sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Lula sofre da Síndrome do Reizinho Mimado

As recentes declarações do ex-presidente demonstram que ele precisa de ajuda psicológica urgente.

Lula está com problemas.

Ops, parece que comecei com uma pérola de obviedade, mas o fato é que estou me referindo aos problemas psicológicos que atormentam o ex-presidente condenado a 12 anos de prisão. Desde anteontem ficou claro que ele sofre da Síndrome do Reizinho Mimado, também conhecida como Síndrome do Imperador, um mal típico em crianças tratadas a pão-de-ló que começam a se comportar como se fossem a encarnação do Messias entre os mortais.

— Quem está no banco dos réus é o Lula — disse ele —, mas quem foi condenado foi o povo brasileiro!

É espantoso que Lula não veja problema em se colocar como uma espécie de metonímia do país, uma lenda, uma estátua falante, um símbolo tão completo de brasilidade que estaria acima das leis e das instituições. Com arrogância infantil, fala de si mesmo na terceira pessoa e usa a própria voz para se igualar a personalidades históricas como Nelson Mandela e até Jesus Cristo.

Menos, Lula. Sabemos que o desespero justifica tudo, mas assim já é demais.

— Esperem porque vamos voltar — continuou o ex-presidente. — Essa provocação é de tal envergadura que me deu uma coceirinha e agora eu quero ser candidato!

Será que ouvimos direito? Ele quer voltar ao Planalto porque está com o ego comichando? Ou será que deseja se vingar dos juízes que o condenaram? Disse e repetiu que não possui razões para aceitar a decisão do TRF4. Se aceitasse, perderia o respeito da neta de seis anos e dos próprios filhos. Não vamos profanar a privacidade da criança, mas perder o respeito dos filhos é um problema realmente grave. Todo mundo sabe que é mau negócio ficar em baixa com os milionários.

E já que bobeira pouca é bobagem, Lula criou o Dia do Aceito, paródia do Dia do Fico de D. Pedro I, como se estivesse hesitando em se candidatar e só agora, graças ao clamor popular, foi obrigado a ceder às exigências da nação.

— Obviamente que não estou feliz — perorou —, mas duvido que alguns deles que me julgaram estão com a consciência tranquila como estou hoje com vocês.

Em suma, Lula precisa de ajuda psicológica urgente. Verdade seja dita, ele não tem culpa das adulações que veio recebendo dos colegas de partido desde a década de 1980. Tanto foi tratado como mito revolucionário, Filho do Brasil e “pai dos pobres” que ele mesmo chegou à conclusão de ser uma força da natureza. Lula é infalível! Lula é o cara! Lula não pode ir em cana, mesmo que tenha usado o cargo e o prestígio para cometer os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Que alguém explique a ele como funciona a trajetória de um mito. Há o nascimento inesperado, o apogeu cheio de glórias, o declínio e o ocaso. 

Quanto à tal coceirinha, não seria mau presenteá-lo com uma daquelas mãozinhas de plástico que alcançam as costas.


Por Maicon Tenfen

(Veja conteúdo)

PF recupera investigação de 1999 sobre ‘caixinha’ a Michel Temer

O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, confirmou ao Poder360/Drive que 1 processo já arquivado sobre o Porto de Santos foi anexado ao inquérito que investiga a atuação do presidente Michel Temer em contratos com a Codesp (Companhia de Docas de São Paulo). 

O presidente sempre negou ter cometido irregularidades e nunca houve prova definitiva a respeito do episódio.

Lula joga a toalha?

O PT está se esfacelando.

Diz Vinicius Torres Freire, da Folha de S. Paulo:

“Se Lula estiver preso, não será possível levar o sucessor em caravanas de campanha; seria muito difícil ungir e favorecer o escolhido da prisão. Lula teria de fazê-lo o quanto antes. Se o fizer, como ficam as conversas de unificação da esquerda e conversas sobre a possibilidade remota de o PT apoiar um aliado com mais potencial? Mais importante, como apresentar o candidato? Lula jogaria a toalha? (…)

Segundo problema, há críticas ao desempenho de Gleisi Hoffmann na presidência do PT e a suas manifestações mais exaltadas, que não seriam a posição de várias lideranças e, de qualquer modo, são vistas como nada pragmáticas ou nada eficientes mesmo entre a militância. Sem a presença de Lula, essas lideranças não querem que Gleisi seja a voz do partido.

