domingo, 31 de dezembro de 2017

Gleisi Hoffmann: a presidente perfeita para o PT

Os petistas escolheram a presidente certa para comandar a legenda em 2017: Gleisi Hoffmann.
Ré na Lava Jato, Gleisi cumpriu à risca o papel de animadora de torcida, repetindo à exaustão o malhado discurso do golpe, do viés político da Lava Jato, da inocência de Lula, da perversidade da mídia e do capital. Zzz…

Concentrada no discurso tresloucado (mas com método) do partido, Gleisi até conseguiu deixar um pouco de lado os próprios problemas, mas, faltando poucas semanas para o encerramento do ano, Raquel Dodge a lembrou da condição de ré: em manifestação enviada ao STF, a PGR pediu que a presidente petista seja condenada por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, perca o mandato e pague 4 milhões de reais aos cofres públicos.

Para a PGR, Gleisi e o maridão Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Lula, “ludibriaram os cidadãos brasileiros”.

DILMA BLOQUEADA

No Brasil, ninguém dá bola para o que Dilma Rousseff diz. Nem mesmo o PT: iniciada a boataria de que ela se candidataria ao Senado, em 2018, petistas do Piauí ao Rio Grande do Sul correram para asfixiar a ideia. Ninguém quer abrir espaço para uma derrota certa.

Apesar disso, Dilma continuou queimando dinheiro dos pagadores de impostos brasileiros no exterior, na tentativa de propagar a ladainha do golpe contra a “gerentona honesta”. Ainda tem gente tonta na plateia para ouvir.

A verdade, contudo, não submergiu no pré-sal de asneiras da ex-presidente. Marcelo Odebrecht afirmou em juízo que Dilma sabia de todo o esquema ilícito montada pela empreiteira para encher os cofres petistas na eleição de 2014 — como revelou O Antagonista.

Dilma teve ainda os bens bloqueados pelo TCU, por causa da desastrosa compra da Usina de Pasadena pela Petrobras, um grande negócio para quem vendeu.

Ela também foi denunciada, ao lado de Lula, por participação no quadrilhão, o inquérito que investiga a participação dos petistas no saque à Petrobras, e por obstrução de Justiça, no episódio da nomeação do “comandante máximo” para a Casa Civil, em 2016.

De Antonio Palocci, vieram acusações fatais. Ao juiz Sérgio Moro, o “Italiano” das planilhas da Odebrecht disse que Dilma participara dos arranjos feitos entre a construtora e Lula.

2018, um ano que não começou

Até a metade do segundo semestre de 2018, haverá troca de comando nos tribunais superiores do país. No STF e no CNJ, Cármen Lúcia dará lugar a Dias Toffoli.

No STJ, Laurita Vaz será substituída por João Otávio de Noronha, que deixará a Corregedoria Nacional de Justiça para o ministro Humberto Martins.

No TSE, Luiz Fux comandará os trabalhos no lugar de Gilmar Mendes. E, no TST, o ministro João Batista Brito Pereira assumirá o posto de Ives Gandra Martins Filho.

Ano novo, cadeia nova

Torquato Jardim vai inaugurar em janeiro um novo presídio federal em Brasília, próximo à Penitenciária da Papuda, que é do governo do Distrito Federal.

Será a quinta unidade de segurança máxima do país, depois de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).

A escolha da capital federal deve ter sido uma questão logística.

Aguardamos ansiosamente que fique cheia rapidamente.

Virada no Jaburu, sem previsão de visitas

Michel Temer passará a virada do ano com Marcela e Michelzinho no Palácio do Jaburu, informa O Globo.

Segundo a assessoria do Planalto, não há nenhuma previsão de visita ao presidente neste domingo, 31 de dezembro.

Até porque, acrescenta O Antagonista, Joesley Batista está preso e não pode visitar ninguém.

Rosário divulga mensagem, fala em segurança, mas ignora a polícia que recuperou o seu carro


Em mensagem de fim de ano, a deputada Maria do Rosário mais uma vez mostrou toda a sua pequenez e falta de hombridade.
Vítima de um assalto na semana passada, a ex-ministra dos Direitos Humanos recorreu imediatamente a Brigada Militar do Rio Grande do Sul.

Fervorosa crítica da polícia, ela não hesitou em buscar o seu socorro. Prova flagrante de incoerência.

Diligentes, os policiais foram exitosos e em pouco mais de duas horas recuperaram o veículo da petista.

