sábado, 3 de junho de 2017

A NOSSA MORAL E A DELES

Nós queremos bandido na cadeia. Eles querem bandido na Presidência
(...) Entre seres humanos normais, não contaminados pelo vírus da ideologia esquerdista, é assim: você aprende com a experiência e tenta não repetir os mesmos erros no futuro.
A cabeça do militante, porém, não funciona do mesmo modo. A realidade, para ele, é sempre algo que está a serviço da ideologia partidária. Não por acaso, a palavra "mentira" tem a mesma raiz da palavra "mente". O mentiroso existencial acha que o produto da sua mente é superior à própria realidade.
(...) O cidadão comum, ao notar que o político apoiado por ele na verdade era um pilantra, sente-se traído e deseja que o cara vá para o xilindró. O militante ideológico, quando descobre que o seu líder na verdade é um bandido, revolta-se contra a realidade. Quer punir o juiz, o policial, o jornalista, qualquer um que tenha descortinado a verdade, menos o criminoso. Pelo contrário: o militante quer que o bandido seja presidente!
A pessoa normal aceita a realidade. O militante revolta-se contra ela. Isso tem um nome técnico: gnosticismo.
Para os gnósticos modernos, carpideiras de bandidos, é perfeitamente normal ao mesmo tempo festejar a soltura de José Dirceu e defender a prisão de Sergio Moro. Eles não se arrependem de nada, nunca. E, como não se arrependem, são incapazes de perdoar os erros alheios. Reconhecer os próprios erros e limitações é uma das qualidades que nos tornam humanos. Sem isso, a autoconsciência é substituída pelo autoengano. Assim é o mundo dos militantes: um mundo sem perdão, o campo de extermínio da personalidade humana.
(...) Não foi por outra razão que os grandes genocídios modernos — o comunismo e o nazismo — se fundamentaram na total impossibilidade do perdão.
(...)
Já fiz muitas coisas erradas nesta vida. Votei no Lula, acreditei no Aécio, defendi o aborto, fui comunista, fui sindicalista, fui ateu. Usei esses erros todos para tentar melhorar. Não sei se consegui, mas de uma coisa tenho certeza: jamais terei bandidos de estimação só para confirmar minhas pobres ideias.
PAULO BRIGUET

Valério: “Ronan ia entregar Lula como mentor do assassinato”

Preso, operador do mensalão diz que empresário ia denunciar o ex-presidente no caso Celso Daniel se não recebesse 6 milhões de reais.

Em setembro de 2012, o publicitário Marcos Valério prestou depoimento ao Ministério Público Federal e revelou que  foi informado em 2004 pelo secretário-geral do PT, Silvio José Pereira, que o presidente Lula estava sendo chantageado. A conversa entre os dois ocorreu dois anos após o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. O publicitário disse que o empresário Ronan Maria Pinto exigia 6 milhões de reais para não divulgar informações relacionadas ao caso Santo André, envolvendo o presidente Lula, o ex-ministro José Dirceu e o então assessor particular Gilberto Carvalho.
Marcos Valério diz agora que quer  esclarecer todos detalhes da chantagem. Pelo menos foi o que ele garantiu à deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que colheu um longo depoimento do publicitário: “O Valério me disse que Ronan ia apontar  o ex-presidente Lula como mentor do assassinato do Celso Daniel”, disse a deputada. Segundo ela, Valério garantiu ter as provas da chantagem.
A primeira conversa de Valério com a deputada foi no dia 11 de outubro. Ela foi ao presídio atender às reivindicações de presos portadores de necessidades especiais e encontrou o publicitário em uma das celas. No ano passado, Mara, que é filha de um empresário que foi extorquido pela quadrilha que atuava na Prefeitura de Santo André,  tinha entregado ao juiz Sérgio Moro um dossiê sobre o assassinato.  No dia 3 de abril, Mara enviou um ofício ao procurador de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, narrando as conversas com o publicitário e pedindo andamento às investigações do crime.
“Ele (Valério) deixou muito claro que o senhor Ronan Maria Pinto ia entregar o senhor Luiz Inácio Lula da Silva para a polícia como mentor do assassinato do prefeito Celso Daniel”, escreveu a deputada. Para ela, o depoimento de Valério pode ajudar a desvendar o crime.
Valério já vem negociando sua delação premiada com três promotores de Minas Gerais e dois procuradores da República. O publicitário disse que o ex-prefeito, pouco antes do assassinato, ia entregar um dossiê para a Polícia Federal e para o presidente Lula, envolvendo petistas com o crime organizado. Após o envio do ofício da deputada ao procurador de Justiça de São Paulo, dois promotores foram visitá-lo. O  publicitário quer depor  somente à Polícia Federal.
Perguntado sobre a acusação, Ronan, por intermédio de seu advogado, informou que jamais chantageou quem quer que seja.   A  assessoria do ex-presidente Lula não comentou.
fonte : veja



Justiça censura vídeo de Danilo Gentili sobre Maria do Rosário



“Por grave dano à imagem”, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) determinou a retirada no prazo de 24 horas do vídeo "de natureza misógina" em que Danilo Gentili rasga uma notificação da deputada Maria do Rosário (PT-RS). 

