quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Dilma pensa que o povo não tem memória e diz que Cabral 'jamais foi aliado'


















"Cabral, podem falar o que quiserem. Da nossa parte, estamos juntos": tal frase foi proferida pela então presidente Dilma Rousseff, em junho de 2013, durante a assinatura de um contrato para a implantação de um corredor BRT, no Centro do Rio, com recursos financiados pela Caixa Econômica Federal.

Uma dentre tantas cenas em que Dilma e Cabral demonstraram publicamente uma aliança que proporcionou um afluente constante de verbas federais para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Estado, além da parceria para dezenas de obras ligadas à Copa do Mundo de 2014 e à Olimpíada.
Em abril de 2012, durante discurso no Palácio Guanabara, Dilma disparou: "Eu cumprimento o Sérgio não só por ser um dos grandes parceiros do Governo Federal, mas também por ser esta pessoa sensível, e eminentemente brasileiro e carioca".

Mas é possível voltar ainda mais no tempo. Em 2008, muito antes de Dilma ser a grande escolhida por Lula na tentativa de sucessão presidencial, que ocorreria dois anos depois, Cabral confessou ao colunista Jorge Bastos Moreno, do jornal "O Globo": "Dilma tem qualidades para se candidatar ao que ela quiser".

No entanto, nesta quinta-feira, a ex-presidente parece ter "esquecido" de sua longa aliança com o ex-governador ao emitir à imprensa, por meio de sua assessoria, uma nota em que Dilma afirma categoricamente que Cabral "jamais" foi seu aliado.

No texto, Dilma lembra que o peemedebista apoiou o senador Aécio Neves (PSDB) na campanha presidencial de 2014. Dilma ainda pontua que Cabral orientou parlamentares do PMDB de Brasília para que votassem a favor de seu impeachment.

Leia a nota na íntegra:
Diferentemente do que informa a Globonews, ao longo de sua programação nesta quinta-feira, 17 de novembro, a respeito da “aliança” entre o ex-governador Sérgio Cabral Filho e Dilma Roussef a assessoria de imprensa da ex-presidenta esclarece:
1. Sérgio Cabral Filho jamais foi aliado da ex-presidenta da República. Tanto é verdade que, nas eleições presidenciais, ele fez campanha para o principal adversário de Dilma nas eleições de 2014: o senador Aecio Neves (PSDB-MG).
2. Durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Sérgio Cabral orientou seus liderados no PMDB a votarem favoravelmente ao afastamento dela da Presidência da República.
3. Estes são os fatos.
Assessoria de Imprensa
Dilma Rousseff

TOLERÂNCIA ZERO À CORRUPÇÃO

ADVOGADO DE GAROTINHO DIZ QUE MANTÊ-LO EM HOSPITAL PÚBLICO É UMA AÇÃO 'PIOR DO QUE AS ENCONTRADAS EM GUERRAS'.




















Preso nesta quarta-feira no Flamengo, na Zona Sul do Rio, o ex-governador Anthony Garotinho segue internado no Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro da capital. Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, o advogado dele, Fernando Fernandes, acusou a Polícia Federal - responsável pela prisão - de tentar contrariar ordens médicas para a realização de novos exames e levar o político para a carceragem, na noite de quarta.
Já nesta quinta, segundo Fernandes, a instituição impede a transferência de Garotinho do Souza Aguiar para uma unidade particular. "O Hospital Souza Aguiar não possui condições para realização de exames mais detalhados e a Polícia Federal impediu que Garotinho fosse removido para outra unidade médica com a qual possui convênio", diz a nota enviada pela assessoria de Fernandes.

O criminalista afirmou que a PF “tem ações piores do que aquelas encontradas em guerras”. “Querem se sobrepor a ordens médicas e colocar a saúde do ex-governador sobre risco”, disse ele. A Secretaria municipal de Saúde informou que Garotinho está na Unidade Coronariana, em estado estável e sem previsão de alta.

