sábado, 15 de abril de 2017

Campanha de Gleisi ‘Coxa’ ao governo do Paraná teve R$ 5 mi da conta ‘Italiano’

Os delatores da Odebrecht, entre eles o presidente afastado do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht, e mais dois executivos afirmaram à Operação Lava Jato, que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), uma das principais defensoras do governo Dilma Rousseff e ex-ministra da Casa Civil, recebeu R$ 5 milhões de caixa 2 em sua campanha ao governo do Paraná, em 2014.

O marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, também participou da cobrança dos valores, que estavam relacionados a uma abertura de abertura de crédito de R$ 50 milhões para financiamento à exportação de bens e serviços da Odebrecht para Angola, África.

"Essa doação foi feita por caixa 2″, afirmou Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o líder empresarial da área de infraestrutura da Odebrecht. Ele disse ter sido acionado por Marcelo Odebrecht para que o pagamento de R$ 5 milhões fosse efetuado para a campanha de Gleisi.

O delator disse que o valor seria referente à “conta corrente” do PT da campanha presidencial de 2014 – que era gerenciada pelos ex-ministros Antonio Palocci, o “Italiano”, e Guido Mantega, o “Pós-Itália”. Essa conta chegou a ter “um pouco mais de R$ 200 milhões’ de saldo, afirmou Marcelo Odebrecht.

Essa conta, ele afirmou que tiveram quatro origens dentro da Odebrecht, um deles era a linha de crédito para Angola, que entre 2009 e 2010 foi ampliada para R$ 1 bilhão. Segundo ele, Paulo Bernardo, que era ministro do Planejamento, cobrou US$ 40 milhões – na época, equivalente a R$ 64 milhões – para ampliar os valores dessa linha de crédito para US$ 1 bilhão.

“Um dos beneficiados desse valor foi a Gleisi, na campanha dela”, afirmou Odebrecht.

Marcelo afirmou que o codinome de Gleisi Hoffmann era “Coxa” nas planilhas do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o chamado “departamento da propina”.

BJ, como era conhecido Benedicto Júnior, entregou as cópias de e-mail com os registros de pagamentos para “Coxa” e as planilhas do sistema criptografado de comunicação do setor de propinas para os procuradores da Lava Jato para comprovar o que afirmou.

Campanhas. Outro executivo da Odebrecht, Valter Lana, afirmou que foram feitos repasses de caixa 2 para as campanhas de Gleisi em 2008, para a prefeitura de Curitiba, em 2010, para o Senado e depois em 2014 para o governo do Paraná.

Segundo ele, os contatos eram com Paulo Bernardo, em Brasília e no Paraná, inclusive no apartamento do petista, no seu gabinete no governo e em uma padaria da cidade.

Valter Lana, que mantinha contato com Paulo Bernardo, detalhou no primeiro depoimento o repasse de valores para a campanha de 2008, e no segundo vídeo de sua delação os pagamentos para 2010 e 2014.

Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann tem negado irregularidades nas campanhas e qualquer envolvimento em ilícitos.



Odebrecht doou para Marina após encontro em hotel

Um hotel perto do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi o local do primeiro encontro em 2014 entre Marina Silva (Rede), então presidenciável pelo PSB, e Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente da empreiteira.

Quem relata o encontro é Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da empreiteira. O depoimento integra a delação do executivo à Lava Jato, divulgado na quarta-feira (12).

"A partir daí, houve uma conversa de Marcelo com ela, onde foram colocados posicionamento e valores -valores culturais, não monetários-, e estratégias", diz.

Alencar contou que, após as conversas, a empreiteira acertou doação de R$ 1,25 milhão à campanha, em recursos declarados à Justiça. "Não teve compromisso [com alguma contrapartida]. Nem Marcelo, nem eu [falamos disso]. Foi muito mais uma conversa de aproximação."

Ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Alexandrino era responsável por acertar doações a políticos e a campanhas eleitorais.

