sábado, 3 de março de 2018

'Homem que mudar os documentos depois de cometer crime, vai pro presídio feminino?', questiona Ana Paula do Vôlei

A campeã olímpica de vôlei Ana Paula questionou as consequências da decisão do STF de permitir a troca de nome e sexo sem qualquer requisito: 

"Tenho só uma perguntinha, STF, nada muito grave, mas homem que mudar os documentos depois de cometer crime, vai pro presídio feminino? Poderá pedir prisão domiciliar se tiver filhos até 12 anos?".

ESTELIONATO UNIVERSITÁRIO E OS CURSOS SOBRE O “GOLPE” DE 2016


Art. 171 do Código Penal - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.

 A definição de estelionato serve como uma luva aos ardilosos cursos universitários de extensão que estão sendo organizados no ano eleitoral de 2018 e papagueiam sobre “O Golpe de 2016 e a Nova Onda Conservadora no Brasil”. Não ria que é sério. A moda começou na Universidade de Brasília e já repicou na UFRGS, no embalo de impróprias intenções e incompreensíveis justificativas. A diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), em matéria publicada no jornal Zero Hora de 2 de março, afirmou que “em resumo, a gente acha que foi golpe”.

Como os promotores do curso mandam no seu quadrado, farão um curso acadêmico sobre aquilo que “acham” (com dinheiro do contribuinte, claro, que ninguém dá aula de graça). Militância com contracheque, bem se vê, comprometida com a necessidade de enfrentar a “nova onda conservadora no Brasil”, inconveniente aos anseios “progressistas” dessa destapada militância acadêmica.

A narrativa que convém aos partidos de esquerda, aquilo que eles acham, ficaria adequadamente exposto em salinhas dos diretórios do PT, PSOL, PCdoB e PSTU. Jamais com prerrogativas de extensão acadêmica, numa universidade federal.  Todas as seis universidades que já anunciaram seus cursinhos para militantes são públicas. Por que será? Ao saber que o ministro da Educação solicitara a órgãos e instituições federais competentes que apurassem a responsabilidade administrativa dos promotores do curso, estes se insurgiram invocando “a autonomia universitária e a independência necessária para que a comunidade científica possa levar adiante o seu labor” (ainda no mesmo jornal). Filosofando com os cotovelos, em português ruim até para o ENEM, um professor de História adicionou que “as universidades devem esse compromisso com a sociedade, que é converter em conhecimento as opiniões, as teses diferentes”. Diferentes, professor? Cadê a diferença, se o curso já traz a conclusão no título?

Trata-se, isto sim, de um esforço concentrado, em ano eleitoral, para transformar em “conhecimento” aquilo que os professores acham, reproduzindo o discurso de “golpe” e combatendo a “onda conservadora”. Tudo sem precisar mexer nos fundos partidários. Gleisi Hoffmann agradece a vantagem ilícita.

Se alguém afirmar que esse tipo de ensino é o avesso do pluralismo inerente ao ambiente e ao espírito universitário, a resposta já vem colada na sola das havaianas que sustentam esse edifício retórico: “Quem acha que não foi golpe que crie seu curso”. Tal foi a manifestação de um parlamentar petista interrogado sobre o assunto em GaúchaZH de 01/03.
Está completa a analogia com o estelionato: 1) obtenção de vantagem política e organização de militância jovem; 2) induzindo alguém ao erro pela ocultação do vasto contraditório disponível; 3) mediante uso ardiloso de meios públicos (a universidade federal); 4) em prejuízo da maioria da população brasileira que compreende a necessidade de retomar valores morais, ditos conservadores, que se perderam na bruma do “progressismo”.


por Percival Puggina. 

Manuela junto com Ciro

Manuela D’Ávila disse na noite de sexta-feira que ela e Ciro Gomes vão estar alinhados no segundo turno das eleições presidenciais deste ano, registra a Folha.

“Nós somos dois candidatos, a gente vai estar junto no segundo turno”, declarou a deputada estadual do Rio Grande do Sul após dar uma palestra na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, organizada por estudantes de Direito.

