Veja o que Deltan Dallagnol escreveu no Twitter sobre o indulto de Natal de Michel Temer:
“Antes, corruptos precisavam cumprir apenas 1/4 da pena. Agora, irrisórios 1/5. É um feirão de Natal para corruptos: pratique corrupção e arque com só 20% das consequências – isso quando pagar pelo crime, porque a regra é a impunidade.”
O procurador disse, ainda, que o decreto “ignorou o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o Ministério Público, a força-tarefa da Lava Jato e a Transparência Internacional, que se manifestaram contra a aplicação do indulto ao crime de corrupção”.
Renata Lo Prete, 53, assume oficialmente a bancada do "Jornal da Globo" com a saída do jornalista William Waack.
A mudança dos âncoras foi anunciada nesta sexta-feira
(22) pelo diretor-geral de jornalismo da Globo, Ali Kamel.
"Renata levará todo o seu talento e experiência para o Jornal da Globo, um telejornal que nos últimos anos se consagrou por ser aquele que, ao fim do ciclo
diário de notícias, dá ao espectador o conforto de ter diante de si um quadro mais fechado dos acontecimentos, com muita análise e contextualização", disse
Kamel, em comunicado aos funcionários.
Lo Prete, que vinha apresentando o "Jornal da Globo" como interina, passa imediatamente após o Natal a ser a titular da bancada. Em seu comunicado, Kamel
também elogiou a jornalista. "Renata, em sua interinidade, já demonstrou que brilhará no 'JG' como brilhou antes."
Além de ser a substituta oficial de Waack, Lo Prete também era apresentadora, editora e comentarista de política do "Jornal das Dez", da GloboNews. Com a sua
saída, o jornalista Heraldo Pereira assume o seu lugar.
Formada em jornalismo pela USP (Universidade de São Paulo), em 1984, Renata Lo Prete também já passou pela Folha, onde foi repórter, correspondente de
Nova York, editora da Primeira Página, Ombudsman e editora da coluna "Painel".
Em 2005, Lo Prete foi a vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo pela entrevista na Folha com o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) que revelou ao país
o "escândalo do mensalão".
Fica difícil convencer o povo de que é preciso reformar a Previdência depois da concessão de uma pensão de quase 10 mil reais a José Dirceu — deputado cassado e corrupto condenado.
Quem acompanhou o bate boca que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)
Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes protagonizaram nesta terça-feira (19/12) no
plenário da Corte pôde perceber o que acontece quando um ministro qualquer ousa
desafiar a maioria petista do Supremo. Nada menos que sete dos onze ministros foram
nomeados por Lula e Dilma. Não há qualquer dúvida que isso faz uma grande
diferença.
Embora conivente, Gilmar Mendes ousou criticar o fato dos ministros do STF terem
fechado os olhos para a Lei de Delação Premiada para atender a pressa do ex-procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, de derrubar o governo Temer.
Gilmar Mendes, que foi conivente, jogou na cara dos colegas da Corte a validação do
acordo de delação dos criminosos da JBS, mais tarde suspensa pela suspeita da omissão sobre a suposta orientação prestada por um procurador. Gilmar se referia ao
fato da Lei de Delação vetar acordos com chefes de organização criminosa, condição
que Joesley Batista se enquadrava no momento em que foi contemplado com o prêmio
de imunidade total.
“O que nós estamos vendo aqui é a descrição de um grande caos. Uma grande
bagunça. Serviço mal feito, apressado, corta e cola. Com as contradições que foram aí
apontadas, isso é vexaminoso para o tribunal, é ruim. E claro nós temos a obrigação de
aqui definir minimamente, até para que essa confusão não prossiga. Para nos poupar
de um vexame institucional”, começou o ministro
Gilmar Mendes jogou na cara do colegas que todos já sabiam que Joesley Batista, era
“chefe de quadrilha” – o que de acordo com a Lei de Delação, era fator impeditivo para
a concessão de perdão –, o que não impediu o STF de conceder a ele o benefício,
acusou Gilmar, numa referência à conivência dos colegas com Janot e o ministro
Edson Fachin, que homologou o vergonhoso acordo de delação.
