O sócio do apresentador Luciano Huck, o empresário Alexandre Accioly, caiu de vez
nas investigações da Polícia Federal sobre a organização criminosa comandada pelo
ex-governador Sérgio Cabral, também amigo de Luciano Huck.
Accioly foi um dos alvos da Operação C’est Fini, nova fase da Lava Jato, deflagrada
nesta quinta-feira, 23. A ação foi aberta pelo Ministério Público Federal no Rio de
Janeiro e pela Polícia Federal. O empresário foi levado a depor na superintendência da
PF, enquanto agentes cumpriam mandados de busca e apreensão em seu
apartamento, de onde foram levados documentos e computadores. Accioly é vizinho
de Georges Sadala, preso durante a operação.
“Essa etapa tem como intuito avançar no desbaratamento dos demais agentes que
solicitaram e administraram o recebimento de vantagens indevidas pagas por
empresas que celebraram contratos com o Estado, assim como de seus respectivos operadores financeiros”, destacam os procuradores da força-tarefa Leonardo Cardoso
de Freitas, José Augusto Simões Vagos, Eduardo Ribeiro Gomes El Hage, Rodrigo
Timóteo da Costa e Silva, Rafael Barretto dos Santos, Sérgio Luiz Pinel Dias, Fabiana
Schneider, Marisa Varotto Ferrari e Felipe Almeida Bogado Leite.
Além de Accioly, a PF cumpriu mandados de prisão contra Henrique Alberto Santos
Ribeiro, Lineu Castilho Martins, Maciste Granha de Mello Filho, Georges Sadala
Rihan e Régis Velasco Fichtner Pereira. Figuras conhecidas da 'Farra dos
Guardanapos" em Paris, com Sérgio Cabral e Fernando Cavendish.
Alexandre Accioly é sócio do apresentador Luciano Huck em vários empreendimentos
que contaram com recursos do BNDES. Alexandre Accioly foi levado a depor durante
a manhã desta quinta. De acordo com o Ministério Público Federal, o depoimento do
empresário é necessário para esclarecer as movimentações financeiras ‘considerando
que não há informações sobre negócios jurídicos que tenham originado os referidos
empréstimos’.
Em outra frente da investigação, a força-tarefa da Lava Jato mira ‘uma operação
imobiliária suspeita’. Análise fiscal da Procuradoria aponta que Accioly e Sadala usaram as
empresas Accioly Participações e Ipanemabric Participações LTDA.
A Receita, segundo a Procuradoria, alertou para cinco transações imobiliárias da
Ipanemabric envolvendo um imóvel entre março de 2016 e maio de 2017. Os
procuradores apontam ‘estranhos vínculos patrimoniais’ entre os empresários.
“Foge à lógica do mercado um negócio imobiliário de tamanha lucratividade: menos
de sete meses após ter adquirido de Alexandre Accioly um bem por R$ 800 mil,
Georges Sadala pactua promessa de compra e venda de 20% do referido imóvel pelo
valor de R$ 5,5 milhões, tendo recebido como sinal a quantia de R$ 1,5 milhão, ou seja
quase o dobro do valor que havia desembolsado poucos meses antes”, relata a forçatarefa.
Em outra investigação da Lava Jato, Alexandre Accioly é suspeito de usar uma
empresa no exterior para lavar dinheiro repassado pela Odebrecht em favor do tucano
Aécio Neves, também amigo de Luciano Huck.