Se a interpretação do jornal estiver correta, pelo menos a comunista sabe que ao menos um dos dois não passará ao segundo turno.

Não é pouca coisa para quem ainda não assimilou a queda do Muro de Berlim.

“Não pode pretender ser presidente da República quem é réu”

É o que defende o advogado Miguel Reale Júnior, coautor do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, em artigo no Estadão.

Leia este trecho:

“O partido Rede Sustentabilidade interpôs ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF 402) visando a impedir que réu venha a ocupar a linha sucessória de presidente da República. A posição adotada por seis ministros foi no sentido de considerar indevido que parlamentar réu (presidente da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal) venha a substituir o presidente da República.

Essa medida deflui de interpretação rigorosamente lógica da Constituição. É uma decorrência do disposto no seu artigo 86, segundo o qual, ao se tornar réu, com denúncia ou queixa recebidos, o presidente da República imediatamente fica afastado da Presidência pelo prazo de 180 dias, dentro dos quais se deve dar o julgamento final da ação penal contra ele instaurada.

É óbvio que pessoa ré em ação penal não pode vir a ocupar a Presidência da República, pois seria contra o sistema e ilógico assumir a posição de primeiro mandatário aquele que tão logo ascenda ao cargo deva ser imediatamente afastado por 180 dias. A Constituição não autoriza que ocupe a Presidência pessoa submetida a processo criminal, assim como não permite que presidente da Câmara ou do Senado, na linha sucessória, exerça a Presidência da República por ser réu. Logo, não pode pretender ser presidente da República quem é réu.

Porém, apesar de a maioria dos ministros já se ter manifestado, o julgamento dessa questão está paralisado há um ano por pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. É uma matéria essencial e urgente em vista das eleições presidenciais. Mas essa decisão se aplica não só a Lula, que responde a seis processos, já condenado em um, mas também a Fernando Collor, Jair Bolsonaro e Ciro Gomes, pretendentes à Presidência que figuram não apenas como investigados, e sim como réus em processos criminais. É forçoso que esse julgamento tenha rápido seguimento.”

A emboscada lulista contra Cármen Lúcia

Cármen Lúcia foi alvo de uma emboscada por parte de comparsas de Lula.

“Na tarde de quarta-feira”, diz a Istoé, “um grupo de senadoras do PT e de partidos aliados apareceu inadvertidamente no gabinete da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Pega de surpresa, Cármen Lúcia se viu compelida a recebê-las. Entre outros assuntos, as parlamentares foram tirar o sossego do mais importante gabinete do Judiciário brasileiro para clamar pela liberdade do ex-presidente Lula. Cármen Lúcia as ouviu polidamente, sem dar qualquer sinal de como irá proceder na condição de presidente da Corte Suprema. Mas, a interlocutores, reconhece o incômodo com as indecentes pressões que vem recebendo – a das senadoras não foram as primeiras.”

Cármen Lúcia, como diz a reportagem, “representa a resistência moralizadora do STF”.

Só ela pode impedir o golpe que está sendo tramado para salvar o criminoso condenado pela Lava Jato.

“Bolsonaro é um ególatra clássico”, diz a comunista Manuela

Manuela D’Ávila, pré-candidata presidencial pelo PCdoB, disse ao Estadão não se preocupar com os ataques de apoiadores de Jair Bolsonaro nas redes sociais – o que o jornal chamou de “ataques indiretos”.

“Os boatos sempre existiram nas eleições. O Bolsonaro é um ególatra clássico. Ele não quer me atacar não por ser benevolente, mas porque tenta reverter a imagem consagrada de machista.”

O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) ensaiou uma explicação:

“Bater na Manuela não é a mesma coisa que bater na deputada Maria do Rosário (PT-RS).”

“Há entre os togados do STF quem tenha cedido à intimidação petista”

A guerrilha petista para salvar Lula conta com a cumplicidade de ministros do STF.

