Enquanto o ex-presidente Lula e seus aliados tentam manter o nariz na superfície do
mar de processo que pesam contra o petista na Justiça, a situação do líder do partido
tende a se tornar insustentável em um curto espaço de tempo.
Paralelamente ao
julgamento de seu recurso em andamento no Tribunal Regional Federal da 4ª região,
que tem data definida para o dia 24 de janeiro, o juiz federal Sérgio Moro vem
realizando seu trabalho em outras ações penais que pesam contra o petista na Lava
Jato.
Todos sabem que o magistrado já encurralou o ex-presidente Lula de forma brilhante
no caso do sítio em Atibaia, um dos processos mais temidos pela cúpula do PT.
Recentemente, Moro afirmou que se o ex-presidente pagou pelas obras do sítio de
Atibaia, terá facilidade em comprovar suas alegações apresentando os comprovantes
com as despesas. Lula é réu por corrupção e lavagem de dinheiro, apontado como beneficiário das reformas de R$ 1,020 milhão na propriedade rural.
“Se o ex-presidente da República arcou com as despesas da reforma terá facilidade
para produzir a prova documental pertinente durante o curso da ação penal, uma vez
que, usualmente, transações da espécie são feitas mediante registros documentais e
transferências bancárias”, observou Moro, numa anotação que pode ser vista como
sarcástica, mas que é na verdade extremamente técnica.
Como outros criminosos cúmplices de Lula no esquema de corrupção e lavagem de
dinheiro já confessaram que fizeram as benfeitorias na propriedade como uma forma
dissimulada de repassar propina ao petista, Moro deduz que nem Lula nem os
supostos donos do sítio possuem algum comprovante dos gastos milionários feitos na
propriedade.
Os ex-presidente das empreiteiras Odebrecht e OAS, respectivamente Marcelo
Odebrecht e Léo Pinheiro, confessaram que fizeram as obras no sítio em contrapartida
por vantagens em contrato superfaturados na Petrobras obtidos com o aval de Lula.
Justamente por este motivo, a defesa do petista não conseguiu anexar nenhuma prova
de que Lula ou os supostos donos do sítio pagaram por algum saco de cimento.
Diante destas confissões, Moro observou que ‘não há qualquer registro de que o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva tenha pago qualquer valor por essas reformas
realizadas no Sítio de Atibaia’.
“Os elementos probatórios juntados pelo Ministério Público Federal e também
colecionados pela Polícia Federal permitem, em cognição sumária, conclusão de que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comportava-se como proprietário do Sítio de
Atibaia e que pessoas e empresas envolvidas em acertos de corrupção em contratos da
Petrobrás, como José Carlos Bumlai, o Grupo Odebrecht e o Grupo
OAS, custearam reformas na referida propriedade, tendo por propósito beneficiar o
ex-presidente”, destacou o magistrado.
Em breve, Lula será condenado pela segunda vez, também na Segunda Instância,
pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Sua prisão, cedo ou tarde, é uma
realidade inadiável.