Ele conta que, antes de 2010, a empresa "minimizava" os depósitos declarados para não chamar a atenção para o nome do grupo. Mas também relatou que o fato de a empresa passar a depositar às legendas em doações contabilizadas não acabou com a existência do caixa dois.

Em 2014, o executivo teve "atuação bem específica nas doações para as candidaturas da Presidência da República das duas candidatas", Marina Silva e Dilma Rousseff (PT). Marina não é investigada na Lava Jato. Dilma é alvo de inquérito em primeira instância.

Alencar trabalhou no repasse de R$ 7 milhões em doações legais à petista. Os investigadores questionaram a "diferença expressiva" em relação ao montante destinado a Marina.

Segundo Alencar, o "timing" explica a distância entre os valores, "pela história que aconteceu".

"O candidato era o [Eduardo] Campos, e teve esse fato [o acidente aéreo que o matou durante a campanha]. Com Dilma, as conversas já vinham acontecendo. Tinha um relacionamento, digamos, mais antigo."

OUTRO LADO

Por meio de sua assessoria de imprensa, Marina Silva diz que se sua campanha foi procurada pela Odebrecht e que a candidata se reuniu com Marcelo Odebrecht e outros dirigentes em uma sala no Hotel Pullman, em Guarulhos.

No encontro, falaram das "principais propostas para o desenvolvimento sustentável do país".

A ex-senadora diz que não tratou de "nenhum assunto referente a financiamento de campanha". E que o grupo doou R$ 598,5 mil à candidata, além de R$ 600 mil ao diretório do PSB, não direcionados à campanha.

Leia, abaixo, a íntegra da resposta da ex-senadora:

O Comitê de Captação da candidatura presidencial de Marina Silva em 2014 foi procurado pela empresa Odebrecht para conhecer as suas propostas, demanda recorrente de vários setores da sociedade, como empresas, entidades de classe, movimentos sociais, sindicatos e setores ligados à academia.
Houve uma reunião com o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, e outros dirigentes, onde foram expostas as principais propostas para o desenvolvimento sustentável do país. A reunião ocorreu no hotel Pullman Guarulhos, em sala ao lado do saguão de entrada, em função da agenda de viagens de Marina Silva. Nessa reunião, não se abordou nenhum assunto referente a financiamento de campanha.
As empresas do grupo Odebrecht realizaram depósitos de R$ 98.574,41 através da empresa Odebrecht Ambiental (2 depósitos) e de R$ 500.000,00 através da empresa Ecosteel Gestão de Águas Industriais para a campanha, conforme consta na prestação de contas apresentadas ao TSE. Durante o período eleitoral, o PSB recebeu doação da Construtora Norberto Odebrecht de R$ 600.000,00 ao Diretório Nacional, que não foram direcionados para a campanha presidencial de Marina Silva.
É importante ressaltar que todos os depoimentos e demais documentos coletados pela operação Lava-jato, como planilhas, mensagens de celular e troca de e-mails estão em posse do Ministério Público Federal que considerou, no cruzamento dessas informações, que não havia elementos que justificassem o pedido de abertura de inquérito ou o encaminhamento às demais instâncias da Justiça.
É necessário reiterar o que Marina Silva expressou em Nota do dia 02 de março de 2017, quando esse assunto veio a público pela primeira vez, que ela confia no trabalho da Justiça e defende a urgência para mudar o sistema político corrompido e viciado que tem maculado a nossa democracia. Qualquer acusação de doações irregulares em eleição, para campanha de quem quer que seja, deve ser rigorosamente investigada para que não paire nenhuma dúvida ou suspeita.

CUT se organiza para lançar bancada de sindicalistas ao Congresso em 2018 e preocupa PT



Num movimento que despertou preocupação na cúpula do PT no Congresso, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) se organiza para lançar uma série de sindicalistas na eleição de 2018. O próprio presidente da central, Vagner Freitas, deve concorrer a uma cadeira na Câmara. 

Embora o ex-presidente Lula estimule a ofensiva, deputados e senadores petistas avaliam que a entrada da entidade na corrida divide seu eleitorado e dificulta a reeleição de nomes tradicionais da sigla.

