segunda-feira, 14 de agosto de 2017

"Basta o Maduro chamar que o PT vai lá lamber a mão dele", ataca Aloysio Nunes

A situação na Venezuela se agrava a cada instante. Nos últimos quatro meses, o governo de Nicolás Maduro já matou mais de cem pessoas em manifestações populares e prendeu 5 mil venezuelanos que desejam o fim da ditadura no País, e que se encontra à beira de uma guerra civil. 

Para fazer o governo chavista retroceder, os países do continente, incluindo o Brasil, suspenderam a Venezuela do Mercosul. Na última terça-feira (9), reunidos em Lima, no Peru, sob a liderança do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, os países da região deixaram claro que “é inadmissível a existência de uma ditadura na Venezuela”, como diz um dos trechos do documento final. 

Nessa mesma reunião, decidiu-se também que a Venezuela fica proibida de receber armamentos e material de segurança usado na repressão, como gás lacrimogêneo. 

Em entrevista à ISTOÉ, Aloysio Nunes crítica o apoio do PT à ditadura venezuelana, afirmando que os petistas "lambem as mãos de Maduro". Para ele, essa postura do PT “causa ojeriza a todos os que prezam a democracia”.

Leia a entrevista:

Na reunião de terça-feira 9, em Lima, os chanceleres da América do Sul discutiram soluções para a crise venezuelana. Há uma preocupação com eventual agravamento da crise social na Venezuela?
A preocupação com o agravamento da crise na Venezuela é uma constante e tem atenção prioritária dos países da região. Nossa reunião em Lima deixou claro que é inadmissível a existência de uma ditadura na Venezuela, não só aos olhos do Brasil e dos países do Mercosul, mas também aos olhos da maioria das democracias no mundo. No documento assinado ao final do encontro, deixamos clara nossa preocupação com a crise humanitária que o país enfrenta e condenamos o governo venezuelano, entre outros motivos, por não permitir a entrada de alimentos e medicamentos em apoio ao povo do país. Decidimos também proibir o comércio de armamentos e material de segurança usado na repressão, como gás lacrimogêneo, e não reconhecer a legalidade de qualquer decisão dessa constituinte ilegítima que o governo Maduro inventou para usurpar os poderes da Assembleia Nacional.

Como o senhor vê o fato de os governos Lula e Dilma sempre terem apoiado a ditadura de Chávez e Maduro?
O governo do PT tolerou desvios autoritários do governo Maduro que levaram ao rompimento da ordem democrática estabelecida na própria Constituição bolivariana. Os petistas não diferenciam o chavismo — corrente política que se explica dentro da história da Venezuela — da escalada ditatorial de Maduro. Na Venezuela, até mesmo personalidades políticas ligadas ao chavismo, como a procuradora-geral Luisa Ortega, são críticas e não aceitam o rumo ditatorial que o atual governo tomou. O PT continua seguindo essa linha de apoio explícito ao governo venezuelano de maneira quase cega: basta o Maduro chamar que o PT vai lá lamber a mão dele. Essa postura do PT, ao mesmo tempo em que causa ojeriza a todos os que prezam a democracia, serve como catalizador de uma militância radical e raivosa que é o patrimônio político que lhe resta.

O senhor acha que há risco de uma guerra civil?
A situação na Venezuela vem se agravando a passos largos. Causa repulsa o custo do autoritarismo em vidas humanas. Assistimos com indignação como vem crescendo não só o número de mortos e feridos nas manifestações, mas também a quantidade de presos políticos. A isso, podemos acrescentar ainda a degradação do quadro social. Pesquisas de universidades venezuelanas apontam que mais de 80% da população da Venezuela vive hoje abaixo do nível de pobreza. O Brasil acompanha com muita atenção os desdobramentos dessa crise e continuará atuando para contribuir para a restauração da democracia na Venezuela por meio de uma solução pacífica.

É verdade que já há movimentação de tropas brasileiras na fronteira, temendo o recrudescimento da guerra social na Venezuela?
O Brasil mantém contingentes adequados para o patrulhamento e defesa de suas fronteiras.

