sábado, 10 de dezembro de 2016

TEMER PEDIU PESSOALMENTE DOAÇÃO NO PALÁCIO DO JABURU, DIZ RELATOR

TEMER PEDIU PESSOALMENTE DOAÇÃO NO PALÁCIO DO JABURU, DIZ RELATOR


Em nota, o presidente Michel Temer disse que repudia com veemência o que chamou de falsas acusações de Cláudio Melo Filho.
As delações da Operação Lava Jato, que apura irregularidades na Petrobras, já tinham atingido em cheio o grupo político do Partido dos Trabalhadores (PT), e que ainda podem atingir mais nas próximas revelações, voltam-se agora para o núcleo do PMDB e políticos do PSDB.
No acordo de delação premiada, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrechet, Cláudio Melo Filho, disse que o propósito da empresa era manter uma relação frequente de concessões financeiras e pedidos de apoio com políticos, em típica situação de privatização indevida de agentes políticos em favor de interesses empresariais nem sempre republicanos.
Os pagamentos a políticos eram indicados por ele e aprovados por Marcelo Odebrecht, pelos presidentes da empresa ou pelos diretores dos negócios, e os pagamentos eram realizados pela área de operações estruturadas da Odebrechet.
A chamada "área de operações estruturadas", depois de uma devassa, neste ano, em uma das fases da Operação Lava Jato, a Polícia Federal descobriu ser um departamento de propina.
No acordo de delação premiada, Cláudio Melo Filho dedica um capítulo ao relacionamento que tinha com o presidente Michel Temer. O nome do presidente é citado 43 vezes no seu depoimento.
O ex-diretor afirma que Michel Temer atuava de forma muito mais indireta, não sendo seu papel, em regra, pedir contribuições financeiras para o partido, embora isso tenha ocorrido "de maneira relevante" no ano de 2014.
Mas segundo Cláudio Melo Filho, ao menos uma vez Michel Temer pediu doações pessoalmente. Foi durante um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, que ocorreu possivelmente no dia 28 de maio de 2014.

