e ao que eles podem decidir, seja confirmando ou reformando a sentença, explicou Moro com tranquilidade.



O STF, que deveria atuar com rmeza no combate à corrupção, é o que mais preocupa Sérgio Moro

Em matéria publicada neste domingo no O GLOBO, o juiz federal Sergio Moro manifestou sua preocupação com a postura dos ministros do Supremo Tribunal Federal, STF, instância máxima da Justiça do Brasil a quem cabe o papel de zelar pela aplicação das leis contra criminosos e atuar em sincronia com as demais instâncias do país no combate à corrupção.

Durante a entrevista, Moro se mostrou pouco confiante na Corte Suprema no que diz respeito à possibilidade de mudança na jurisprudência sobre cumprimento de pena após condenação de segunda instância. O magistrado entende que seria um “tremendo retrocesso” a mudança no entendimento atual.

“O que me preocupa de mais imediato, nesse esforço anticorrupção, é que houve uma decisão muito importante do Supremo Tribunal Federal que foi a que prevê que a partir de uma condenação em segunda instância se pode executar a pena. 

Vejo com preocupação alguma sinalização de que o Supremo poderia rever esse precedente. 

Eu entendo que esse precedente, com todo respeito a quem pensa o contrário, deveria ser considerado um ponto de não retorno. Seria um tremendo retrocesso. E de certa maneira ele ilustra uma certa zona de incerteza. 

O Brasil vai caminhar para a frente, vamos buscar construir um ambiente de maior integridade na gestão da coisa pública ou nós estamos aqui pensando em dar passos para trás e retomar aquela impunidade como regra que tínhamos não há muito tempo atrás? Seria terrível se algo desta espécie acontecesse.”, observou Moro. 

Vem ai outra condenação em mais um caso indefensável. Esta é a mais temida pelo PT

Enquanto o ex-presidente Lula e seus aliados tentam manter o nariz na superfície do mar de processo que pesam contra o petista na Justiça, a situação do líder do partido tende a se tornar insustentável em um curto espaço de tempo. 

Paralelamente ao julgamento de seu recurso em andamento no Tribunal Regional Federal da 4ª região, que tem data definida para o dia 24 de janeiro, o juiz federal Sérgio Moro vem realizando seu trabalho em outras ações penais que pesam contra o petista na Lava Jato.

Todos sabem que o magistrado já encurralou o ex-presidente Lula de forma brilhante no caso do sítio em Atibaia, um dos processos mais temidos pela cúpula do PT. Recentemente, Moro afirmou que se o ex-presidente pagou pelas obras do sítio de Atibaia, terá facilidade em comprovar suas alegações apresentando os comprovantes com as despesas. Lula é réu por corrupção e lavagem de dinheiro, apontado como  beneficiário das reformas de R$ 1,020 milhão na propriedade rural.

“Se o ex-presidente da República arcou com as despesas da reforma terá facilidade para produzir a prova documental pertinente durante o curso da ação penal, uma vez que, usualmente, transações da espécie são feitas mediante registros documentais e transferências bancárias”, observou Moro, numa anotação que pode ser vista como sarcástica, mas que é na verdade extremamente técnica.

Como outros criminosos cúmplices de Lula no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro já confessaram que fizeram as benfeitorias na propriedade como uma forma dissimulada de repassar propina ao petista, Moro deduz que nem Lula nem os supostos donos do sítio possuem algum comprovante dos gastos milionários feitos na propriedade. 

Os ex-presidente das empreiteiras Odebrecht e OAS, respectivamente Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro, confessaram que fizeram as obras no sítio em contrapartida por vantagens em contrato superfaturados na Petrobras obtidos com o aval de Lula. 

Justamente por este motivo, a defesa do petista não conseguiu anexar nenhuma prova de que Lula ou os supostos donos do sítio pagaram por algum saco de cimento. 

Diante destas confissões, Moro observou que ‘não há qualquer registro de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha pago qualquer valor por essas reformas realizadas no Sítio de Atibaia’. 

“Os elementos probatórios juntados pelo Ministério Público Federal e também colecionados pela Polícia Federal permitem, em cognição sumária, conclusão de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comportava-se como proprietário do Sítio de Atibaia e que pessoas e empresas envolvidas em acertos de corrupção em contratos da Petrobrás, como José Carlos Bumlai, o Grupo Odebrecht e o Grupo OAS, custearam reformas na referida propriedade, tendo por propósito beneficiar o ex-presidente”, destacou o magistrado.

 Em breve, Lula será condenado pela segunda vez, também na Segunda Instância, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Sua prisão, cedo ou tarde, é uma realidade inadiável.


Certa de que não vai se reeleger, Gleisi Homann se queixa da popularidade de Moro: "Está na função errada"

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que se tornou ré no Supremo Tribunal Federal, acusada de receber propina milionária do esquema de corrupção da Petrobrás, atacou o juiz federal Sérgio Moro mais uma vez esta semana.