No vídeo de 3m41, postado no Facebook, Youtube e Twitter, e com mais de 15 milhões de visualizações, Gentili aparece rasgando uma notificação enviada por Maria do Rosário. Nela, a deputada reclamava de postagens feitas pelo humorista sobre sua filha de 16 anos. Enquanto rasga o documento e o coloca dentro da cueca, Gentili pergunta:

 — O que eu fiz que ela não gostou?

E finaliza:

— Para a Maria do Rosário ou para qualquer outro deputado de qualquer outro partido: eu pago seu salário. Então, eu decido se você cala ou não a boca. Nunca o contrário.

De acordo com o despacho do desembargador Túlio Martins, "o vídeo veiculado é de natureza misógina, representando agressão despropositada a uma parlamentar e às instituições, materializando-se virtualmente em crime que, se for o caso, deverá ser apurado em instância própria".

Martins diz ainda que o vídeo não é “notícia, nem opinião, nem crítica, nem humor, mas apenas agressão absolutamente grosseira marcada por prepotência e comportamento chulo e inconsequente”.

A decisão prevê multa diária a partir da notificação em caso de eventual descumprimento. Está previsto, numa nova fase do processo, o julgamento pelo dano moral.


Janaína Paschoal retruca declaração absurda de Lula: 'Lula diz que a Lavajato é uma palhaçada! Será palhaçada se for engavetada, apesar de tudo que foi desvendado! Isso sim!'



A jurista Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment de Dilma, ficou indignada com as declarações do ex-presidente Lula, que disse que está na hora de acabar a "palhaçada" da Lava Jato

Janaína retrucou: "Lula diz que a Lavajato é uma palhaçada! Será palhaçada se for engavetada, apesar de tudo que foi desvendado! Isso sim!".

A chance de Aécio no Senado

Se o STF receber a denúncia de Rodrigo Janot contra Aécio Neves, tem de dar ciência ao Senado.
A partir daí, qualquer partido político com representante na Casa pode apresentar projeto para suspendê-la até o fim do mandato do tucano em 2018, segundo a Coluna do Estadão.
A aprovação depende da maioria dos votos do plenário; e o prazo do Senado para analisar se susta ou não o processo é de 45 dias a partir da notificação do Supremo.
Em matéria de autoproteção, o Congresso brasileiro tem sempre uma carta na manga.

A volta do "Bessias"

Jorge Rodrigo Araújo Messias, o "Bessias", foi nomeado representante do governo federal em empresas estatais, informa o Estadão.
Ele ganhou fama como o portador encarregado por Dilma Rousseff de levar ao quase ministro Lula o termo de posse para escapar da Lava Jato.
A cada dia que passa, o governo de Michel Temer fica mais parecido com o de Dilma.

Quem vai impedir a prisão de Garotinho agora?

O Ministério Público do Rio de Janeiro apresentou à Justiça eleitoral novo pedido de prisão preventiva contra o ex-governador do estado Anthony Garotinho.
Garotinho é acusado de comprar votos nas eleições municipais de Campos em 2016 por meio de inclusões indevidas no programa assistencial Cheque Cidadão.
Em novembro, o ex-governador chegou a ser preso preventivamente, mas obteve habeas corpus da então ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana Lóssio, ex-advogada de campanha de Dilma Rousseff.
Lóssio também votou pela revogação das medidas cautelares que impediram a diplomação de seis vereadores investigados por participação no esquema de corrupção — todos do grupo político de Garotinho.
O mandato da ministra, no entanto, acabou em 5 de maio.
Quem vai impedir a prisão de Garotinho agora?

A ré Gleisi Hoffmann é eleita presidente do PT

Ré na Lava Jato e codinome "Coxa" em planilha da Odebrecht, a senadora Gleisi Hoffmann venceu Lindbergh Farias na disputa interna da bancada da chupeta pela presidência do PT: 60% a 38% dos votos dos delegados.

Gleisi assumirá a vaga de Rui Falcão para exercer o cargo por dois anos.
Palmas no Congresso da Papuda.

O Congresso da Papuda

O Congresso do PT, que começou com Rui Falcão chamando os condenados José Dirceu e João Vaccari Neto de “heróis do povo brasileiro”, recebeu a visita de Delúbio Soares.
O ex-tesoureiro petista foi condenado no mensalão a seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto pelo crime de corrupção ativa e, na Lava Jato, a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Ele aguarda em liberdade o julgamento em segunda instância.
O PT é Dirceu. O PT é Vaccari. O PT é Delúbio.

