sexta-feira, 17 de março de 2017

“Não damos propina. Se quiser, por favor, não ligue”

Empresa carioca de engenharia alerta em seus anúncios que recusa pedidos de subornos
Os irmãos Barbosa contam que não furam filas e ficam irritados quando veem um amigo botar umas notinhas no bolso do garçom para conseguir um tratamento diferenciado. Também ficam chocados quando sabem de alguém que achou um celular no chão e o guardou rapidamente para não devolvê-lo. O mesmo quando, em alguma festa oferecida por eles, notam que um convidado pagou ao serviço para lhe servirem mais camarões. “A corrupção está da padaria ao açougue”, lamentam. 
O empenho dos Barbosa por não pegar atalhos vem de berço e virou norte da empresa que tocam juntos no Rio de Janeiro, um conhecido escritório de engenharia dedicado à manutenção de prédios e fachadas. Os cartazes pendurados em cada um dos edifícios onde eles trabalham alertam: “A Stanley não dá propina. Se quiser, por favor, não ligue”. Mas há quem ligue.
Quando o que deveria ser normal acaba virando exceção destacada num cartaz, há quem possa lamentar o ponto a que o Brasil chegou atualmente. Mas o aviso dos Barbosa tem sido impresso em cada placa da empresa há mais de 20 anos, muito antes do país se ver às voltas com listas de Janot, como a que foi divulgada nesta terça, envolvendo políticos do Governo e da oposição. A corrupção não é de hoje, reforçam. O que Stanley e Ricardo contam sobre esse micro-mundo da construção civil, no qual convivem engenheiros, síndicos e as comunidades de vizinhos tem muito a ver, aí sim, com o Brasil de hoje. As propinas e os cartéis entre empresas do ramo, dizem eles, são comuns, provocam sobrepreço dos trabalhos e acabam beneficiando os de sempre. Não há codinomes para se referir aos síndicos, como acontece com os deputados e ministros envolvidos na Lava-Jato, mas sim eufemismos para insinuar a propina a ser adicionada no orçamento: “agrado”, “gordura”, “reserva técnica”, “comissão”...
Stanley, de 62 anos, lembra do dia em que resolveu parar com o fluxo de ligações e propostas indecentes, duas décadas atrás. “Foi a gota d’água”, diz. Ele havia recebido um síndico de um enorme prédio de Botafogo que já chegou elogiando a empresa para anunciar, pouco depois, que os moradores haviam decidido delegar a obra aos Barbosa. Agradecido, Stanley passou uma hora mostrando ao síndico as dependências da empresa, então em Copacabana, para agradá-lo e transmitir confiança, até que por fim o visitante disparou: “E qual é a gordura que vocês deixam para mim?”. O engenheiro não entendeu, mas na hora que o síndico foi mais explícito Stanley resolveu dar um basta e institucionalizar as boas práticas. Naquela época, o irmão 
Ricardo, de 67 anos, havia passado pelo mesmo constrangimento. “Fui até Niterói com um engenheiro contratado pelo prédio para orçar uma obra e quando estava lá, fazendo o trabalho, ele me pediu para colocar um 10% a mais para ele. Ficamos decepcionados”, lembra Ricardo.
O rigor lhes fez perder clientes, como uma obra de um milhão de reais num prédio do bairro do Recreio, um saboroso contrato para qualquer empresa do setor, mas condicionado a 10% de “reserva técnica” para o síndico. Os irmãos defendem que, pelo menos, economizam o tempo que perdiam em fazer vistorias e orçamentos para depois ter que dizer “não”. “No início, houve um mal estar pelo aviso, mas eu acho que vinha precisamente de quem se via nele. As pessoas honestas passaram a nos procurar mais. Se antes, de 10 obras pediam propina em quatro, agora de 10 temos apenas uma com esse pedido”, explica Stanley, o mais falador dos irmãos. “Se ainda cobram vantagem apesar do aviso? Sempre tem alguém que não lê”, brinca o engenheiro, evangélico e fã do juiz Sérgio Moro –“ele dá à juventude a ideia de que o crime não compensa”.
Os Barbosa, que têm no currículo a reforma e manutenção de mais de 3.000 fachadas, não trabalham com o Governo, em esfera nenhuma. Dizem que por opção. “Sabemos que é muito difícil conseguir contratos se não for com um acordo por trás. Não vamos ficar românticos, a gente sabe que o que vemos na mídia hoje sempre aconteceu”, diz Stanley, que diz ter visto os pais de amigos dos seus filhos chegando à prisão por conta dos escândalos de corrupção.
Filhos de um militar e uma defensora pública, os Barbosa leem com desgosto as manchetes diárias dos jornais. Da trama corrupta que o ex-governador Sergio Cabral costurou cobrando propinas das empresas que trabalhavam para o Governo à lista de envolvidos no esquema da Odebrecht. Stanley, que diz não ter partido e que não perdeu uma passeata anticorrupção, vê, no entanto, uma oportunidade. “É uma situação ímpar, excelente, e o país pode virar a página da corrupção. É um preço caro porque está havendo muito desemprego, mas nunca vimos neste país pessoas com tantos milhões nas contas sendo presos”.
Os Barbosa, no entanto, não se acham ímpares – “há muita mais gente honesta que desonesta” –, mas alertam que o “maior erro e defeito do brasileiro é ser omisso”. Ricardo, em uma tentativa de ilustrar o caminho sem volta da corrupção, recorre ao canteiro de obras: “No final de contas, não é só propina. Quem se corrompe não hesita em botar cal na tinta”.