O Brasil pode enviar tropas de paz para a Venezuela?
Nós estamos aqui entrando em um campo de especulação. Antes de mais nada, os problemas venezuelanos têm de ser resolvidos pelos próprios venezuelanos, eventualmente com ajuda ou mediação de atores externos. No momento, não há discussões no âmbito das Nações Unidas para estabelecimento de uma missão de paz, que só pode acontecer com a concordância do governo venezuelano. E o Brasil só participa de missões de paz com mandato da ONU.

O que o presidente Maduro precisa fazer de imediato para a ordem democrática ser restabelecida?
Antes de mais nada, as autoridades venezuelanas precisam aceitar negociar com a oposição uma transição pacífica rumo ao restabelecimento da ordem democrática. Isso passa, no entender da oposição, pelo cancelamento da constituinte, pelo reconhecimento das prerrogativas da Assembleia Nacional, pela liberação de todos os presos políticos e pela definição do calendário eleitoral.

No sábado, em reunião em São Paulo, os chanceleres do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai suspenderam a Venezuela do Mercosul pela “ruptura da ordem democrática”. É a segunda suspensão da Venezuela. Ela pode ficar definitivamente de fora do Mercosul?
Não falamos em expulsão da Venezuela do Mercosul, já que não existe essa figura jurídica nos acordos do bloco. Existe sim a suspensão pelo tempo em que o país violar as normas do bloco e sua cláusula democrática. A Venezuela poderá voltar a participar integralmente do bloco desde que atenda aos requisitos exigidos de todos os membros do grupo. Entre eles, um dos mais importantes é a manutenção da democracia.

Como o governo brasileiro viu também a destituição da procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega? Foi uma afronta ao Estado de Direito?
O governo brasileiro condena a destituição da procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega. Sua destituição foi arbitrária e ilegal, compromete a independência do Ministério Público e a preservação das garantias e liberdades fundamentais. Foi mais uma confirmação de que hoje a Venezuela vive um estado de exceção, uma ditadura.

Com o encarceramento dos líderes da oposição, dá para dizer que a Venezuela não tem mais espaço para manifestações democráticas?
Manifestações democráticas da sociedade, das igrejas e dos eleitos oposicionistas acontecem diariamente. A própria Assembleia Nacional vem se reunindo e os deputados tentam exercer os mandados para os quais foram eleitos. Infelizmente, são reprimidos violentamente pelo governo. A vontade popular expressa nessas manifestações deveria inspirar a busca de uma negociação efetiva a favor da paz e da democracia. O regime de Nicolás Maduro, ao invés disso, reprime as manifestações populares com violência e prende arbitrariamente centenas de manifestantes.

Por que o Brasil e o Mercosul não impuseram sanções econômicas à Venezuela?
Porque impor sanções econômicas acaba prejudicando venezuelanos e brasileiros. Taxar os produtos venezuelanos que nós importamos, principalmente petróleo, prejudicaria o consumidor brasileiro, um verdadeiro tiro no pé. No outro sentido, exportamos basicamente alimentos, essenciais para os venezuelanos mais pobres. Em todas minhas conversas com representantes da oposição venezuelana, nunca nos pediram a imposição de sanções econômicas.

A Constituinte fraudulenta de Maduro alimenta ainda mais espaço para a guerra civil?
A constituinte, conforme estabelecida pelo governo Maduro, é um atentado contra a democracia e a soberania popular e gera mais instabilidade no país. É a medida mais recente dentro dessa escalada autoritária. Representa o abandono definitivo de qualquer compromisso com o Estado de Direito.

Comenta-se que 140 mil venezuelanos já deixaram o País por falta de condições de vida. Só para o Brasil teriam vindo 77 mil, principalmente para Roraima. Como esses venezuelanos estão vivendo no Brasil?
Em 2017, foram registrados cerca de 8.000 pedidos de refúgio de cidadãos venezuelanos no Brasil. Há relatos de que pode haver um número maior de venezuelanos chegando ao Brasil sem registro oficial. As informações disponíveis dão conta de que hoje cerca de 10.000 venezuelanos se estabeleceram em território nacional. O governo federal, em conjunto com os governos estaduais e municipais, principalmente Roraima e Boa Vista, está trabalhando para inserir essa população deslocada na sociedade local e garantir-lhe condições dignas de vida.

