Assim como um grupo de petistas ilustres vêm sendo blindados pelo Ministério Público Federal, o ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma, Guido Mantega, não foi denunciado nenhuma vez na Lava-Jato.
O petista, que deveria em tese zelar pelo dinheiro do brasileiro, confessou que manteve uma conta no exterior não declarada à Receita.
Mantega, um dos últimos integrantes da alta cúpula do PT que ainda está solto, foi apontado por vários delatores da Lava Jato como administrador de propinas de Lula e Dilma.
Diante da desconfortável sensação de impunidade, o juiz Sergio Moro resolveu 'provocar' alguma providência e pediu para que a defesa de Mantega preste informações sobre a tal conta mantida por ele no exterior.
A existência da conta, não declarada à Receita Federal, foi admitida pelos advogados de Guido no ano passado.
O petista já havia sido alvo de um mandado de prisão em 2016 dentro de um hospital, onde sua mulher, a psicanalista Eliane Berger, realizaria uma cirurgia. Por razões humanitárias, o próprio Moro revogou o pedido. Eliane morreu, vítima de câncer, em novembro do ano passado. Desde então, nenhuma providência foi tomada quanto ao ex-ministro petista.
Mantega é investigado pelo suposto recebimento de vantagens indevidas referentes à construção de duas plataformas da Petrobras após depoimento de Eike Batista. Eike afirmou que Mantega teria cobrado um pagamento de R$ 5 milhões ao PT.
Guido Mantega não foi denunciado nenhuma vez na Lava-Jato (é réu em uma ação na Operação Zelotes).
O ex-ministro Antonio Palocci é outro que apontou para a participação de Guido Mantega.
Em breve, Moro deve homologar o acordo de delação firmado por Palocci com a Polícia Federal.
No último dia 7, o juiz Sergio Moro intimou Mantega para esclarecer se, um ano depois, já obteve a documentação relativa à conta no exterior e do negócio que teria originado o aludido crédito, registra o site Imprensa Viva
O prazo final para que o ex-ministro apresente seus esclarecimentos termina no dia 4 de junho.