Terceiro e mais vistoso problema, ainda é difícil descobrir quem seria o possível candidato no lugar de Lula. Há quem diga que isso não está definido, que não se sabe, que é Jaques Wagner ou que há chance para Fernando Haddad, talvez protegido por Lula de um tiroteio precoce.”

STF pode admitir a prisão de Lula

O golpe de Lula no STF pode fracassar.

Segundo Andreza Matais, “dois ministros do Supremo contrários à prisão após a segunda instância passaram a admitir ‘condicionantes’ para garantir o cumprimento da pena antecipada em alguns casos”.

Quais casos?

“A prisão imediata poderia ocorrer quando o réu tem direito apenas a ‘recursos inviáveis’, sem o poder de livrá-lo da prisão”.

Um dos ministros ouvidos pela colunista explicou que esse é o caso de Lula, porque “se ele não for preso após a segunda instância, será após a terceira”.

“Bolsonaro é o Lula de ontem”

Jair Bolsonaro conquistou o reduto lulista de Teimosa, em Recife.

O presidente do conselho de moradores da favela disse para o Valor:

“Acho que o Bolsonaro é o Lula de ontem, falando a língua do povo, o que o povo quer ouvir”.

Uma líder comunitária, que votou em Lula duas vezes, explicou por que desistiu do condenado:

“Os filhos dele não tinham nada e agora são ricos.”

Quanto a Jair Bolsonaro, ela disse:

“É um absurdo presos recebendo salário e comprando XBox. Eu aqui fora não consigo comprar para o meu filho. É preciso uma reforma urgente do Judiciário”.

Favelado rejeita bandido.

'O PT não é mais um partido, mas uma seita voltada ao ridículo', diz Caiado

O senador Ronaldo Caiado ridicularizou o discurso de enfrentamento do Judiciário e radicalização adotado pelo PT após a condenação de Lula em segunda instância: 

"O desespero do PT chegou ao ponto de desafiarem o próprio Estado Democrático de Direito. Não é mais um partido, mas uma seita voltada ao ridículo. Não percebem o desprezo da população diante de tamanha afronta ao país".

PF monitora todos os passos de Lula


A decisão do juiz Ricardo Leite determinando a apreensão do passaporte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acertadíssima, no contexto do processo que tramita sob a sua competência junto à 10ª Vara Federal de Brasília.

O caso é complexo e incrimina de maneira contundente o petista. As provas são robustas e a defesa de Lula vem atuando deliberadamente no sentido de procrastinar o andamento da ação penal.

Por diversas vezes e inúmeras razões o petista já conseguiu adiar o seu interrogatório, que tem nova data marcada para o dia 20 de fevereiro.

Diante disso, há sim o fundado receio de fuga. Lula já tem uma condenação em 2ª instância e a viagem anunciada é para um país que não tem tratado de extradição com o Brasil.

Ademais, o tal evento que Lula irá participar, só foi agendado após o TRF-4 ter anunciado a sessão do último dia 24 de janeiro que julgou e por unanimidade acatou a sentença condenatória do juiz Sérgio Moro, inclusive aumentando a sua pena.

Antes, Lula tinha programado mais uma etapa de sua ‘Caravana Lula pelo Brasil’, que seria realizada na região Sul do país.

A mudança de agenda no momento em que tomou conhecimento de seu julgamento e do iminente risco de prisão, parece que evidencia a possibilidade da fuga, fato que não pode ser ignorado pela Justiça.

A decisão é acertadíssima, mormente em função de que as próprias lideranças petistas estão proclamando a desobediência ao Judiciário.

com Jornal Da Cidade Conteúdo

A indignação contra a decisão de Cármen Lúcia de tentar salvar Lula

Juízes federais estão indignados com a decisão de Cármen Lúcia de colocar logo na pauta do STF se condenados em segunda instância podem começar a cumprir pena. Eles não têm dúvida de que é para tentar evitar a prisão de Lula, determinada pelos desembargadores do TRF-4, e também blindar caciques de outros partidos implicados na Lava Jato.

Segundo esse juízes, independentemente do resultado do STF, trata-se de uma iniciativa que mostra, mais uma vez, que os tribunais superiores estão a serviço dos poderosos, e não dos interesses do país.

Cármen Lúcia deveria resistir às pressões de colegas seus, para não sair desmoralizada da presidência do STF — e mostrar que o seu discurso em prol da moralidade no trato da coisa pública não é blá-blá-blá.