Os sindicalistas dizem que o Congresso precisa de parlamentares “mais bem preparados” para “o embate em defesa dos direitos dos trabalhadores”. O presidente da CUT em Pernambuco, Carlos Veras já é tratado como candidato.

Nos debates em que incentiva as candidaturas, Freitas lembra que a Câmara eleita em 2014 é formada, majoritariamente, por empresários e ruralistas. Juntos, eles são mais de 300 deputados, diz — 59% da Casa.


Em uma frase, Janaína Paschoal resume esquema para dar dinheiro dos brasileiros às ditaduras 'amigas'

A jurista Janaína Paschoal resumiu, em uma frase, o esquema do lulopetismo para dar dinheiro dos contribuintes brasileiros aos países alinhados com os ideais petistas: 

"Lula agenciava a liberação do nosso dinheiro; Dilma, com discurso humanitário, perdoava a dívida e o dinheiro voltava para a companheirada".

Ministros avaliam que STF não tem estrutura para lidar com inquéritos da Odebrecht

Depois do impacto inicial provocado pela abertura de 76 novos inquéritos na Lava-Jato, de conteúdo tão volumoso quanto explosivo, quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pelo GLOBO avaliam que a corte não tem estrutura para lidar com a enxurrada de processos criminais que se seguirão.

Para dois desses ministros, existe um risco real de prescrição de boa parte dos casos — o que poderia significar o arquivamento de processos antes mesmo de serem julgados.

As regras de prescrição estão expressas no Código Penal. Por exemplo: quem responde a inquérito apenas por caixa 2, cuja pena é de até cinco anos de prisão, pode ser beneficiado pela prescrição 12 anos depois do fato. Esse prazo é reduzido à metade se o investigado tem mais de 70 anos.

A avaliação entre ministros do tribunal é de que o relator da Lava-Jato, ministro Edson Fachin, vai precisar conduzir os inquéritos com muita rigidez para evitar atrasos. A tendência em processos criminais é a defesa tentar tumultuar as investigações para ganhar mais tempo. Um dos pedidos típicos de advogados é o interrogatório de testemunhas irrelevantes para a elucidação dos fatos. Ao relator, cabe negar ou conceder essas providências, avaliando sempre se são ou não necessárias para instruir os processos. A condução do relator é fundamental para definir em que ritmo os processos vão andar.

— A persistir o quadro, é imprevisível o tempo para instruir-se e julgar tantos casos — disse o ministro Marco Aurélio Mello na sexta-feira.

LONGO TRAJETO NO STF

A abertura dos inquéritos é apenas o início de um longo percurso no STF. Se for seguido o padrão observado do mensalão, as primeiras punições referentes a eventuais condenações dos inquéritos abertos na terça-feira só serão vistas daqui a oito anos, em 2025.

No caso do mensalão — que foi o maior caso penal já julgado pela corte antes da Lava-Jato —, os inquéritos chegaram ao tribunal em julho de 2005. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em abril de 2006 e só foi julgada em plenário em agosto de 2007. Na ocasião, a denúncia foi aceita e o inquérito foi transformado em ação penal. Somente em 2012 houve o julgamento final, com a condenação da maioria dos réus. Como depois foram julgados recursos, as punições só começaram a ser aplicadas no final de 2013 — ou seja, mais de oito anos depois de abertos os inquéritos do tribunal.

Segundo ministros do STF, a comparação é plausível. No entanto, o inquérito do mensalão era um só, reunindo 40 investigados. A Lava-Jato no STF já soma 113 inquéritos e cinco ações penais. O prazo de oito anos seria apenas uma média. Alguns casos são mais simples e podem terminar antes disso. Outros, mais complexos, podem durar ainda mais no tribunal. Com tantos inquéritos nas mãos de um só relator, o ritmo das investigações tende a ser lento.