Diz a Istoé:

“Nada é tão obsceno e contrário aos valores republicanos que não possa descer ainda mais na escala da degradação institucional: há entre os togados do STF quem tenha cedido à estratégia de intimidação petista e até mudado de lado da trincheira. Convencidos a ajudar Lula durante os encontros camaradas, passaram a atuar no corpo-a-corpo junto a Cármen Lúcia para que ela coloque em pauta, o mais breve possível, a rediscussão sobre a prisão em segunda instância.”

Os novos alvos de Bolsonaro?

Com Lula inelegível, Jair Bolsonaro definiu novos alvos para continuar vivo no debate eleitoral, segundo o Estadão.

A base para a conclusão do jornal é que a rede de apoiadores do deputado já mira críticas no ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), no senador Álvaro Dias (Podemos-PR), além do governo Michel Temer.

“A mudança de postura de Bolsonaro é perceptível nas redes sociais. (…) A estratégia dos movimentos ‘intervencionista’ e de ‘direita’, que formam a rede de Bolsonaro na internet, é barrar o avanço de Ciro e Álvaro Dias no eleitorado conservador.

Nas últimas semanas, os grupos divulgaram mensagens como ‘Ciro Gomes defende (Nicolás) Maduro’, numa referência ao presidente venezuelano, e ‘Álvaro Dias é comunista’.”

A assessoria de Bolsonaro, no entanto, disse ao Estadão que ele só falará sobre o assunto quando retornar do Japão, onde passou os últimos dias.

“Segundo assessores, Bolsonaro deverá voltar a discutir as estratégias de campanha a partir da semana que vem com o seu grupo.”

“Se Lula roubou, foi pra nós”

Lula publicou no Facebook um vídeo comentando a seguinte mensagem que diz ter sido enviada por WhatsApp por um eleitor seu de Pernambuco, identificado como Pedro, que pediu que ela fosse repassada até chegar ao petista:

“Se disseram que ele roubou, divido a cadeia com ele. Se ele roubou, foi pra me dar, foi pra nós, pra mim e um bocado de nordestino.”

O eleitor teria se proposto a cumprir metade da pena que for imposta pela Justiça ao condenado:

“Se ele [Lula] pegar 20 anos (de prisão), eu tiro 10, se ele pegar 40 (anos de cadeia), eu tiro 20. Eu gosto de Lula demais. Lula é um pai, é um segundo pai meu, ele é um pai pra mim, um segundo pai meu.”

No vídeo, Lula reproduz as palavras do suposto pernambucano, diz que depois vai ligar para ele e dizer – xingando-o, em tom de troça – que não roubou não.

O plano A de Lula é fazer o povo acreditar que ele não roubou.

O plano B, aparentemente, é fazer acreditar que roubou para o povo.

O NOBEL DA PAPUDA

“Vou propor (o nome de) Lula da Silva para o Prêmio Nobel da Paz.”

Foi o que anunciou nas redes sociais o ativista de direitos humanos Adolfo Pérez Esquivel, ganhador do prêmio em 1980, depois de se encontrar com o petista no Instituto Lula, em São Paulo, na sexta-feira, e os dois posarem juntos para fotos.

O argentino explicou que decidiu indicar Lula no Comitê Nobel da Noruega porque a chegada do petista à presidência “marcou um antes e um depois para o Brasil” e tornou o ex-líder sindical “uma referência internacional da luta contra a pobreza”.

De fato, a chegada de Lula à presidência marcou um antes e um depois para o Brasil, em relação à institucionalização da corrupção na Petrobras, a maior estatal do país.

E Lula é mesmo uma referência internacional da luta contra a pobreza de seus comparsas no petrolão.

Viva o Nobel da Papuda!

Legalização da maconha não diminuiu tráfico no Uruguai

O Diretor Nacional de Polícia do Uruguai, Mario Layera, disse que a legalização da maconha, aprovada em 2013, não implicou diretamente na queda do tráfico desta droga e que o narcotráfico aumentou o número de assassinatos.

"No ano passado tivemos os níveis históricos mais altos de confisco no país proveniente de outra região. Por isso, entendemos que o tráfico para o Uruguai não se ressentiu de maneira notável", comentou Layera em entrevista à rádio El Espectador, sobre a vigência da lei.

