segunda-feira, 26 de junho de 2017

Por tirar de suas mãos alguns processos da operação, Moro critica relator da Lava Jato no STF

Na sentença que condenou o ex-ministro Antonio Palocci (PT) a 12 anos de prisão, o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, criticou, indiretamente, a decisão do ministro Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, por tirar de suas mãos alguns processos da operação. 


Na semana passada, o ministro repassou três investigações contra o ex-presidente Lula e uma investigação contra o deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), baseadas nas delações da Odebrecht, à Justiça Federal em São Paulo e no Distrito Federal.

Sem citar um caso específico ou o Ministro Fachin, Moro mencionou que separar os processos prejudica a Justiça, já que as ações da Lava Jato têm fatores que as interligam.

"Diante de um conjunto de crimes praticados no mesmo contexto e que contam com um acervo probatório comum, a forma errada de lidar com eles é separar todos os processos e provas e pulverizar perante o território nacional, de forma que cada Juízo fique com um pequeno pedaço e que seja de difícil compreensão sem a visão do todo", escreveu Moro.

Para o juiz de Curitiba, "a forma correta, no que se refere aos crimes praticados no âmbito do esquema criminoso envolvendo contratos da Petrobras é concentrá-los no Juízo prevento [a 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná], o presente, portanto".

A assessoria de imprensa de Fachin informou que o ministro não iria comentar a decisão do Juiz Moro.

Na decisão de 20 de junho, Fachin acolheu o argumento das defesas de Lula e Cunha de que os casos não tinham relação direta com a Operação Lava Jato, a cargo de Sérgio Moro.

Esse, inclusive, é um dos argumentos usados pela defesa de Lula para considerar o Juiz Moro incompetente para julgar o processo, pronto para sentença, em que ele é réu acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ligação com um esquema de corrupção envolvendo três contratos entre a empreiteira OAS e a Petrobras.

Aproveitar os elementos

Em decisões nas quais determinou a redistribuição para outros Estados de processos originalmente enviados a Sérgio Moro, o Ministro Edson Fachin tem determinado ser possível aos procuradores da Lava Jato responsáveis pelas investigações em Curitiba aproveitar provas e informações das investigações que foram redistribuídas.

"A conclusão ora exposta, frise-se, não importa na impossibilidade de utilização dos elementos de informação ora colacionados, como prova emprestada, caso o órgão acusatório repute imprescindível para a formação da sua opinio delicti, a ser requerida, entretanto, perante a autoridade judiciária competente", escreveu Edson Fachin na decisão que retirou de Moro três investigações contra Lula e Cunha.

Nas decisões, o Ministro Fachin tem citado entendimento do STF em processos anteriores de que o fato de a investigação ter origem num mesmo acordo de delação premiada, como o da Odebrecht, neste caso, não é suficiente para que todos tramitem sob a responsabilidade do mesmo juiz, na primeira instância, ou relator no STF.

Os processos repassados

As três investigações contra o ex-presidente Lula tratam do suposto pagamento de uma "mesada" pela Odebrecht a um irmão do ex-presidente (processo remetido a São Paulo), e da liberação de empréstimos do BNDES à Odebrecht em Angola e do pagamento de propina nas usinas de Santo Antônio e Jirau (remetido ao Distrito Federal).

A investigação contra Eduardo Cunha trata de suposta tentativa de obstrução da Justiça, por meio da sugestão à Odebrecht de que fosse contratada uma empresa para investigar supostas inconsistências nos depoimentos dos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, dois dos principais colaboradores da Lava Jato. O caso foi remetido por Edson Fachin à Justiça Federal de Brasília.

Tanto o ex-presidente Lula quanto Eduardo Cunha têm negado a prática de qualquer das irregularidades narradas pelos delatores.

Cunha já foi condenado a 15 anos de prisão por Sérgio Moro sob a acusação de ter recebido propina no esquema de corrupção da Petrobras. O ex-deputado também responde a outras duas ações criminais e a uma quarta por improbidade administrativa. Eduardo Cunha também tem negado a prática de qualquer irregularidade.

Já o ex-presidente Lula aguarda sua primeira sentença. O Juiz Sérgio Moro está apto para proferir sua decisão desde a última quarta-feira (21).



Espera-se para qualquer momento o anúncio pelo Juiz Moro da sentença de Lula

Com o anúncio da condenação do ex-ministro Antonio Palocci nesta segunda-feira (26), o juiz Sergio Moro, que comanda a Operação Lava Jato, deve concentrar suas atenções ao processo que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro dos inquéritos envolve o caso do “tríplex do Guarujá”, no qual Lula é acusado de receber dinheiro de propina paga pela empreiteira OAS.

Os crimes desse caso envolvem corrupção passiva e lavagem de dinheiro. As alegações da defesa e da acusação foram entregues em 20 de junho. Na ocasião, um dos advogados de Lula, Cristiano Zanin, pediu a absolvição de Lula uma vez que, segundo a defesa, não havia como a OAS transferir o imóvel ao ex-líder porque o apartamento pertencia a um fundo da Caixa Econômica.