fonte: El País

PORQUE OS ESTADOS UNIDOS

Alguém por favor pode me explicar por que tanta gente quer ir morar legal ou ilegalmente nos EUA se lá não tem CLT e nem Justiça do Trabalho? Se lá não tem 13° e tampouco licença maternidade remunerada? Como suportar um país onde decisões sobre férias, ausências por doença ou feriados nacionais são negociadas caso a caso entre empregador e empregado? 

Por que tantas pessoas se arriscam a morrer no deserto, na fronteira árida do México e nas mãos dos coiotes, se lá não tem SUS e não tem INSS? Se naquele lugar os trabalhadores precisam ter seguro de saúde e poupar para uma emergência? 

Quero compreender como podem os Estados Unidos ser a preferência da maioria dos imigrantes do planeta se lá não existe faculdade de graça, sendo que as famílias poupam uma vida inteira para ver o sonho do diploma superior realizado?

Me ajudem a entender como pode tantos brasileiros quererem se mudar para um país onde o armamento é liberado em quase todo o lugar e onde as pessoas podem ter até fuzis em casa para se proteger? Como se sentir seguro em uma nação que não tem Estatuto do Desarmamento? 

Alguém me explica como pode tanta gente querer se mudar para o país onde quem bebe e dirige passa a noite na cadeia e se for reincidente pode ficar longos meses ou até anos preso? Onde corruptos quebram a cara? Me expliquem qual a lógica de alguém sair de um país que não tem prisão perpétua e nem pena de morte e querer morar em outro, no caso os Estados Unidos, onde existe tudo isso e até castração química para estupradores e pedófilos? 

Como morar em um território onde menores de 18 anos respondem como adultos se cometerem crimes hediondos? Me digam como é possível alguém querer viver em um local onde delegados, juízes e promotores são eleitos pela comunidade? 

Como morar em um país onde não existe estabilidade no emprego para os funcionários públicos? Onde qualquer um que trabalhe em uma prefeitura, no governo de um estado ou mesmo no governo federal pode ser demitido por conveniência ou mesmo razões estratégicas dos governantes?

Parece, mas não é tão difícil assim compreender por que tanta gente do mundo todo quer se mudar para os Estados Unidos. Lá existem duas palavrinhas mágicas que devem ser seguidas por todos: "liberdade" e "responsabilidade". Entendeu?


por Diego Casagrande. 

OS 40 SENADORES QUE NÃO ASSINARAM A URGÊNCIA PELO FIM DO FORO PRIVILEGIADO


Escándalo en Brasil: desmantelan una red que adulteraba carne y pagaba coimas al partido de Michel Temer

OPERATIVO 'CARNE DÉBIL'

La Policía Federal brasileña (PF) lanzó este viernes una vasta operación contra una red delictiva formada por inspectores y grandes frigoríficos para vender carne (podrida) y otros alimentos adulterados, para consumo interno y también para exportación.