O ex-governador seria transferido, ainda nesta quarta, para o Presídio Frederico Marques, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, e nesta quinta seguiria para Campos, no Norte Fluminense. Mas, por volta das 18h, ele passou mal na sede da Superintendência da PF, na Zona Portuária da capital, e seguiu de ambulância para o Souza Aguiar. Segundo seus advogados, o político corria o risco de sofrer um AVC.

Nesta quarta-feira, a ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou um pedido de liberdade movido pela defesa do ex-governador. Garotinho é suspeito de envolvimento num esquema de corrupção eleitoral.

TOLERÂNCIA ZERO À CORRUPÇÃO

SOB VAIAS, CABRAL DEIXA PF E VAI PARA BANGU

SOB VAIAS, SÉRGIO CABRAL DEIXA PF NO RIO E É TRANSFERIDO PARA PRESÍDIO EM BANGU




Ex-governador deixou superintendência da PF no fim da tarde desta quarta.

Ele chegou em Bangu às 19h13.


O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho deixou, sob vaias, a sede da Polícia Federal rumo ao IML, para fazer exames, no fim da tarde desta quinta-feira (16). Cabral foi preso no início da manhã, sob a suspeita de receber milhões em propina para fechar contratos públicos. Ele é alvo da operação Calicute, da Polícia Federal e Ministério Público Federal que apura desvios em obras do governo estadual. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.

Cabral chegou ao IML por volta das 17h50. Por volta das 18h03, seguia para a cadeia pública José Frederico Marques, em Bangu. Ao longo do trajeto, pedestres que atravessavam a Avenida Brasil se debruçaram nas passarelas para acompanhar o comboio. Os carros da PF chegaram em Bangu às 19h12, e foram recebidos por uma manifestação de bombeiros e outros populares, que soltaram fogos. Alguns manifestantes serviram espumante durante a comemoração, como mostrou a GloboNews.
Os outros nove presos na operação deixaram o IML por volta das 19h20, também em direção a Bangu.Além do ex-governador, outras nove pessoas foram presas. Segundo o MPF, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) recebia "mesadas" entre R$ 200 mil e R$ 500 mil de empreiteiras, segundo procuradores das forças-tarefa da Lava Jato do Rio e no Paraná. Cabral e mais oito foram presos nesta quinta-feira (17) na Operação Calicute, por suspeita de desvios em obras do governo estadual feitas com recursos federais (veja lista de presos mais abaixo). O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cabral chefiava a organização criminosa e chegou a receber R$ 2,7 milhões em espécie da empreiteira Andrade Gutierrez, por contrato em obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O esquema também envolvia lavagem de dinheiro por meio de contratos falsos com onsultorias e por meio da compra de bens de luxo.
G1 ligou por volta das 13h para o escritório e celulares de advogados que representam Sérgio Cabral, mas não obteve retorno até as 15h24.
"Há fortes indícios de cartelização de obras executadas com recursos federais, mediante o pagamento de propina a funcionários e a Sérgio Cabral", disse Lauro Coelho Junior, procurador do MPF no Rio de Janeiro, em entrevista coletiva.
Segundo o procurador, os pagamentos de mesada a Cabral ocorreram entre 2007 e 2014. "Em relação à Andrade Gutierrez, foi firmado que havia o pagamento de mesada de R$ 350 mil, isso pago por pelo menos um ano. Em relação à Carioca Engenharia, o pagamento de mesada foi de R$ 200 mil no primeiro mandato, e no segundo mandato de Sérgio Cabral, essa mesada subiu para R$ 500 mil por mês."
O pagamento de mesada foi de R$ 200 mil no 1º mandato, e no 2º mandato de Sérgio Cabral, essa mesada subiu para R$ 500 mil"
Lauro Coelho Junior, procurador
Coelho Junior afirmou que a Andrade Gutierrez pagou pelo menos R$ 7,7 milhões em propina. E a Carioca Engenharia pagou pelo menos R$ 32,5 milhões.
O procurador disse ainda que a propina exigida pelo ex-governador era de 5% por obra, mais 1% da chamada "taxa de oxigênio", que ia para a secretaria de Obras do governo, então comandada por Hudson Braga.
Procuradas, a Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia não quiseram se manifestar sobre as investigações. O presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, disse que o partido não será afetado com a prisão do ex-governador. Ele acrescentou que espera que os fatos sejam investigados com profundidade e, a partir daí, se tenha uma convicção e julgamento na Justiça.
TOLERÂNCIA ZERO À CORRUPÇÃO