Por outro lado, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão em regime fechado de Lula e de outras seis pessoas pelos crimes de corrupção passiva e ativa e por lavagem de dinheiro, além da apreensão de quase R$ 88 mil dos acusados. 

Não há um prazo definido para que Moro emita sua sentença, mas tudo leva a crer que ela deve sair em breve. A defesa de Palocci, por exemplo, foi protocolada uma semana antes da apresentada pelos advogados de Lula.

Veja a seguir os outros processos nos quais Lula é réu:

 Obstrução – O primeiro processo no qual Lula se tornou réu refere-se a uma denúncia de obstrução de Justiça feita pelo Ministério Público Federal em Brasília. A ação foi aceita pelo juiz Ricardo Augusto Leite, da 10ª Vara Federal da capital, e acusa o ex-presidente de ter tentado comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

O ex-presidente também é réu com seu amigo pecuarista José Carlos Bumlai, o banqueiro André Esteves, o ex-senador Delcídio do Amaral e mais três pessoas. O grupo teria articulado para tentar evitar que Cerveró fizesse um acordo de delação premiada com o MPF. 

África – Lula responde por corrupção passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa em um processo sobre obras da Odebrecht em Angola, na África, que corre na 10ª Vara Federal de Brasília, sob o comando do juiz Vallisney de Souza Oliveira.

O caso é fruto da Operação Janus, um desdobramento da Lava Jato. Segundo o MPF, o ex-presidente teria usado sua influência para conseguir contratos para a construtora no país africano, em obras financiadas BNDES. Em troca, a Odebrecht teria feito “repasses” que totalizaram R$ 30 milhões a Lula, principalmente por meio de pagamentos de palestras ministradas pelo petista.

Além disso, o inquérito inclui a Exergia, empresa de seu sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos subcontratada pela empreiteira para atuar em seus projetos em Angola. A companhia teria recebido R$ 20 milhões da Odebrecht entre 2009 e 2015. Taiguara também é réu nesse processo, assim como Marcelo Odebrecht e mais oito pessoas.

A defesa alega que Lula é vítima de uma “manipulação das leis” por parte do MPF e que ele jamais “interferiu na concessão de qualquer financiamento do BNDES”. 

Caças – A conturbada compra de caças pelo governo brasileiro também levou Lula ao banco dos réus.
No âmbito da Operação Zelotes, o ex-presidente é acusado de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa ao, supostamente, ter tentado interferir na aquisição de 36 aviões militares da fabricante sueca Saab. 

Além disso, o Ministério Público diz que o petista teria negociado a prorrogação de medida provisória que concedia incentivos fiscais para montadoras de automóveis. O objetivo seria beneficiar as empresas MMC Automotores, subsidiária da Mitsubishi no Brasil, e a Caoa, distribuidora das marcas Ford, Hyundai e Subaru no país.

Assim como a Saab, as duas companhias eram clientes do escritório de lobby Marcondes & Mautoni, que teria repassado cerca de R$ 2,5 milhões a Luís Cláudio, filho de Lula. Os dois episódios teriam ocorrido quando o ex-presidente já havia deixado o Palácio do Planalto.

Apartamento – Novamente no âmbito da Lava Jato, o ex-presidente é réu na Justiça Federal de Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um processo sobre a compra de um terreno para seu instituto em São Paulo e de um apartamento vizinho ao imóvel onde ele reside, em São Bernardo do Campo. Os dois negócios estariam ligados ao pagamento de propina pela Odebrecht.

A área que sediaria a fundação de Lula foi adquirida em novembro de 2010 pela DAG Construtora, que pertence a um empresário ligado a Marcelo Odebrecht. Segundo a Polícia Federal, a empreiteira estaria por trás da compra – o terreno não virou sede do Instituto Lula e atualmente está em nome de uma incorporadora. Já o apartamento teria sido comprado por Glaucos da Costamarques, primo de José Carlos Bumlai, e alugado gratuitamente ao ex-presidente por meio de um contrato celebrado em nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia, falecida no início do ano.

De acordo com a Polícia Federal, o ex-presidente Lula utiliza o imóvel desde 2003 e é seu verdadeiro dono. Já os advogados do petista afirmam que o terreno chegou a ser oferecido a seu Instituto, mas que não houve interesse na aquisição. Além disso, defende que Lula paga regularmente o apartamento vizinho ao seu em São Bernardo do Campo, em um negócio de âmbito “estritamente privado”.