Se trata de una mafia que sobornaba fiscales para facilitar la venta de carne vencida y adulterada y que también le pagaba coimas al Partido del Movimiento Democrático Brasileño (PMDB), del presidente Michel Temer, según afirmó hoy la Policía Federal.

"La investigación deja bien claro que una parte del dinero de las coimas iba para partidos políticos", entre los que estaban el PMDB y el Partido Progresista (PP), también de la base que apoya al Gobierno de Temer, declaró el comisario Mauricio Moscardi.

La banda fue desbaratada en una operación realizada hoy y, según la Policía Federal, entre sus miembros había fiscales sanitarios que eran sobornados por empresarios para flexibilizar la fiscalización, alterar fechas de vencimiento o adulterar carnes con agentes químicos, tanto para el consumo interno como para la exportación

Entre los investigados figuran ejecutivos de importantes grupos, como JBS -dueña de las marcas Big Frango y Seara Alimentos- y BRF -dueña de Sadia y Perdigao-, de acuerdo con los procesos revelados por la justicia federal de Curitiba (sur), donde se centra la operación.

Las acciones de esas dos empresas registraban fuertes pérdidas en la Bolsa de San Pablo. Hacia las 11:37 locales, JBS caía 6,01% y BFR 5,65%, en tanto que el índice Ibovespa de los principales valores retrocedía 0,17%.

La operación, fruto de dos años de investigaciones, movilizó a 1.100 agentes para ejecutar 309 órdenes judiciales, incluyendo 27 de prisión preventiva, en siete estados: Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina (sur), Sao Paulo, Minas Gerais (sudeste), Goiás y el Distrito Federal de Brasilia (centro-oeste).

"Los funcionarios públicos (...), mediante recibimiento de sobornos, facilitaban la producción de alimentos adulterados, emitiendo certificados sanitarios sin ninguna inspección efectiva", indica un comunicado de la PF.

Los productos adulterados se vendían en los mercados interno y externo.

En la lista de personas investigadas figuran Flavio Cassou, un ejecutivo de JBS, así como Roney Nogueira dos Santos, gerente de Relaciones Internacionales de BRF, y José Roberto Pernomian Rodrigues, director y videpresidente de esa firma, de acuerdo con el comunicado de la Justicia de Paraná.

JBS indicó en un comunicado que tres de sus unidades productivas (una en Paraná y dos en Goiás) fueron requisadas, pero destaca que "no hubo ninguna medida judicial contra sus ejecutivos" y que su sede en San Pablo no fue allanada.

Asegura además que "JBS en Brasil y en el mundo adopta padrones rigurosos de calidad, con sistemas, procesos y controles que garantizan la seguridad alimenticia y la calidad de sus productos".

BRF no se pronunció hasta ahora sobre los procedimientos policiales.

Se trata de "la mayor operación de la historia" de la PF, indicó la institución en un comunicado.

El operativo fue apodado "Carne Débil", en referencia a la expresión popular que "demuestra fragilidad moral de los agentes públicos que deberían velar por la calidad de los alimentos" y por el objeto de las investigaciones, explica el comunicado.

Fuente: El Clarin

Temer perde a batalha da reforma da Previdência nas redes sociais

“Governo tenta se fazer de mouco e parece ainda não ter se dado conta de que a verdadeira contrarreforma está acontecendo nas redes sociais. É lá que se dá o jogo de versões e contraversões”

A luta contra a reforma da Previdência está nas redes
As manifestações nas ruas contra a reforma da Previdência deram uma mostra de que os movimentos sociais organizados estão atuantes e alertas. Os protestos foram em várias capitais, mas a chamada “greve geral” teve maior  concentração em São Paulo, com paralisação parcial de metrô e ônibus, e com discurso de Lula. No Rio, os manifestantes tomaram a Av. Presidente Vargas e no final houve confusão entre um grupo reduzido e a guarda municipal, resultando em pelo menos três feridos.

O governo tenta se fazer de mouco e parece ainda não ter se dado conta de que a verdadeira contrarreforma está acontecendo nas redes sociais. É lá que se dá o jogo de versões e contraversões.

O poder das mídias digitais de influenciar multidões já está visível. A narrativa que o brasileiro nunca mais vai se aposentar se consolida com a rapidez de tudo o que é compartilhado nas redes sociais.