Como o senhor vê o movimento de alguns governadores do PSDB que desejam que o partido deixe o governo Temer?
Houve divergência em relação a esse tema, algumas públicas, mas hoje (esse tema) está fora da ordem do dia. O partido apoia as medidas que o presidente vem tomando para superar a crise recebida do governo petista. Há também a percepção compartilhada dos riscos decorrentes da ingovernabilidade.

O senhor acha que os rebeldes que votaram contra Temer no processo da continuidade do processo por corrupção passiva retornarão à base aliada para votar as reformas?
O PSDB sempre afirmou que, mesmo se saísse do governo, continuaria a apoiar as reformas. Portanto, não vejo por que os deputados que votaram pela continuidade da denúncia votem contra as reformas.

O senhor acha que o presidente Temer voltará a ter os 308 votos para retomar a aprovação das reformas, como a da Previdência?
Evidentemente. Há um conjunto de partidos que apoia o programa de reformas que o presidente Michel Temer se comprometeu a fazer. O PSDB é a favor da reforma da Previdência enviada à Câmara.

Réu em 6 processos, Lula volta a atacar o juiz Sergio Moro com baixaria

Em evento ocorrido na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o ex-presidente Lula, que é réu em 6 processos e investigado em mais alguns, voltou a atacar o juiz Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava Jato. 

O ex-presidente Lula da Silva disse que nenhum réu pode estar acima da lei, mas nenhum juiz também está acima dela. “Tenho consciência que o Moro não é mais honesto que eu e que nenhum procurador ou delegado é mais honesto do que eu.”

Dodge e Janot têm algo em comum

A doutora Raquel Dodge foi ao Palácio do Jaburu (logo lá) às 22h da última terça-feira e encontrou-se com o presidente Michel Temer, sem que houvesse registro na agenda do anfitrião. Até aí, vá lá, mas no dia seguinte ela informou ao povão que foi a Temer para tratar da cerimônia de sua posse, no dia 18/set.

Se o Brasil tem um presidente e uma procuradora-geral que precisam se encontrar pessoalmente para tratar de um assunto de tão pouca relevância, a situação está pior do que se imagina. Noutra hipótese, reconhecida por assessores do presidente Temer, os dois trataram das tensas relações do Planalto com a PGR. Nesse caso, a doutora Dodge julgou-se no direito imperial de propagar uma banalidade inverossímil.

A nova procuradora-geral começa seu mandato cultivando o vício da onipotência. Os poderosos doutores, apoiados por Dodge, tentaram conseguir um reajuste de 16,38%, mas foram rebarbados pelo Supremo Tribunal Federal. Isso numa folha de pagamentos cheia de penduricalhos que ofendem a instituição.

Rodrigo Janot, ao assumir a Procuradoria-Geral no dia 17 de setembro de 2013, passados apenas dois dias, assinou uma portaria estendendo o auxílio-moradia aos procuradores que trabalhavam em Brasília.

A repórter Ana Kruger revelou que o doutor tinha um apartamento de 56 metros quadrados, alugado ao colega Blal Dalloul por R$ 4.000. (Hoje a gambiarra salarial rende R$ 4.377 mensais.) Dalloul requereu o benefício e o erário ficou com a conta. (Janot jamais requereu o benefício que aspergiu.)

O doutor não fez nada de errado, pois poderia ter alugado o apartamento a um padeiro. O auxílio-moradia dos procuradores, desembargadores e juízes faz sentido, quando o servidor tem casa numa cidade e é mandado para outra. Transforma-se numa tunga quando o procurador, juiz ou desembargador tem casa própria na cidade onde trabalha e embolsa o auxílio-moradia.

Uma reportagem de Fabio Brandt mostrou que, em 2015, a doutora Raquel Dodge vivia numa bonita casa em Brasília, com jardim muito bem cuidado, e recebia o mimo. Na ala dos afortunados, estavam 5 dos 33 ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Dodge e outros três procuradores (José Flaubert Machado, Ela Wiecko e Deborah Duprat) tinham propriedades em boas vizinhanças da capital. Vai-se além: alguns sem-teto da PGR e da magistratura têm mais de um imóvel em Brasília.

