sábado, 4 de agosto de 2018

BOLSONARO IMPÕE À REDE GLOBO A MAIOR HUMILHAÇÃO DA HISTÓRIA DA TELEVISÃO

O presidenciável Jair Bolsonaro, líder de todas as pesquisas eleitorais, foi o sabatinado desta sexta-feira (03) na GloboNews, canal de notícias da Rede Globo.
Como é comum nas entrevistas com Bolsonaro, que é capitão do Exército, o tema descambou para o Regime Militar de 1964.
Bolsonaro alegou que o regime de 64 teve amplo apoio popular, inclusive da imprensa e citou o emblemático editorial do Jornal ‘O Globo’ assinado por Roberto Marinho no Dia 1° de Abril de 1964 parabenizando os militares por intervir no país e resolver a crise política em que o Brasil se encontrava.
O Jornalismo da GloboNews, claramente com viés esquerdista, ficou tão irritado que ao final do programa resolveu fazer pedir um ‘direito de resposta’ para contestar a opinião do próprio fundador e alma da Rede Globo.

Bolsonaro obrigou os jornalistas da Rede Globo mancharem e metaforicamente cuspirem na história e legado do fundador da empresa.
Pelo ponto eletrônico, Miriam Leitão repetiu gaguejando uma nota da emissora afirmando que num editorial de 2013 (Roberto Marinho já havia falecido) o jornal – provavelmente por pressão do governo Dilma – pedia desculpas por ‘ter apoiado o Golpe de 64’, um editorial que não muda em nada os fatos relatados por Bolsonaro, já que na ocasião Roberto Marinho já havia falecido.
Imediatamente milhares de comentários na internet ridicularizam o jornalismo da Globonews. A Globo news foi exposta ao ridículo.
A Globo passou pela maior humilhação da sua história.

Lula, o presidiário, é o candidato oficial do PT na eleição para presidente do Brasil


Agora é oficial. A presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, confirmou hoje o ex-presidente Lula como candidato oficial do partido à Presidência da república. O líder petista está preso em Curitiba desde o dia 07 de abril, após ter sido condenado a uma pena de mais de 12 anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.


Há poucos dias, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral,  ministro Luiz Fux, lembrou que os candidatos condenados em segunda instância estão inelegíveis pela Lei da Ficha Limpa. Mas ao que tudo indica, o PT oficializou que não está preocupado em seguir as Leis e respeitar as instituições do país e confirmou, neste sábado, 4, a candidatura de Lula à Presidência.



“Essa é a ação mais confrontadora que fazemos contra esse sistema podre por parte da Justiça que não faz outra coisa senão perseguir Lula. Vamos tirar Lula da prisão. Vamos voltar a governar esse país. Vamos devolver a alegria para o povo brasileiro”, afirmou a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do partido, segundo o UOL. “Nós dizemos ao Brasil que Lula é o nosso candidato e vamos registrá-lo nos braços do povo no dia 15 de agosto em Brasília".



Curiosamente, neste mesmo sábado, 04, o cientista político e jornalista André Singer, que participou diretamente do governo Lula, como porta-voz e secretário de imprensa da Presidência da República, entre os anos de 2003 a 2007, declarou em sua coluna na Folha que, "como se sabe, Lula no final não poderá concorrer por motivos judiciais".



O filho do economista Paul Singer, fundador do PT, parece ter mais lucidez que a maioria dos petistas, inclusive o próprio Lula, ao encarar a realidade dos fatos. André Singer parece mais propenso a levar a sério as declarações do presidente do TSE, Luiz Fux, que garantiu que candidatos fichas sujas não vão conseguir registrar suas candidaturas. Se Lula e o PT não conseguiram sobrepujar as instâncias que condenaram o petista criminalmente e o levaram para a cadeia, é pouco provável que o condenado e seu partido venham a prevalecer sobre as Leis do País e à instância máxima da Justiça Eleitoral.

Atualmente, nenhum presidenciável precisa tirar votos de adversários para vencer as eleições de outubro


A disputa pelo Palácio do Planalto tem ainda uma avenida larga a ser percorrida pelos presidenciáveis até as eleições de outubro. O número de eleitores indecisos, que não declararam preferência por nenhum dos atuais candidatos é maior que a soma daqueles que já definiram parcialmente seus votos. Neste cenário, nenhum candidato precisa tentar reverter votos de adversários. esta parte do eleitorado que ainda não se sente estimulada a declarar voto em nenhuma das opções deve ser cativada mais pelas propostas dos candidatos do que pelas pesquisas eleitorais.

Segundo pesquisa recente, 62% dos entrevistados preferem se orientar por meio da TV e apenas 10% costuma seguir as orientações de parentes, amigos e colegas de trabalho. Isto significa tanto os debates e sabatinas na TV e o horário da propaganda eleitoral gratuita não devem ser subestimados pelos candidatos. As propostas de governo serão importantes, assim como a mudança nos discursos já desgastados à esta altura da disputa. A maioria dos candidatos não conseguiu avançar na preferência do eleitorado justamente pela repetitividade de suas propostas e a ausência de inovações, apresentação de soluções viáveis para os problemas do país e a falta de exposição na TV aberta.