Como se estivesse lutando em campo errado, o governo tenta desconstruir na mídia tradicional as versões disseminadas nas redes sociais. Temer abre as portas do Planalto para arregimentar parlamentares a votar a favor da reforma da Previdência. Como político experiente, o presidente sabe a dificuldade para deputados da base governista conseguirem se eleger se votarem regras duras como as propostas na reforma atual. No entanto, o Brasil de hoje já deu provas de que a sociedade pressiona o Congresso. E a pressão vem das redes sociais.

Talvez por ter mensurado o poder influenciador das mídias sociais, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), resolveu atacar: “As inverdades são repetidas de maneira maciça, isso é uma prática do nazismo. A mentira repetida, repetida e repetida se transforma em verdade. E é o que está acontecendo nas redes sociais”.


conteúdo: congresso em foco

Ministro da Justiça é citado na Operação Carne Fraca

Serraglio teve conversa gravada com um dos líderes de esquema que beneficiava frigoríficos. Delegados não acreditam que houve crime.

O ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), apareceu nesta sexta-feira (17) em conversa gravada pela Polícia Federal durante as investigações da Operação Carne Fraca, que apura um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos, com 309 mandados em 6 estados e no Distrito Federal.
Em uma ligação grampeada, Serraglio chama de “grande chefe” um dos líderes do suposto esquema, o ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) Daniel Gonçalves Filho.
Delegados da Polícia Federal não acreditam que ele tenha cometido algum crime no caso, mas as informações serão repassadas à Procuradoria-Geral da República.
Veja a transcrição da conversa:
- Osmar Serraglio: grande chefe, tudo bom?
- Daniel: tudo bom
- Osmar: viu, tá tendo um problema lá em Iporã, cê tá sabendo?
- Daniel: não
- Osmar: o cara lá, que... o cara que tá fiscalizando lá... apavorou o Paulo lá, disse que hoje vai fechar aquele frigorífico... botô a boca... deixou o Paulo apavorado! Mas pra fechar tem o rito, num tem? Sei lá. Como que funciona um negócio desse?
- Daniel: deixa eu ver o que acontecendo... tomar pé da situação lá tá... falo com o Senhor (...)

'Chefe'
Em evento no Rio Grande do Sul, Serraglio comentou o conteúdo da conversa gravada.
"Esse frigorífico fica a uns 50 km da minha cidade. É o frigorífico que um dia recebeu, eu tô sabendo pelo que eu olhei na imprensa, porque telefonema a gente dá e muito. Eu recebi um comunicado dizendo que iriam fechar o frigorífico", afirmou o ministro.
"Aí eu liguei pra quem, a expressão que a imprensa tá explorando de alguma maneira porque eu chamei de chefe, ele é o chefe, aquele cidadão com quem eu falei é o superintendente do Paraná da Agricultura."
"Eu liguei pra ele pra saber o que está acontecendo em relação ao frigorífico. Aí ele pediu tempo, ele foi se informar com os servidores, aí me respondeu dizendo que, olha, não se preocupe que não tem nada", completou.

Foro privilegiado
De acordo com o delegado federal Maurício Moscardi Grillo, a ligação do ministro para Daniel foi tratada de maneira isolada porque ele era deputado federal na época, ou seja, tinha foro privilegiado.
"Sentimos que não havia crime por parte do tal ministro", disse Moscardi Grillo."Porém, por cautela, foi necessário fazer esse informe para não sermos questionados."
O delegado ainda complementou que o conteúdo referente ao ministro Serraglio será encaminhado à Procuradoria-Geral da República.
"É um telefone, como se eu desse um telefonema pra alguém, que amanhã essa pessoa merece uma investigação, e que da minha parte não houve nenhum comprometimento", afirmou Serraglio, que confirmou conhecer Daniel Gonçalves e o dono do frigorífico Larissa.