Todos os beneficiados argumentam que recebem o que a lei lhes concede e acham que é falta de educação tocar nesse assunto. 

elio gaspari
fonte: uol 

Raquel Dodge chama grupo de Janot para ficar na Lava Jato


A subprocuradora-geral da República Raquel Dodge,e futura chefe do Ministério Público Federal, chamou nesta segunda-feira (14/8) os integrantes do grupo de trabalho da Procuradoria Geral da República que atuam na Lava Jato em Brasília para que permaneçam nos cargos após sua posse, em 18 de setembro. O convite foi apresentado por Dodge ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no primeiro encontro dos dois na transição.

Na campanha ao cargo, Dodge já tinha indicado pela permanência dos integrantes. O grupo que trabalha na Lava Jato com Janot é formado por nove integrantes – há indicações, no entanto, de que parte não devem ficar.
A informação foi repassada ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em reunião que contou com a participação do vice-procurador-geral da República, do vice-procurador-geral eleitoral, de toda a assessoria de Rodrigo Janot, além dos integrantes da Comissão de Transição indicados por Dodge. Essa foi a primeira reunião da transição que contou com a presença de Janot e Dodge. Os dois discutiram a dinâmica dos trabalhos e estabeleceram cronograma dos próximos encontros.
A gestão de Janot termina no dia 17 e a posse de Dodge foi marcada para o dia 18 e deve ocorrer efetivamente no prédio da própria PGR, após polêmica sobre a cerimônia ocorrer no Palácio do Planalto, assunto que teria sido tratado em encontro com o presidente Michel Temer, fora da agenda presidencial.
A equipe de transição de Dodge é formada pelos seguintes procuradores: Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, Lauro Pinto Cardoso Neto, Raquel Branquinho Pimenta Mamede Nascimento, Alexandre Camanho de Assis e José Alfredo de Paula e Silva – sendo que todos devem ocupar cargos de destaque na nova gestão, formando o núcleo duro da nova chefe do MP. Todos atuam na Procuradoria Regional da República da 1ª Região, que fica em Brasília. Cardoso foi, inclusive, secretário-geral do Ministério Público Federal na gestão de Janot, mas deixou o cargo em 2016.
Em nota, a PGR informou que essas reuniões da transição, para Janot, são de suma importância para evitar descontinuidade das investigações em curso no gabinete do Procurador-Geral da República, bem como de outros processos judiciais e extrajudiciais de áreas como constitucional, cível, tutela coletiva e cooperação internacional. “As equipes trabalham de forma profissional e visando o interesse público. O Ministério Público sai fortalecido com isso” , diz o texto.