MUDANÇA NO FORO PRIVILEGIADO

Por isso, os ministros ouvidos pelo GLOBO consideram importante julgar logo a ação, em debate na corte, que questiona a regra do foro privilegiado — o que poderia jogar parte dos processos para outras instâncias do Judiciário.

A ação que discute a restrição do foro especial é relatada pelo ministro Luís Roberto Barroso e já foi liberada para a pauta do plenário. Cabe à presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, marcar a data. Ela tem conversado sobre o assunto com vários interlocutores de dentro e fora do tribunal. Embora o tema tenha se tornado urgente, o mais provável é que o julgamento não seja marcado para as próximas semanas. A tendência é o tribunal esperar um pouco a poeira baixar, depois da avalanche política provocada pelas delações. Mas é possível que o julgamento ocorra ainda neste semestre.

Recentemente, Cármen Lúcia falou do tema com a ministra Sonia Sotomayor, da Suprema Corte dos Estados Unidos. À colega estrangeira, a presidente do STF manifestou preocupação com a quantidade de processos que tramita no Supremo e como a regra do foro privilegiado colabora para aumentar ainda mais esse estoque. A conversa aconteceu pouco antes da abertura dos novos inquéritos da Lava-Jato.

— Não é que chegou a hora (de discutir o foro privilegiado). Esse era um assunto que, quando eu era aluna na faculdade, a gente já discutia. É preciso que se saiba o que fazer e como fazer. Tem que ser discutido, não pode ficar como está. Isso (o foro) quebra a igualdade em alguns casos de maneira flagrante — disse em março.

O clima entre os ministros do Supremo é de espanto depois da divulgação dos vídeos das delações dos ex-executivos da Odebrecht — não somente com o conteúdo de suas falas, mas também com a naturalidade com que se trata a corrupção nos depoimentos dos executivos da empreiteira.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Como é a regra do foro?

O STF processa e julga deputados federais, senadores, ministros de Estado e o presidente da República em casos criminais, independentemente de quando os fatos aconteceram.

Como é a proposta que o STF deve julgar?

O ministro Luís Roberto Barroso apresentou em uma ação a ideia de que o tribunal se mantenha como o foro especial apenas nos crimes diretamente ligados à atuação do político no mandato que ocupa atualmente.

A mudança da regra afetaria a Lava-Jato?

Processos que não se referem a crimes praticados durante o mandato atual dos políticos seriam transferidos para a primeira instância do Judiciário, desafogando a corte e agilizando os processos que lá permanecerem. Mas advogados poderiam recorrer ao STF contra a medida.

Emilio Odebrecht diz que Lula agiu para BNDES ampliar crédito em US$ 1 bilhão em Angola

O patriarca da Odebrecht, Emilio Odebrecht, declarou à Operação Lava Jato que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou, após um pedido do filho Marcelo Odebrecht, para ampliar uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em Angola. Segundo o delator, ele pediu ‘um aumento de US$ 1.2 bilhões’, mas foi atendido em US$ 1 bilhão.

Emilio Odebrecht disse à Procuradoria que ‘quem paga a linha de crédito é o governo de Angola aos exportadores brasileiros’. O financiamento, afirmou, já existia e ‘foi só ampliado’.

Lula foi presidente da República entre 2003 e 2009.

“Marcelo realmente me pediu esse apoio para que conversasse com Lula. Foi num período em que houve uma queda de petróleo muito grande. Angola estava com isso com restrições orçamentárias, de disponibilidade deles, então, o orçamento mingou bastante. Era importante que houvesse uma ampliação na linha de crédito que Brasil tinha com Angola. Eu me lembro que tinha um valor que nós chegamos com as outras empresas, a dimensionar, porque isso não era só para a Odebrecht, era para a Odebrecht e outras”, relatou.

Emilio afirmou não saber informar com quem Lula tratou da linha de crédito em Angola.