Além dele, estavam no jantar Marcelo Odebrecht, o então vice-presidente Michel Temer e Eliseu Padilha, atual ministro da Casa Civil, na época deputado federal. Cláudio conta que uma das provas do encontro é uma chamada telefônica para o celular de Padilha às 8h16 daquela noite.
O delator relata: "Chegamos no Jaburu e fomos recebidos por Eliseu Padilha. Como Michel Temer ainda não tinha chegado, ficamos conversando amenidades em uma sala à direita de quem entra na residência pela entrada principal. Acredito que essa sala é uma biblioteca. Após a chegada de Michel Temer, sentamos na varanda em cadeiras de couro preto, com estrutura de alumínio".
E continua relatando: "No jantar, acredito que, considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o vice-presidente da República como presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10 milhões. Claramente, o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião. Inclusive, houve troca de emails nos quais Marcelo se referiu à ajuda definida no jantar, fazendo referência a Temer como 'MT"".
O delator entregou aos procuradores cópia de emails em que Marcelo Odebrecht trata dos pagamentos a "MT", Michel Temer. Em uma das mensagens, Marcelo falou sobre a doação que faria dos R$ 10 milhões acertada no jantar.
"Depois de muito choro, não tive como não ajudar na seguinte linha, de ter algum conforto ainda que 'moral". No fim da mensagem, Marcelo Odebrecht pede para avisar "MT", Michel Temer, que esta seria a única conta a pagar do time dele.
O ex-diretor disse que, do total de R$ 10 milhões prometido por Marcelo Odebrecht em atendimento ao pedido de Michel Temer, Eliseu Padilha ficou responsável por receber e alocar R$ 4 milhões.
"Compreendi que os outros R$ 6 milhões, por decisão de Marcelo Odebrecht, seriam alocados para Paulo Skaff, na época candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB", disse.
Ainda segundo Cláudio, um dos endereços para a entrega dos R$ 4 milhões destinados a Padilha foi o escritório de advocacia do senhor José Yunes, hoje assessor especial da Presidência da República, o que deixa a entender que o repasse foi em dinheiro vivo.
O delator conta ainda que também levou a Temer recado de Marcelo Odebrecht sobre pergunta de Graça Foster, então presidente da Petrobras. Ele disse que esteve com Michel Temer, também, para transmitir a ele um recado a pedido de Marcelo Odebrecht. O recado era relatar a pergunta que Graça Foster fez a Marcelo Odebrecht sobre a existência de pagamentos da empresa a nomes do PMDB durante a campanha eleitoral de 2010.
Para fazer chegar a Michel Temer seus pleitos, Cláudio se valia de Eliseu Padilha ou de Moreira Franco, atual secretário no Planalto, que o representavam. Essa era uma via de mão dupla, pois, segundo Cláudio, Temer também utilizada seus prepostos para atingir interesses pessoais, como no caso dos pagamentos operacionalizados via Eliseu Padilha.
Cláudio deu um exemplo de contrapartida. Segundo ele, Michel Temer, em uma oportunidade, esteve disponível para ouvir tema de interesse da Odebrecht. Este foi o caso de uma viagem institucional que seria realizada por Michel Temer a Portugal, país em que a Odebrecht tem atuação.
Ele disse que entregou a nota a Michel Temer sobre a atuação da companhia em Portugal. "Esse exemplo deixa claro a espécie de contrapartida institucional esperada entre o público e o privado", afirmou ele.
O depoimento de Cláudio Melo Filho é um acordo de delação premiada. Agora, ele vai detalhar o que contou, nos próximos dias. Os depoimentos, dos 77 executivos que assinaram o acordo de delação, serão tomados pela Procuradoria Geral da República.
Depois, os 77 acordos de delação terão de ser homologados pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Nessa etapa, o ministro analisa apenas os aspectos formais da delação, como, por exemplo, se foi feita espontaneamente. Isso deve ocorrer a partir de fevereiro ou março do ano que vem.
Após a homologação, vem a fase de investigações e busca de provas do que foi relatado, para que o Ministério Público avalie se oferecerá denúncia contra os citados. Portanto, as consequências penais e criminais ainda vão demorar um pouco para fazer efeito, mas o efeito político é imediato porque envolve, segundo cálculos, quase 200 nomes de autoridades.
Resposta dos implicados
Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse que repudia com veemência o que chamou de "falsas acusações" de Cláudio Melo Filho. Segundo Temer, as doações feitas pela construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A nota diz ainda que não houve caixa dois nem entrega em dinheiro a pedido do presidente.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que a acusação é mentirosa, que não foi candidato em 2014 e que nunca tratou de arrecadação para deputados ou quem quer que seja.
O presidente da Fiesp, Paulo SKaff, disse que nunca pediu nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição que não fosse dentro da legislação. E afirmou que todas as suas prestações de contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.


O assessor especial da Presidência da República, José Yunes, negou ter recebido qualquer quantia da Odebrecht na campanha de 2014. Disse também que não conhece nem nunca recebeu Cláudio Melo Filho em seu escritório em São Paulo.