Frigorífico Larissa
O Paulo a quem Serraglio se refere no diálogo é o empresário Paulo Rogério Sposito – um dos alvos de prisão preventiva, por tempo indeterminado. Em 2010, ele foi candidato a deputado federal pelo estado de São Paulo, com o nome Paulinho Larissa, conforme consta no despacho da Justiça Federal que autoriza os mandados judiciais.
De acordo com a decisão, depois de encerrada a ligação, Daniel ligou para Maria do Rocio e contou que o fiscal de Iporã, município no noroeste do Paraná, queria fechar o frigorífico Larrisa, que pertence a Sposito. Daniel pediu a Maria do Rocio que averiguasse o que estava acontecendo e que o mantivesse informado.
Maria do Rocio, segundo o despacho, obedeceu a ordem e relatou que não tinha nada errado no local. A informação também foi repassada a Osmar Serraglio.
Em uma conversa com uma pessoa não identificada, Sposito foi aconselhado a falar com Maria do Rocio para trocar de fiscal, pois aquele estaria “enchendo o saco”.
A substituição seria feita por Tadeu, “porque ele seria fácil de enrolar e dinheirista”, segundo a decisão assinada pelo juiz Marcos Josegrei, de Curitiba.
Em outro áudio gravado, Paulo Rogério Sposito orienta um funcionário de seu frigorífico a trocar as etiquetas das datas de validade dos produtos.

Carne vencida
Gravações telefônicas obtidas pela Polícia Federal apontam que vários frigoríficos do país vendiam carne vencida tanto no mercado interno, quanto para exportação.
Entre produtos químicos e produtos fora da validade, há casos ainda mais "curiosos", como a inserção de papelão em lotes de frango e carne de cabeça de porco em linguiça, além de troca de etiquetas de validade.
Diretores e donos das empresas estariam envolvidos diretamente nas fraudes, que contavam com a ajuda de servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Paraná, Goiás e Minas Gerais.
O delegado da Polícia Federal (PF) Maurício Moscardi Grillo afirmou que os partidos PP e PMDB eram beneficiados com propina envolvendo o esquema ilegal de vendas de carnes.
Maior operação da PF
Aproximadamente 1,1 mil policiais federais cumprem nesta sexta-feira 27 mandados de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências, locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso.
A operação envolve grandes empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas, mas também frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo.
Em contato com o G1, a JBS afirmou que não tem informação de que algum executivo seu foi preso e informou que não há operação da PF na empresa.
A BRF informa que está colaborando com as autoridades para o esclarecimento dos fatos. A companhia reitera que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos, possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas.
A BRF também assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua.
A reportagem tenta contato com os demais citados pela Polícia Federal.
As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba e estão sendo cumpridas em São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.
O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular em sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício.
Conforme a PF, a expressão popular demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a sociedade.

conteúdo G1

OPERAÇÃO CARNE FRACA - ENTREVISTA DA POLÍCIA FEDERAL



OPERAÇÃO 'CARNE FRACA'
Esquema era chefiado por funcionários do Ministério da Agricultura, diz PF.
Grandes empresas e pequenos frigoríficos são alvos de operação.
Frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca usavam produtos químicos para "maquiar" carne vencida, injetavam água para aumentar o peso dos produtos e, em alguns casos, foi constatada ainda falta de proteína na carne. Os detalhes foram passados pelo delegado da Polícia Federal Maurício Moscardi Grillo em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (17).  
“Eles usavam ácidos e outros produtos químicos para poder maquiar o aspecto físico do alimento. Usam determinados produtos cancerígenos em alguns casos para poder maquiar as características físicas do produto estragado, o cheiro", disse Moscardi.
A PF, no entanto, não detalhou ainda em quais empresas foram encontradas estas irregularidades.
No caso da falta de proteína, o delegado explicou que havia substituição. "Foi trocada por fécula de mandioca ou proteína da soja, que é muito mais barata, mais fácil de substituir."
O delegado afirmou que nem mesmo os fiscais envolvidos, que costumavam ganhar carnes dos proprietários como benefício, estavam aguentando a má qualidade dos produtos. "Eles comentavam entre si que não estava mais dando para receber", disse.

Esquema
A operação apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.
Segundo a PF, a Carne Fraca é a maior operação já realizada pela corporação. São 1,1 mil policiais cumprindo 309 mandados – 27 de prisão preventida, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão. As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba e estão sendo cumpridas em São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.
Em dois anos de investigação, detectou-se que funcionários de superintêndencias regionais de Paraná, Minas Gerais e Goiás recebiam propina para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva. Alguns dos funcionários foram detidos na operação nesta manhã.
Foram investigadas grandes empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas. Também há envolvimento, segundo a PF, de frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo. O G1 tenta contato com as empresas citadas.