Em sua mensagem de fim de ano, fosse ela uma pessoa com um pouquinho de decência, era a hora de agradecer e elogiar o excelente trabalho da polícia.

Mas, infelizmente, Rosário, não obstante ter mencionado o tema segurança em sua mensagem, ignorou os fatos e a atuação da Brigada Militar do Rio Grande do Sul.

A deputada é verdadeiramente uma lástima.

A sociedade deve exigir que a corrupção seja considerada "crime hediondo"


O Palácio do Planalto e o Ministério da Justiça e Segurança Pública bateram cabeça nos últimos dias por conta do excrescente Decreto nº 9.246/2017 com o presentão de Natal que o presidente Michel Temer pretendia conceder aos amigos corruptos enjaulados.

Deram com os burros n'água, após recurso da procuradora-geral Raquel Dodge ser acatado, em partes e liminarmente, pela ministra Cármen Lúcia. No entanto, cumpre destacar, a cautelar exarada pela presidente do Supremo Tribunal Federal é fartamente duvidosa. Além de violar o Art. 84, inciso XII, da Constituição (que estabelece como competência privativa da Presidência da República Federativa do Brasil a concessão de indultos), muito mais expõe o viés ideológico da "moda", do que a consolidação da Lei como bastião da vida em sociedade no Brasil.

De toda forma, o "indulto natalino" de Temer tinha algumas gracinhas... literalmente! Um ato demasiado ruidoso, sem dúvida.

Veja a quantidade de políticos e empresários corruptos que estão no xilindró (ou a caminho dele!), imaginando-os como um carro desgovernado, em alta velocidade. Qual foi a medida do presidente Michel Temer para tentar conter o carro, "estancar essa sangria"? O "indulto natalino" de Temer simplesmente quebra o vidro do velocímetro e tenta parar o veículo forçando o ponteiro na direção do zero.

Noutras palavras, hipocrisia criminosa travestida em benemerência.



A resposta metafórica explica, com clareza meridiana, a Impunidade enraizada que nos assola e o entendimento equivocado sobre o papel do Sistema penitenciário no Brasil: se os presídios estão superlotados e imundos, soltem os bandidos presos, ao invés de construir mais penitenciárias para dar conta da marginalidade crescente e imperativa em todos os veios sociais.

Aliás, outra "modinha" é criticar duramente quem defende "cana" para bandido. Lugar de criminoso é na cadeia sim! Pouco importa se vamos nos tornar o país com a maior população carcerária do Planeta Terra. Inclusive, porque esse número não é meta, tampouco doença. Na verdade, o número expressivo de encarcerados no Brasil, mesmo com um Poder Judiciário lento, leniente e garantista, é um sintoma da doença e não a doença em si.

Por fim, cabe aqui um alerta: talvez seja o melhor momento para o Povo Brasileiro pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), a colocar em votação o Projeto de Lei nº 5.900/2013, que altera o Art. 1º da Lei de Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/1990), definindo os delitos de peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, concussão, cobrança arbitrária de impostos, tributos e dívidas como Crimes Hediondos.

O PL 5900/2013 é de autoria do então senador Pedro Taques (PSDB/MT), atual titular do Governo de Mato Grosso, já foi aprovado pelo Senado Federal e está pronto para ser votado na Câmara dos Deputados desde junho de 2013, quando sua tramitação foi ordenada em "regime de urgência". Mas, "misteriosamente", segue empoeirado na gaveta de Rodrigo Maia.

Transformar tais crimes em hediondos, para além do alargamento da punição, impede que "indultos natalinos" deste e de outros presidentes beneficiem corruptos. Afinal, diz o Art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.072/1990 que os "crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça e indulto".

Sigamos em frente...

texto: Helder Caldeira
Jornal da Cidade

O custo de uma família de criminosos para o povo brasileiro


Certas situações no Brasil deveriam se resolver imediatamente, sem delongas.

Inadmissível que pessoas condenadas ou envolvidas em crimes de corrupção percebam qualquer tipo de remuneração salarial dos cofres públicos.

O caso mais estapafúrdio é o do ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão, condenado novamente no petrolão, com a sentença confirmada em 2ª instância, segue ainda solto e acaba de ter confirmada pela Câmara Federal uma aposentadoria de R$ 9,6 mil, como ex-deputado.

Um absurdo inaceitável.

Todavia, a situação do clã Vieira Lima é também ultrajante. 

A família de corruptos fatura só de salários quase R$ 80 mil por mês.