DELATOR DA ODEBRECHT CITOU 51 POLÍTICOS DE 11 PARTIDOS
Cláudio Melo Filho atuava no relacionamento da empreiteira com o Congresso; entre os citados estão Temer, Jucá e Renan Calheiros.
O ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho citou em seu acordo de delação premiada com a Lava Jato 51 políticos de 11 partidos. Ele era o responsável pelo relacionamento da empresa com o Congresso Nacional. Homem de confiança de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa que está preso em Curitiba, Cláudio entrou na empreiteira como estagiário em 1989.
Formado em administração de empresas, Cláudio Melo Filho trabalhou em obras em Goiás e no metrô do Distrito Federal.
Em 2004, assumiu a diretoria de relações institucionais substituindo o pai, Cláudio Melo – que foi quem o apresentou a alguns políticos com os quais se relacionaria por 12 anos.
No acordo de delação premiada com a Lava Jato, Cláudio diz que dava prioridade para as relações com políticos de grande influência no Congresso. Também identificava aqueles que chamada de “promissores”: políticos em ascensão e que, no futuro, poderiam defender os interesses da Odebrecht.
Em março, Cláudio Melo Filho foi levado pela Polícia Federal para prestar depoimento na 26ª fase da Lava Jato, batizada de operação Xepa, que descobriu o setor exclusivo para pagamento de propinas que funcionava na Odebrecht.
Em maio, o ex-diretor foi denunciado pelo Ministério Público Federal na operação Vitória de Pirro, acusado de oferecer R$ 5 milhões ao ex-senador Gim Argello para blindar executivos da Odebrecht na CPI da Petrobras. Porém, o juiz Sérgio Moro avaliou que as evidências eram frágeis e não aceitou a denúncia. O delator está em liberdade.
Cláudio Melo Filho também foi citado na operação Acrônimo, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais.
Delação
O acordo de delação que Cláudio Melo Filho está negociando com os investigadores da Lava Jato envolve a cúpula do PMDB em um esquema de repasse de propina em troca de apoio a projetos de lei de interesse da Odebrecht.
Segundo o delator, o “núcleo dominante” no Senado era formado por Romero Jucá (RR), pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) e por Eunício Oliveira (CE). Na Câmara, Cláudio afirmou que concentravam as arrecadações Eliseu Padilha, Moreira Franco e Michel Temer.
DELATORES CITAM PEZÃO, PAES, ANTHONY GAROTINHO, ROSINHA GAROTINHO, ROMÁRIO, LINDBERGH FARIAS E RODRIGO MAIA POR CAIXA DOIS EM CAMPANHA. 
Ex-executivos da Odebrecht ainda citaram os senadores Romário e Lindbergh Farias, Rodrigo Maia e Rosinha na delação. Pezão, Paes e Garotinho negam as acusações.
Dois depoimentos de ex-executivos da Odebrecht, dados em primeira pessoa, no acordo de delação premiada da operação Lava Jato, envolvem políticos do Rio: o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes, o senador Lindbergh Farias, o senador Romário, o presidente da câmara dos deputados, Rodrigo Maia, e os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho.
Uma reportagem da revista Veja destacou que o diretor de infraestrutura da Odebrecht, Leandro Andrade Azevedo, disse na delação que abasteceu o caixa dois da campanha de Eduardo Paes em 2012 com R$ 30 milhões.
O delator afirma que Odebrecht abasteceu caixa 2 de Eduardo Paes com R$ 30 milhões em dinheiro e no exterior. Azevedo também detalhou como a companhia abasteceu o Caixa 2 da campanha de Paes à reeleição, em 2012.
De acordo com a revista, parte do dinheiro foi entregue em espécie na agência Prole - responsável pela campanha na época- e o restante em contas no exterior. A reportagem diz que a negociação era feita pelo deputado federal Pedro Paulo, considerado homem de confiança de Paes, candidato derrotado à prefeitura carioca na última eleição, e que o dinheiro foi enviado para fora do país em contas nas Bahamas e na Suíça.