Em nota, a JBS afirmou que houve ação da Carne Fraca em três unidades produtivas da companhia, sendo duas delas no Paraná e uma em Goiás. Na unidade da Lapa (PR), houve uma medida judicial expedida contra um médico veterinário, funcionário da JBS, cedido ao Ministério da Agricultura.
"A JBS e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas", diz a nota. (veja íntegra no fim da reportagem).
A BRF disse que está colaborando com as autoridades para o esclarecimento dos fatos. A companhia reiterou que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos, possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas.
A BRF também assegurou a qualidade e a segurança de seus produtos e garantiu que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua.
Empresas alvo de busca e apreensão na operação Carne Fraca:
Big Frango Indústria e Com. de Alimentos Ltda. 
BRF - Brasil Foods S.A.
Dagranja Agroindustrial Ltda./Dagranja S/A Agroindustrial
E.H. Constantino
Frango a Gosto
Frigobeto Frigoríficos e Comércio de Alimentos Ltda.
Frigomax- Frigorífico e Comércio de Carnes Ltda. 
Frigorífico 3D
Frigorífico Argus Ltda. 
Frigorífico Larissa Ltda.
Frigorífico Oregon S.A.
Frigorífico Rainha da Paz
Frigorífico Souza Ramos Ltda.
JBS S/A
Mastercarnes
Novilho Nobre Indústria e Comércio de Carnes Ltda. 
Peccin Agroindustrial Ltda./Italli Alimentos
Primor Beef - JJZ Alimentos S.A.
Seara Alimentos Ltda.
Unifrangos Agroindustrial S.A./Companhia Internacional de Logística
Breyer e Cia Ltda.
Fábrica de Farinha de Carne Castro Ltda. EPP
Escutas
Gravações telefônicas apontam que frigoríficos vendiam carne vencida tanto no mercado interno, quanto para exportação.
Segundo as investigações, o esquema no Paraná era comandado pelo ex-superintendente regional do ministério, Daniel Gonçalves Filho, e pela chefe do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Maria do Rocio Nascimento, que trabalham em Curitiba. A reportagem tenta contato com os citados pela PF.

Na casa do atual superintendente regional do Ministério da Agricultura, Gil Bueno, a polícia apreendeu R$ 65 mil nesta manhã. Os três são alvos de prisão preventiva.
Em sua decisão, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, diz que o envolvimento do Ministério da Agricultura é "estarrecedor". "(O ministério) foi tomado de assalto – em ambos os sentidos da palavra – por um grupo de indivíduos que traem reiteramente a obrigação de efetivamente servir à coletividade", afirmou.
De acordo com informações da PF, a denúncia partiu de um fiscal não aceitou ser transferido de cidade após denunciar Maria do Rocio ao sindicato por assédio moral. Ele se queixou de remoções de funcionário que seriam feitas para atender aos interesses das empresas.
Em Goiás, a PF afirma que o esquema operava de forma parecida com o paranaense e era liderado pelo chefe do Dipoa, Dinis Lourenço da Silva. O G1 entrou em contato com o ministério e aguarda retorno.

