quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Quem aprova fundão de R$ 3,6 bi não tem moral para pedir economia de R$ 3 bi com voto impresso

Luciano Ayan, do site Ceticismo Político, aponta para o absurdo de se argumentar que não é possível implementar o voto impresso por falta de recursos quando a Câmara aprova um absurdo fundo de R$ 3,6 bilhões a serem dados aos partidos para financiar campanhas políticas. Ayan conclui: "Quem achou R$ 3,6 bilhões para tirar do povo e dar aos partidos agora vai ter que achar R$ 3 bilhões para implementar o voto impresso. Ou então significará que estão chamando o povo para a briga".

Leia abaixo a coluna completa: 

Não pegou nada bem perante o eleitor a aprovação do fundão partidário de R$ 3,6 bilhões, tirado do lombo do pagador de impostos. A medida é uma vergonha, pois os impostos dos cidadãos são utilizados para bancar campanhas políticas de candidatos que não foram escolhidos pelo eleitor. Uma violência.
A culpa disso tudo é da extrema esquerda, que fez de tudo para demonizar o financiamento empresarial privado de campanhas, que existe em todo o mundo civilizado. A jogada era óbvia: uma vez que o PT se tornou um partido leproso para os empresários, o ideal era tirar a possibilidade de que os demais partidos fossem financiados. Partidos como PMDB e PSDB caíram no truque, feito um bando de patinhos. Como sempre.
A conta era simples. Se não há o financiamento público de campanhas, os partidos teriam que recorrer as doações privadas, tanto de indivíduos como empresas. Mas a existência do fundão bancado com dinheiro público retira essa necessidade. A única medida aceitável era acabar com o fundo público de campanhas e forçar os partidos a aprovarem de volta o financiamento empresarial. Mas isto se tornará difícil enquanto o oportunismo, a frouxidão e a infantilidade política reinarem entre os adversários da extrema esquerda.
Ao mesmo passo, alguns espertalhões estão dizendo que “não  dá para gastar R$ 3 bilhões para implementar o voto impresso” em 2018. Como não?
A classe política já está mais suja que pau de galinheiro. Para piorar, sujeitos eleitos por urnas eletrônicas já são vistos com maior ceticismo. Muitos duvidam da idoneidade das urnas eletrônicas. Quanto custa ter legitimidade nas eleições? Isso só pode acontecer com o voto impresso.
Quem achou R$ 3,6 bilhões para tirar do povo e dar aos partidos agora vai ter que achar R$ 3 bilhões para implementar o voto impresso. Ou então significará que estão chamando o povo para a briga.

Para economizar,Temer vai acabar com o 'bolsa-presidiário'

Entre as propostas para reduzir o rombo nas contas públicas, a equipe do presidente Michel Temer pretende acabar com o auxílio-reclusão, conhecido como 'bolsa-presidiário'. 

Segundo o jornal O Globo, "será encaminhada ao Congresso proposta para acabar com o auxílio reclusão, pago a famílias de detentos (dando uma economia de R$ 600 milhões)". 

O auxílio-reclusão tem  intensa desaprovação da sociedade,  que há tempos pede sua extinção. 

Ministro do TCU diz que salários pagos pelo BNDES fazem 'corar qualquer pessoa de bom senso

O Tribunal de Contas da União (TCU) começou a fazer uma varredura nos salários e benefícios de remuneração pagos pelas estatais federais. O objetivo é identificar exageros da gestão pública e possíveis irregularidades na concessão de benefícios.

A auditoria foi aprovada pelo plenário da corte de contas no dia 14 de junho e está sendo conduzida pelo ministro relator Walton Alencar Rodrigues. Em sua justificativa para realizar o trabalho, Walton citou o exemplo do BNDES, banco estatal que, segundo o ministro, chegou a transferir “centenas de milhões de reais da atividade fim da instituição para seu fundo de pensão, de forma absolutamente criminosa, inconstitucional e ilegal”.

“Cito especificamente o BNDES, cujos 5 mil  empregados, sobre receberem 16 salários por ano, fazem-no em valores que fariam corar qualquer pessoa dotada de bom senso. Afinal, não dependem do Tesouro, mas a União é a maior acionista”, afirmou Walton, em comunicado que oficializou o início da auditoria. 

“Em última análise, é dinheiro público que custeia os altíssimos salários. E indago com que moral ou fundamento pode um bancário da estrutura ordinária de uma empresa estatal ganhar mais do que um ministro do STF, digo, várias vezes o subsídio de um ministro do STF, ou plúrimas vezes o que ganha o seu congênere na iniciativa privada.”