Esta deve ser a principal alternativa para a maioria dos indecisos, formada por grupos de menor faixa de renda e com menos anos de educação formal. Apesar dos baixos graus de instrução e renda, esta parcela da população apresenta alto grau de conformidade com as evoluções dos processos civilizatórios no sentido da ampliação da tolerância entre os diversos segmentos da sociedade. Obviamente, a necessidade de reconhecer os inconvenientes da intolerância advém do fato de sentirem na pele com maior frequência os dissabores do preconceito e da discriminação. Embora ainda funcione, a receita de jogar brasileiros contra brasileiros, ricos contra pobres, etc, perde cada vez mais espaço entre os eleitores de todas as classes sociais.

Além destes fatos, a tendência é a de que boa parte dos eleitores indecisos, receosos com a situação da economia e com os rumos que o país pode seguir em 2019, reconheça a necessidade de enfrentar a realidade política e acabe optando por um candidato com a proximidade da votação. Embora o time de candidatos esteja longe do ideal, as opções não são de todas más. O fato que é não há outro caminho para recolocar o Brasil no eixo da normalidade democrática, a não ser através do voto.

O país vem sendo dividido por políticos há décadas, que recorrem aos tradicionais discursos de ódio para tentar angariar a simpatia de parte do eleitorado, apenas o suficiente que lhes garanta a possibilidade de assegurarem seus mandatos. Neste sentido, mesmo os candidatos que se notabilizaram através do radicalismo tendem a apaziguar seus discursos, visando ampliar suas margens de preferência. Ainda mais após terem tomado ciência de pesquisas que mostraram que mais da metade dos eleitores que declararam votos em um candidato declararam que podem mudar de opção nos próximos meses.

No campo das disputas, é provável que o indicado pelo ex-presidente Lula para concorrer na eleição presidencial em seu lugar consiga apresentar um bom desempenho nos próximos meses. Qualquer candidato que conseguir um bom desempenho no estado de São Paulo também deve se sobressair na disputa. Caso algum nome alcança a preferência de 25% ou 30% do eleitorado no maior colégio eleitoral do país, estará praticamente garantido no segundo turno das eleições presidenciais de outubro. 

Com Imprensa Viva Conteúdo

A Democracia deve prevalecer sempre. O povo, soberano, poderá escolher o novo presidente do Brasil em outubro


O Brasil passou por momentos difíceis nos últimos anos e sobreviveu, aos trancos e barrancos, à uma série de transformações. Foram anos de caos econômico, político e a crise de credibilidade afetou até mesmo o Judiciário. O país sofreu a pior retração do PIB dos últimos 120 anos, foi mergulhado na pior recessão de sua história, enquanto escândalos de corrupção que drenaram bilhões dos cofres públicos foram revelados pela Operação Lava Jato.

Na verdade, a insatisfação da população para com a classe política teve início em meados de junho de 2013, quando a sensação de que os governos do PT estavam cada vez mais mergulhados na corrupção se tornou latente na sociedade. Logo em seguida, surge a Operação Lava Jato, comprovando que o país havia sido dominado por organizações criminosas. Desde então, a confiança da sociedade na classe política e em setores do Judiciário vem sendo minada de forma preocupante, publica o site Imprensa Viva.

Segundo a publicação, há coisas que podem ser mudadas, como a escolha de novas lideranças. Outras não, como os donos de cargos vitalícios nos Tribunais, a direção de determinados meios de comunicação e as narrativas de parte da classe política. 

Apesar destes desafios, o Brasil precisa avançar. As eleições de outubro representam uma oportunidade para dar o primeiro passo. Os principais candidatos à Presidência, aos governos dos Estados e parlamentares já definiram suas vagas nos partidos que vão disputar as próximas eleições. Como contribuinte, o cidadão, que sustenta todas as instituições, possui total isonomia para escolher os governantes. Caberá a cada cidadão analisar o perfil dos candidatos e a sua vida pregressa. E então, escolher aquele que julgar o mais preparado para governar o Brasil.

Mesmo diante de suas deficiências, é preciso ouvir com atenção o que cada candidato tem a oferecer, quais são seus compromissos e credenciais para governar o país. A diversidade cultural e econômica do povo brasileiro deve se refletir nas diferentes opiniões e escolhas. O importante é a reflexão sobre o que pode ser o melhor para o país a partir de 2019 prevaleça. O voto do povo, numa Democracia, é soberano. 

Que vença o melhor para o país.  