O ex-ministro Geddel recebe R$ 14 mil como ex-deputado federal. A mãe recebe R$ 32 mil de pensão do ex-marido. E o deputado Lúcio Vieira Lima, só de salário fatura R$ 33 mil por mês, fora as verbas de representação.

É de se lamentar...

Com informações do Jornal da Cidade

Viaduto Marisa Letícia já é uma realidade em São Paulo


O vereador Milton Leite, atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, no exercício interino do cargo de prefeito municipal, em função de viagens do prefeito João Doria (PSDB) e do vice-prefeito Bruno Covas (PSDB), sancionou nesta sexta-feira (29) o projeto de lei aprovado pela Câmara de Vereadores, que dá o nome de Dona Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Lula, a um viaduto no bairro de Santo Amaro, zona sul da capital paulista.

É certo que caso ainda estivesse viva, a ex-primeira dama possivelmente seria condenada, por crimes cometidos em conluio com o marido.

Tanto é verdade que a herança milionária que deixou, está bloqueada por determinação judicial, sob a fundada suspeita de ter sido amealhada com o produto de corrupção e propina.

Lamentável!

A 'homenagem' é uma traição ao povo paulistano.

Com informações do Jornal da Cidade

Michel Temer, a catarata e o toque retal...


Diz-se que Michel Temer é um ‘grande constitucionalista’, professor de Direito Constitucional e autor de livros acadêmicos na área. 
Ainda assim, edita um decreto francamente inconstitucional. 

Pior: agora culpa o Supremo Tribunal Federal pela ineficácia do documento.

Grosso modo, isso equivale dizer que um paciente, cego por conta da catarata, procura um médico oftalmologista e este determina que ele faça um exame de toque retal. 

Ao constatar erro no diagnóstico, o médico decide culpar o esfíncter pela existência da catarata.


texto: Helder Caldeira, Escritor e Colunista Político

Jornal da Cidade

Bato e Arrebento!


Há homens que agridem as suas esposas e o fazem exercitando a sua superioridade física e o seu machismo.
É no mínimo interessante o fato de que alguns integrantes de Tribunais Superiores terem manifestado com tanta veemência em favor do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do recente episódio no qual houve indevida divulgação em redes sociais de arquivo de voz em que um Juiz de Direito de primeiro grau de jurisdição teria criticado o referido Ministro.

Mostra-se relevante ressaltar que tal arquivo de voz foi divulgado exclusivamente em grupo restrito de whatsapp, sem qualquer pretensão ou autorização de divulgação a terceiros, tampouco à mídia, registrando expressamente transmitir informações que lhe foram passadas por terceiros; revelando, portanto, apenas manifestação íntima do Magistrado no exercício da liberdade de expressão constitucionalmente assegurada a todos os brasileiros.

Vale observar que a vedação imposta aos Magistrados, pela Lei Orgânica da Magistratura, de crítica a decisões judiciais não tem a abrangência de os impedir, em ambiente íntimo e privado, como se dá em conversas reservadas, presenciais ou em grupos restritos de whatsapp, de desabafarem e externarem suas compreensões sobre as mais diversas questões da vida, inclusive da realidade do Poder Judiciário.

Ora, ora. Senhores professores de ética, onde estavam Vossas Excelências quando o mesmo Ministro Gilmar Mendes foi achincalhado por outro Ministro do STF, ao vivo, a cores, publicamente com direito a transmissão para o mundo inteiro?

Onde estavam que não escutaram? (licença poética-Castro Alves).

Por que Vossas Excelências não se dirigiram ao Ministro ofensor manifestando a indignação? Por que não deram uma lição de ética em tal ministro?

Mais recentemente, outros Ministros do STF também estabeleceram situações delicadas contra o mesmo Ministro Gilmar Mendes.

E, mais uma vez, Castro Alves.

Onde estavam Vossas Excelências quando há poucas semanas uma revista semanal (1.200.000 exemplares) fez publicar longa reportagem na qual a honradez do Sr. Ministro Gilmar Mendes foi colocada em observação?



Onde estavam Vossas Excelências, palatinos dos fracos, dos agredidos, que não tomaram nenhuma medida contra tal revista periódica? Onde?

Porém, quando um Magistrado do primeiro grau, em um grupo fechado, exterioriza uma indignação, algo natural dos homens de bem que trabalham com dedicação, honradez e... paixão, Vossas Excelências, super-heróis da moralidade, defensores dos agredidos, incontinenti, vestem a capa professoral e garantidora da ética, exteriorizam a indignação e fazem publicar a sua aula magna.