Ministro citado
O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, apareceu na investigação da Operação Carne Fraca. Em uma conversa grampeada quando ele ainda era deputado federal, Serraglio chama o ex-superintendente regional no Paraná do Ministério da Agricultura, Daniel Gonçalves Filho, de “grande chefe”.
"Sentimos que não havia crime por parte do tal ministro. Porém, por cautela, foi necessário fazer esse informe para não sermos questionados", disse delegado da PF Maurício Moscardi Grillo. Segundo ele, o que for referente ao ministro será encaminhado à Procuradoria-Geral da República.
Em evento no Rio Grande do Sul, Serraglio comentou o conteúdo da conversa gravada. "Esse frigorífico fica a uns 50 km da minha cidade. É um frigorífico que um dia recebeu, eu tô sabendo pelo o que eu li na imprensa, porque telefonemas a gente dá e muitos, eu recebi um comunicador dizendo que iam fechar o frigorifico", afirmou.
"Aí eu liguei. Pra quem? A expressão que a imprensa está explorando de alguma maneira porque eu chamei de 'chefe'. Ele é o chefe. Aquele cidadão com quem eu falei é superintendente do Paraná da agricultura. Eu liguei pra ele para saber 'o que está acontecendo em relação ao frigorífico?'”
Veja uma transcrição da conversa do ministro com Daniel Gonçalves:
Osmar Serraglio: grande chefe, tudo bom?
Daniel: tudo bom
Osmar: viu, tá tendo um problema lá em Iporã, cê tá sabendo?
Daniel: não
Osmar: o cara lá, que... o cara que tá fiscalizando lá... apavorou o Paulo lá, disse que hoje vai fechar aquele frigorífico... botô a boca... deixou o Paulo apavorado! Mas pra fechar tem o rito, num tem? Sei lá. Como que funciona um negócio desse?
Daniel: deixa eu ver o que acontecendo... tomar pé da situação lá tá... falo com o senhor.
Segundo a PF, a investigação apontou que parte da propina recebida pelas superintendências ia para o PMDB e o PP. O PMDB informou que desconhece o teor da investigação, e o PP ainda não se manifestou.

Adulterações em produtos
Gravações telefônicas obtidas pela PF apontam que vários frigoríficos do país vendiam carne com data de validade vencida tanto no mercado interno, quanto para exportação. Entre produtos químicos e carne fora da validade, há casos ainda mais "curiosos", como a inserção de papelão em lotes de frango e carne de cabeça de porco em linguiça.
No Paraná. o esquema tinha ramificações em Londrina, no norte do estado, e em Foz do Iguaçu, na região oeste. No Rio Grande do Sul, são cumpridos mandados nas cidades de Gramado e Bento Gonçalves, na serra gaúcha, segundo apurou o G1 RS.
Em São Paulo, são 18 mandados no total, sendo 8 de busca e apreensão, 3 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 6 de condução coercitiva, todos na capital, de acordo com informações do G1 SP.



REFORMA POLÍTICA COM LISTA FECHADA, NÃO!


REFORMA POLÍTICA AGORA E COM LISTA FECHADA ? NÃO APOIAMOS !
Você pode até não gostar do Roberto Jefferson e nem do seu partido. Mas temos que concordar com o seu depoimento.
Por isso é preciso pressionar os políticos para mudarem os rumos da prática política no nosso País.
CONTRA A CORRUPÇÃO, VAMOS TODOS ÀS RUAS NO PRÓXIMO DIA 26 DE MARÇO!

O FUTURO DE MEU PAÍS É MAIS IMPORTANTE...


O FUTURO DE MEU PAÍS É MAIS IMPORTANTE DO QUE A SUA OPINIÃO !

BRASIL MELHOR SEM O PT DE DILMA E LULA



O PT fez uma campanha nas redes sociais, perguntando em que o Brasil melhorou sem Dilma. Aqui vão 9 respostas mostrando como o país está mudando para melhor depois do impeachment da ex-presidente. Confira.

Ameaçando mais um presidente, Lava Jato chega ao 3º aniversário

Operação começou como ‘só mais um’ esforço de combate à lavagem de dinheiro. De 2014 para cá, já foi pano de fundo do impeachment de Dilma e começa a assombrar o governo Temer
No começo passava quase despercebida como ‘só mais uma’ operação da Polícia Federal para combate à lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas. Prestes a chegar aos três anos de duração no dia 17 de março, a Lava Jato cresceu a ponto de se transformar na maior operação de combate à corrupção do país, assombrando pelo menos dois governos e podendo ditar o futuro das eleições de 2018.

De 2014 para cá, a lista de políticos envolvidos no escândalo de corrupção na Petrobras não para de aumentar. Nessa semana, o procurador-geral da República Rodrigo Janot entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de 83 novos inquéritos envolvendo autoridades com prerrogativa de foro. Ele também pediu o levantamento do sigilo dos depoimentos de colaboração premiada de executivos da Odebrecht – o que promete dar início ao “fim do mundo” em Brasília.