Já o governador Pezão teria recebido R$ 23,6 milhões em espécie e 800 mil euros no exterior durante a campanha de 2014. Em troca, Pezão ajudaria na liberação de verbas para a empreiteira. As transferências foram feitas para o banco Banif, nas Bahamas, paraíso fiscal. O diretor conta que as doações ilegais garantiam a ele acesso direto a Pezão para tratar dos interesses da companhia. Reuniram-se, inclusive, mais de uma vez, na casa de Pezão, no Leblon, Zona Sul do Rio. Leandro diz ainda que os pagamentos foram realizados com recursos de Caixa 2, mediante entregas de dinheiro em espécie, tal qual determinado por Hudson Braga, diretamente para Ricardo Pereira, no escritório da Agência Prole.
O delator Leandro Azevedo contou que Garotinho e Rosinha teriam recebido R$ 9,5 milhões em três eleições e que esses teriam sido feitos no escritório do ex-governador. O delator disse que mantinha uma relação próxima ao ex-governador e que, por isso, tratava das negociações sem burocracia. "Presenciei, algumas vezes, Garotinho telefonando para os secretários da Fazenda do Município durante a gestão de Rosinha em Campos (...) e pedindo que tivéssemos preferência na regularização dos pagamentos em atraso", diz um trecho da delação de Azevedo.
Também citado na delação, o senador Lindbergh Farias teria se beneficiado com R$ 3,2 milhões na forma de caixa dois em suas campanhas. A entrega do dinheiro era feita em seu escritório, no Rio.
A TV Globo teve acesso à delação de outro executivo da Odebrecht, Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da companhia, que fala do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. O delator conta que em 2013 pediu que Rodrigo Maia acompanhasse a tramitação de uma medida provisória (MP) que interessava a empreiteira, essa MP dava incentivo a produtores de Etanol. "Durante esse meu pedido, Rodrigo disse que havia pendências na campanha de prefeito do Rio de Janeiro em 2012. Solicitou-me uma contribuição e decidi contribuir com um valor aproximado de R$ 100 mil, que foi pago no início de outubro de 2013.
Claudio disse ainda que Rodrigo era visto por ele como um ponto de interlocução dentro da Câmara dos Deputados na defesa dos interesses da empresa. Também esclarece que Rodrigo Maia já havia recebido um pagamento em 2010. "Sei que o pagamento no valor de R$ 500 mil foi atendido", disse na delação. Nas planilhas da Odebrecht, Rodrigo aparecia com o codinome de Botafogo.
Políticos negam acusações
O prefeito Eduardo Paes diz que não vai comentar informações baseadas em vazamentos de supostas delações não homologadas. De qualquer maneira, nega que tenha praticado ou autorizado qualquer ato ilegal para arrecadação de fundos da sua campanha à reeleição em 2012. Paes reforça que todas as doações foram oficiais, feitas dentro da lei e suas contas de campanha foram aprovadas pela justiça eleitoral.
O governador Pezão não quis comentar informações que ele considera "vazadas e declarações seletivas". Disse ainda que todas as doações de campanha foram aprovadas pela Justiça eleitoral e que não praticou ou autorizou ações fora da legalidade.
Em nota, Lindbergh Farias diz que tomou conhecimento neste sábado (10) de uma suposta delação envolvendo o seu nome. "Desconheço a delação citada; não tenho, portanto, como responder algo que não é de meu conhecimento. Reforço que todas as minhas campanhas tiveram suas contas aprovadas pela Justiça Eleitoral e que, recentemente, a Polícia Federal solicitou o arquivamento da investigação aberta após citação semelhante. Tenho a consciência tranquila. Não tenho o que temer".
Já o ex-governador Garotinho se posicionou através de seu blog. O ex-governador Anthony Garotinho publicou que sempre manteve com os diretores da Odebrecht uma relação amistosa e disse que gostaria que o delator Leandro Azevedo informasse o país, o banco e número da conta que teria depositado dinheiro no nome dele ou de rosinha.
Anthony Garotinho disse ainda que delação premiada não pode, nem deve servir para cobranças de faturas de obras onde existam divergência entre as partes, muito menos para vingança e que para isso existem esferas competentes.
O RJTV entrou em contato com a assessoria de imprensa do senador Romário, mas ainda não obteve resposta.