“Linha de crédito que já existia e que a nossa provocação foi aumentar, que era uma forma de no período suprir aquele período que Angola estava com restrições orçamentárias, fruto da redução do preço do petróleo. Foi pedido. Eu me lembro que eu cheguei para o Lula, que estava em tramitação, se ele pudesse que ele conhecia o trabalho que as empresas estavam fazendo, nós em particular. Se ele pudesse prestigiar para que não houvesse dificuldades na extensão dessa linha de crédito, era um pedido que eu estava fazendo para ele”, contou.

“Extensão de valor, aumentar. Nós pedimos, se não me engano, em torno de um aumento de US$ 1.2 bilhões e se eu não me engano fui atendido em torno de US$ 800 milhões, US$ 900 milhões. Parte disso foi resolvido, foi atendido pelo governo. Isso desafogou lá.”

O pedido, segundo Emilio, foi feito ‘em 2008, 2009’. “A aprovação terminou sendo em 2010”, declarou. “E o valor aprovado foi US$ 1 bilhão.”

“Só sei que houve a conclusão. Não como nós gostaríamos, as empresas todas que trabalhavam lá gostariam, mas foi atendido em sua grande parcela”, afirmou.

O Ministério Público Federal questionou o empreiteiro sobre as garantias dadas por Angola. “Essas daí são as melhores possíveis, petróleo.”

COM A PALAVRA, LULA

Na quarta-feira, 12, quando as delações da Odebrecht foram tornadas públicas, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, se manifestou desta forma.

Nota
A imprensa dedicou hoje inúmeras manchetes às delações que o Ministério Público Federal negociou com executivos do Grupo Odebrecht e, como tem ocorrido, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o destaque da maioria delas. O vazamento ilegal e sensacionalista das delações, nos trechos a ele referentes, apenas reforça o objetivo espúrio pretendido pelos agentes envolvidos: manchar a imagem de Lula e comprometer sua reputação. Mas o que emergiu das delações, ao contrário do que fez transparecer esse esforço midiático, é a inocência de Lula – ele não praticou nenhum crime.
É nítido que a Força Tarefa só obteve dos delatores acusações frívolas, pela ausência total de qualquer materialidade. O que há são falas, suposições e ilações – e nenhuma prova. As fantasiosas condutas a ele atribuídas não configuram crime.
Desde 4 de março de 2016. o ex-Presidente passou a ser vítima direta de sucessivas ilegalidades e arbitrariedades praticadas no âmbito da Operação Lava Jato para destruir sua trajetória, construída em mais de 40 anos de vida pública. Lula já foi submetido à privação da liberdade sem previsão legal; buscas e apreensões; interceptações telefônicas de suas conversas privadas e divulgação do material obtido; e levantamento dos sigilos bancário e fiscal, dentre outras medidas invasivas.
A despeito de não haver provas, o ex-Presidente foi formalmente acusado, apenas com base em “convicções”. Depois de 24 audiências em Curitiba e a oitiva de 73 testemunhas apenas em um dos processos, salta aos olhos a inocência de Lula. Ao final dessa nova onda, o que sobrará é o mesmo desfecho melancólico vivido pelo senador cassado Delcídio do Amaral: caíram por terra suas teses. Delcídio aceitou acusar o ex-Presidente em troca da sua liberdade e depois foi desmentido por testemunhas ouvidas em juízo, quando então não podiam mentir.
Cristiano Zanin Martins

Emílio Odebrecht só confirmou o que muitos já diziam: a luta de Lula pelos trabalhadores é uma mentira



O colunista Eric Balbinus, do site O Reacionário, enfatiza, na delação de Emílio Odebrecht, a relação promíscua que Lula sempre teve com os donos do poder. Às lembranças de Emilio Odebrecht, Balbinus acrescenta outros fatos históricos que mostram que a luta pelos trabalhadores nunca foi a maior preocupação de Lula. 