Há poucos dias, a 2ª Turma de ministros do Supremo Tribunal Federal acolheu, por unanimidade, denúncia criminal contra a senadora petista e seu marido, ex-ministro Paulo Bernardo (PT-PR), que também é acusado de desviar mais de R$ 100 milhões de aposentados durante o tempo em que era ministro do Planejamento do governo Dilma.

Em seu Twitter, Gleisi criticou a popularidade do juiz Sérgio Moro, que se notabilizou a partir da Operação Lava Jato e se tornou um símbolo nacional do combate à corrupção. Segundo a senadora petista que deve ter seu caso remetido para a 13ª Vara Federal do Paraná logo que perder o foro privilegiado ao final de seu mandato em janeiro de 2019, "Faltam a Sérgio Moro os predicados básicos pra um julgador: discrição, distanciamento, serenidade e seriedade". A petista ainda alega que o magistrado está na função errada.

Lamentavelmente, a petista omite a origem de toda notoriedade do juiz que deverá julgar seu processo em breve. A sociedade brasileira chegou ao limite da paciência com a corrupção justamente durante os governos do PT de Lula e Dilma. Qualquer juiz que se dispusesse a combater a corrupção endêmica que havia se instalado no país durante a era PT contaria com o apoio popular maciço para prosseguir no combate à corrupção e ao crime organizado na política. Foi justamente seu partido o responsável pela convergência de fatores que propiciaram a ascensão do Moro à condição de símbolo mundial do combate à corrupção.

Opostamente à imagem que Gleisi e o PT tentam atribuir ao juiz Moro, o magistrado é um homem extremamente discreto, reservado e não faz uso político de seu cargo, apesar da inevitável notoriedade. Ao contrário de procuradores como Deltan Dallagnol, Carlos Fernando dos Santos Lima e Rodrigo Janot, que tentaram pegar carona na credibilidade de Sérgio Moro para se promoverem, o juiz responsável pela Lava Jato atende a menos de 1% das solicitações de entrevistas, homenagens e participação em eventos a que costuma ser convidado. Para não ser visto como arrogante, Moro costuma atender apenas aos convites mais relevantes, até mesmo por uma questão de educação.

Certamente, Gleisi Hoffmann está inconformada com o fato de que não conseguirá se reeleger em seu estado e provavelmente não conseguirá nem uma vaga na Câmara dos Deputados. Quando afirma que o magistrado "está na função errada", Gleisi deixa escapar uma certa inveja da popularidade de Moro e imagina como seria bom contar com tanta aprovação do povo na eleição de 2018. 

Desmoralização: Pesquisa Ibope/Globo atinge inéditos “101%”


Há muito tempo que os institutos de pesquisa de opinião pública do Brasil perdem gradativamente a credibilidade.
Erros constantes, notadamente nas pesquisas eleitorais, colaboram para que a população olhe com extrema desconfiança para o trabalho desenvolvido por essas empresas.

Mais complicado ainda é quando o maior instituto do país, o mais tradicional e mais antigo, divulga uma pesquisa em parceria com a maior rede de comunicação, a Globo, e o resultado atinge inexplicáveis 101%.

O tal resultado foi exibido na noite de quarta-feira (20) na edição do Jornal Nacional.

A imagem que ilustra a matéria é da tela da Globo.

No quesito relacionado ao índice de confiança no presidente Michel Temer, 90% respondeu que não confiam. 9% respondeu que confiam e 2% não souberam responder.

90 + 9 + 2 é igual a 101.

Não tem explicação.

Um absurdo.

Gilmar, por que esta mãe continua presa?


Essa criança da foto tem alguns meses de vida, ainda está na fase primordial da amamentação e tem que ser levada com frequência até o presídio para que a mãe possa amamentá-la.

Enquanto isso, os filhos dos quadrilheiros Cabral e Adriana, dois adolescentes, foram o argumento do ministro Gilmar Mendes para que a mãe fosse liberada da prisão.

A mulher da foto está presa porque foi flagrada furtando diversas mercadorias em um supermercado, possivelmente para consumo da própria família.

Adriana e Sergio dilapidaram os cofres públicos do estado do Rio de Janeiro, prejudicando toda a sociedade.

A criança da foto está se alimentando graças a uma vizinha, que por solidariedade está cuidando do bebê e levando até a mãe.

Os adolescentes de Adriana e Sérgio continuam estudando nas melhores escolas e dispõem de motorista, acompanhantes e inúmeros serviçais.

A mãe do bebê segue presa. 

A mãe dos adolescentes foi liberada para cuidar dos garotos, que precisam muito dela.

São as incoerências inaceitáveis desse país...

Com informações do Jornal da Cidade On line