Padilha concentrava arrecadações do PMDB na Câmara, diz delator Polític...

PADILHA CONCENTRAVA ARRECADAÇÕES DO PMDB NA CÂMARA

Segundo Cláudio Melo, Temer e Moreira Franco também comandavam núcleo do PMDB na Câmara. Os três negam afirmações de ex-diretor da Odebrecht.
Nas negociações para o acordo de delação premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho afirma que o núcleo político organizado do PMDB na Câmara era historicamente liderado pelo presidente Michel Temer, quando ainda era deputado federal.
Esse núcleo era formado também por Eliseu Padilha, hoje ministro-chefe da Casa Civil e Moreira Franco, outro com cargo de destaque no Palácio do Planalto.
“Pelo que pude perceber ao longo dos anos, a pessoa mais destacada desse grupo para falar com agentes privados e centralizar as arrecadações financeiras é Eliseu Padilha, conhecido pelo codinome ‘primo’”, disse Cláudio nos termos de confidencialidade – espécie de pré-delação que antecede a assinatura do acordo com o Ministério Público Federal (MPF).
“Ele atua como verdadeiro preposto de Michel Temer e deixa claro que muitas vezes fala em seu nome. Eliseu Padilha concentra as arrecadações financeiras desse núcleo político do PMDB para posteriores repasses internos”, afirmou.

Eliseu padilha disse que a acusação é mentirosa e que não foi candidato em 2014. O ministro afirmou que nunca tratou de arrecadação para deputados ou para quem quer que seja.
Cláudio Melo Filho também disse às autoridades que Geddel Vieira Lima, de codinome “babel”, ex-secretário de governo de Temer, “também possui influência dentro do grupo, interagindo com agentes privados para atender seus pleitos em troca de pagamentos”.
O ex-diretor falou que na ocasião do aniversário de cinquenta anos de Geddel, em março de 2009, “demos, em nome da Odebrecht, um presente relevante a ele. Compramos um relógio Patek-Philippe, modelo Calatrava, que foi enviado juntamente com um cartão assinado por Emílio Odebrecht, Marcelo Odebrecht e eu”.
Cláudio anexou a foto do relógio ao acordo de delação.
Ele falou também das reclamações de Geddel. “Apesar dos pagamentos frequentes, sempre me disse que poderíamos ser mais generosos com ele. Geddel sempre me dizia que se considerava um ‘amigo da empresa’ e que isso precisava ser mais bem refletido financeiramente”, afirmou.
Cláudio diz que em 2006, a pedido de Geddel, foram realizados pagamentos por meio de contribuições oficiais e também pagamentos não declarados via caixa dois. “Os pagamentos realizados atingiram R$ 1 milhão aproximadamente”, disse. “Durante a disputa de Geddel ao cargo de governador da Bahia na campanha de 2010, a pedido de Geddel, solicitei e ocorreu um pagamento entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão”.
Geddel Vieira Lima informou que estranha qualquer citação do nome dele nessa delação e que as doações da Odebrecht foram declaradas na Justiça Eleitoral.
O ex-diretor também falou sobre a proximidade com Moreira Franco, conhecido pelo codinome “angorá”. “Eu conheço Wellington Moreira Franco há muitos anos, pois possuo parentesco distante com ele”, afirmou.
Cláudio lembra que, em algumas oportunidades, se reuniu com Moreira Franco para tratar sobre temas afeitos à aviação civil. Na época, Moreira era secretário da área.
Cláudio conta ainda que acredita que há uma ação orquestrada entre Moreira e Eliseu Padilha para captação de recursos para o seu grupo do PMDB, porque Moreira solicitou apoio de contribuição financeira, mas transferiu a responsabilidade pelo recebimento para Padilha.
O ministro Moreira Franco chamou de mentira o relato de Melo Filho e disse que jamais falou de política ou de recursos para o PMDB com ele.
O ex-diretor da Odebrecht afirmou que de forma mais recente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de codinome “caranguejo”, ganhou bastante espaço dentro desse núcleo do PMDB, muito em razão do poder que tinha de influenciar seus pares, o que era uma poderosa moeda de troca na hora de negociar a sua atuação como parlamentar.
Cláudio apresentou uma planilha com 17 pagamentos para o ex-presidente da Câmara, totalizando R$ 10,5 milhões.
Também disse que, nas vezes em que se reuniu com Cunha sobre assuntos legislativos de interesse da empresa, sabia que os pagamentos feitos o “creditavam uma situação confortável e que seriam um elemento de atendimento às questões da Odebrecht”.
Uma das medidas provisórias que atendeu aos interesses da Odebrecht é a 613, de 2013. O texto do governo Dilma concedia desonerações tributárias aos produtores de etanol e à indústria química e petroquímica, áreas que a Odebrecht também atua. Parlamentares do PMDB ajudaram na aprovação da MP.
Em e-mails a Marcelo Odebrecht, Cláudio relata como estava a tramitação na Câmara e a ajuda que vinha recebendo de parlamentares, entre eles Eduardo Cunha.
Ele escreve "vencemos na comissão. Pancadaria geral!!! Perdi uma emenda que atendia a Agro, uma empresa da Odebrecht. Segue agora à tarde para plenário, devendo ser votada amanhã. Seguindo para o Senado. Ontem o carang (caranguejo, o codinome de Cunha), chegou em minha casa as 00h45... Pode imaginar isso!!!?? Dona Cláudia quase me mata!!! Vamos em frente!!!”
A defesa de Eduardo Cunha informou que só vai se manifestar depois de ter acesso à delação e lembrou que essa peça deveria ter seu sigilo resguardado pelo Ministério Público.