Lindbergh: ‘Nós estamos preparados para lutar nas ruas deste país’

Lindbergh, na reunião da executiva nacional do PT, em São Paulo:

“Nós estamos preparados para lutar nas ruas deste país. (…) Os advogados que façam o trabalho dele. Mas eu não acho que a gente vai derrotar esse golpe com liminar na Justiça, não. Para derrotar o golpe tem que ter enfrentamento social, tem que ter rebelião cidadã para o Lula ser candidato.”

O senador ainda repetiu:

“Eu quero dizer para a Rede Globo: para prender o Lula, vão ter que prender milhões de brasileiros.”

PT contra ‘Globo, Itaú e Estados Unidos’

Paulo Pimenta, novo líder do PT na Câmara, disse na reunião da executiva nacional do partido quem são ‘os inimigos’: Globo e Itaú, “que financiou o golpe”, acusa ele.

Ah, e mais um:

“Há um processo em curso comandando pelos Estados Unidos.”

‘Não posso aceitar que um canalha qualquer me chame de ladrão’

Lula segue atacando o Judiciário, dizendo que não vai atacar o Judiciário.

“Não é uma coisa simples vocês andar na rua e alguém gritar que é ladrão. Isso é que mais coloca minha honra à flor da pele. Aceito até que me chamem de corintiano, mas não posso aceitar que um canalha qualquer me chame de ladrão.”

Lula precisa de palanque ‘para se defender’, diz Lupi

Presidente do PDT e ministro de Dilma Rousseff, Carlos Lupi diz que Lula, “mais do que nunca”, é candidato, porque ele “precisa de um palanque” para se defender.

É uma mentira em várias camadas. Primeiro, porque Lula não sai do palanque; segundo, porque o lugar de ele se defender é a Justiça –e seus advogados fracassaram.

Por último, apesar do discurso, o PDT acha ótimo que o petista não concorra. Ajudaria, acreditam os pedetistas, a impulsionar a candidatura de Ciro Gomes.

Adivinha quem está dando o maior apoio a Lula

Nicolás Maduro divulgou nota dando “absoluta solidariedade e respaldo” ao “companheiro Luiz Inácio Lula da Silva” e chamando de “claramente política e antijurídica” a decisão do TRF-4.

O ditador da Venezuela, é claro, não faz a menor ideia do que seja um Judiciário independente. No país dele, está tudo dominado pelo chavismo-madurismo.

Quem diria, foi Gleisi quem brigou por Gebran Neto em 2013

Os três desembargadores da 8ª turma do Tribunal Regional Federal (TRF-4) – Vitor Laus, Leandro Paulsen, e João Pedro Gebran Neto - são servidores públicos federais de carreira e concursados.

Laus, o mais velho, é oriundo do Ministério Público Federal, nomeado desembargador pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Paulsen e João Pedro Gebran Neto são oriundos da magistratura e foram nomeados desembargadores juntos, em dezembro de 2013, pela presidente Dilma Rousseff.

Portanto, entre os três votos que confirmaram a condenação de Lula nesta quarta-feira (24), dois chegaram ao tribunal no governo do PT.

Curiosamente, Gebran Neto, o relator, paranaense, teve a seu favor a influência decisiva de Gleisi Hoffmann.

Ela que bancou a sua escolha. No entanto, hoje, Gleisi o critica, o rotula de juiz ‘partidário’ e está arrependida.

Sem querer escolheu um homem sério.

A abastada "farra" da cúpula petista em POA

Enquanto a militância petista, os tais ‘militontos’, acampava nos arredores de Porto Alegre (RS), uma casta de bacanas, a cúpula, os ‘amigos do rei’, torrava dinheiro num dos mais requintados hotéis da região Sul do país.

O Sheraton foi escolhido porque além do fácil acesso, a apenas 15 minutos do aeroporto Salgado Filho, é um cinco estrelas sofisticado e exclusivo, com suítes extremamente confortáveis e relaxantes e cozinha internacional, de primeiríssima qualidade.

Os petistas da elite ocuparam metade do belíssimo hotel. Oitenta suítes ficaram à disposição durante três dias.

Nas noitadas, longe dos ‘militontos’, vinhos caríssimos, whisky 17 anos e ‘altas farras’.




(com Jornal da Cidade On Line conteúdo)

Lula morreu. Luiz Inácio acabará preso

Corra, PT, atrás de outro candidato.
Pode acontecer com o melhor dos atores: de tanto viver o mesmo papel todos os dias, de tanto repetir as mesmas falas, de tanto desfrutar dos êxitos e chorar das dores do personagem que representa, renuncia à própria identidade. E assim quando termina a função e vai para casa, não é mais o artista que apenas deu duro para ganhar a vida como um trabalhador qualquer. Segue sendo o personagem que se recusa a sair de cena.