Outros casos – No fim de maio, o ex-presidente Lula foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso referente ao sítio em Atibaia. Segundo a acusação, OAS, Odebrecht e Schahin teriam desembolsado R$ 870 mil em benfeitorias para adequar o imóvel às necessidades do ex-presidente, como parte do esquema de propinas que ele teria “estruturado” na Petrobras. A força-tarefa da Lava Jato diz que a Odebrecht pagou cerca de R$ 128 milhões em subornos em quatro contratos com a Petrobras, enquanto a OAS teria desembolsado R$ 27 milhões em propinas referentes a três negócios com a estatal.

O caso está sob a gestão do juiz Sérgio Moro, que pode aceitar a denúncia ou não. O ex-presidente também é alvo de uma investigação no Supremo sobre o papel do núcleo político nos desvios na Petrobras e de um inquérito que apura os investimentos do BNDES em obras na América Latina, como, por exemplo, o Porto de Mariel, em Cuba.


Janot em parecer ao STF diz que Temer praticou crime de corrupção

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já adiantou uma constatação que deverá constar da denúncia que deve apresentar até esta terça-feira (27), contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), e Loures - o ex-assessor especial da Presidência que está preso dentro da mesma investigação. Janot diz que, sem dúvida, Temer praticou o crime de corrupção.

O despacho também tem o objetivo de reforçar a necessidade de prisão do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).


Um abaixo-assinado contra o "absurdo" fundo de R$ 3,5 bilhões para os políticos gastarem em campanhas eleitorais se espalha na internet

Um abaixo-assinado criado hoje está fazendo sucesso nas redes sociais. A petição visa impedir a criação de um novo fundo partidário que dará R$ 3,5 bilhões aos partidos para fazerem suas campanhas eleitorais. 

O abaixo-assinado já levantou quase 4.000 assinaturas. em pocas horas.
A página pode ser acessada neste link .

Leia abaixo o texto da petição:

Manifesto aos cidadãos brasileirosSe você, como nós, está cansado da cara de pau dos deputados brasileiros que assaltam nossos bolsos diariamente, ASSINE E COMPARTILHE O ABAIXO ASSINADO.O Congresso Nacional está articulando a criação de um Novo Fundo Partidário para financiar as campanhas milionárias dos mesmos partidos corruptos contra quem estamos lutando. Os políticos QUEREM QUE NOSSO SUADO DINHEIRO BANQUE A ROUBALHEIRA DAS CAMPANHAS OFICIALMENTE.Vamos lutar juntos nesta causa.Precisamos evitar mais este assalto aos nossos bolsos.ASSINE. COMPARTILHE.VAMOS CONSTRUIR UM NOVO BRASIL.Este abaixo-assinado será entregue para:dep.rodrigomaia@camara.leg.breunicio.oliveira@senador.leg.br





General Heleno diz o que o povo quer escutar sobre a Amazônia e detona Michel Temer



O general Paulo Chagas publicou em sua rede social uma manifestação do General Heleno, que falou tudo aquilo o que o povo quer escutar sobre a Amazônia.
Leia a seguir:

"O Presidente do Brasil, na visita à Noruega, perdeu excelente oportunidade.

Ao ser informado, de forma indelicada e inoportuna, de que a Noruega cortaria 200 milhões de um inexplicável Fundo da Amazônia, faltou-lhe altivez para dizer àquela senhora, que o Brasil não mais aceitaria qualquer recurso, da Noruega ou de qualquer outro país, para nos auxiliar a não desmatar a Amazônia.

A Amazônia Brasileira não é patrimônio da humanidade, mas sim um patrimônio do Brasil. Cabe a nós preservá-la e explorá-la, com sustentabilidade, de acordo com nossas necessidades.

Aliás, vale lembrar que os europeus destruíram a maior parte de suas reservas florestais.

Somos um país soberano, riquíssimo, com 200 milhões de habitantes e dispensamos tutores ou auditores estrangeiros para nos dizer o que fazer com nossas riquezas.

Aliás, Sr. Presidente, ainda está em tempo de dizer isso ao mundo."


Evento em 'homenagem a quadrilheiros' faz Câmara dos Deputados virar piada


Na ausência de deputados em Brasília por causa dos festejos de São João, quadrilhas (juninas, é bom esclarecer) tomaram conta do plenário da Câmara na tarde dessa sexta-feira, 24.
É do deputado Izalci (PSDB-DF), a proposta de sessão solene em homenagem aos quadrilheiros juninos  
O Dia Nacional do Quadrilheiro Junino é comemorado no dia 27 de junho.

Nesta segunda-feira, as homenagens continuarão, com homenagem na Sessão Solene da Câmara. 

O evento virou piada antes mesmo de  ocorrer.  Os internautas estão questionando quais deputados comparecerão acreditando que a sessão é em sua  própria homenagem. 

Janot recebe alerta sobre retaliação de políticos após fim de mandato

Rodrigo Janot foi alertado por um amigo de que está sendo preparada uma ofensiva jurídica contra ele, após deixar o cargo de PGR em setembro de 2017. 

Alguns políticos prejudicados por investigações por ele lideradas pretenderiam processá-lo em diferentes frentes, segundo esse amigo.