STF rejeita ação contra julgamento da chapa Dilma-Temer

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que arquivou ações pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer que venceu as eleições presidenciais de 2014 não feriu entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que permite ao juiz eleitoral formar convencimento a partir de fatos e circunstâncias não alegados pelas partes, desde que constem nos autos, ou com base em fatos públicos e notórios.
Essa é a posição do ministro do STF Ricardo Lewandowski, que negou seguimento à reclamação 27377 apresentada pela Rede questionado o julgamento do TSE. Para o ministro, não é possível estabelecer relação entre os fundamentos do resultado do julgamento do TSE e a decisão do STF que o partido alegava ter sido desrespeitada pela corte eleitoral.
Segundo alegou a legenda, ao não utilizar as provas da chamada fase Odebrecht na análise das ações de cassação, o TSE feriu entendimento do STF na ADI 1082, quando foram considerados constitucionais dispositivos da Lei Complementar 64/1990 (Lei das Inelegibilidades), que permitem ao juiz eleitoral formar convencimento a partir de fatos e circunstâncias não alegados pelas partes, desde que constem nos autos, ou com base em fatos públicos e notórios.
Para Ricardo Lewandowski, o STF não determinou a obrigatoriedade, apenas apontou que é legal a possibilidade a análise situações fáticas não alegadas pelas partes, diante da necessidade e validade de serem elucidados fatos imprescindíveis à formação da convicção do magistrado.
“Observo, nesse sentido, que, na decisão reclamada, o TSE afastou as provas produzidas na chamada “Fase Odebrecht”, pois não guardavam nenhuma relação com a causa de pedir delimitada na inicial, ou seja, o fez fundamentadamente. Desta maneira, diante da ausência de identidade material entre os fundamentos do ato reclamado e o que foi efetivamente decidido na ação direta de inconstitucionalidade apontada como paradigma, não merece seguimento a pretensão do reclamante”, escreveu o ministro Lewandowski.
Para ele, “a jurisprudência deste tribunal é firme no sentido de que a reclamação não pode ser utilizada como sucedâneo de recurso”.
Em junho, o TSE absolveu, por 4 votos a 3, a ex-presidente Dilma Rousseff e o presidente Michel Temer da acusação de abuso de poder político e econômico na campanha de 2014.  Ação julgada pelo TSE foi apresentada pelo PSDB após a eleição de 2014 e apontava mais de 20 infrações supostamente cometidas pela coligação “Com a Força do Povo”, encabeçada por PT e PMDB.
A principal infração era a suspeita de que empreiteiras fizeram doações oficiais com o pagamento de propina por contratos obtidos na Petrobras, além de desvio de dinheiro pago a gráficas pela não prestação dos serviços contratados.

fonte: jota.info

Diz Lobão sobre a polêmica reforma política: “A opinião pública não vai gostar, mas paciência”

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador Edison Lobão (PMDB-MA) disse nesta segunda (14) que “não gosta” da reforma política que está sendo votada pela Câmara, mas prevê que o Senado vai aprovar o que vier de lá. Ele defende a criação do fundo público para financiar as campanhas políticas, entretanto critica o fato de não se ter aprovado nenhuma mudança no custo para barateá-las, informou O Globo.

Segundo o Senador Lobão, o chamado fundão, de R$3,5 bilhões, é apenas metade dos gastos oficiais das campanhas em 2014, “fora o caixa dois”.
— A opinião pública não vai gostar, mas paciência. Democracia tem custos. Ou se paga por ela ou se parte para a tirania, para a supressão das liberdades. Sem mudança nos custos das campanhas, só virão para cá os candidatos ricos, os astros de cinema e o crime organizado. A lei permite que os candidatos se auto financiem, gastando até 5% do seu patrimônio no último exercício fiscal — disse Lobão.
Na última semana, a comissão da reforma política na Câmara concluiu a votação dos principais pontos da proposta que muda as regras eleitorais a partir do próximo ano, com a criação de um fundo público de R$ 3,6 bilhões para as campanhas e um novo o sistema eleitoral, o chamado distritão, em 2018. Em 2022, passaria a vigorar o modelo distrital.

A comissão ainda aprovou a mudança na data de posse dos chefes de Executivo, que deixa de ocorrer em 1º de janeiro. Os presidentes seriam empossados no dia 7 de janeiro do ano seguinte da eleição; e governadores e prefeitos, no dia 6.

Constam também das medidas já aprovadas a fixação de mandatos de dez anos para ministros de cortes superiores, além de desembargadores de tribunais, e a ampliação da possibilidade de eleição direta para presidente no caso de vacância do cargo durante o mandato. Pela atual regra, nos dois últimos anos a escolha seria feita de forma indireta, pelo Congresso. O texto de Vicente determina que somente no último ano de mandato a eleição seja indireta.