Leia abaixo o texto de Eric Balbinus:

Em sua delação premiada, Emílio Odebrecht revela como comprava o apoio de Lula desde a década de 1970 para se livrar de greves. Emílio conta aos promotores sobre uma conversa que teve com o General Golbery do Couto e Silva, que mencionou o gosto de Lula pela boa vida - motivo que o tornava propenso a negociar tanto com os militares quanto com empresários. Na conclusão equivocada de Golbery, "Lula nunca foi de esquerda". 
Só para lembrar, Romeu Tuma Jr relatou no livro Assassinato de Reputações que Lula era informante de seu pai (o delegado e ex-senador Romeu Tuma). Tuma Jr menciona até uma foto histórica de Lula preso, em que o petista aparece fumando no banco de trás do carro. Isso mesmo: em plena ditadura, um preso político aparecia fumando no banco de trás de uma viatura. Lula era um mercenário com agenda própria, que soube muito bem como forjar a própria história. Há vários relatos da mesma época sugerindo que Lula provocava greves quando os pátios das montadoras estavam cheios enquanto as vendas não avançavam. É claro, recebia dinheiro dos presidentes das montadoras do ABC. 

Agora observem a capacidade criminosa de Lula: O cubano Juan Reinaldo Sanchez relata em seu livro "A face oculta de Fidel Castro" que o então sindicalista participou de uma reunião com o ditador no Palácio da Revolução em Havana, no ano de 1989. Reinaldo era agente de inteligência e guarda-costas de Fidel, e presenciou uma reunião onde foi acertado que a ditadura comunista apoiaria a candidatura de Lula por meio do chamado Departamento América do Comitê Central do Partido Comunista. O tal órgão não passava de uma operação clandestina que enviava dinheiro e agentes secretos para promover a agenda da extrema-esquerda pelo mundo. Lula foi um dos beneficiados. 

O que há de mais grave na biografia de Lula não é nem tanto a ambição desmedida, mas sim o fato de que ele logo percebeu que mais vantajoso que ser capanga de empresários e políticos era ser ele próprio o chefe de Estado. Lula notou logo cedo que o maior golpe possível seria dar uma rasteira na própria democracia. O fato deste senhor ter declarado que admirava Mao Zedong, Adolf Hitler e o Aiatolá Khomeini deixam claro suas intenções: solapar a democracia por meio de um plano criminoso de poder. Lula é de fato um gênio: aplicou métodos alinskianos sem nunca ter lido Saul Alinsky na vida. 

É de bom tom deixar claro que Lula "não se corrompeu", e nem que foi "corrompido" por empresários e agentes capitalistas. O homem sempre foi criminoso, sempre foi ardiloso, rasteiro e manipulador. Aquele atestado de Emílio e Golbery sobre ele "não ser de esquerda" é tão válido quanto os "especialistas" da Globo News afirmando que terroristas estão "distorcendo o Islã". O que há de concreto é um sociopata que manipulou milhares enquanto tratava dos mais diversos interesses escusos. A história redentora de Lula é uma farsa, já que suas atividades políticas sempre serviram de fachada para o crime. Ele é um criminoso desde sempre. O Lula histórico não é o líder, mas sim o mesmo chefe de organização criminosa que esperneia contra a Justiça. Só houve aí uma evolução, já que o mercenário sindicalista enxergou vantagens no autoritarismo e no estatismo. Foi isso que fez com que deixasse de ser mero agente duplo para arquitetar o maior esquema de corrupção da história do Ocidente. 

LISTA DE FACHIN - NOMES AUSENTES

No meio de tanta podridão ainda temos alguns nomes que 
se salvam:


 REGUFFE, Ana Amélia Lemos, RonaldoCaiado, Alvaro Dias,
TassoJereissatiSimoneTebet,  Magno MaltaCristovam Buarque 

'O povo gosta de explicações sim, mas tem que haver sinceridade. Não quer mais ser enrolado'

A jurista Janaína Paschoal, ainda antes da divulgação das delações da Odebrecht, previu a avalanche de explicações de políticos e também sua qualidade: "não concordo que o povo não goste de explicações. 
Gosta sim, mas tem que haver sinceridade. O povo não quer mais ser enrolado".