Ex diretor da Odebrecht relata pagamentos a Jaques Wagner e Rodrigo Maia...

EX-DIRETOR DA ODEBRECHT RELATA PAGAMENTOS A JAQUES WAGNER E RODRIGO MAIA

Cláudio Melo Filho citou ainda repasses para Marco Maia, José Agripino e ex-assessor de Dilma; políticos negaram informações de delator.
Na pré-delação em que detalhou ao Ministério Público Federal repasses para a cúpula do PMDB na Câmara e no Senado, um deles a pedido de Michel Temer, o ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho também citou outros partidos.
Cláudio relata que sempre foi o maior defensor na empreiteira do ex-governador da Bahia e ministro do governo Dilma Rousseff Jaques Wagner, do PT. Mas a imagem de Jaques dentro da companhia despertava, inicialmente, certa desconfiança.
“Durante almoço marcado por mim num restaurante [...] em Brasília, Jaques Wagner solicitou apoio financeiro e Marcelo (Odebrecht) concordou, embora tenha demonstrado incômodo por não acreditar no sucesso de sua candidatura. Acredito que tenham ocorrido pagamentos de até R$ 3 milhões de forma oficial e via caixa 2”, disse.
Cláudio Melo Filho afirmou que quando Wagner assumiu o governo, encaminhou a ele os assuntos de interesse da empreiteira no polo petroquímico de Camaçari, que Jaques Wagner ajudou a destravar. Ainda segundo Cláudio, o esquema se repetiu na campanha seguinte.
“A atenção demonstrada por Wagner aos temas que eram de interesse da Odebrecht reforçou a sua imagem no grupo e qualificou-o como beneficiário de melhores recebimentos financeiros. O próprio Jaques Wagner fez questão de encaminhar esse pedido de apoio financeiro mais qualificado, apoiando-se na cuidadosa atenção que demonstrou aos nossos pleitos ao longo do seu primeiro mandato como governador da Bahia”, afirmou.
Pelas contas de Cláudio, Jaques Wagner levou R$ 7,5 milhões em dez parcelas, pagas entre agosto de 2010 e março de 2011.
O esquema voltaria a se repetir em 2014, dessa vez na campanha de Rui Costa para o governo da Bahia, apoiado por Wagner. Cláudio disse que não participou desses pagamentos, mas acredita que foram repassados R$ 10 milhões.