HINO NACIONAL BRASILEIRO CANTADO E COM ORQUESTRA SINFÔNICA

HINO NACIONAL BRASILEIRO CANTADO E COM ORQUESTRA SINFÔNICA

Olavo de Carvalho sobre o Bolsonaro

23 postagens do filósofo e professor Olavo de Carvalho sobre o Jair Bolsonaro:
1- Objetivamente, o Jair Bolsonaro é o único político de direita que tem chance de eleger-se presidente em 2018. Boicotá-lo, sob qualquer pretexto que seja, não é ‘dividir’ a direita: é matá-la no berço.
2- Só pessoas totalmente lesadas das faculdades mentais não entendem que a segurança vem antes da economia. Isso inclui toda a classe política brasileira, com exceção do Bolsonaro. Eis por que vou votar nele e aos outros não darei sequer um minuto de atenção.
3- Mostrem-me UM político — de direita ou de esquerda — que em todas as cidades seja recebido com o entusiasmo e o carinho que cercam o Jair Bolsonaro, e admitirei que estou errado.
4- A recepção entusiástica dada ao deputado Jair Bolsonaro por onde quer que ele passe mostra que, se a presente geração tem uma missão histórica, é a de realizar, sem extinguir uma só instituição democrática, o que os militares de 1964, extinguindo várias, não fizeram: extirpar o comunismo da vida política nacional, integralmente e para sempre.
5- Podem dizer o que queiram do Bolsonaro, mas alguém duvida de que, para os trabalhadores, ele seria um presidente melhor do que FHC, Lula e Dilma?
6- Se o Olavo de Carvalho chegou, num certo momento, a condensar simbolicamente o espírito da revolta popular, é natural e compreensível que os interessados em abortar esta última e transformá-la em outra coisa se assanhem em destruir esse símbolo tanto quanto a encarnação propriamente política do movimento, isto é, a candidatura Jair Bolsonaro.
7- Até que o Deputado Bolsonaro tome a iniciativa de me decepcionar em alguma coisa, o que ele não fez e espero que não faça, continuarei a vê-lo como o ÚNICO líder popular que representa as aspirações dos memoráveis protestos de Março de 2015.
8- Nenhum problema dura para sempre, mas alguns duram mais que a gente. Se um lado está dispostos a votar, é o outro a matar ou morrer, adivinhem quem vence. Por isso, antes de votar no Bolsonaro, avalie o quanto está disposto a arriscar para mantê-lo no cargo.
9- Já avisei e repito: Declaro-me eleitor do Bolsonaro enquanto estiver seguro de que ele não tem rabo preso com nenhum esquema globalista. Se descobrir que tem algum, voto em branco.
10- Vou votar no Bolsonaro porque acho que essa é a minha obrigação, não porque acredite que isso vá mudar alguma coisa. Toda política eleitoral, nas presentes condições, segue o lema do Montherlant: “Service inutile.”
11- Nenhuma direita será possível no Brasil sem derrubar o mito da “luta contra a ditadura”. Antes bolsonarette do que arruinaldette.
12- Nunca fui cabo eleitoral do Bolsonaro, mas, depois da entrevista dele com o Marco Antonio Vil, aceito, a título de merecida reparação moral, até serviço de homem-sanduíche, espremido entre duas placas: VOTE EM BOLSONARO.
13- Mesmo considerando que o Bolsonaro é incomparavalmente mais culto do que o Lula (ninguém chega a capitão sem ter cursado escola militar), admitamos a premissa vulgar de que ele não tem cultura. Segue-se inevitavelmente a pergunta: Se a esquerda tem o direito de elegar um presidente inculto e ainda considerar isso um mérito, por que a direita não pode fazer o mesmo? Negá-lo é submeter-se à guerra assimétrica.
14- Desistam, fofoqueiros e intrigantes. Não só vou votar no Bolsonaro, como vou trazer para ele mais votos do que vocês, sem fazer um só minuto de propaganda e sem pedir nem aceitar nenhum carguinho em troca.
15- Quantas vezes preciso avisar que o meu voto vai para o Bolsonaro?
16- Aviso, para os devidos fins, que pretendo votar em Jair Bolsonaro para a Presidência da Pepública e acho que todos os brasileiros deveriam fazer o mesmo, mas isso não é motivo para eu adotar uma retórica de cabo eleitoral e, a pretexto de eleger um presidente, contribuir para estragar a língua portuguesa mais um pouco.
17- O que mais admiro no Bolsonaro é a humildade com que ele busca o aprendizado. Com um por cento disso o Lula não teria sido o bosta que foi.
18- “Unidade da direita” é apoiar o Jair Bolsonaro. O resto é carreirismo porco.
19- Repito: “Unidade da direita” é apoiar o Jair Bolsonaro. O resto é carreirismo porco.
20- O Bolsonaro é o único político brasileiro que não apenas não roubou nada, mas não tem sequer amigo ladrão.
21- Nossos liberais são tão idiotas que bastou o deputado Bolsonaro falar em “Estado cristão” — aliás num sentido vago e não como proposta política formal — para que alguns deles já saíssem gritando “Fascismo!”. Como se fosse concebível um Estado fascista que aceitasse uma autoridade acima dele próprio.
22- Pensem o que bem desejem do Jair Bolsonaro, mas contestem, se puderam, as seguintes afirmações;
1 – Ele é um dos RARÍSSIMOS políticos que jamais se envolveram em qualquer esquema de corrupção.
2 – Ele é o ÚNICO presidenciável que dá mais ênfase à segurança pública do que à economia, isto é, o único que tem senso das proporções no julgamento das urgências nacionais.
3 – Ele é o ÚNICO presidenciável que jamais cortejou a elite esquerdista hegemônica, muito menos a mídia.
4 – Ele é o ÚNICO presidenciável que não modera o seu discurso pelos cânones da etiqueta esquerdista.
Provem que algum outro candidato tem essas qualidades, e talvez eu o considere um concorrente à altura do Bolsonaro.