O detonador de Janot

"Cercado por cooptados que eram gente da sua confiança, e com o mundo político que quer destruí-lo, só restou a Janot apertar o detonador", disse uma fonte ao site O Antagonista
Que a explosão seja atômica.

Janot se prepara para denunciar o quadrilhão

Rodrigo Janot vai denunciar os membros do quadrilhão nas próximas semanas.
Diz a IstoÉ:
“Políticos apontados como principais chefes da ‘organização criminosa’ incrustada dentro de três partidos – PT, PMDB e PP – devem sofrer um novo revés nas próximas semanas.
Antes de deixar o cargo em 17 de setembro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai apresentar a maior parte das denúncias contra os 23 integrantes do chamado ‘quadrilhão’ da Lava Jato.
Serão denunciados políticos como o ex-presidente Lula e o ex-ministro Antonio Palocci, pelo PT, e os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá pelo PMDB do Senado (...)
A acusação contra eles será a de crime de organização criminosa, cuja pena varia de três a oito anos de cadeia”.

POR QUE AS ESQUERDAS ODEIAM PRIVATIZAÇÕES?

Encontrei, num blog, matéria contrária às privatizações ilustrada com cartaz onde se lê: ”Privatizem as vossas mães!”. Pretendo, aqui, explicar o que está implícito nessa frase.
 Parto de uma experiência local. Há vários anos, em caráter preventivo, a Assembleia gaúcha aprovou uma emenda à Constituição Estadual determinando que a venda de empresas estatais seja antecedida de aprovação em plebiscito realizado na forma da lei. Tal despropósito legislativo fornece boa régua para aferir o tamanho do amor que as esquerdas em geral e a esquerda gaúcha em particular dedicam ao Estado. É de comover corações empedernidos. Só muitas horas em divã, relato de sonhos eróticos e boas técnicas de regressão podem explicar razoavelmente esse fenômeno próprio da mente esquerdista.
 Caracterizá-lo exige abandonar a vida real e mergulhar numa relação filial, numa espécie de vida política intrauterina, no aconchego do líquido amniótico proporcionado pelo Estado e suas facilidades. É o que está implícito na frase referida no primeiro parágrafo deste artigo. Então, apontar malefícios do setor público para um esquerdista equivale a colocar a mãe no meio. É ofensa que não devem levar para casa. Com devoção filial exigem plebiscito para alienação de empresas que prestam maus serviços, tecnologicamente defasadas e de presença desnecessária ou, mesmo, perturbadora na vida da comunidade. Os mesmos objetos dessa devoção suscitam as piores animosidades em meio àqueles que vivem sob o sol e a chuva do mercado, como empreendedores, profissionais liberais e trabalhadores que optaram pelo setor privado.
 O governo gaúcho tentou aprovar uma proposta de emenda constitucional para revogar o tal plebiscito, mas abandonou a idéia por sentir que não obteria maioria parlamentar suficiente para sua aprovação. Vai buscar, então, o voto popular, tentando algo inédito: convencer a maioria da sociedade gaúcha de que privatizar pode ser uma conduta benéfica.
 A situação me faz lembrar o ambiente político do Rio Grande do Sul à época em que o governador Antônio Britto Filho privatizou a Companhia Riograndense de Telecomunicações e outras empresas estatais menores. Os porta-vozes da esquerda acorreram aos meios de comunicação em verdadeiro desespero, como se o lar materno estivesse sendo incendiado, destruído, trocado por bananas. “Estão vendendo tudo!”, exclamavam onde houvesse um microfone. E essa campanha ideológica difamatória do vocábulo “privatização” acabou com boas oportunidades de modernizar a infraestrutura e a gestão do Rio Grande do Sul. Era como se vender significasse empacotar um bem público existente e entregá-lo ao comprador para que este lhe desse um destino qualquer de sua conveniência. Ficando com o exemplo da estatal de telecomunicações: a velharia foi vendida, o patrimônio ampliado, os serviços melhorados e, de deficitários, se converteram em inesgotável fonte de recursos tributários para o Estado.
 Não se subestime, porém, a resistência que a proposta do governo gaúcho vai enfrentar. Afinal, para a esquerda, o Estado é, na sua estatura moral mais alta, uma devoção; na mais rasteira, um grande negócio.
por Percival Puggina


Temer vai manter imposto sindical obrigatório

Michel Temer vai melar o fim do imposto sindical obrigatório.
Da Agência Senado:
"Para garantir a aprovação da reforma trabalhista no Congresso Nacional, o presidente Michel Temer deverá vetar o artigo que acaba com a contribuição sindical obrigatória. Segundo o vice-líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), a medida teria como objetivo reduzir as resistências dos sindicalistas à proposta."