Certo é que vivemos novos dias, em que a transparência republicana e a crescente divulgação das decisões judiciais têm despertado, dia a dia, maior interesse das pessoas e, consequentemente, transformado cada brasileiro em comentarista e crítico especialmente das decisões referentes aos casos de maior repercussão, como a emblemática operação Lava-jato, a delação envolvendo a JBS e o Presidente da República, os processos envolvendo Deputados, Senadores,  ex-Governadores do Estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais, etc.

Elogios e críticas são, pois, inerentes a qualquer Estado que se pretenda democrático, cabendo a todos os brasileiros, em especial nós Magistrados, defendermos o intransigente respeito ao sagrado e constitucional direito de todos nós, sem exceção,  nos manifestarmos e elogiarmos ou criticarmos qualquer pessoa, por mais relevante que seja sua posição social ou econômica, na iniciativa privada ou em cargo ou função pública, mormente quando as críticas se dão em ambiente reservado, como o fez o referido Magistrado.

O grande artista e poeta mineiro Paulinho Pedra Azul escreveu o seguinte verso: "Todo mundo quer ser rei, nas costas de um homem bom". É isso! Paladinos somente o são contra os bons homens, contra os Magistrados que verdadeiramente fazem a diferença na prestação jurisdicional e, fundamentalmente, contra os Magistrados do primeiro grau.

Mas, para concluir o primeiro parágrafo, vale levantar a seguinte questão: por que não adotaram a mesma postura quando os possíveis agressores da mesma "vítima" eram os Ministros do STF?

É inevitável a comparação daquele machão que bate fisicamente na sua mulher dentro de casa, mas que na rua é um frouxo!

A ANAMAGES continuará acompanhando todos os desdobramentos desse fato e prestando ao Magistrado todo o auxílio que se fizer necessário.


texto de: Magid Nauef Láuar - Presidente da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES).

fonte: Jornal da Cidade

Bolsonaro diz que Deputada Maria do Rosário: "Não merece ser assaltada"

Dodge questiona gastos exorbitantes de Temer com publicidade

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5863) no Supremo Tribunal Federal contra a dotação orçamentária de R$ 99 milhões em favor da Presidência da República, com destinação específica para a comunicação institucional. A dotação está prevista na Lei 13.528/2017, que abre crédito suplementar no valor de R$ 6,9 bilhões para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, no plantão durante o recesso judiciário, requisitou informações com urgência e prioridade sobre a matéria aos presidentes da República e do Congresso, no prazo de dez dias.

As informações foram divulgadas no site do Supremo. O relator da ADI 5863 é o ministro Marco Aurélio.

"É natural que cada governo busque a implementação de uma dada ordem de propostas políticas", observa a procuradora-geral. "Se, porém, o governo entende que deve esforçar-se por persuadir a população do acerto de uma proposta polêmica, não pode valer-se de recursos financeiros públicos para promover campanha de convencimento que se reduza à repetição de ideias, teses e juízos que não são de consenso universal."

Para Raquel, a comunicação pública deve ter caráter estratégico não apenas para os governos, mas, e sobretudo, para a cidadania.

"O dever de transparência abrange, inclusive, o dever de clareza quanto a posições de governo expressas em propagandas denominadas institucionais", sustenta a procuradora.

Do ponto de vista constitucional, a procuradora-geral argumenta que a Constituição atribui à publicidade dos órgãos públicos um caráter educativo ou de orientação social e veda a promoção pessoal de autoridades públicas.

"A publicidade em favor de uma medida notoriamente controvertida é substancialmente distinta de uma publicidade em favor da conscientização da população sobre a necessidade de cuidados, por exemplo, para evitar a proliferação do mosquito da dengue", compara.

"Neste caso, há consenso em que a saúde pública se beneficia das medidas propugnadas. No caso da reforma da previdência, esse consenso não existe - por isso mesmo não se pode verter recursos públicos exclusivamente para favorecer um dos polos da controvérsia."

Ao pedir liminar para suspender a eficácia da norma quanto à destinação da verba, Raquel Dodge assinala serem irreparáveis, ou de difícil reparação, tanto o dano gerado aos cidadãos brasileiros submetidos à campanha governamental, "com fim de mero convencimento sobre a necessidade de nova reforma na previdência", quanto as verbas públicas despendidas com essa forma de propaganda.