Em dezembro, a Brigada de Narcóticos indicou que a droga mais confiscada em 2016 foi a maconha, chegando a 4,305 toneladas até 18 de dezembro, sendo que em 2015 havia sido de 2,52 toneladas.

Layera também sustentou que pelo tráfico de drogas constatado nos últimos tempos, houve um aumento "dos níveis de crimes e homicídios".

"O aumento da taxa criminal, que medimos de 2005 em diante, foi crescendo com base nos fenômenos de oferta e consumo de drogas", indicou.

Nos últimos anos a polícia verificou o aumento de assassinatos, principalmente de homens jovens, que em muitos casos se tratavam de ajustes de contas entre pessoas ligadas ao tráfico.

Layera também falou que há autoridades ameaçadas por conta das novas estratégias e medidas aplicadas para combater o crime organizado.

"Várias autoridades do Ministério do Interior foram ameaçadas além de juízes, procuradores e algumas personalidades dos Direitos Humanos".

Oficiais querem efetivar o General Silva e Luna no ministério da Defesa

Oficiais das Forças Armadas deflagraram um movimento discreto para convencer Michel Temer a efetivar o general Joaquim Silva e Luna no Ministério da Defesa. Embora tenha sido acertado que ele ocuparia o cargo interinamente, a avaliação é de que trocá-lo neste momento seria ceder às pressões de quem considerou um erro nomear um militar e não um civil para a pasta. O que fragilizaria o general. É consenso entre eles que um militar no comando da Defesa não deve ser a regra, mas também não pode ser considerado uma excrescência.

Como argumento, militares dizem que os EUA, a maior democracia do mundo, por exemplo, agora tem um secretário de Defesa que é um general fuzileiro naval.

Para evitar uma crise com os militares, ministros de Temer foram instruídos a dizer que o general Silva e Luna não foi e não será efetivado como ministro, portanto é um erro se falar em troca no Ministério da Defesa.

Os interlocutores de Temer avisam que, quando o ministro de fato for nomeado, o general Silva e Luna voltará a ocupar a secretaria-geral da pasta, cargo que exerceu nos últimos dois anos.

Tolerância com a corrupção 'foi formando uma podridão, uma deterioração, um apodrecimento social' no Rio, diz general

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que chefia a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) desde o abril do ano passado e que agora acumula o cargo de secretário-executivo do recém-criado Ministério da Segurança Pública, avaliou que a crise em que se encontra o Rio de Janeiro é fruto de "uma longa história de falta de vergonha na cara". Trata-se do segundo cargo mais importante da pasta, atrás apenas do ministro Raul Jungmann.

Embora não tenha responsabilidade pela intervenção federal do Rio — que está a cargo do Comando Militar do Leste (CML), com sede no Rio —, ele lembrou que não basta vencer o conflito com os bandidos armados. Uma solução para o problema passa também por investimentos, ações sociais e ações de governo. O general fala com a experiência de quem já chefiou missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti e na República Democrática do Congo.

O general não deu opiniões sobre a necessidade de mudanças na lei de drogas. Mas, questionado sobre uma possível legalização da maconha, disse que se trata de um debate necessário. Ele também defendeu o fim do contingenciamento de recursos para a segurança pública. Por outro lado, embora entenda que é preciso mais dinheiro para a segurança, também disse que o orçamento da Senasp está sendo suficiente para tocar os projetos em andamento.

A situação do Haiti, onde o senhor liderou a missão de paz da ONU entre 2007 e 2009, é comparável à do Rio hoje?
Agora não. Naquela época era uma pouco semelhante. Até abril de 2007. A missão começou em 1º de junho de 2004. Por esses três anos, o nível de confronto era bastante alto. Mas, em menos de três anos, foram sufocadas todas as grandes (resistências). Mas era um comportamento um pouco semelhante. Quando a tropa da ONU entrava em certas áreas, o tiroteio era muito intenso.