A Odebrecht, inclusive, representou um ponto de virada nas investigações, na avaliação da força-tarefa que atua em Curitiba – berço da operação. “Um ponto de virada importante foi o Setor de Operações Estruturadas. Porque era a Odebrecht, uma empreiteira que era muito sonora em relação à Lava Jato, de não admitir de forma alguma algum ilícito, de ser bastante irredutível”, explica a delegada da Polícia Federal Renata Rodrigues. “De uma hora para outra a gente conseguiu, em uma investigação, simplesmente desmontar a estrutura deles de pagamento de propina, e que a gente está vendo agora que é um monstro”, completa.

O monstro deve atingir Brasília em cheio e colocar em maus lençóis o segundo governo em um ano. Diversos parlamentares da base governista e ministros do presidente Michel Temer (PMDB) estão no centro das acusações. Na lista de inquéritos apresentada por Janot ao STF há pelo menos seis ministros: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Bruno Araújo (Cidades), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Comunicações e Inovação) e Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços). A lista engloba também os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM) e Eunício Oliveira (PMDB), respectivamente, e outros senadores da base do governo: os peemedebistas Romero Jucá, Renan Calheiros e Edison Lobão e os tucanos José Serra e Aécio Neves.

O próprio presidente, inclusive, pode perder o mandato em uma ação que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que investiga irregularidades na campanha de 2014. Informações colhidas na Lava Jato têm sido compartilhadas com o TSE e podem ser o pano de fundo para a queda de Temer.

Segundo presidente
Temer poderá ser o segundo presidente do país a cair por influência da Lava Jato. No ano passado, o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) também teve a operação como pano de fundo.

A situação do governo Dilma começou a ficar mais complicada quando, prestes a completar seu segundo aniversário, a Lava Jato deu um passo arriscado em direção ao ex-presidente Lula, que foi levado coercitivamente a depor no início de março do ano passado. As investigações contra ele acabaram resultando em um movimento arriscado do ex-presidente e a um contra-ataque ainda mais arriscado por parte da Lava Jato.

Em março, depois da condução coercitiva, Lula tentou assumir o cargo de ministro da Casa Civil de Dilma, cargo que lhe garantiria prerrogativa de foro e tiraria as investigações das mãos do juiz Sergio Moro, levando tudo ao STF.

A estratégia não deu certo. Um dia antes da posse, Moro levantou o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente, mostrando ao Brasil o que foi interpretado como tentativa de obstrução de Justiça – o famoso áudio em que Dilma dizia que ia mandar o “Bessias” com o termo de posse para que Lula usasse em caso de “necessidade”. O ex-presidente não pôde virar ministro e Dilma acabou sofrendo o impeachment depois de uma votação na Câmara e no Senado em que os parlamentares afirmavam votar pela cassação por serem “contra a corrupção”.

Primeira lista
Já em 2015, quando a Lava Jato completou um ano desde a deflagração, estava claro que não era mais ‘apenas’ uma operação contra lavagem de dinheiro. Nessa altura a operação já havia colocado na cadeia ex-diretores da Petrobras e diversos executivos das maiores empreiteiras do país – fato até então inédito no Brasil. No mesmo mês do aniversário da Lava Jato, Janot entregou ao STF a primeira lista com cerca de 50 políticos com prerrogativa de foro que deveriam ser investigados na Corte.

Futuro
Apesar de a cada ano a Lava Jato parecer chegar no seu ápice, a expectativa é que ela não pare onde está e não termine tão cedo. “Na minha avaliação, não chegou nem a 30% ainda”, avalia o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Testa. “Temos que ver a força das instituições, se alei vai valer ou não”, completa.

“A gente tem consciência que a gente tem um volume de informação muito grande que ainda vai dar ensejo a novas linhas, novas interpretações dos fatos”, diz Renata Rodrigues.

A expectativa, porém, não é das melhores. “Às vezes a gente acha que não pode piorar, ou que o nível de comprometimento dos agentes públicos e políticos não pode ser maior, e então a gente entra numa fase nova e desbarata todo um novo núcleo. A cada flanco que se abre nada mais nos surpreende nesse sentido de as coisas serem mais graves”, diz a delegada.

Gazeta do Povo

41 SENADORES QUE ASSINARAM O REQUERIMENTO DE URGÊNCIA PARA VOTAÇÃO DA PEC PELO FIM DO FORO PRIVILEGIADO

Vitória nesta primeira batalha pelo fim do foro privilegiado.

Não vamos parar!