Argumentando que o uso de dinheiro público para financiamento de publicidade institucional que extrapole os limites traçados pelo artigo 37, parágrafo 1º, da Constituição, afronta os princípios democrático e republicano (artigo 1º, caput e parágrafo único), o direito fundamental à informação (artigo 5º, inciso XXXIII), a publicidade, a imparcialidade, a moralidade e a finalidade dos atos administrativos (artigo 37, caput), a procuradora pede que o STF fixe interpretação conforme a Constituição para a dotação destinada à comunicação institucional, assentando sua inconstitucionalidade.

A reportagem do Jornal Estado de São Paulo fez contato com a Advocacia-Geral da União, mas ainda não obteve resposta.

Indulto de Temer 'é um grande tiro no coração pulsante da Operação Lava Jato', diz procuradora

A procuradora Thaméa Danelon, integrante da Força tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, explica a nocividade do indulto natalino do presidente Temer. Para a procuradora, o atípico indulto 'é um grande tiro no coração pulsante da Operação Lava Jato, e de toda a sociedade brasileira, que clama por um país mais limpo, honesto e ético'.

Leia abaixo o artigo de Thaméa Danelon: 

O indulto de Natal é uma forma de perdão concedido no final de cada ano, e aplicado para crimes não graves nem violentos. Sua finalidade humanitária é agraciar condenados que já cumpriram considerável quantidade de pena. Contudo, o Indulto do Presidente Temer é um concreto atentado à Operação lava jato e ao combate à impunidade incrustada em nosso país, pois atinge a principal ferramenta da operação: as colaborações premiadas. Neste “Insulto” de Natal, o presidente não fixou o limite da pena, autorizando o perdão de até 80% dela! Assim, a real intenção desse perdão lastimável é passar a seguinte mensagem aos corruptos e corruptores: “Continuem delinquindo e assaltando os cofres públicos, e, caso sejam pegos, não façam colaboração premiada; não devolvam as vultosas quantias; nem gastem os milhões obtidos indevidamente com exércitos de advogados; apenas aguardem o final do ano que suas penas serão perdoadas”.
Esse salvo conduto diferido fomenta drasticamente as práticas corruptas e atinge de forma certeira a lava jato e seu principal pilar: a Colaboração Premiada, pois ao perceberem que a justiça está sendo efetiva, os criminosos de colarinho branco buscam realizar a colaboração com o intuito de redução da pena.
Entretanto, aludido indulto caminha no contra fluxo do combate à corrupção, pois assegura uma impunidade imoral; indecente e completamente inaceitável, favorecendo poucos que praticaram crimes gravíssimos de corrupção, e visando assegurar aos seus próximos, e, quiçá, a si próprio, o perdão desses ilícitos.
Neste momento histórico de combate à corrupção, nossas instituições jurídicas têm sido internacionalmente reconhecidas como exemplo de combate à corrupção, porém, esse lamentável “Insulto de Natal” é um grande tiro no coração pulsante da Operação Lava Jato, e de toda a sociedade brasileira, que clama por um país mais limpo, honesto e ético.

Justiça alemã determina que ex-nazista de 96 anos deve ir para prisão

A Corte Constitucional da Alemanha decidiu que um alemão de 96 anos deve ir para a prisão devido a seu papel nos crimes cometidos no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial, recusando-se a derrubar uma decisão de instância inferior.

Oskar Gröning, conhecido como o "contador de Auschwitz" por seu trabalho de contar o dinheiro roubado das vítimas do campo, foi sentenciado a quatro anos de prisão em 2015, mas disputas devido à sua saúde e idade adiaram o início do cumprimento da sentença.

A corte rejeitou o argumento da defesa de Gröning de que a prisão a essa idade avançada "violaria seu direito à vida".

"O réu foi considerado culpado de ter sido cúmplice no assassinado de 300 mil casos relacionados, o que significada que há importância particular de levar adiante a sentença que o Estado determinou", escreveram os juízes, mantendo a decisão da corte regional de Celle.

Não há apelação à decisão da Corte Constitucional, mas a decisão deixa aberta a possibilidade de que Gröning seja libertado caso sua saúde se deteriore.

Gröning, que admitiu que era moralmente culpado, afirmou que era um entusiasta nazista quando foi trabalhar em Auschwitz em 1942, quando tinha 21 anos de idade.

Ele chamou atenção em 2005 após dar entrevistas sobre seu trabalho do campo numa tentativa de convencer negacionistas de que o Holocausto havia acontecido. Cerca de 6 milhões de judeus foram mortos durante o Holocausto.