Foi Lula – não Luiz Inácio da Silva – que ocupou ontem à noite o palco montado na Avenida Paulista para dizer aos manifestantes, ali, reunidos o que eles não cansam de ouvir, e depois vão embora satisfeitos por ter ouvido. Lula disse que é inocente, que não existe uma só prova de que tenha cometido crimes, que ao condená-lo a Justiça condena as conquistas sociais dos seus governos, e que de novo será candidato a presidente da República.

Repetiu os ataques aos mesmos alvos – às elites perversas que não querem abrir mão de nada, à Rede Globo que lidera um complô mediático para impedi-lo de disputar as próximas eleições, aos juízes empenhados em mandá-lo para a cadeia. E, é claro, comparou-se a heróis famosos. A Tiradentes, preso, esquartejado, e depois promovido à condição de patrono da República. E a Nelson Mandela, símbolo da luta contra a discriminação racial.

Ameaçado de ir parar no xilindró nos próximos 40 ou 60 dias, e a começar a cumprir pena de 12 anos em regime fechado, Luiz Inácio da Silva está cada vez mais careca de saber que a trajetória política de Lula está chegando ao fim. Até há pouco, nunca antes na história deste país um presidente da República fora denunciado por corrupção – Temer foi. Até ontem, nunca antes um ex-presidente da República havia sido condenado por crime comum – Lula foi.

É impensável que, por artes e manhas de manobras judiciais, ele possa driblar o que está escrito na lei aprovada pelo voto unânime da Câmara dos Deputados e do Senado, e sancionada sem vetos pelo presidente da República. Em tempo: o presidente era ele. E seu partido celebrou a Lei da Ficha Limpa como o instrumento mais avançado de combate à corrupção. Quanta ironia! Lula candidato seria a desmoralização da Justiça brasileira e, por tabela, do país.

Se comparado aos demais processos que Lula responde, o que trata do tríplex 164-A do Condomínio Solares, na praia do Guarujá, em São Paulo, sempre pareceu o mais inocente, uma travessura de criança, sem potencial de causar dados irreversíveis às pretensões de ninguém. Lula mente quando diz que já esperava ser condenado pelo tribunal de Porto Alegre. Por 3 x 0, não esperava. Com os termos duros usados pelos juízes, jamais esperou.

Em fevereiro, o juiz Sérgio Moro deverá condená-lo no processo do sítio de Atibaia, também em São Paulo. As empreiteiras Odebrecht e OAS reformaram o sítio para uso de Lula e de sua família. Se nunca se hospedou no tríplex, se ali só pôs os pés uma única vez, Lula hospedou-se no sítio pouco mais de cem vezes desde que deixou a presidência da República. O escudo do Corinthians, seu time, está no copo em que ele bebia no sítio. Suas iniciais, na roupa encontrada lá.

O sítio é um santuário com as impressões digitais de Lula e de sua família por todo canto. Nos pedalinhos com os nomes dos netos. Nas caixas de charutos que mais tarde desapareceram ou foram resgatadas por seu dono. Na vasta e bem fornida adega com os vinhos que Lula recebeu de presente, pois jamais meteu a mão no bolso para comprar uma só garrafa. Na torre de celular plantada nas redondezas do sítio para facilitar as comunicações. Que mais?

Atibaia é um auto de delação a céu aberto, explícito, minucioso e sem nenhum subterfúgio. Lula teve a oportunidade de confessar que o havia recebido como doação de empresários amigos e em reconhecimento aos relevantes serviços prestados por ele ao país. Quem sabe não teria colado? Atibaia é uma prova, com o tamanho de não sei quantos hectares, das relações promíscuas e criminosas de Lula com os que mais se beneficiaram dos seus governos.

Trate o PT de se apressar à procura de um novo candidato. O que tinha foi ontem ferido de morte.

por Ricardo Noblat

(com Veja conteúdo)

Juiz do DF proíbe Lula de sair do Brasil e manda apreender passaporte



O juiz Ricardo Leite, da Justiça Federal no DF, proibiu o ex-presidente Lula de sair do país e determinou a apreensão do passaporte do petista.

A ordem foi passada no início da noite desta quinta-feira (25) ao diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, que comunicou ao ministro da Justiça, Torquato Jardim. A informação foi confirmada pela PF à Folha de S. Paulo.