A empreiteira também deu presentes caros nos aniversários de Jaques Wagner. Segundo Cláudio Melo, em 2012, por exemplo, Wagner ganhou um relógio no valor de US$ 20 mil. No acordo de delação, há fotos desses presentes.
A produção do Jornal Hoje procurou a assessoria do ex-ministro, mas não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem.
Rodrigo Maia
O atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também é citado pelo ex-diretor da Odebrecht. Ele conta que em 2013 pediu a Rodrigo Maia que acompanhasse a tramitação de uma medida provisória que dava incentivos a produtores de etanol e interessava a empreiteira.
“Durante a fase final da aprovação da MP 613, o deputado, a quem eu pedi apoio para acompanhar a tramitação, aproveitou a oportunidade e alegou que ainda havia pendências da campanha de prefeito do Rio de Janeiro em 2012. Solicitou-me uma contribuição e decidi contribuir com o valor aproximado de R$ 100 mil, que foi pago no início do mês de outubro de 2013”, afirmou.
Claudio diz ainda que Maia era visto por ele como ponto de interlocução dentro da Câmara na defesa dos interesses da empresa. Também esclarece que o parlamentar já tinha recebido um pagamento em 2010.
“Sei que o pagamento, no valor de R$ 500 mil, foi atendido”, disse.
Nas planilhas da Odebrecht, o codinome de Rodrigo Maia era “Botafogo”.
Rodrigo Maia, afirmou que todas as doações recebidas foram legais e declaradas ao TSE e disse que nunca recebeu vantagem indevida para voltar qualquer matéria na Casa.
Marco Maia
Sobre o deputado federal Marco Maia (PT-RS), Cláudio contou que o conheceu em 2011, quando era presidente da Câmara. E que, em 2014, o petista pediu recursos ao ex-diretor para a campanha dele.
“A referida solicitação foi autorizada por Marcelo Odebrecht e transmitida por mim ao referido parlamentar. [...] Foram realizados, em 2014, dois pagamentos a Marco Maia no valor total de R$ 1,35 milhão”, disse.
O codinome de Marco Maia era “gremista”.
O G1 e a TV Globo ainda não haviam conseguido contato com a assessoria de Marco Maia até a última atualização desta reportagem.
José Agripino
Cláudio Melo Filho citou também o senador José Agripino (DEM-RN).
“Por ocasião ainda da campanha de 2014, a pedido de Marcelo Odebrecht, comuniquei ao senador que a companhia iria fazer um pagamento a ele no valor de R$ 1 milhão” disse.
“Destaco que o senador José Agripino não era candidato a cargo eletivo nas eleições de 2014. Segundo me foi dito por Marcelo Odebrecht, esse valor teria sido solicitado a ele pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) como uma forma de apoio ao DEM, que era presidido à época pelo senador José Agripino”, completou.
Cláudio Melo explica o interesse em Agripino. “Quando a mídia ventilou que (...) o senador José Agripino poderia ser postulante ao cargo de ministro de Minas e Energia, estive com o parlamentar”, disse. No sistema da Odebrecht, Agripino tinha o codinome “gripado”.
O senador José Agripino afirmou que desconhece e repele os fatos citados.
Ciro Nogueira
O ex-executivo da Odebrecht conta ainda que manteve diversos contatos com o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e que ele pediu contribuição financeira.
“Sugeri internamente a inclusão do nome do parlamentar para receber o valor de R$ 300 mil, o que foi aprovado. O pagamento foi operacionalizado pelo setor de operações estruturadas, com o uso dos codinomes ‘helicóptero’ e ‘cerrado’”, disse.
Segundo Cláudio, no segundo semestre de 2014, Ciro Nogueira pediu apoio para a campanha dos candidatos do PP.
“A solicitação foi por mim encaminhada (...). O valor de R$ 1,3 milhão. O valor foi pago em setembro de 2014 através da área de operações estruturadas”, afirmou.
O ex-executivo da Odebrecht explica que tratou com Ciro assuntos públicos que eram do interesse da companhia. Entre eles, um projeto de mobilidade urbana em Salvador e contratos de energia para o Nordeste - previsto na MP 656.