A atuação das tropas no Haiti é um caminho para o Rio?
Existem algumas semelhanças, mas a diferença é que nós estamos falando, no Haiti, apenas do conflito policial-militar-bandido. Nesse confronto, sem dúvida nenhuma, as Forças Armadas e as forças policiais, com apoio normal, vencem. Mas entre vencer o conflito e resolver o problema há uma distância muito grande no Rio de Janeiro. O crime organizado com arma na mão tem que ser vencido, reprimido. Mas tem outros componentes da segurança pública que não dependem da ação das forças. É o caso de investimentos, ações sociais, ações de governo. Segurança pública é muito mais do que esse componente de conflito.

O senhor também liderou a missão de paz da ONU na República Democrática do Congo. Dá para comparar, dizer se dar um jeito na segurança do Rio é mais difícil?
São situações diferentes. Em termos de complexidade, em termos de dificuldade, de risco, tudo isso é muito semelhante. Os riscos de decisão, não os riscos reais. O risco real no Congo realmente era muito maior. Mas o risco de decisão no Rio de Janeiro também é muito complexo, muito alto.

Na sua avaliação, por que o Rio chegou à situação em que se encontra hoje?
Eu acho que é uma irresponsabilidade histórica deixar a parte urbanística completamente abandonada. Ao longo do tempo, a maneira como se formou a geografia do Rio, a desorganização urbana, com aquele acúmulo imensa de residências nas favelas, aquilo foi irresponsabilidade do Estado. E depois a falta de ações de governo, que não tomou providências que tinham que ser tomadas, às vezes até com tolerância ao crime organizado. E até de próprios setores governamentais, que eram para fazer a fiscalização, mas se envolveram em corrupção extrema. Autoridades que eram para conduzir a sociedade se envolveram em nível de corrupção inimaginável. Um crime organizado no mais alto nível da administração do Estado. Isso daí é uma falta de exemplo total. Você já tem os problemas normais, e ainda tem as pessoas responsáveis pela administração cometendo crimes para roubar dinheiro do Estado. O princípio da autoridade acabou. Tem que restaurar o princípio da autoridade, o princípio do respeito que se perdeu por causa desses maus exemplos.

O mau exemplo é o ex-governador Sérgio Cabral, que está preso?
Não só o ex-governador, como qualquer governante, qualquer elemento de Tribunal de Contas, qualquer elemento de Assembleia, qualquer funcionário público, qualquer pessoa da sociedade civil que tolera a corrupção. Tudo isso foi formando uma podridão, uma deterioração, um apodrecimento social. Então acabou com a administração pública, acabou com o princípio da autoridade. Foi perdida essa referência. Isso tem que ser recuperado. O herói para a pessoa ali na comunidade passa a ser o bandido que tem arma, que ostenta riqueza, carrões, motos. O bandido passa a ser a referência, não o trabalhador. Tudo isso tem que ser recuperado, ser desmanchado. Na realidade, o que levou à crise toda é uma longa história de falta de vergonha na cara. E quem está pagando o preço de tudo isso é a polícia e a população.

O que muda na prática com a criação do Ministério da Segurança Pública em relação às atividades já desenvolvidas no Ministério da Justiça, ao qual inclusive a Senasp era ligada?
Pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, as atividades continuam as mesmas. A Força Nacional, que está distribuída em 15 locais diferentes, que tem um grande efetivo no Rio e no Pará (continua igual). As atividades da Senasp, de fiscalização de convênios, de projetos de segurança pública, isso não tem alteração. Na parte de execução, não tem nenhuma alteração significativa.

No Rio, haverá alguma mudança nas ações que já eram desenvolvidas pelo Ministério da Justiça?
O que ela (Senasp) vinha fazendo em coordenação com a Secretaria de Segurança do Rio agora ela vai fazer em coordenação com o interventor (general Walter Souza Braga Netto).