A medida inviabiliza a viagem que Lula faria na madrugada desta sexta-feira (26) para a Etiópia. A fim de evitar um constrangimento do ex-presidente no momento do embarque -ele poderia ser barrado no setor de imigração do aeroporto- a PF quer avisar aos advogados de Lula o mais rápido possível para que a viagem seja cancelada.

A decisão tomada pelo juiz foi um pedido do Ministério Público Federal no DF como parte de um inquérito que apura supostos crimes na aquisição, pelo governo federal, de aviões caças da Suécia.

Eleição sem Lula deixará de ser fraude

À vista, mais um contorcionismo do PT.
Uma vez que Lula perdoou os “golpistas” desde que se comprometam a apoiá-lo, o PT haverá de sentir-se à vontade para disputar as próximas eleições com Lula ou sem ele. É só questão de tempo.

À vontade seria um exagero. Mas eleição sem Lula, pelo menos para o PT e seus aliados, em breve deixará de ser uma fraude. Esperem para ver.

por Ricardo Noblat, na Veja

Desembargador do TRF4 é grande decepção de Gleisi

Senadora trabalhou fortemente pela indicação de Gebran.
Um dos três desembargadores responsáveis pelo julgamento de Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, João Pedro Gebran Neto converteu-se na maior decepção de Gleisi Hoffmann.

Isso porque Gebran foi nomeado em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff.

E foi justamente Gleisi Hoffmann quem mais trabalhou para concretizar a nomeação.

Gebran é do mesmo estado da senadora, o Paraná.

(com Veja conteúdo)

Nenhuma dúvida razoável

A decisão do Tribunal Federal da 4ª Região não deixou margem a qualquer dúvida razoável sobre a culpa que levou o juiz Sergio Moro a condenar Luiz Inácio da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Falou sobre isso de modo eloquente o aumento da pena em dois anos e sete meses. Ainda assim, para a serenidade dos ânimos no país não há solução boa, tal a dimensão do que Lula resolveu criar para o Brasil.

Condenado por unanimidade em segunda instância, réu em mais meia dúzia de processos, o ex-presidente seguirá importunando o país. Perturbação cujo único objetivo é sustentar a ideia de que o PT vive e continuará sobrevivendo como se não carregasse o peso da decadência decorrente do desvio em que enveredou o partido.

Desde que se iniciou a queda da máscara ética e politicamente renovadora sob a qual atuou o PT até a conquista da Presidência da República, os petistas tiveram várias oportunidades de se reinventar mediante franca autocrítica, a fim de levar a legenda de volta aos compromissos originais firmados há quase três décadas. As sugestões nesse sentido foram rechaçadas. O partido escolheu a beligerância; briga com os fatos e agride a institucionalidade sem se importar com os danos imputados à sociedade e os riscos à estabilidade institucional.

Os votos dos desembargadores foram de uma clareza absoluta. No conteúdo, pela exposição didática da consistência dos autos em que se baseou o juiz Sergio Moro para decidir pela condenação do ex-presidente, com o relato minucioso das provas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na forma, pelo uso por parte dos magistrados de uma linguagem bastante mais acessível à percepção dos cidadãos que aquela, hermética, adotada no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

Contrariamente ao que o PT pretende fazer crer quando reivindica para Lula lugar de honra no altar dos inimputáveis devido à importância política e social dele, os desembargadores afirmaram que a relevância do personagem serve como agravante para a punição da conduta ilícita. Em miúdos: quanto mais alta a posição, maior a responsabilidade em todos os aspectos da função pública e da condução na vida pessoal.

A despeito da realidade límpida e inquestionável, o PT não vai se render a ela. Inclusive porque, embora preferisse uma decisão por 2 a 1, a sentença unânime não foi uma surpresa para o partido. Fosse esperado outro resultado, seus dirigentes não teriam se dedicado nos últimos dias com tanto afinco a adotar posições de conflito e tentar incutir medo pela via da intimidação geral. A arenga do atrito, portanto, vai continuar.

A boa notícia é que resultará em nada. Não terá respaldo da opinião pública nem servirá para conquistar adeptos mesmo entre os ditos partidos de esquerda, que, de resto, já tratam de anunciar candidaturas à Presidência, num claro sinal de que a solidariedade a Lula tem limite.

Quanto às ameaças de que as ruas iriam à luta por Lula, é o caso de lembrar Assis Valente no antigo samba: anunciaram e garantiram, mas o mundo não se acabou.

texto por Dora Kramer
Publicado em VEJA.