Cláudio melo afirma que a esposa do senador também foi beneficiada. “No ano de 2014, atendendo a pedido do parlamentar, recomendei internamente que a seguinte doação fosse realizada para a campanha de sua esposa, Iracema Portella, que concorria ao cargo de deputada federal. A doação foi efetuada no valor aproximado de R$ 500 mil”, disse.
O senador Ciro Nogueira disse que as doações recebidas pelo partido foram legais e sempre devidamente declaradas à Justiça Federal.
Lúcio Vieira Lima
O delator afirma que o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), recebeu R$ 400 mil em doação para a campanha e que o pagamento e o valor certamente possuem relação com a sua “dedicação à aprovação da MP 613 de 2013”, que tratava de diversos temas de interesse da Odebrecht.
O G1 e a TV Globo ainda não haviam conseguido contato com a assessoria de Lúcio Vieira Lima até a última atualização desta reportagem.
Heráclito Fortes
Cláudio disse que o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), então senador, que tinha o codinome “boca mole”, recebeu R$ 200 mil em doações em 2010 e 2014. Afirmou que em razão das fortes relações políticas que tem, Heráclito sempre ajudou na análise dos principais temas políticos. Esse acervo político e as suas fortes relações “justificavam que fossem realizados pagamentos a pretexto de campanha”.
Delcídio do Amaral
Segundo Cláudio, o ex-senador pelo PT Delcídio do Amaral, de codinome “Ferrari”, reclamou que não recebeu "atenção" depois da aprovação de um projeto e que por isso ficou combinado que receberia R$ 500 mil que constava no esquema de pagamento realizado em 16 de agosto de 2012.
Francisco Dornelles
O delator disse ainda que o atual vice-governador do Rio, Francisco Dornelles (PP), que tinha o codinome "velhinho", recebeu R$ 200 mil.
A Odebrecht tinha interesse em uma emenda que mexia nas concorrências públicas. Cláudio disse também que, quando era parlamentar, Francisco Dornelles tinha influência nos temas tributários e que adotava postura favorável ao setor e aos interesses da empresa.
Ex-assessor de Dilma
Cláudio Filho também citou Anderson Dornelles, que foi assessor da ex-presidente Dilma Rousseff. Cláudio diz que foi apresentado a Anderson por Marcelo Odebrecht, em meados de 2012, e que o presidente da empresa contou que mantinha contato com Anderson porque ele trabalhava com Dilma e era responsável pela agenda de trabalho dela.
"Posteriormente à reunião, Marcelo me comunicou que recebeu um pedido de apoio financeiro a Anderson, autorizando que se realizassem pagamentos de R$ 50 mil em seu benefício", diz o delator.
Claudio apresentou aos investigadores planilhas com sete pagamentos feitos a Anderson Dornelles, entre outubro de 2013 e julho de 2014, totalizando R$ 350 mil. Ele afirmou ainda que o codinome de Anderson era "las vegas".
O ex-assessor da presidente Dilma, Anderson Dornelles, informou que nunca estive em reunião na sede da Odebrecht. "Nunca solicitei ou recebi qualquer ajuda financeira, nem tão pouco autorizei terceiro que o fizesse em meu nome. Informo também que, em minhas funções nunca fui responsável pela agenda da ex Presidente da República Dilma Rousseff", afirmou ele, por meio de nota à imprensa.
Conteúdo G1

Ex executivo da Odebrecht conta os apelidos de cada político envolvido n...

Ex-executivo da Odebrecht conta os apelidos de cada político envolvido no esquema



LULA EM UM ESCÂNDALO INTERNACIONAL

LULA EM UM ESCÂNDALO INTERNACIONAL


Claudio Dantas comenta a denúncia de Lula por tráfico de influência na concorrência bilionária para a compra dos caças suecos Gripen NG, da Saab. 
A Saab pagou R$ 2,5 milhões a Luleco, filho de Lula. Trata-se de mais um escândalo de corrupção com repercussão internacional.

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