É importante não haver contingenciamento de recursos na segurança pública?
A gente espera que ele seja um dia proibido na segurança pública. Tem que ter o mesmo tratamento da saúde e da educação. É um item crítico. Se não, não adianta. Não tem a escola funcionando, por causa do crime em torno da escola. Não tem a saúde funcionando, porque o médico não chega ao hospital, ou porque o hospital é assaltado ou depredado. A segurança é fundamental e não pode ser contingenciada. Felizmente no ano passado, foi liberado todo o orçamento (da Senasp), e este ano não tem nada contingenciado. Mas é bom ter uma garantia legal de que não possa ser.

Na quarta-feira, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, propôs uma Força Nacional permanente. Em que pé está isso?
A Força Nacional foi criada há aproximadamente 14 anos. Já tem uma experiência considerável, participou de cerca de 260 tarefas diferentes. Acho que está na hora de institucionalizar de uma forma permanente, porque ela é constituída de policiais dos estados e reservistas das Forças Armadas. Mas todos estão numa situação temporária.

Seriam policiais pagos pelo próprio governo federal?
É. Seria uma instituição federal.

Já houve alguma medida efetiva tomada nesse sentido?
Por enquanto estamos com estudos para apresentar sugestões já praticamente concluídos. Mas é um processo um pouco longo, porque tem impacto na administração federal.

Jungmann criticou a classe média que financia o crime consumindo drogas, mas evitou dar opinião sobre a legalização da maconha. Qual a posição do senhor a respeito?
O debate tem que ser feito na área legislativa, na área social. Quem está envolvido na execução não tem nem muito tempo para participar desse debate. É um debate necessário, que já existe, mas precisa ser organizado para chegar a uma conclusão.

No Congresso, há vários projetos de endurecimento penal. Quem é crítico a essa abordagem diz que é mais importante fazer cumprir a lei que já existe. Qual a avaliação do senhor?
Acho que as duas coisas são importantes. A primeira delas é cumprir a lei. Temos deficiência no cumprimento da lei existente, existe um problema na execução da pena. Mas também há necessidade de melhorias, de aperfeiçoamento na legislação também. Não adianta soluções extremas. O melhor é fazer uma combinação de aplicação boa do que existe e aperfeiçoamento daquilo que é deficiente.

Há algum crime que precise ter a pena aumentada?
Às vezes não é aumento de pena, às vezes é mexer na execução penal. Sem dúvida, o crime organizado precisa ser penalizado de maneira mais contundente, de todos os níveis e todas as formas. O crime financeiro, o crime organizado de corrupção, o crime organizado de tráfico de armas, de drogas, tudo isso precisa de uma penalização mais contundente. Isso é bem evidente.

Como seria a penalização mais contundente?
Mexendo na parte de execução penal e também na legislação. Isso aí o legislador está fazendo. Chegou a um ponto tão crítico que agora as atenções estão todas nesses fatores que afetam a segurança pública. Você tem o legislador preocupado, o Judiciário preocupado, Ministério Público preocupado, sociedade preocupada. A segurança foi para a primeira página. Então agora é preocupação geral.

Há propostas de unificação das polícias civil e militar, por meio de propostas de emenda constitucional, que não podem ser aprovadas enquanto durar a intervenção no Rio. O que o senhor acha da unificação?
Você tem instituições seculares. Há um modelo que está aí desde que o Brasil começou. Isso vai exigir uma discussão muito mais profunda, vai passar por interesses corporativos, por mudança de legislação muito grande. Acho que, antes disso, vão ser discutidas outras coisas.

Então não é o melhor momento de tentar fazer a unificação?
Não é que não seja o melhor. É que tem vários assuntos para discutir: Sistema Único de Segurança Pública (Susp), a confecção de TCO (termo circunstanciado de ocorrência, para a PM lavrar esse documento em caso de crimes menores), ciclo completo (para PM, e não só a Polícia Civil, poder investigar). Há várias discussões que estão no mesmo nível. Quem vai discutir isso vai ter que eleger prioridades. O que é o sistema único? É você estabelecer as obrigações do nível federal, estadual e municipal, e encargos financeiros também nos três níveis.