23- Perguntam-me o que penso do deputado Jair Bolsonaro.
Quando eu era pequeno, meu pai fazia comigo a seguinte gozação:
— Pai, em quem você vai votar para presidente?
— Adhemar de Barros.
— E para governador?
— Adhemar de Barros.
— E para deputado?
— Adhemar de Barros.
E assim por diante.
Pois eu, sem gozação nenhuma, digo que votaria em Jair Bolsonaro para todos os cargos. Há muitos homens valentes neste país, mas ele é o mais valente de todos. Posso discordar dele num ou noutro ponto, mas tenho a certeza de que é um homem honrado e nunca decepcionará seus eleitores.

coletânea por Pedro Henrique Medeiros

URGENTE: JANAINA DIZ QUE NÃO SERÁ VICE DE BOLSONARO

Janaina Paschoal foi ao Twitter anunciar que não será vice de Jair Bolsonaro.

“Conversei com o Dep. Bolsonaro e com o Pres. do PSL, Dr. Gustavo Bebianno, e cheguei à conclusão de que, neste momento, não tenho como concorrer à Vice-Presidência. Por questões familiares, por ora, eu não posso me mudar para Brasília. A minha família não me acompanharia.”

2) Eu tentei todas as composições possíveis. Peço desculpas ao Brasil e prometo, esteja onde estiver, com ou sem cargo, continuar lutando por um país livre. Acima de tudo, um país de mentes livres. Essa tem sido minha luta, desde que nasci. Acho até que nasci para isso!

Janaina também elogiou o candidato do PSL:

“Sou testemunha de que Bolsonaro não é machista. Ele me tratou de igual para igual, desde o primeiro momento. Sou testemunha de que ele não é autoritário, cedeu em muitos pontos. Todos puderam constatar a sua tolerância com os meus posicionamentos.”

O príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança deverá ser o candidato a vice na chapa de Bolsonaro.


O crescimento do patrimônio da família Temer

Reportagem de Allan de Abreu na revista Piauí deste mês mostra que o patrimônio imobiliário da família de Michel Temer –o presidente, suas três filhas, Marcela e o filho caçula– vale pelo menos R$ 33 milhões.

Os imóveis estão em bairros paulistanos de alto padrão, como Alto de Pinheiros, Itaim Bibi e Vila Olímpia. “Quase tudo foi adquirido nas últimas duas décadas, período que coincide com a ascensão política do patriarca”, escreve a revista.

Desde 1998, o patrimônio imobiliário da família de Temer aumentou quase cinco vezes, de R$ 6,8 milhões, corrigidos pela inflação, para os atuais R$ 33 milhões.

O patrimônio declarado do presidente, no entanto, diminuiu de 1999 para cá.

O Antagonista conteúdo

Lava Jato denuncia Paulo Vieira, secretário do Governo Temer e mais 31 por cartel no Rodoanel Sul

A força-tarefa da Operação Lava Jato, em São Paulo, denunciou nesta sexta-feira, 3, o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza e outros 32 investigados por cartel e fraude à licitação no Rodoanel Sul e sistema viário metropolitano da capital paulista. O cartel teria operado entre 2004 e 2015 (Governos Alckmin e Serra, do PSDB), segundo a Lava Jato em São Paulo.

Segundo o site Folha Política, os ex-governadores de São Paulo não são citados na denúncia, que relata crimes supostamente ocorridos durante o período em que ambos governaram o Estado. Por meio de sua assessoria, José Serra informou que não vai comentar o caso. A reportagem pediu manifestação de Geraldo Alckmin.

Além de Paulo Vieira de Souza, a denúncia do Ministério Público Federal aponta a participação de mais três agentes públicos: o atual Secretário de Aviação Civil do Ministério dos Transportes, Dario Rais Lopes, que, na época dos fatos denunciados, foi presidente da Dersa e secretário estadual de transportes; o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Mario Rodrigues Júnior, que foi diretor de engenharia na Dersa entre 2003 e 2007; e Marcelo Cardinale Branco, que ocupou a presidência da Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo (Emurb) e foi secretário municipal de Infraestrutura e Obras entre 2006 e 2010, diz a publicação.

Paulo Vieira de Souza foi preso duas vezes este ano. O ex-diretor ganhou liberdade após dois habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Lava Jato requereu que a denúncia seja distribuída por dependência à 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, pois o caso envolve o trecho sul do Rodoanel e a atuação de Paulo Vieira de Souza, réu em ação penal por desvio de R$ 7,7 milhões em recursos e imóveis destinados ao reassentamento de desalojados por obras viárias da Dersa na região metropolitana de São Paulo – o trecho sul do Rodoanel, o prolongamento da avenida Jacu Pêssego e a Nova Marginal Tietê.