Deputados aprovam mandato de 10 anos para ministros dos tribunais superiores

Deputados da comissão especial que analisa pontos da reforma política embutiram na proposta de emenda constitucional prazos de mandatos para membros do Poder Judiciário. O texto aprovado na última quinta-feira (10/08) fixa mandato de dez anos para os ministros dos tribunais superiores que forem empossados depois da promulgação da proposta em causa.
A regra, de relatoria do deputado Vicente Cândido, que faz parte da PEC 77/03, vale para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Além de considerar esse limite no tempo de exercício, há uma pequena mudança nas regras de escolha dos ministros do STF. A proposta aumenta o quórum para aprovação dos indicados para 3/5 do Senado.
Apesar de numericamente serem somente oito votos a mais, no contexto geral do senado, isso representa 10% da Casa. Isso quer dizer que serão necessários 49 votos dentre os 81 senadores para aprovação – as regras atuais exigem maioria absoluta de votos, o que representa 41 votos pelos indicados.
Para os juízes dos tribunais eleitorais, incluídos os do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há a previsão de mandatos de quatro anos, sem possibilidade de recondução.
Atualmente, os mandatos nos tribunais eleitorais são de dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos. Por esse modelo, há o aumento do tempo de mandato por um lado e em contrapartida o aumento na “pausa” entre as reconduções.
O debate sobre a fixação de mandatos fixos para ministros é antigo no Congresso Nacional.
Na Câmara, há uma comissão especial para analisar uma PEC exclusiva sobre o assunto que desde 2001 espera por instalação (PEC 473/01).
No Senado, o tema avançou lentamente com a aprovação da PEC 44/12 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A inclusão do tema na PEC da Reforma Política configura, na verdade, um atalho para acelerar a aprovação da mudança.
A PEC 77/03 ainda precisa ter votação concluída na comissão especial para seguir para o plenário. Um nova reunião está marcada para a próxima terça-feira (15/8) a partir das 14h30.
O plano original era de aprovar a PEC na comissão nesta semana e viabilizar a deliberação em primeiro turno nos dias 15 e 16, mas será preciso esperar pela semana do dia 22 para realizar a primeira rodada no plenário da Câmara. Depois ainda há o segundo turno. Nos dois, a proposta precisa de votos mínimos de 308 deputados.
Aprovada pela Câmara, ainda é preciso que a proposta passe pelo Senado, sem alterações para que siga para promulgação. Como a PEC 77 tem o objetivo de alterar regras para a eleição de 2018, ela precisa ser promulgada até 7 de outubro.
Ao comentar sobre a mudança, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que cada modelo tem vantagens e desvantagens. Ele lembrou que o mandato vale apenas para os novos ministros.
“Pode ficar um pouco estranho uns com mandato e outros sem mandato. Todo modelo tem prós e contras. Agora, o mandato de oito a 15 anos, como da Europa, também não é ruim”, afirmou.
O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirma que o “aspecto mais negativo” em relação à proposta é o “passeio jurisprudencial decorrente da dança das cadeiras”.
“Lembro que, em regra, o Brasil tem quatro instâncias. Com a mudança amiúde da jurisprudência, por conta do mandato de 10 anos, alguém pode propor uma ação hoje, ou invocar determinado recurso extraordinário que, em pouco tempo, pode tornar-se passado. Não custa lembrar que vivemos em um país com mais de 100 milhões de processos”, afirmou.
fonte: jota.info

Moro amplia de 1 para 13 anos a quebra de sigilo de Palocci

Essa será a maior devassa na vida de um político no Brasil.
juiz Moro ampliou a devassa da Polícia Federal sobre o ex-ministro Palocci, autorizando que a quebra de sigilo do petista atinja os últimos 13 anos, abrangendo o período de 1 de janeiro de 2005 a 5 de abril de 2017.

Nos últimos anos, a Lava Jato só trabalhava com dados de um ano de interceptação, também com autorização de Sérgio Moro: de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2010.

Segundo reportagem do Estadão, o despacho de Moro foi assinado no dia 11 de abril, no âmbito de um processo que está em segredo de Justiça. Seu número do inquérito é 5031082-05.2016.4.04.7000/PR, e o acusado aparece como “a apurar".

conteúdo: FOLHA EDITION

Lulécio contra a Lava Jato

Segundo infoma o Estadão, o Lulécio está de volta.
No caso, para abater a Lava Jato.
"Em um depoimento típico dele, Lula disse que não sabia de nada sobre a suposta investida de Aécio para manter o diretor de Furnas no cargo (...).
Mas como é impossível até mesmo a um cara de pau como Lula negar a própria voz, há que se lembrar conversa sua com o senador Lindbergh Farias em março de 2016, interceptada em grampo autorizado pela Justiça, em que ele diz que, se Aécio não fosse implicado na delação da Andrade Gutierrez, seria sinal de 'farsa'".