Denúncias contra Jucá são liberadas para julgamento pelas turmas do STF

Duas denúncias contra o senador Romero Jucá (MDB-RR) foram liberadas para julgamento pelas turmas do Supremo Tribunal Federal (STF), nas quais o parlamentar é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se os ministros aceitarem a denúncia, Jucá se torna réu em dois processos, um deles instaurado a partir da Operação Zelotes. 

Um dos inquéritos é relatado pelo ministro Edson Fachin. Neste, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Jucá de receber, supostamente, nos anos de 2010 e 2014, vantagens indevidas no montante de R$ 1.333.333, entregues mediante diversas doações do empresário Jorge Gerdau ao Diretório Nacional e ao Diretório Estadual de Roraima do MDB, visando garantir sua atuação parlamentar em prol de interesses do Grupo empresarial Gerdau. 

A denúncia acrescenta que as infrações penais atribuídas a Romero Jucá e a Jorge Gerdau foram reveladas no âmbito da Operação Zelotes, cujo objetivo inicial era investigar esquema de compra de decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).

Como é relatada por Fachin, quem analisará o inquérito é a segunda turma da Corte, presidida pelo próprio ministro - portanto será ele a marcar a data do julgamento.

No outro processo, relatado pelo ministro Marco Aurélio, que também liberou o inquérito para julgamento na quinta-feira, 1º, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Jucá por, supostamente, solicitar e receber propina no valor de R$ 150 mil para atuar em favor da Odebrecht na tramitação das Medidas Provisórias 651/2014, conhecida como "Pacote de Bondades", e da 656/2014, que trata da redução para zero da alíquota de PIS e Cofins.

O ex-diretor de relações institucionais da empreiteira, Cláudio Melo Filho, associou a doação destinada à campanha eleitoral do filho do senador, Rodrigo Jucá.

Em acordo de colaboração premiada, Melo Filho relatou que o pagamento ocorreu exclusivamente pelo pedido de Romero Jucá, já que a Odebrecht não tinha interesse na atuação de Rodrigo Jucá em Roraima. 

O presidente da primeira turma, a qual Marco Aurélio compõe, é o ministro Alexandre de Moraes. Ele escolherá a data em que os ministro decidem se aceitam ou não a denúncia.


Nos autos dos processos, a defesa de Jucá nega as acusações da PGR e afirma não haver provas das práticas relatadas. Os advogados de Jorge Gerdau também negam as acusações.

Projeto de censura da internet foi solicitado por Eunício de Oliveira


Ninguém quer assumir a relatoria da bomba, mas ao menos a paternidade do projeto de lei que obriga provedores e redes sociais a tirarem conteúdo do ar parece já ter sido identificada.

Os integrantes do Conselho de Comunicação do Senado, composto por representantes da sociedade civil, receberam e-mail atribuindo a elaboração da minuta do anteprojeto que trata sobre fake news a um pedido de Eunício Oliveira.

Piloto do PCC morava no mesmo prédio do tríplex de Lula no Guarujá

O condomínio Solaris, no Guarujá, onde fica o tríplex atribuído ao ex-presidente Lula, foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira. Dessa vez, no entanto, os policiais tentavam buscar informações sobre Felipe Ramos Morais, de 31 anos, suspeito pela morte de Gegê do Mangue, um dos líderes do PCC.

De acordo com o "G1", policiais fizeram buscas em um apartamento no 4ª andar do prédio que teria sido alugado por Felipe. As buscas foram feitas pela Delegacia de Investigações Gerais de Santos e por policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais, o Deic.

Gegê do Mangue foi encontrado morto em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Fabiano Alves de Souza, o "Paca", também foi assassinado. As suspeitas dos investigadores recaem sobre os pilotos do helicóptero que levava Gegê do Mangue e Paca. Os dois passavam férias no estado.

Segundo o "G1", os policiais foram ao apartamento em busca de armas, mas não encontraram nenhum armamento.

As investigações apontam para a tese de uma disputa interna dentro da própria facção. Única liderança do PCC nas ruas, Gegê do Mangue adotou posturas que desagradaram a cúpula da organização, comandada de dentro da cadeia por Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, hoje detido no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau.