O cartel foi delatado por oito executivos da construtora Odebrecht, que dele participava, por meio de dois acordos de leniência firmados com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2017 – um sobre o Rodoanel Sul e outro sobre o Sistema Viário Metropolitano. Os acordos foram firmados na sede do Ministério Público Federal em São Paulo, que, desde então, conduziu as investigações criminais relativas aos fatos narrados.

A Lava Jato afirma que o cartel era formado por construtoras com o aval de agentes públicos da Dersa (estadual) e Emurb (municipal) e na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras. Os procuradores afirmam que a atuação dos acusados, desde 2004, mediante ajuste prévio firmado entre as empresas e o poder público, ‘eliminou totalmente’ a concorrência nas obras do trecho sul do Rodoanel e em sete grandes obras do Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Metropolitano (avenidas Roberto Marinho, Chucri Zaidan, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Marginal Tietê e Jacu Pêssego e o córrego Ponte Baixa).

A Procuradoria usou ‘como elemento probatório um acordo de leniência feito pela construtora Carioca e homologado pela Justiça Federal em São Paulo’. Prestaram depoimento espontâneo dois executivos da Queiroz Galvão, que são denunciados como réus colaboradores e poderão ter o benefício da redução da pena em caso de condenação. No caso dos executivos que fizeram leniência, a legislação impede que sejam acusados formalmente.

Segundo a denúncia, o cartel teve seis fases distintas e começou a ser organizado em 2004 com a cessão de material sigiloso da Dersa à Andrade Gutierrez, seguida de uma reunião entre as ‘cinco líderes’ (Andrade Gutierrez, Camargo Correa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão) no antigo canteiro de obras da Camargo Correa onde hoje se encontra o Parque do Povo, na zona sul da Capital.

O trecho sul do Rodoanel contava com recursos da União e do Banco Interamericano de Desenvolvimento e teria a concorrência lançada no ano seguinte. Uma série de reuniões, em diferentes locais, passou a ser organizada entre as cinco grandes, ou G5, entre junho de 2004 e maio de 2005, para tratar do projeto, que seria dividido em cinco lotes.

Paralelamente às reuniões do G5, representantes da Dersa atendiam emissários de cada construtora separadamente. Uma dessas reuniões foi entre Mario Rodrigues Júnior e a Odebrecht. Mario posteriormente foi nomeado coordenador da comissão especial de licitação do Trecho Sul do Rodoanel. Numa reunião no primeiro semestre de 2005, em um hotel perto da sede da Dersa, o trabalho inicial do G5 foi apresentado ao executivo da estatal.

A partir da publicação do edital, os diretores do G5 passaram a identificar quais outras empresas do ramo teriam condições técnicas para se habilitar na licitação do Rodoanel. Nessa fase do cartel, entram CR Almeida, Constran, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e Serveng.

Para evitar que as empresas novas entrassem na disputa de fato e não respeitassem o que fora previamente combinado, cada uma das integrantes do G5 escolheu outra para compor consórcios que venceriam cada um dos lotes. Dessa maneira foram formadas as “duplas” entre AG e Galvão, Odebrecht e Constran (consórcio Arcosul), Queiroz Galvão e CR Almeida, Camargo Correa e Serveng e entre a OAS e a Mendes Júnior.

Entre junho de 2005 e abril de 2006, as dez empresas fizeram várias reuniões. O cartel evoluía com tal tranquilidade, que foi montado um escritório coletivo na sede da Serveng, onde um grupo de técnicos das 10 empresas estudavam conjuntamente o Rodoanel. O MPF juntou ao processo uma planilha de custeio do escritório, com os gastos de cada empresa para equipá-lo e mantê-lo em funcionamento.

Terceirização e acordo. A terceira fase do cartel começa em 26 de novembro de 2005, quando é publicado o edital de pré-qualificação do trecho sul do Rodoanel. Além das 10 construtoras conluiadas, divididas nas duplas mencionadas acima, foram habilitadas as construtoras Cetenco / Sobrenco, SA Paulista / Usiminas Mecânica, EIT / A Gaspar e a Construbase / Carioca.

Segundo a denúncia, “integrantes das dez empresas ajustadas temiam que o acerto de ratear os cinco lotes entre si não tivesse sucesso, caso as novas habilitadas não integrassem o conluio. Assim, decidiram oferecer benefícios diversos a elas”. A Odebrecht e a Constran, por exemplo, subcontrataram a Construbase e a Sobrenco no Lote 2, e a Odebrecht, com a OAS, entrou ao lado da Sobrenco no Lote 2 da ampliação da Marginal Tietê, obra do Sistema Viário Metropolitano.