MPF pede condenação de Lula ao juiz Sergio Moro

O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao juiz Sérgio Moro, nesta sexta-feira (2), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros seis réus sejam condenados pelos crimes de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro e que cumpram as respectivas penas em regime fechado.
O pedido consta nas alegações finais do processo que apura um suposto pagamento de propina por parte da OAS, por meio da entrega de um apartamento triplex no Guarujá, litoral paulista.
O MPF diz que o apartamento seria entregue a Lula, como contrapartida por contratos que a OAS fechou com a Petrobras, nos anos em que o político foi presidente da República. Também faz parte da denúncia o pagamento que a OAS fez à transportadora Granero, para que a empresa fizesse a guarda de parte do acervo que o ex-presidente recebeu ao deixar o cargo.
Entre os réus, também estão o ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, e outros executivos da construtora, que foram acusados de lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva também era ré, mas teve nome excluído da ação penal após a morte dela, em fevereiro deste ano.
Embora tenha pedido que todos sejam presos, o MPF diz que Léo Pinheiro, Agenor Franklin Medeiros e Paulo Gordilho, devem ter as penas reduzidas pela metade, “considerando que em seus interrogatórios não apenas confessaram ter praticado os graves fatos criminosos objeto da acusação, como também espontaneamente optaram por prestar esclarecimentos relevantes acerca da responsabilidade de coautores e partícipes nos crimes, tendo em vista, ainda, que forneceram provas documentais acerca dos crimes que não estavam na posse e não eram de conhecimento das autoridades públicas”.
Os procuradores ainda ressaltaram que nenhum deles fez acordo de delação premiada, embora tenham reconhecido durante os respectivos depoimentos, que todos estavam em tratativas para fechar as colaborações.
No pedido, o MPF também quer que Moro determine a apreensão de R$ 87.624.971,26. O valor é correspondente ao montante de propinas que foram pagas nos contratos que a OAS firmou junto à Petrobras a agentes públicos.
Desse montante, Lula teria recebido um total de pouco mais de R$ 3 milhões, somando o valor do apartamento e do contrato entre a OAS e a Granero. Apesar disso, os procuradores pediram que o ex-presidente seja condenado a pagar outros R$ 87 milhões em multas.
As defesas têm até 20 de junho para contestar os argumentos do MPF, dentro do processo. Esta é a última fase da ação penal. Após todas as partes apresentarem as alegações finais, o processo volta ao juiz Sérgio Moro, que vai definir se condena ou absolve os réus.

JBS se prepara para responder por crimes à justiça dos EUA

As punições que a JBS deverá sofrer pela justiça norte-americana devem ser mais severas do que aqui no Brasil, de acordo com especialistas. Elas vão desde multas e indenizações bilionárias até cadeia e a exigência da implementação de uma equipe para realizar uma minuciosa auditoria interna, que seria paga pela própria empresa, mas coordenada e subordinada à Justiça norte-americana.
Depois de fechar com o Ministério Público Federal o pagamento do maior acordo de leniência da história – que funciona como uma delação premiada para empresas -, a J&F, que controla a JBS, também se prepara para responder a eventuais crimes nos Estados Unidos.
Com a delação feita por seus donos, Joesley e Wesley Batista, a empresa pode ser processada por acionistas americanos. Seus sócios também podem responder por crime contra a ordem pública, manipulação de informações de mercado e moeda, corrupção, suborno e ações contra o sistema financeiro americano.

Procuradoria pede regime fechado para Lula no caso triplex



A Procuradoria da República pediu, em alegações finais, nesta sexta-feira, 2, a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em regime fechado na ação penal do caso triplex. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção pela força-tarefa da Lava Jato, que atribui ao ex-presidente o papel de ‘comandante máximo do esquema de corrupção’ identificado na operação.

A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao suposto recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do triplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016.

Alegações finais são a parte derradeira do processo, em que o Ministério Público, que acusa, e as defesas apresentam suas argumentações e pedidos a serem considerados pelo juízo. O documento tem 334 páginas.

Além de Lula, são réus os empreiteiros José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS, os executivos da empresa Agenor Franklin Martins, Paulo Gordilho, Fábio Yonamine, Roberto Ferreira e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

“Em decorrência do quantum de pena a ser fixado aos réus Luiz Inácio Lula da Silva, José Adelmário Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine, Roberto Moreira Ferreira e Paulo Okamotto, requer-se seja determinado o regime fechado como o regime inicial de cumprimento da pena”, pede a força-tarefa da Lava Jato.

O Ministério Público Federal solicitou, no entanto, que as penas de Léo Pinheiro, Agenor Medeiros e Paulo Gordilho sejam reduzidas pela metade.

“Embora não haja acordo de colaboração celebrado entre o Ministério Público Federal e os réus Léo Pinheiro, Agenor Medeiros e Paulo Gordilho, considerando que em seus interrogatórios não apenas confessaram ter praticado os graves fatos criminosos objeto da acusação, como também espontaneamente optaram por prestar esclarecimentos relevantes acerca da responsabilidade de coautores e partícipes nos crimes, tendo em vista, ainda, que forneceram provas documentais acerca dos crimes que não estavam na posse e não eram de conhecimento das autoridades públicas, é pertinente, nos termos do art. 1º, §5º, da Lei 9.613/98, com a redação dada pela Lei nº 12.683/12, que suas penas sejam reduzidas pela metade.”

