segunda-feira, 3 de junho de 2019

Quem não deixa o Brasil ser melhor?

Li, recentemente, nas listas de discussão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que “fala-se mal do comunismo por ignorância do que ele realmente seja”.
Acho que a denúncia - por sua própria natureza e pela natureza do denunciador - seria equivalente à de que “fala-se mal dos governos petistas por ignorância do que o lulopetismo realmente seja”. ‘Mutatis mutandis’, ambas as denúncias são equivalentes.
O artigo abaixo, nem de longe pretende explicar a natureza teórica do comunismo, ou do lulopetismo, mas procura ater-se sobre os danos de um e os malefícios de outro. 
Aqui, neste artigo, segue-se o preceito bíblico de que uma árvore que dá, invariavelmente, frutos medonhos é árvore a se evitar. Esta árvore é o comunismo, que a par de ter ceifado a vida de estimados 84 milhões de pessoas no mundo (20 milhões só na União Soviética), foi um fracasso em todos os países em que foi imposto como regime de governo. As estimativas acima citadas são de Stéphane Courtois em “O livro negro do comunismo”.
Nem passar por perto desta árvore é aconselhável
Recebo muitas mensagens individuais (fora de listas de discussão), algumas comentando o que escrevo, outras o que outros escreveram. Recentemente recebi um comentário sensato sobre um texto de um conhecido personagem de esquerda, em que este comenta as nossas mazelas políticas e econômicas e aponta o demônio responsável por elas: os Estados Unidos. (Não poderia ser de outra maneira, claro, em se tratando do comentário de um personagem comunista). Pincei uma frase de seu texto e sobre ela apresento alguns comentários: “Se ele [o Brasil] não é melhor é porque não deixam.”
Eis meus comentários:
Quem não deixa o Brasil ser melhor? Os Estados Unidos? Esta é a velha, surrada e subdesenvolvida cantilena das esquerdas. É muito fácil colocar a culpa de nossas mazelas em terceiros, em vez de procurarmos entender que somos nós os autores de nós mesmos e de nossas tragédias.
Para começar, não foram os Estados Unidos que nos impuseram Lula e Dilma (entre outras incompetências federais), disto estou absolutamente convicto. Aliás, se dependesse daquele país, nem Lula nem o PT teriam empolgado o poder no Brasil. Desconfio até de que os petistas e demais fauna esquerdista concorda com esta afirmação, por diferentes razões, claro.
Mas o choro eterno das esquerdas é sempre o mesmo: os Estados Unidos sempre foram e continuam sendo o demônio que não nos deixa ser feliz. (Exceto, claro, quando se trata de um esquerdista de universidade escolher um país para um doutorado, ou para uma farsa chamada “pós-doutorado”. Nessas ocasiões a pátria americana é o ideal da grande oportunidade para todos os socialistas.)
Chávez atribuía o fracasso do seu socialismo do século XXI ao imperialismo americano. O facínora e ditador Nicolás Maduro faz isso diariamente, enquanto mata o povo da Venezuela à fome e à bala.
Acusar os Estados Unidos do fracasso doméstico é, pode-se afirmar, o comportamento padrão dos dirigentes “populares e progressistas” das repúblicas bananeiras latino-americanas.
Singapura nunca fez tal acusação. Coreia do Sul jamais cometeu tal injúria.
Um país sério jamais fez, ou fará, tão ridícula imputação.
Ao contrário, países sérios (como Singapura e Coreia do Sul) se deram bem porque trabalharam firme, impuseram limites estritos à corrupção, forneceram educação de qualidade (mesmo!), impuseram disciplina laboral e limites ao aparelhamento dos Estados pelo sindicalismo parasita. (O Brasil tem cera de 17000 sindicatos, por conta do Fundo Sindical e outras mamatas. A Alemanha tem cerca de nove sindicatos!)
Quando esta praga sindicalista diz aos sindicalizados que eles vão perder direitos na reforma da Previdência, ela mente. Quando repete a mesma ladainha a respeito da reforma sindical, mente duplamente. Os direitos vão até aumentar com as flexibilizações e negociações diretas, mas isto implica em perda de poder (aí sim!) dos sindicatos. E isto os parasitas tutores dos trabalhadores não aceitam. É o sindicalismo do atraso.
Nunca se viu acusação de que terceiros tentaram impedir o desenvolvimento de Singapura, da Coreia do Sul e de outras nações sérias e organizadas. Falta Shakespeare para dizer às esquerdas das repúblicas bananeiras latino-americanas:
“You complain too much!”
Vamos trabalhar sério e construir nosso futuro, sem mais inventar fantasmas que nos impeçam de avançar. Os fantasmas que nos prendem ao atraso estão aqui mesmo e são representados pelos parlamentares medíocres (quando não corruptos), pelo Executivo que cheirava (até poucos meses atrás) a lixo intelectual e moral; pela Justiça retrógrada, paquidérmica e leniente (quando não corrupta), pelo sistema educacional aparelhado pela esquerda jurássica e gramscista e, finalmente, pelo sindicalismo parasita e explorador dos trabalhadores.
O fantasma norte-americano só existe como discurso das esquerdas, para seduzir as massas iletradas e desprevenidas e escapar do diagnóstico inevitável: as esquerdas e seu socialismo (seja este de que século for!) são, estes sim, uma das causas maiores de nossas desgraças.
Citei Shakespeare. Cito agora o genial Roberto Campos:
“O doce exercício de xingar os americanos em nome do nacionalismo nos exime de pesquisar as causas do subdesenvolvimento e permite a qualquer imbecil arrancar aplausos em comícios”.
E não me venham com o velho e safado “argumentum ad hominem” - a última trincheira do canalha, reafirmo - acusando, sem jamais ter provado, que Campos estava (como diziam, que Sérgio Moro também estava) a serviço do Estado Unidos. Só de indignação, ante esta repetida afronta, cito Roberto Campos de novo:
“Fui um bom profeta. Pelo menos, melhor do que Marx. Ele previra o colapso do capitalismo; eu previ o contrário, o fracasso do socialismo”.
Previu e acertou.
Na mosca!

texto: José J. de Espíndola, Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.

