sexta-feira, 5 de maio de 2017

Em BH, trabalhadores fazem fila de 3 quarteirões para não pagarem taxas a sindicatos



Com o risco de perder a contribuição sindical obrigatória caso a reforma trabalhista aprovada pela Câmara dos Deputados seja aprovada pelo Senado e promulgada pelo presidente Michel Temer, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SECBHRM) amanheceu nessa quinta-feira (4) com uma fila de três quarteirões começando na sua porta. Eram comerciários que foram ao sindicato para desautorizar a cobrança da taxa assistencial.

A taxa assistencial visa custear os gastos do sindicato. Segundo a convenção coletiva da categoria, o valor em 2017 é de 6% dos salários de maio e setembro de 2015, com o limite de R$ 106,78.

“É uma taxa muito alta, e faz diferença no fim do mês”, afirma o vendedor Fernando de Moura, 31. Ele trabalha no comércio há dez anos, mas pela primeira vez resolveu desautorizar a cobrança.

Para a comerciária Susana Orione, 39, o sindicato não é atuante o suficiente para justificar o pagamento. “A gente não tem retorno algum, e quando precisa de alguma coisa tem que pagar mais, não tem nada de graça”, diz.

Taiane Nascimento, 23, que trabalha no comércio há três, avalia que o sindicato não garante benefícios. “O desconto é grande, 6%, e o aumento de salário que eles negociaram foi pequeno, só 4,6%. A última coisa que eles olham é a gente”, diz.

Susana, que trabalha há 16 anos no comércio, enfrentou cerca de duas horas de fila para garantir que a taxa não seria cobrada. “Eles não divulgam direito os prazos para entregarmos a carta que desautoriza a cobrança. Muitos colegas meus não sabiam que o prazo termina amanhã (hoje)”, diz. “O sindicato só avisa na última hora, por isso acaba gerando fila. Eles não têm interesse que o pagamento não seja feito”, acrescenta Mara Magda Macedo, 45.

O presidente do SECBHRM, José Cloves Rodrigues, defende a entidade e afirma que a divulgação foi feita. “Publicamos no nosso site e as próprias empresas, por meio dos departamentos de pessoal, informam à categoria”, diz.

Rodrigues afirma que é difícil dizer que a procura para desautorizar a cobrança cresceu. “Me parece que o movimento está igual aos outros anos”. Porém, ele admite que “a crise pode ter feito alguns trabalhadores optarem por não permitir o desconto em folha”.

O presidente critica a reforma trabalhista. “Não é só apenas o fim da contribuição obrigatória. A reforma não moderniza nada. Pelo contrário, volta a uma condição de que os trabalhadores lutaram muito para sair”, declara. Para Susana Orione, porém, “o sindicato só está mobilizado contra a reforma porque não quer perder a contribuição obrigatória”.

Lula não só sabia de tudo como recebia propina do petrolão, diz Duque

Em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta sexta-feira, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque revelou que teve um encontro secreto com o ex-presidente Lula, num hangar do Aeroporto de Congonhas, já durante as investigações da Operação Lava-Jato, no qual recebeu do petista ordens para fechar as contas que mantinha no exterior para receber propina de contratos da Petrobra

Segundo Renato Duque, o ex-presidente relatou na conversa que a então presidente Dilma Rousseff havia lhe repassado a informação de que diretores da Petrobras estavam recebendo propina de fornecedores da estatal, como a multinacional SBM, em contas no exterior. Lula queria saber se Duque estava entre os beneficiários da propina. Como o ex-diretor negou, Lula insistiu querendo saber se a propina de contratos de sondas da Sete Brasil estava sendo paga no exterior. Duque voltou a negar. Lula então fez questão de advertir para a necessidade de eliminar rastros no exterior que pudessem levar as autoridades até a propina.

Principal operador do PT na Petrobras, Renato Duque também afirmou que se reuniu com Lula secretamente para discutir contratos de interesse das empreiteiras do petrolão em pelo menos duas oportunidades. Segundo Duque, Lula sabia de tudo que se passava no petrolão. Mas não só. O ex-presidente monitorava pessoalmente o fluxo de pagamentos de contratos que renderiam propinas posteriormente. Lula era tão envolvido que chegava a ter informações antes mesmo do próprio Renato Duque.

O ex-ministro Antonio Palocci foi designado por Lula para ser o grande responsável por negociar as propinas em contratos com as empreiteiras. Além de confirmar que Lula recebia propinas do esquema, Duque disse ter escutado do ex-tesoureiro João Vaccari Neto que Palocci administrava a parte de Lula nas propinas da Sete Brasil. Vaccari era o responsável por gerenciar a propina do ex-presidente.

Segundo Duque, dentro da quadrilha do petrolão o ex-presidente Lula era chamado por dois apelidos: “Nine” e “Chefe”.  Quando não falavam diretamente o apelido de Lula, os integrantes do esquema gesticulavam com as mãos perto do rosto para simular uma barba.



A ÍNTEGRA DA LISTA DE POLÍTICOS DEVEDORES

A Folha revelou mais cedo que parlamentares que devem à União R$ 3 bilhões em tributos inscritos na dívida ativa tentam se beneficiar com o perdão de débitos previsto na medida provisória que institui o PRT (Programa de Regularização Tributária).
O projeto está sob a relatoria do deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), que acumula débitos de R$ 67,8 milhões em nome de suas empresas - legislando em causa própria, obviamente.
A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional divulgou há pouco a íntegra da relação de deputados e senadores que devem à União, além de doadores em débito que financiaram campanhas eleitorais. Também estão lá as empresas desses políticos que estão em dívida.
Veja AQUI


Deputados e senadores tem mais de R$ 30 milhões em dívidas próprias

A lista de parlamentares devedores da União, divulgada pela PGFN, mostra que deputados e senadores acumulam mais de R$ 31 milhões em dívidas em seu próprio nome.
Outros R$ 241 milhões são dívidas em nome de terceiros e outros R$ 605 milhões estão em nome de pessoas jurídicas a que esses parlamentares estão vinculados.
Por fim, há R$ 245 bilhões inscritos na dívida ativa de doadores desses mesmos deputados e senadores.