Paulinho da Força negociou fim de greve por propina, dizem delatores

Os executivos da Odebrecht Carlos Armando Guedes de Paschoal e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar apontam, em depoimento à Lava Jato, o repasse não contabilizado de R$ 200 mil para o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, por apoio contra greves nas Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira em 2012. 

Com o pretexto de contribuição para campanha, Paulinho da Força, então deputado pelo PDT, teria recebido propina em espécie através do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, chefiado por Hilberto Mascarenhas. À época, o deputado era conhecido pelo codinome de "Boa Vista", alcunha que seria substituída mais tarde por "Forte". 

Outro inquérito aberto a pedido do ministro do STF Edson Fachin aponta doações anuais de R$ 100 mil da Odebrecht para a realização de eventos da Força Sindical em comemoração ao Dia do Trabalho.

 Paulinho da Força aparece também como alvo de investigação no recebimento de R$ 1 milhão em propina feito em duas parcelas, pelo setor de Operações Estruturadas do Grupo, em 2014, quando já era deputado federal pelo Solidariedade. A menção ao parlamentar aparece nas delações de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, e Hilberto Mascarenhas. 

O líder da Força Sindical teria recebido o pagamento por apoio à Odebrecht em função da greve ocorrida na Embraport, em Santos, e da invasão à sede do grupo empresarial em 2013. 

Outro lado 

Por meio do nota, Paulinho da Força admite ter recebido R$ 1 milhão para a campanha mas não fala especificamente a respeito da origem dos recursos. 

"A Odebrecht doou R$ 1 milhão para o partido Solidariedade, que foi distribuído para pagamentos de campanhas entre diversos candidatos aos cargos de deputados federal e estadual. Deste montante, minha campanha ficou com exatos R$ 158.563,00, conforme registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). É importante ressaltar que minhas contas foram aprovadas pelos órgãos eleitorais responsáveis.
Como presidente da Força Sindical, que representa duas mil entidades em todo o Brasil, sempre sou solicitado, por minha liderança e experiência, a ajudar a solucionar conflitos em grandes demandas trabalhistas, como no caso da greve dos portuários ou conflitos na Usina do Rio Madeira", diz o deputado no documento.

fonte: UOL Notícias

O teatro do PT seria engraçado, se não fosse triste e trágico', classifica jornalista sobre propaganda eleitoral do partido



O jornalista Alberto Bombig, do jornal O Estado de S. Paulo, comentou a propaganda do PT veiculada no mesmo dia em que as delações da Odebrecht foram tornadas públicas. 

Para Bombig, "seria até engraçado, se não fosse trágico. Seria até irônico, se não fosse deprimente". 

Leia abaixo o texto de Alberto Bombig: 

No dia em que o Brasil conheceu o teor da lista do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, o PT foi à televisão e ao rádio, em cadeia nacional, dizer que as gestões do partido na Presidência foram as que “mais combateram a corrupção” e que há uma “perseguição” feita com base em “mentiras” para impedir que Lula volte a ser presidente. 

Seria até engraçado, se não fosse trágico. Seria até irônico, se não fosse deprimente.

Lula foi delatado pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht e seus subordinados, com todas as letras e com a maior clareza possível. 
Lula foi alvo de seis petições de Fachin enviadas à primeira instância (ele não tem mais foro privilegiado). 

Segundo os delatores, o sítio que ele frequentava em Atibaia(SP) recebeu obras, um irmão ganhou mesada, MPs foram negociadas para beneficiar o grupo Odebrecht e um soldado petista fez saques em dinheiro. 

Ufa! Também são citados, nos documentos liberados por Fachin, petistas que ocuparam cargos de comando em praticamente todas as esferas da máquina federal nas gestões petistas. 

Não vou gastar espaço precioso aqui para falar do financiamento das campanhas eleitorais. Nos gêneros clássicos do teatro, a farsa era aquele que se destinava a divertir o público com personagens caricatos e burlescos. 

Enquanto insistir em negar seus erros e retorcer a realidade, o PT permanecerá como uma bigorna de ferro amarrada às pernas da esquerda brasileira. 