“Vamos fazer assim porque o Dr. Janot quer”, provocou Gilmar Mendes, em referência
a Janot, responsável pelo acordo. “E viu do que que se tratava, do grande tipo de
patifaria que se tratava. Grande erro aquele. Portanto o populismo criminal judicial é
responsável por esse tipo de assanhamento e de erros graves que nós temos
cometido”, reclamou o ministro, chamando claramente os colegas de patifes.
O ministro Luís Roberto Barroso logo tomou as dores dos colegas que estavam sendo
desmascarados justamente no plenário do Supremo para todo o Brasil. Com seu
discurso de porta de banheiro, o indicado por Sérgio Cabral para o cargo de ministro
tentou usar a trama engendrada da PGR por Janot e Joesley como justificativa para o
acordo com o chefe de organização criminosa. Barroso apelou para o mantra repetido
por Janot:
"Há diferentes formas de ver a vida e todas merecem consideração e respeito. Eu
gostaria de dizer que eu ouvi o áudio 'Tem que manter isso aí, viu' [veja: Eu quero dizer
que eu vi a fita, eu vi a mala de dinheiro, eu vi a corridinha na televisão. Eu li o
depoimento de [Alberto] Youssef. Eu li o depoimento de [Lúcio] Funaro", disse
Barroso, citando dois delatores muito usados na PGR para alfinetar desafetos do PT.
A hipocrisia reinou como nunca no STF durante aquele bate boca histórico que trouxe
à tona a podridão oculta por baixo das togas. Barroso sabe que Joesley prometeu R$
500 mil ao ex-assessor de Temer para que ele conseguisse agendar um encontro com o
presidente seguindo orientações bem específicas, como informar que estaria presente no encontro, informar a placa do carro que usaria para a segurança do Palácio do
Jaburu e entregar o carro para que Joesley fosse sozinho, devidamente munido de um
gravador e instruído pelo ex-braço direito de Janot, Marcelo Miller, sobre como tentar
induzir o presidente a se comprometer na conversa que seria gravada.
Barroso sabia da operação controlada planejada por Janot e Joesley de filmar Rocha
Loures recebendo seus R$ 500 mil e que aquelas imagens seriam usadas, juntamente
com a gravação, para tentar dizer que o dinheiro era de Temer e derrubar o
presidente. Barroso sabe que Joesley está em cana, que Rocha Loures virou réu e que
as coisas estão prestes a serem esclarecidas. No entanto, não se conteve ao ser
chamado de patife por Gilmar Mendes e acabou fazendo seu discurso de porta de
banheiro, a exemplo dos meninos de Janot no MPF que passavam dias no Facebook
fazendo guerrilha política.
Para finalizar o bate boca com chave de ouro, a presidente do STF, Cármen Lúcia
pediu a palavra para defender os colegas nomeados pelo PT e para dizer que o STF
não aceita a corrupção.
O fato é que, diante de tanta patifaria, o ministro Gilmar Mendes não se sente nenhum
pouco constrangido em soltar criminoso como o "Rei do Ônibus" do Rio, Jacob Barata
Filho. Tudo de acordo com o mais profundo eruditismo de seus saberes jurídicos, é
claro. No STF de hoje, é um patife tolerando a patifaria do outro. Enquanto isso, o
povo brasileiro vai sendo humilhado pelos intocáveis.
A ministra Carmen Lúcia já se antecipou e disse que caso venha a ser decretada a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no julgamento do dia 24 de janeiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), ela provavelmente irá conceder liminar num eventual pedido de habeas corpus a ser proposto em favor do petista.
A declaração soou estranha e parece ser uma demonstração de gratidão da ministra ao ex-presidente.
Em 2006, Carmen Lúcia foi indicada pelo então presidente Lula para o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal, tornando-se a segunda mulher a ocupar esta vaga.
Vale dizer também que a ministra não é magistrada de carreira. Antes de galgar a condição de ministra do STF, ela exercia o cargo de procuradora do estado de Minas Gerais, no governo de Aécio Neves.