sábado, 3 de junho de 2017

'Se o TSE referendar a eleição de 2014, melhor seria encerrar atividades', afirma Janaína Paschoal



A jurista Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment de Dilma, comentou notícias sobre a possibilidade de o TSE absolver a presidente deposta Dilma e o presidente Michel Temer, e afirmou que "se o TSE referendar a eleição de 2014, melhor seria encerrar atividades".

Leia abaixo as observações de Janaína Paschoal sobre o julgamento do TSE:

Não tive acesso aos autos, mas pelo teor das muitas delações, até uma criança de jardim sabe que a eleição foi uma fraude.
As delações indicam que, nos últimos anos, a Justiça Eleitoral foi utilizada como uma lavanderia. É hora de por ordem na casa!
Penso ser temerário o TSE simplesmente desconsiderar os depoimentos e documentos trazidos por Odebrecht e JBS.
Se o TSE julgar como se os fatos delatados não tivessem ocorrido, estará compactuando com o discurso padrão: "minhas contas foram aprovadas".
Lembrem que as pedaladas foram fraudes perpetradas para esconder a sangria na Petrobrás, no BNDES, na Caixa e no BB!
Acham que as pedaladas estão desconectadas da lambança? Para disfarçar bilhões dados aos empresários vassalos, fraudaram contas públicas!
Lembrem que as "propinas" pagas por Odebrecht e JBS vieram de dinheiro público desviado! Para encobrir o rombo, nasceram as pedaladas!
Como o TSE pode pensar em julgar ignorando tudo isso? Seria uma verdadeira desmoralização!
Em qualquer outro país, os responsáveis por tamanha fraude estariam PRESOS! O PT saqueou os cofres públicos! Os outros calaram por malas!
06/06 será uma prova de fogo para a Justiça Eleitoral.
As defesas alegam que a ação original não contemplava os fatos delatados. Mas os fatos estão no mundo e o Min. Herman os levou para os autos.
Poderá o TSE julgar como se os desvios para fins de doações, as muitas falsidades ideológicas e lavagem de dinheiro não tivessem ocorrido?
Não passará ao cidadão a ideia de que a própria Justiça é um teatro? Se o TSE referendar a eleição de 2014, melhor seria encerrar atividades.
A Justiça Eleitoral constitui aparato muito caro ao contribuinte. Precisa ser efetiva. Para ser efetiva não pode ignorar fatos!