Nesta fase, durante o primeiro semestre de 2006, segundo depoimento do réu colaborador Othon Zanoide Moraes Filho, ex-presidente da Queiroz Galvão, houve reuniões no gabinete da presidência da Dersa entre ele e Dario Rais, que queria saber se estava dando tudo certo. Segundo depoimento dos executivos da Carioca, a empresa foi a que mais resistiu ao acordo, pois seu presidente, Ricardo Pernambuco Júnior, não aceitava a posição de subcontratada.

A questão só foi resolvida em 11 de abril de 2006, véspera da apresentação das propostas comerciais (momento em que as empresas dizem quanto deverá custar a obra), quando Mario Rodrigues Júnior autorizou proposta do consórcio OAS/Mendes Júnior para a constituição de uma sociedade de propósito específico. Esta fórmula resolvia a questão imprescindível para a Carioca: o reconhecimento como construtora de grandes obras, o que permitiria à empresa disputar outros megaempreendimentos.

Como o cartel corria riscos, a Odebrecht chegou a elaborar uma planilha do “amor” (conluio completo com as dez construtoras do cartel, mais as demais habilitadas) e outra da “briga”, para o caso de haver disputa real nos preços entre as empresas conluiadas e as demais. Com “amor”, a obra saía bem mais cara. Cada lote foi avaliado pela Odebrecht com preços entre R$ 496 e R$ 567 milhões se houvesse sucesso no esquema. Em caso de “briga”, com concorrência parcial, as propostas oscilariam entre R$ 410 e R$ 518 milhões.

Em 27 de abril de 2006, o resultado da concorrência foi homologado com os consórcios previstos como vencedores e os preços quase idênticos aos que a Odebrecht previu na tabela do “amor”.

Sistema viário e renegociação. Com a assunção de um novo governo estadual, começa a quarta fase do cartel. Em janeiro de 2007, foi publicado decreto estadual determinando a renegociação de todos os contratos públicos até 31 de março daquele ano. Entra em cena Paulo Vieira de Souza, então diretor de relações institucionais da Dersa. Ele se reuniu com os cinco consórcios do Rodoanel Sul em hotéis próximos à empresa e informou que a companhia licitaria para o município de São Paulo várias obras do Sistema Viário, mediante convênio.

Segundo o depoimento de Zanoide, Paulo Vieira deixou claro que, se as empresas “não tivessem boa vontade na renegociação dos contratos, ele não teria boa vontade com as empresas no novo pacote de obras”. Foi assim que foi fechado o acordo para a redução dos valores dos lotes do trecho sul do Rodoanel.

Em 2007, Paulo Vieira assume a direção de engenharia da Dersa e passa a se reunir até o ano seguinte com as empresas, fazendo os ajustes necessários para que aquelas que atuavam no Rodoanel assumissem lotes de obras do sistema viário. Segundo delatores da Odebrecht, a empresa pediu para ficar com um lote da Roberto Marinho, e o diretor da Dersa teria dito: “O mercado é um problema. Eu o administro. Eu tomo conta do mercado”. Posteriormente, a Odebrecht recebeu um lote da avenida.

Com a Queiroz Galvão, segundo Zenoide, ocorreu algo semelhante, mas houve resistência de Paulo ao empreendimento escolhido – também a avenida Roberto Marinho. No fim, o diretor da Dersa atendeu a empresa, que ficou com um lote da via e outro da Sena Madureira.

A fase 5 do cartel, segundo a Procuradoria, consiste em reuniões iniciadas no primeiro semestre de 2008 para tratar da divisão das obras do Sistema Viário entre as grandes empreiteiras já participantes do Rodoanel, Paulo Vieira de Souza e Marcelo Cardinale Branco, da Emurb / Siurb. Paralelamente ao encaixe de novas construtoras, era necessário manter o cartel e dissimular a competitividade.

Nesta fase do cartel, entram para o clube as construtoras Contern, Cowan, Delta, Egesa e Encalso. As empresas destinatárias das obras ‘auxiliavam’ a Dersa na elaboração dos editais, como se verificou, por exemplo, na obra da Cruzeiro do Sul.

Anotações nas agendas do executivo Roberto Cumplido, da Odebrecht, mostram que, entre setembro de 2008 e janeiro de 2009, houve várias reuniões entre as empresas para tratar da divisão dos lotes da avenida Roberto Marinho. Os registros revelam cumplicidade. Havia datas de aniversário, por exemplo, dos executivos da Dersa. As ligações telefônicas entre os denunciados eram intensas.

Mesmo nas licitações do Sistema Viário feitas pela Emurb/Siurb, Paulo Vieira seguiu exercendo influência, como no episódio da troca de obra destinada à Carioca. A empresa seria a responsável pela Chucri Zaidan. Em 2009, Marcelo Cardinale Branco – segundo Ricardo Pernambuco, presidente da Carioca – pediu que a empresa assumisse a Cruzeiro do Sul, mas Ricardo alegou que sua empresa não tinha atestado para fazer um túnel previsto no local. O presidente da Emurb sugeriu que a Carioca se associasse à CR Almeida no trecho. Após consulta a Paulo Vieira, assim foi feito.