Nem Doria, nem Alckmin

Para não ficar mal nem com João Doria nem com Geraldo Alckmin, o PSDB decidiu, segundo a Coluna do Estadão, que nenhum dos dois aparecerá no programa (com a suposta autocrítica) do partido na TV.
No programa do PSDB na TV será exibida apenas uma imagem da cidade de São Paulo.

Movimento para derrubar o distritão

Gilberto Kassab (PSD-SP) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) lideram em seus partidos um movimento para derrubar o distritão, que elege o deputado federal mais votado, extinguindo o sistema proporcional nas eleições para a Câmara.
“Com eles contra, fica difícil”, disse um peemedebista à Coluna do Estadão.

“Nesse presidencialismo com 30 partidos, o país é ingovernável"

Autor da PEC que institui o sistema parlamentar de governo, o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), não vê problema na adoção do novo regime no fim do mandato de Temer, se o modelo passar pelo Congresso.
“Eu sou favorável à implantação do parlamentarismo o quanto antes”, disse o chanceler ao Estadão. “Nesse presidencialismo com 30 partidos, o País é ingovernável. 
A lei eleitoral premia a fragmentação e, se não forem aprovados a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais, quem for eleito em 2018, seja quem for, pegará uma situação muito complicada.”

O rateio do Bolsa-Eleição

Na Câmara há duas propostas sobre como deverá ser feito o rateio do Bolsa-Eleição de R$ 3,6 bilhões dentro dos partidos.
"A primeira proposta garante às siglas total autonomia no rateio da quantia recebida. Nesse caso, um único candidato poderá receber 100% do bolo", explica a Coluna do Estadão.
"Já a segunda estabelece que 20% do total deve ser distribuído, de modo igualitário, entre candidatos ao mesmo cargo, na mesma circunscrição. O modelo que prevalecer será incluído em projeto de lei."

As caravanas de Doria e Alckmin

Lula não é o único que embarca em caravana pelo Brasil.
A ideia da equipe de Geraldo Alckmin é que o governador de São Paulo vá à região Nordeste em breve e percorra o interior do Pará até a fronteira com o Mato Grosso, segundo a Folha.
"Alckmin vai de avião de carreira, cuja passagem é custeada pelo Estado paulista – ele tem em todas as viagens uma agenda oficial como governador."
Já João Doria tem planos de aportar em Palmas (TO), Natal (RN) e Fortaleza (CE) só na próxima semana.
Depois, o prefeito de São Paulo, que viaja em seu jato particular, deve ir a Vila Velha (ES) e Campina Grande (PB), em setembro, e ainda comparecer ao popular Círio de Nazaré em Belém (PA) em outubro, entre possíveis outras paradas.
"Cada um a seu estilo, os dois potenciais presidenciáveis do PSDB rodam o país e pretendem intensificar a agenda nacional em uma espécie de demonstração de força tácita com vistas à eleição de 2018."

A PF tem de participar das delações

O delegado Márcio Anselmo, pioneiro da Lava Jato, acusou Rodrigo Janot de tentar reduzir o papel da PF.
Ele disse ao Estadão:
“O atual PGR passou a adotar uma postura de tentar reduzir a capacidade da polícia (que detém o poder de investigação assegurado pela constituição) para se auto afirmar como ‘investigador’. Se cada um cumprisse sua função constitucional, a situação seria bem melhor para o sistema de justiça criminal.
Infelizmente, o que se observa no Brasil é que cada órgão quer realizar o trabalho do outro e esquece do seu.
Não é possível que uma colaboração seja firmada pelo Ministério Público sem sequer tomar conhecimento dos elementos que a polícia judiciária já tem numa investigação.
Pode estar oferecendo benefícios por ‘provas’ que já estão de posse da polícia. Quem perde com essa postura certamente é a sociedade”.
Márcio Anselmo, por exemplo, revelou a conta de Lula no departamento de propinas da Odebrecht muito antes que a empreiteira assinasse sua confissão.
É por isso que O Antagonista sempre repete: a PGR não pode afastar a PF das delações.