A Procuradoria cobra de Lula R$ 87,6 milhões. “Também se requer, em relação a Luiz Inácio Lula da Silva, o arbitramento cumulativo do dano mínimo, a ser revertido em favor da Petrobrás, com base no artigo 387, caput e IV, do Código de Processo Penal, no montante de R$ 87.624.971,26, correspondente ao valor total da porcentagem da propina paga pela OAS em razão das contratações dos Consórcios Conpar e Conest pela Petrobrás, considerando-se a participação societária da OAS em cada um deles (respectivamente 24% e 50%).”

De Léo Pinheiro e Agenor Medeiros, a força-tarefa cobra R$ 58,4 milhões.

“Em relação a José Adelmário Pinheiro Filho e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, requer-se seja o dano mínimo, a ser revertido em favor da Petrobrás, com base no artigo 387, caput e IV, do Código de Processo Penal, arbitrado no montante de R$ 58.401.010,24, considerando-se que o pagamento de vantagens indevidas à Diretoria de Abastecimento da Petrobrás em razão da contratação dos Consórcios CONPAR e CONEST foi anteriormente julgado pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba em sede da ação penal nº 5083376-05.2014.404.7000, oportunidade em que condenados ao pagamento de indenização aos danos causados por referida conduta delituosa à Petrobrás no valor de R$ 29.223.961,00.”

'Quando Ministros do STF ficam em conluio com políticos, a justiça é expulsa pela porta dos fundos', afirma procuradora da República

A procuradora Monique Cheker manifestou sua indignação com a notícia de que o ministro Gilmar Mendes propôs que o STF volte atrás nas decisões que permitiram a prisão após condenação em segunda instância. 

Ao ser informada de que Gilmar Mendes teria o apoio de outros ministros para rediscutir as decisões, Cheker disse: 'Quando Ministros do STF ficam em conluio com políticos, a justiça é expulsa pela porta dos fundos'.

'O Congresso precisa entender que foro privilegiado não é blindagem para bandido. A população quer igualdade para todos', afirma Levy Fidelix

"Só no Brasil, mesmo, existe uma aberração dessas. Milhares e milhares de pessoas com tratamento diferente dos cidadãos comuns. O STF fica sobrecarregado e o resultado é a pura e simples impunidade", afirma Levy Fidelix

Na semana que passou, o instituto do foro privilegiado foi fortemente abalado. No Senado, uma PEC que, inicialmente, extinguiria o foro por prerrogativa de função foi aprovada em segundo turno e segue para avaliação da Câmara. No STF, um julgamento pode levar a uma ampla restrição da aplicação do foro privilegiado, limitando-o aos crimes cometidos no exercício do mandato.

O julgamento do STF foi suspenso após pedido de vista, mas quatro ministros já declararam seus votos, todos favoráveis a restringir o alcance do foro privilegiado. Procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato já atacaram duramente a existência de 22 mil pessoas com foro privilegiado no País e defenderam publicamente “reformas estruturais e sistêmicas” contra a corrupção e a impunidade. O juiz Sergio Moro também fez pronunciamentos sobre o instituto, alegando que a sua existência "fere" a democracia e a igualdade.

O presidente do PRTB, Levy Fidelix, vê avanços em ambas as frentes, mas considera urgente a extinção total do foro privilegiado:  "Só no Brasil, mesmo, existe uma aberração dessas. Milhares e milhares de pessoas com tratamento diferente dos cidadãos comuns. O STF fica sobrecarregado e o resultado é a pura e simples impunidade".

Para Fidelix, a solução deve vir do Congresso: "Foi um avanço o Senado ter aprovado a PEC do fim do foro privilegiado, mas o texto precisa retomar sua forma original. Com a condição de que parlamentares não podem ser presos antes de julgamento pelo STJ, ao invés de um avanço, tivemos um retrocesso. O povo simplesmente não aguenta mais ver esses corruptos impunes e, o que é pior, fazendo leis para se safarem! Se a população não se mobilizar nacionalmente, de uma vez por todas, os corruptos irão sabotar o fim do foro".

Para o presidente do PRTB, o Congresso precisa de uma profunda renovação e as próximas eleições devem trazer mudanças. "O povo não é trouxa, não vai mais votar nesses partidos grandes, envolvidos até o pescoço no petrolão", afirmou.