A partir de 2013, com a mudança na gestão municipal, as empresas passam a enfrentar dificuldades para obter os CEPACs, instrumentos necessários para o financiamento das obras. AG, Odebrecht, OAS, QG e Construbase se reuniram e contrataram a consultoria Haver para emitir tais documentos. Estas reuniões visando estudar como continuar com as obras prosseguiram até meados de 2015, quando a ordem de serviço para construir o túnel da avenida Roberto Marinho foi suspensa.

Fraudes no sistema viário. Além de crime de cartel, atribuído a todos os 32 denunciados, 25 dos demandados na denúncia são acusados pelo crime previsto no artigo 90 da lei de licitações: frustrar ou fraudar, mediante ajuste o caráter competitivo de licitação com o intuito de obter vantagem indevida.

Para o MPF, uma das principais provas das fraudes é a inabilitação de empresas de fora do cartel que tentaram concorrer nas obras do sistema viário e perderam reiteradamente os certames de que participaram. É o caso da Construtora Gomes Lourenço, que foi inabilitada em 10 lotes nos quais concorreu, e do consórcio CCI / Tejofran, inabilitado quatro vezes.

Quem são os denunciados
(Formação de Cartel: artigo 4º da lei 8137/90, incisos I e II, b)

Dario Rais Lopes (Dersa);
Mario Rodrigues Júnior (Dersa);
Antonio Carlos da Costa Almeida (Camargo Correa);
José Aldemário Pinheiro Filho (OAS);
Augusto Cesar Uzeda (OAS);
Cesar de Araújo Mata Pires Filho (OAS);
Luiz Roberto Terezo Menin (Constran) e
Vanderlei Di Natale (Construbase)

(Formação de Cartel: artigo 4º da lei 8137/90, incisos I e II, b; e fraude a licitação: artigo 90 da lei 8666/93, por cinco vezes)

Dario Rodrigues Leite Neto (Andrade Gutierrez);
João Carlos Magalhães Gomes (AG e Galvão Engenharia);
Jorge Arnaldo Curi Yazbek (Camargo Correa);
Raggi Badra Neto (CC);
Carlos Henrique Barbosa Lemos (OAS);
Carlos Alberto Mendes dos Santos (Queiroz Galvão);
Othon Zanoide de Moraes Filho (QG);
José Rubens Goulart Pereira (Galvão Engenharia);
Paulo Twiaschor (Serveng);
Genesio Schiavianato da Silva Júnior (Construbase);
Luiz Claudio Mahana (EIT);
Marcus Pinto Rôla (EIT);
José Leite Maranhão Neto (EIT / SA Paulista);
Paulo Vieira de Souza (Dersa);
Marcelo Cardinale Branco (Emurb / Siurb);
Andrigo Lobo Chiarotti (AG);
Augusto Cezar Souza do Amaral (CC/Galvão Engenharia);
Sérgio Fogal Mancinelli Júnior (OAS);
Francisco Germano Batista da Silva (OAS);
Eduardo Jacinto Mesquita (QG);
Luís Sérgio Nogueira (Constran);
Nicomedes de Oliveira Mafra Neto (CR Almeida);
Helvetio Pereira da Rocha Filho (Delta);
Alberto Bagdade (Encalso) e
Pedro Luiz Paulikevis dos Santos (Paulitec).

COM A PALAVRA, JOSÉ SERRA

Por meio de sua assessoria, José Serra informou que não vai comentar o caso.

COM A PALAVRA, GERALDO ALCKMIN

A reportagem pediu posicionamento de Geraldo Alckmin. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A DERSA

A DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A e o Governo do Estado de São Paulo são os grandes interessados acerca do andamento das investigações. Todas as obras realizadas pela Companhia foram licitadas obedecendo-se à legislação em vigor. Se houve conduta ilícita com prejuízo aos cofres públicos, o Estado irá cobrar as devidas responsabilidades, como já agiu em outras ocasiões. A Companhia reforça seu compromisso com a transparência e se mantém, como sempre o faz, à disposição dos órgãos de controle para colaborar com o avanço das investigações.

COM A PALAVRA, QUEIROZ GALVÃO

“Procurada, a Construtora Queiroz Galvão Brasil não comentou”

COM A PALAVRA, DARIO RAIS

“Aguardarei a notificação para ter conhecimento do teor da denúncia e prestarei os devidos esclarecimentos diretamente ao MPF”.

COM A PALAVRA, ODEBRECHT

“A Odebrecht continua cooperando com as autoridades e está focada na exercício de suas atividades e na conquista de novos projetos”.

COM A PALAVRA, A SERVENG

Nota à imprensa

A Serveng Civilsan S.A. nega que tenha cometido qualquer irregularidade e informa que respeita a legislação em vigor.

Assessoria de imprensa da Serveng Civilsan S.A.

COM A PALAVRA, OAS

A reportagem entrou em contato com a empreiteira. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, CR ALMEIDA

A reportagem entrou em contato. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, PAULITEC

A reportagem entrou em contato. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, ANDRADE GUTIERREZ

A AG nao irá comentar.