Vai dizer o que agora? Que apenas o que os delatores disseram sobre o PSDB é verdade?

O primeiro impacto da lista de Fachin é o de fornecer argumentos retóricos aos que tentam igualar a tudo e a todos, em todos os partidos e esferas de poder. 

É nesse mar que o PT vai tentar nadar a partir de agora para se defender na Lava Jato. 
Porém, a bigorna da mentira continuará amarrada a ele.





'A Lava Jato é patrimônio do Brasil, é a luz no fim do túnel. Defendê-la é o caminho para transformar o Brasil', afirma procurador Júlio Marcelo

O procurador Júlio Marcelo comentou o impacto do evento realizado pelas universidades Harvard e MIT, em que a operação Lava Jato foi um grande destaque. 

Para Júlio Marcelo, "a Lava Jato é patrimônio do Brasil, é a luz no fim do túnel. Defendê-la, protegê-la e apoiá-la é o caminho para transformar o Brasil".

'Confirmado: papel do Brasil no esquema socialista continental era financiar ditaduras amigas'

O patriarca da Odebrecht, Emílio Odebrecht, confirmou que o porto de Mariel, em Cuba, foi uma "invenção" de Lula, a pedido de Chávez. 

Lula teria pressionado pessoalmente o BNDES para liberar o financiamento, que foi absolutamente atípico. 

O jornalista Felipe Moura Brasil lembrou que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, mentiu à CPI do BNDES, em 2015, ao dizer que "nunca houve interferência do presidente Lula nesses processos". 

Segundo o jornalista, Emílio Odebrecht confirma que "o papel do Brasil no esquema socialista continental era financiar ditaduras amigas".

'A delação da Odebrecht é o fim do mundo para os políticos larápios. Para os cidadãos honestos, pode ser o começo do mundo'

Conhecida há tempos como "delação do fim do mundo", a delação da Odebrecht finalmente foi divulgada e ainda está mostrando todo seu impacto. 

O jornalista Mário Sabino, do site O Antagonista, lembrou que o "fim" de uns pode ser o começo de outros: 

"A delação da Odebrecht é o fim do mundo para os políticos larápios. Para os cidadãos honestos, pode ser o começo do mundo. Viva a Lava Jato!".

Planilhas da Odebrecht indicam pagamentos a ex-tesoureiro do PT em contas no exterior



Planilhas entregues por delatores da Odebrecht listam contas no exterior para efetuar pagamentos em nome do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, cujo codinome era "Camponez". Segundo as tabelas, os repasses totalizam US$ 7 milhões.

Nos extratos e documentos entregues pelos ex-executivos Rogério Araújo e César Rocha, há referências a contas na Suíça e nos Estados Unidos para os repasses ao "Camponez", que aparentam estar em nome de laranjas e de empresas offshore. Em um dos documentos, César Rocha manda um e-mail para Ângela Palmeira, funcionária do setor de operações estruturadas (o departamento de propina na empreiteira), avisando-lhe da "nova direção para Camponez", com dados do Lloyd TSB Bank e do Deustche Bank Trust Co Americas. Também há referências ao Standard Chartered Bank. O nome do beneficiário de uma das contas é a offshore Artefacto Holdings. A mensagem é de 14 de outubro de 2011.

Segundo os delatores, os pagamentos foram feitos em contrapartida a um contrato da Petrobras para serviços de certificação de meio ambiente e de segurança, com valor inicial de US$ 825 milhões. Uma fatia de 5% do contrato seria destinada a propinas: 4% ao PMDB (US$ 32 milhões) e 1% ao PT (US$ 8 milhões), segundo os relatos dos executivos.

Vaccari foi preso em 2015, sob acusação de arrecadar propina para o PT junto a empresas que tinham contratos com a Petrobras, e já sofreu duas condenações pelo juiz Sérgio Moro. A defesa do ex-tesoureiro tem negado seu envolvimento com irregularidades.