HERDEIROS INCOMPETENTES

De denúncias estamos mais do que abastecidos. Estamos lotados. Não há mais espaço, seja nas gavetas, seja no HD. Dispenso-me de mencionar a saturação dos também repletos estômagos e suas náuseas. Penso que já passamos da hora. É tempo de começarmos a nos preocupar com a explicação que daremos a nossos filhos e netos quando nos questionarem sobre o que fizemos com o país em que lhes toca viver.
Aos que têm tantas respostas certas para perguntas erradas, chegará certamente o dia em que alguém fará as perguntas corretas: "Por que, diabos, vocês perseveram no mesmo erro, eleição após eleição, crise após crise? Por que, mais de um século após a Proclamação da República, vocês insistem em manter um sistema de governo que nunca funcionou direito?". E eu ainda dirijo a mim mesmo esta outra pergunta: "Já não estás cansado, escriba, de escolher, a cada eleição, quem te parece menos pior? O mal menor?". Sim, estou! E como estou!
Em 1891 decidimos seguir, em parte, o modelo adotado nos Estados Unidos. Se funcionava lá, nos parecia razoável supor que funcionasse aqui. Mas o que era razoável aos olhos de Benjamim Constant e seus companheiros, há muito revelou não ser! Um inteiro século de evidências o comprovam. Eis por que observo atentamente os acontecimentos do Tio Sam. Pela primeira vez percebo os eleitores norte-americanos um pouco frustrados com algo que nos acompanha a cada eleição presidencial e na maior parte dos pleitos majoritários que nos são disponibilizados: forte rejeição aos dois candidatos e, como consequência, a nação legitimamente confiada a mãos imperitas e desacreditadas. Não seria diferente com uma vitória da Sra. Clinton. Se enfrentarem um processo de impeachment, verão o quanto dói uma saudade...
A irracionalidade do nosso presidencialismo berra nas páginas dos livros de história. Somos uma nação de condenados. Por imposição de um modelo institucional, somos sentenciados a suportar, longamente, governos incompetentes, corruptos, a respeito dos quais se acumulam suspeitas que se transformam em evidências e cujos males vamos tolerando em nome de uma governabilidade de regra capenga, negocista e inconfiável.
Se há algo que me amaina a consciência é saber que nos últimos 30 anos, nos meios de comunicação do Rio Grande do Sul, ninguém mais insistentemente do que eu combateu o presidencialismo. Aprendi a rejeitá-lo, primeiramente, nos ensinamentos do meu pai, o deputado Adolpho Puggina, e nos artigos de Mem de Sá, de Carlos de Brito Velho e Raul Pilla; posteriormente, no convívio com o dileto amigo e mestre prof. Cézar Saldanha Souza Júnior. Os primeiros morreram sem ver os infortúnios destes anos de bruma e tormenta. Mas sei o quanto padeceu seu discernimento, nas dificuldades dos tempos em que viveram, escutando o silêncio suscitado por seus clamores. O que sentiram não terá sido diferente do que sinto agora, nesta quadra da minha existência, tendo vivido os abalos de 1961, 1964, 1969, 1992, e os audíveis e inaudíveis ruídos destes últimos desregrados e corrompidos anos. O mundo avança e o Brasil se arrasta em seus emaranhados institucionais. Sinto como se as centenas de palestras e programas de rádio de que participei tivessem entrado por um ouvido e saído pelo outro; como se o que escrevi em centenas de artigos e, pelo menos, em dois capítulos de livros recentes, tivessem entrado por um olho e saído pelo outro.
Sim, estou cansado desse presidencialismo, cuja maior competência consiste em gerar crises sem lhes dar solução que não as agrave. Sim, estou cansado de ver a nação fechar os olhos ao mal que vê porque a medicina institucional - sabe-se - pode matar o paciente. Então, vivemos da denúncia. Quanto bem nos faz denunciar! Mas isso não desfaz o que somos: herdeiros incompetentes ...
NOTA ADICIONAL DO AUTOR: Em 2 de junho de 1988, ocorreu na Assembléia Nacional Constituinte uma negociação que visou beneficiar Sarney com um mandato de cinco anos. Foi uma espécie de primeira PEC. O projeto da Constituição que seria promulgada em 22 de setembro fixava mandatos presidenciais de quatro anos, mas Sarney queria cinco. E não queria parlamentarismo. Queria o poder com kit completo, tipo combo, como ocorre no malfadado presidencialismo. Naquela sessão, junto com a decência política da maioria parlamentar de então, morreram os dispositivos para introdução do parlamentarismo e modernização de nossas instituições. O episódio ficou conhecido como a “Festa das mãos espalmadas” (festa dos constituintes que queriam dar cinco anos àquele desastroso governo). 
por Percival Puggina

'Não houve mudança na lei. Não se identificou caso de prisão injusta. O que mudou?', questiona procurador da República após Gilmar Mendes defender 'aliviar' regras para prisão de corruptos

O procurador Hélio Telho manifestou sua perplexidade com Gilmar Mendes, ministro do STF, que defendeu que o tribunal modifique decisões anteriores e deixe de admitir prisões após condenação em segunda instância. 

Telho questionou os motivos do ministro: "Gilmar quer mudar jurisprudência sobre prisão após segundo grau. Não houve mudança na lei. Não se identificou caso de prisão injusta. O que mudou?".