COM A PALAVRA, A PREFEITURA DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo está colaborando com as investigações.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO DANIEL BIALSKI, QUE DEFENDE MÁRIO RODRIGUES

A denúncia traz uma história amparada em ilações, mas, efetivamente sem qualquer comprovação. Meu cliente sequer foi ouvido nessa investigação, o q mostra parcialidade na apuração e não a busca da verdade. Na defesa preliminar iremos explorar essa e outras falhas, aguardando que não se instaure uma ação penal sem justa causa e sem amparo.

Chapa do PT: Manuela será vice e Haddad é o 'plano B', diz Reuters

A deputada estadual Manuela D'Avila será a candidata a vice-presidente na chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o plano B do partido para assumir a candidatura no caso da impugnação da candidatura do ex-presidente, disse à Reuters uma fonte que acompanha de perto as negociações.

Haddad viajou nesta sexta-feira (3) a Curitiba, com a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR) e o secretário de Finanças do PT, logo depois da reunião do Diretório Nacional, para conversar com Lula sobre o acordo, registra o site Folha Política..

Manuela foi apresentada como candidata à Presidência pelo PCdoB em convenção na última quarta-feira (1º), mas o partido tinha deixado em aberto a possibilidade de se aliar ao PT em uma frente de esquerda, desde que o PT cedesse a vaga de vice-presidente a Manuela.

De acordo com a fonte, Haddad ficará à disposição para assumir a vaga de candidato a presidente com a provável impugnação da candidatura de Lula que, condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, deve ser enquadrado na lei da Ficha Limpa.

Ex-diretor da Petrobras volta a dizer que Lula recebeu propina de estaleiros

O ex-diretor da Petrobras Renato Duque voltou a afirmar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu parte da propina paga pelos estaleiros contratados pela Sete Brasil para fornecer navios-sondas para a Petrobras. Interrogado nesta sexta-feira pelo juiz Sergio Moro, Duque disse que os valores a Lula seriam pagos pelos estaleiro Enseada Paraguaçu, que tinha como sócios Odebrecht, OAS e UTC, publica o site Folha Política.

Diz a publicação, — O estaleiro onde a Odebrecht era sócia ficaria com o Lula — afirmou Duque, referindo-se sobre quem pagaria a cada parte recebedora da propina.

Segundo ele, os pagamentos a José Dirceu seriam feitos pela Engevix, por meio do operador Milton Pascovitch, e as empreiteiras Queiroz Galvão e Camargo Côrrea, sócias no estaleiro Atlântico Sul, fariam o repasse para o PT.

Duque repetiu que a propina foi negociada com os estaleiros por Pedro Barusco, à semelhança do que ocorria na Petrobras, e que ouviu do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto que os dois terços da propina destinados ao partido seriam, na verdade, divididos entre Lula, o ex-ministro José Dirceu e a legenda.

A proposta, que inicialmente era dividir a propina metade para "Casa", que correspondia a funcionários da Sete Brasil e da Petrobras, e para o PT, acabou, segundo ele, modificada por ordem do ex-ministro Antonio Palocci. Palocci teria exigido dois terços para o PT e os pagamentos de propina, que correspondiam a 28 sondas, seriam divididos entre os estaleiros. A Lula, segundo ele, coube pagamentos referentes a seis sondas do Estaleiro Paraguaçu.

Quando a propina foi acertada, Duque já havia saído da Petrobras. Afirmou ter recebido porque parte do dinheiro destinado à "Casa" foi depositado, a pedido de Barusco, numa conta dele no Banco Cramer. Pelo empréstimo da conta ele ficaria com 10% do valor e Barusco com 90%. Outra parte do dinheiro da "Casa" iria direto para Barusco, Eduardo Costa Vaz Musa e João Carlos Medeiros Ferraz, que presidiu a Sete Brasil.

A conta foi aberta por Duque por sugestão do lobista Júlio Camargo. O executivo disse que a abertura foi feita pelo próprio dono do banco Cramer, na Suíça.

Duque já foi condenado pela Lava-Jato em sete ações penais e as penas, somadas, ultrapassam 76 anos de prisão. Ele ainda não conseguiu fechar acordo de delação premiada. No processo em que foi interrogado, é acusado de receber propina do estaleiro Jurong, representado por Guilherme Esteves de Jesus.

Embora tenha dito que dividiria o dinheiro recebido em sua conta na Suíça com Barusco, Duque disse que não chegou a fazer a transferência. A Moro ele disse ainda ter transferido US$ 1 milhão para Roberto Gonçalves, que foi gerente da Petrobras, apenas por "reconhecimento" de ele ter participado do processo de definição da compra de sondas, como era "institucionalizado" na estatal.

Em nota, a assessoria de Lula afirmou que "o ex-presidente teve todas as suas contas vasculhadas e jamais recebeu valores ilegais ou teve em Palocci seu representante para receber qualquer valor. Não vamos comentar declarações sem nenhuma provas de presos que buscam fechar acordos para obter benefícios judiciais."