Entre as ações de Gegê que teriam desagradado a "Sintonia Final", o topo da hierarquia da facção, estaria a execução de Biroska, apelido de Edilson Borges Nogueira em dezembro do ano passado. Mesmo afastado do grupo, Biroska foi batizado no PCC por Marcola e era padrinho de outro membro da "Sintonia Final", Daniel Canonico, o "Cego".

O NOVO JATINHO DE LULA

Lula pode ser preso a partir do dia 23.

De acordo com o roteiro vazado para a Veja, “o efetivo da PF em Curitiba, de cerca de 350 pessoas, estará de prontidão para trabalhar no dia da prisão.

A PM também já foi acionada e alertada para conter protestos de rua e isolar avenidas.

A Infraero tem recebido informes sobre como Lula, depois de preso, viajará de São Paulo a Curitiba (…).

A PF em Brasília já disponibilizou um jato para o deslocamento do ex-presidente”.

Lula preso sem algemas e sem camburão

A prisão de Lula não terá algemas nem camburão.

A PF, diz a Veja, “quer evitar erros cometidos em ações anteriores, para não vitaminar o discurso de Lula segundo o qual ele tem sido vítima de uma caçada judicial”.

As cinco celas de Lula: saiba quais são elas

Lula disse à colunista social da Folha de S. Paulo que se prepara para a cadeia fazendo ginástica e tomando Whey.

Enquanto isso, a PF estuda os cinco locais em que ele pode ser preso: o quartel do Exército, a Base Aérea de Curitiba, a carceragem da PF, o complexo de Pinhais e uma cadeia em São Paulo.

Lula preso ou Lula preso

Seis ministros do STF preparam um golpe para tirar Lula da cadeia, impedindo a prisão dos condenados em segundo grau.

Segundo Merval Pereira, porém, os outros cinco ministros pretendem reagir.

“Há quem entenda que, a partir da condenação em segunda instância, estão dadas as condições da prisão preventiva do condenado, para evitar que tente fugir do país, perturbe a ordem pública, ou atue atrapalhando a instrução processual.

Uma questão de ordem pode ser levantada após o resultado final para que o STF acate a tese de que, embora a prisão para execução provisória da pena não seja possível antes de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, a prisão preventiva nesses casos passa a ser a regra, sujeita a restrições que serão especificadas.”

Lula, nesse caso, seria preso preventivamente até o julgamento no STJ, que deve ocorrer no segundo semestre.

Cármen Lúcia engrandece o STF

Cármem Lúcia se recusa a pautar às pressas o habeas corpus de Lula, apequenando o STF.

“Nessa batida”, diz Merval Pereira, “a decisão final sobre o recurso de Lula deve ser tomada neste mês de março, provavelmente ainda na primeira quinzena. Confirmada a condenação, a execução provisória da pena será determinada ao Juiz Sérgio Moro pelo TRF-4, levando Lula à cadeia.”

O vazamento do plano da PF para prender Lula

Alguém vazou para a Veja o plano da PF para prender Lula.

“O trabalho é sigiloso”, diz a reportagem. “Até o planejamento operacional foi registrado nos arquivos da polícia apenas com uma sequência numérica. O objetivo é impedir o vazamento de informações que dificultem o cumprimento da missão”.

O vazamento para a Veja, portanto, dificulta a missão de prender o criminoso condenado pela Lava Jato, comentou o site O Antagonista.

O golpe de Jaques Wagner na Caixa

Os anexos da OAS mandam Jaques Wagner para a cadeia.

Léo Pinheiro disse à PGR que se reuniu com Jaques Wagner no Palácio de Ondina para “tramar um golpe contra os cofres do Funcef”.

Segundo a Veja, o golpe consistia em “interceder junto ao então presidente da Caixa, Jorge Herada, seu afilhado político, para convencer a Funcef a adquirir uma participação na OAS Empreendimentos”.

O lobby, relatou o empreiteiro, funcionou.

Em novembro de 2013, “a Funcef autorizou a compra de cotas de 500 milhões de reais na subsidiária da OAS”.

Em troca, a OAS despejou propina na conta do governador petista.