Por que Bolsonaro incomoda tanta gente?

Quando leio críticas ao governo por ainda não haver formado sua base de apoio no Congresso Nacional, fico pensando se haverá alguém em Brasília que não saiba como isso vinha sendo feito e qual o preço transferido à sociedade, pagadora que é de todas as contas.
Nosso sistema eleitoral combina eleição proporcional de parlamentares com eleição majoritária de governantes. A eleição proporcional estimula a criação de mais partidos e todo ano, de fato, aparecem alguns, novinhos em folha. Surgem do nada e por nada. Na maior parte dos casos, sem programa nem doutrina; quando muito uma ou outra vaga ideia porque mais do que isso atrapalha no jogo do poder.
Ao mesmo tempo, a má fama produz, entre as velhas legendas, sucessivas trocas de nomes, numa quase lavanderia de razões sociais, apagando rastros e traços. Salvo raras exceções, nossos partidos, pouco ou nada significativos, são desconhecidos da sociedade. Há no Congresso Nacional uma abundância de minorias.
O Presidente, por sua vez, se elege com metade mais um dos votos populares válidos, mas precisa conseguir 3/5 dos parlamentares nas duas casas do Congresso para poder governar porque só fará o que o Legislativo permitir. Deve buscar essa maioria dentro do corpo fluido, atomizado, difuso e confuso, que são as bancadas partidárias.
Em poucas e suficientes palavras: é um sistema político que quer ser democrático, mas é apenas burro, irracional, estabanado, desastroso, como bem demonstram seus resultados.
Pergunta-se, então: como se constrói maioria num sistema em que dezenas de siglas permanentemente se acomodam e reacomodam? Se não for a adesão ao programa vitorioso na eleição presidencial, o que será? Se não forem as evidentes urgências nacionais, o que será?
Há várias décadas, os presidentes têm usado o aparelho de Estado para atrair partidos à sua base, mantendo-lhes o metabolismo que processa, ingere e digere recursos públicos.
O resultado mediu-se em corrupção, delações premiadas, fortunas acumuladas no Exterior, democracia fraudada e cadeia para muitos.
O combate a esse mecanismo esteve entre as quatro turbinas propulsoras das vitórias eleitorais de 2018: combate à corrupção, desenvolvimento econômico, segurança pública e retomada dos valores tradicionais. E o Presidente, na percepção de muitos, comete dois erros imperdoáveis: não abre mão dessas plataformas e frustra as expectativas dos que – urbi et orbi – anunciavam seu governo como uma Caixa de Pandora, repleta de perversidades.
Também por isso insisto na necessidade de uma reforma política que enfrente esse desajuste estrutural das nossas instituições. Se separasse governo, Estado e administração, uma boa reforma eliminaria a apropriação partidária do Estado e da administração pelo governo (a economia para a nação seria imensa e o país despencaria no ranking da corrupção). Se adotasse voto majoritário para os parlamentos, com eleição distrital, por exemplo, o número de partidos passaria a ser contado nos dedos da mão, com ganho de operacionalidade para o sistema político, maiorias mais facilmente componíveis e enorme redução dos custos financeiros da democracia.
No modelo que se tornou vigente no Brasil, a mais numerosa força oposicionista vem daqueles que não conseguem viver sem abocanhar uma fatia do Estado.

texto: Percival Puggina, Membro da Academia Rio-Grandense de Letras,  arquiteto, empresário e escritor

Efeito Bolsonaro: Vereadores de pequena cidade mineira reduzem em 80% o próprio salário

Certamente que contagiados pelos novos tempos, pela onda de austeridade trazida com o afastamento do PT, a prisão de seu maior líder e a eleição de Jair Bolsonaro, os vereadores da cidade de Arcos, em Minas Gerais, deram um grande exemplo para o país.
Cortaram na própria carne e reduziram os seus próprios salários, num montante extremamente substancial, em torno de 80%.
Assim cada vereador de Arcos, que recebia mensalmente dos cofres públicos o calor de R$ 6.180,00, doravante receberá apenas R$ 1,236,00.
O presidente da Câmara e autor do projeto Luiz Henrique Sabino Messias defende que além da importância da medida para os cofres da cidade é necessário uma mudança de mentalidade sobre os cargos públicos, no sentido de que a política não deve ser vista como fonte de renda.
“Eu entendo que a política não é profissão. Todos nós podemos ter outra fonte de renda, desde que seja fora do horário das atividades. Nós estamos apenas servindo à cidade temporariamente.”
O mesmo projeto ainda reduziu os salários do prefeito, de R$ 24.224 para 12,236; secretários municipais, de R$ 7.975 para 6.380 e vice-prefeito, de 6.458 para 5166.
A economia representará um montante de quase 5 milhões para os cofres da pequena cidade de 40 mil habitantes.
Com Jornal da Cidade Online conteúdo