SÉRGIO CABRAL PRESO PELA POLÍCIA FEDERAL

CABRAL PRATICOU CRIMES DE FORMA 'PROFISSIONAL E REITERADA', diz Sérgio Moro.




Ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foi preso nesta quinta-feira.
Juiz disse que seria uma 'afronta' permitir uso de recursos ilegais.
O juiz Sérgio Moro afirmou no despacho que determinou a prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), que as provas apresentadas pela investigação apontam indícios de que foram cometidos crimes de forma "profissional e reiterada" pelo político. Cabral foi detido na manhã desta quinta-feira (17), na Operação Calicute, derivada da Lava Jato.
"As provas são, em cognição sumária, da prática reiterada, profissional e sofisticada de crimes contra a administração pública e de lavagem de dinheiro por parte de Sérgio Cabral e de seu operador financeiro Carlos Miranda", afirmou Moro.
O juiz ainda citou a atual situação de crise financeira do Estado do Rio de Janeiro para justificar a prisão de Sérgio Cabral. Moro afirmou que seria uma afronta deixar que os investigados continuassem usufruindo dos recursos das supostas propinas.
"Essa necessidade [da prisão] faz-se ainda mais presente diante da notória situação de ruína das contas públicas do Governo do Rio de Janeiro. Constituiria afronta permitir que os investigados persistissem fruindo em liberdade do produto milionário de seus crimes, inclusive com aquisição, mediante condutas de ocultação e dissimulação, de novo patrimônio, parte em bens de luxo, enquanto, por conta da gestão governamental aparentemente comprometida por corrupção e inépcia, impõe-se à população daquele estado tamanhos sacrifícios, com aumento de tributos, corte de salários e de investimentos públicos e sociais. Uma versão criminosa de governantes ricos e governados pobres", disse o juiz.
A operação investiga supostas propinas pagas por construtoras ao ex-governador fluminense. Segundo o MPF, Cabral recebia propinas mensais que variavam entre R$ 200 e R$ 300 mil. A investigação aponta que a fraude pode ter gerado prejuízo de mais de R$ 200 milhões aos cofres públicos.
Para Moro, o tamanho dos supostos crimes cometidos justifica a prisão preventiva de Cabral e das outras pessoas envolvidas no caso. "A magnitude e a reiteração delitiva caracterizam risco à ordem pública", afirma o magistrado.
Obras comprometidas
Moro também determinou o bloqueio de R$ 10 milhões das contas de Cabral e das demais pessoas e empresas investigadas na Operação Calicute. O valor é referente a supostas propinas recebidas pelo grupo pagas pela Andrade Gutierrez. No entanto, Moro também afirma que há a possibilidade de que eles tenham recebido recursos de outras empreiteiras já investigadas na Lava Jato.
"Considerando o modus operandi, é possível que tenha recebido propinas de todas as empreiteiras que participaram das obras no COMPERJ, como Odebrecht, Queiroz Galvão, Mendes Júnior, UTC Engenharia, com valores milionários", diz o juiz.
Ainda de acordo com Sérgio Moro, as irregularidades podem ter ramificações para mais obras. "Há, enfim, relatos de propinas em todas as grandes obras realizadas no Rio de Janeiro durante o seu governo, como no Mergulhão de Duque de Caxias, reforma do Maracanã, obras em Manguinhos, Comperj, entre outros", lembra o juiz.

Conteúdo G1

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