Procurador responde a Gilmar Mendes sobre rever prisão após condenação em segunda instância: 'Prisão de condenado em 2a. instância é importante instrumento para o rompimento do ciclo de impunidade no Brasil'



Após o ministro Gilmar Mendes, do STF, sugerir que o tribunal volte atrás e revise decisões que permitem a prisão após condenação em segunda instância, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, retrucou: "'Prisão de condenado em segunda instância é importante instrumento para o rompimento do ciclo de impunidade no Brasil".

'Se o TSE referendar a eleição de 2014, melhor seria encerrar atividades', afirma Janaína Paschoal



A jurista Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment de Dilma, comentou notícias sobre a possibilidade de o TSE absolver a presidente deposta Dilma e o presidente Michel Temer, e afirmou que "se o TSE referendar a eleição de 2014, melhor seria encerrar atividades".

Leia abaixo as observações de Janaína Paschoal sobre o julgamento do TSE:

Não tive acesso aos autos, mas pelo teor das muitas delações, até uma criança de jardim sabe que a eleição foi uma fraude.
As delações indicam que, nos últimos anos, a Justiça Eleitoral foi utilizada como uma lavanderia. É hora de por ordem na casa!
Penso ser temerário o TSE simplesmente desconsiderar os depoimentos e documentos trazidos por Odebrecht e JBS.
Se o TSE julgar como se os fatos delatados não tivessem ocorrido, estará compactuando com o discurso padrão: "minhas contas foram aprovadas".
Lembrem que as pedaladas foram fraudes perpetradas para esconder a sangria na Petrobrás, no BNDES, na Caixa e no BB!
Acham que as pedaladas estão desconectadas da lambança? Para disfarçar bilhões dados aos empresários vassalos, fraudaram contas públicas!
Lembrem que as "propinas" pagas por Odebrecht e JBS vieram de dinheiro público desviado! Para encobrir o rombo, nasceram as pedaladas!
Como o TSE pode pensar em julgar ignorando tudo isso? Seria uma verdadeira desmoralização!
Em qualquer outro país, os responsáveis por tamanha fraude estariam PRESOS! O PT saqueou os cofres públicos! Os outros calaram por malas!
06/06 será uma prova de fogo para a Justiça Eleitoral.
As defesas alegam que a ação original não contemplava os fatos delatados. Mas os fatos estão no mundo e o Min. Herman os levou para os autos.
Poderá o TSE julgar como se os desvios para fins de doações, as muitas falsidades ideológicas e lavagem de dinheiro não tivessem ocorrido?
Não passará ao cidadão a ideia de que a própria Justiça é um teatro? Se o TSE referendar a eleição de 2014, melhor seria encerrar atividades.
A Justiça Eleitoral constitui aparato muito caro ao contribuinte. Precisa ser efetiva. Para ser efetiva não pode ignorar fatos!

GANÂNCIA E IRRESPONSABILIDADE EM DOSE DUPLA: DILMA QUERIA CONTINUAR, LULA QUER VOLTAR.

Deu no Globo de 31/05:
 "O caso JBS-Temer está levando parlamentares a realizar uma exumação nos empréstimos do BNDES, entre 2008 e 2014, quando o banco injetou dinheiro barato em empresas selecionadas pelos governos Lula e Dilma (os “campeões nacionais”) para que pudessem comprar outras empresas no exterior. Ontem, o senador Álvaro Dias (PV-PR) apresentou no plenário resultados de uma análise preliminar: em um período de seis anos, a União emprestou ao BNDES um total de R$ 716 bilhões. Como o Tesouro Nacional não dispunha do dinheiro, o governo foi ao mercado privado. Tomou recursos pagando juros de mercado, a 14,25% ao ano pela taxa Selic, e repassou à JBS, Odebrecht e outras empresas ao custo entre 5% e 6%, pela TJLP. Negócio de mãe para filho. O resultado, lembrou, é um subsídio sem precedentes, de R$184 bilhões. “A sociedade vai pagar por isso até o ano de 2060”, disse Dias. Faltam 42 anos para liquidar a conta."
 Os números absolutos e atualizados da escrita, conforme divulgado anteriormente, superam em 25% o total do subsídio que o Plano Marshall proporcionou à reconstrução de 16 países europeus após a Segunda Guerra Mundial.
Nos bastidores dessa conduta sinistra que arrasou o Brasil atuavam, de modo conjugado, duas diferentes forças:

• a do grupo dos economistas alinhados com Dilma Rousseff, também ela uma “desenvolvimentista”, convictos de que o Estado gastador, jogando dinheiro no mercado, cria prosperidade;
• o do grupo dos proxenetas do erário, cafetões dos negócios de Estado, olho aberto a todas as possibilidades de comissionamento que possam ser criadas com recursos públicos.
Na ocasião, nossos melhores e mais responsáveis economistas denunciavam a magnitude, a injustiça e a ineficiência daquela torrente de dinheiro barato em tempos de juro alto. Enquanto, no Brasil petista, havia dinheiro quase de graça para alguns poucos privilegiados – ditos “campeões nacionais” – a segunda e a terceira divisão do empresariado, aqueles que faziam a economia ainda se mover, tinham que se haver com juros na estratosfera. Ao custo de bilhões, adoecia-se o mercado e se quebrava o país.
São esses populistas, irresponsáveis uns, desonestos outros, que pretendem se valer da atual crise política para escapar da cadeia e voltar ao poder. Se as conseqüências de semelhante desatino recaísse apenas sobre seus fieis seguidores – perdoe-me Deus! –, seria muito bem feito. Mas o Brasil é um navio com 210 milhões de passageiros viajando em mar revolto.
por Percival Puggina

MPF reforça pedido de condenação do ex-presidente Lula no processo do triplex em Guarujá

Procuradores querem que ele seja condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Ministério Público Federal reforçou o pedido feito à Justiça para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso que investiga a propriedade de um apartamento triplex, no Guarujá, litoral paulista. O pedido consta nas alegações finais do processo que os procuradores apresentaram ao juiz Sérgio Moro.

Além de Lula, outras seis pessoas respondem a esse processo. A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva também era ré, mas teve nome excluído da ação penal após a morte dela, em fevereiro deste ano.

O MPF diz que o apartamento seria entregue a Lula, como contrapartida por contratos que a OAS fechou com a Petrobras, nos anos em que o político foi presidente da República. Também faz parte da denúncia o pagamento que a OAS fez à transportadora Granero, para que a empresa fizesse a guarda de parte do acervo que o ex-presidente recebeu ao deixar o cargo.

Entre os réus, também está o ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho e outros executivos da construtora, que foram acusados de lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

As defesas têm até 20 de junho para contestar os argumentos do MPF, dentro do processo. Esta é a última fase da ação penal. Após todas as partes apresentarem as alegações finais, o processo volta ao juiz Sérgio Moro, que vai definir se condena ou absolve os réus.

conteúdo G1

PF encontra recibos de despesas de familiares de Temer no escritório de um dos acusados de receber propina



O coronel João Baptista Lima Filho é amigo de longa data do presidente da República. Ele assessorou Michel Temer quando o peemedebista assumiu pela primeira vez a Secretaria da Segurança Pública do governo paulista, ainda nos anos 1980. Desde então, a relação entre os dois estreitou-se. “Coronel Lima” ou “doutor Lima”, como é conhecido, virou homem de confiança do presidente: por muitos anos atuou em campanhas, muitas vezes no papel de coordenador dos comitês eleitorais de Temer, e ajudou a resolver problemas da família. O militar, de 74 anos, sempre prezou pela discrição. Fotografias dele são raríssimas. Mais raras ainda são imagens em que aparece ao lado de Temer. Ele é, no dizer que pessoas que o conhecem, um homem que prefere a sombra aos holofotes. Há três semanas, sua rotina quase monástica sofreu um revés. Ele virou alvo da Lava-Jato. Agora, ao lado do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e de outros auxiliares de Temer também sob investigação, o coronel é peça-chave do tabuleiro que pode definir o destino do presidente.

O coronel aposentado entrou no radar da Lava-Jato com a delação da cúpula da JBS. Ricardo Saud, o caixa-forte do grupo, contou aos procuradores que, na reta final da campanha de 2014, mandou entregar 1 milhão de reais em espécie na sede de uma das empresas do militar. O dinheiro, segundo o delator, era parte de um acerto de 15 milhões de reais feito com o presidente e foi entregue ao coronel em espécie “conforme indicação direta e específica de Temer”, nas palavras de Saud. Os investigadores foram atrás do amigo do presidente. Em seu escritório, encontraram ao menos três pacotes de documentos que fizeram surgir a suspeita de que o coronel, além da acusação de receber propina, seria encarregado de resolver pendências financeiras ao clã presidencial.

Entre os pacotes, havia comprovantes de pagamento e recibos de despesas de familiares e também do próprio presidente da República. Em uma caixa plástica azul guardada no subsolo do prédio onde funciona a empresa de João Baptista Lima Filho, também havia recibos de pagamentos de serviços executados durante a reforma da casa da psicóloga Maristela de Toledo Temer Lulia, uma das três filhas do presidente. Entre os papéis, havia ainda comprovantes de pagamentos antigos ligados ao presidente (um deles, de 1998), planilhas com “movimentações bancárias”, programação de pagamentos do escritório político do então deputado Michel Temer e uma coleção de reportagens “sobre corrupção e casos de propina”, como anotou o responsável pela busca.

Todo o material foi encaminhado para a sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília. Temer nega ter qualquer relação financeira, pessoal ou familiar, com o amigo coronel Lima.