Segundo o ministro, todos os dados relacionados aos salários pagos pelas estatais no Brasil “constituem segredo guardado a sete chaves” e que, quando tornados públicos, passam a ser “motivo de escândalo”. 

“Veja que não estou a tratar do quadro de dirigentes, mas do empregado normal, integrante da estrutura de pessoal da estatal. Para mim, a violação do princípio da moralidade é evidente e patente”, declarou Walton, na ocasião.

Presidente do Conselho de Ética do Senado abre processo contra Lindbergh

Dois dias depois do plenário do Conselho de Ética do Senado arquivar o pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra as senadoras que ocuparam a Mesa do Senado, o presidente do órgão, senador João Alberto de Souza (PMDB-MA), acolheu nesta quinta-feira um outro pedido de abertura de processo disciplinar, desta vez contra o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). 

O senador José Medeiros (PSD-MT) é o autor da ação contra o senador petista e também da ação contra as senadoras que ocuparam a Mesa.

Na última terça-feira João Alberto foi acuado por Lindbergh que partiu para cima dele, aos gritos e bradando a mão na direção do seu rosto, impedindo que prosseguisse a sessão de julgamento da ação de autoria do senador José Medeiros (PSD-MT), contra as senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Regina Sousa (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) e Ângela Portela (PDT-RR).

Marta comemorou em festa com Joesley idade que a livrou da Lava Jato

"Após errar tanto, finalmente me sinto feliz", dizia Marta Suplicy, então no PT, em 21 de março de 2015. Naquela noite, usando vestido de um ombro só, branco, com bordados no colo e na manga, a senadora brindava seus 70 anos em festança no Jardim América, em São Paulo, e preparava sua troca de partido.

Mais de dois anos depois de ter distribuído convites cor-de-rosa para o evento, ela se livrou graças à idade, ao menos por enquanto, da Operação Lava Jato. Na segunda-feira (7), um pedido de inquérito contra a peemedebista foi arquivado pelo STF porque Marta já passou dos 70. Com isso, não caberia punição, caso a investigação seguisse.

O prazo de prescrição de um crime é reduzido pela metade quando a pessoa chega a essa faixa etária. Além de Marta, 72, os deputados Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), 74, e Roberto Freire (PPS-SP), 75, foram beneficiados pelo arquivamento. Todos são citados na delação da Odebrecht, suspeitos de receber caixa dois em campanhas.

Na "soirée" (noitada, em francês) chique, como a revista "Caras" chamou o evento de 2015, Marta andava com a cabeça na eleição. Àquela altura se acreditava que a aniversariante iria para o PSB. Seis meses depois, ela se filiaria ao PMDB, sigla pela qual viria a disputar em 2016 a Prefeitura de São Paulo —e perder para o tucano João Doria.

A Odebrecht afirmou na delação que fez doações ilegais às campanhas dela em 2008 (para prefeita) e em 2010 (para o Senado). Marta sempre negou. Nesta quarta-feira (9), disse à Folha que não comentaria o arquivamento.

"No belo salão de festas do prédio em que mora com o marido, Márcio Toledo", conforme a descrição do site "Glamurama", ela recebeu convivas como Joesley Batista e Ticiana Villas Boas. Marta tinha ido ao casamento deles.

Hoje em dia, o dono da JBS pode se tornar o responsável por nova investida da Lava Jato contra a amiga de outrora. Joesley contou em delação ter pago mesada de R$ 200 mil a ela por 15 meses e dado R$ 1 milhão para a campanha ao Senado em 2014. Ela diz que só recebeu doações legais.

LULA E DILMA

A então petista —que circulou entre os 300 convidados com o vestido assinado pelo estilista Samuel Cirnansck "e sem descer do salto agulha Louboutin altíssimo", segundo reportagem da Folha — só recebeu um então colega de sigla: Delcídio do Amaral (MS), que teve o mandato de senador cassado em 2016.

Nem Dilma, na época já com a crise política em seu calcanhar, nem Lula (a quem a senadora já tinha informado que "iria buscar seu caminho") compareceram.

Mas a presença da classe política foi garantida por amigos como o então vice-presidente Temer (com a mulher, Marcela), o vice-governador paulista, Márcio França (PSB-SP), e o ex-presidente Sarney. Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, também deu parabéns a Marta. 

Ao dizer que só vai se filiar ao PEN com uma condição, Bolsonaro surpreende

Partido questiona entendimento de que condenados em 2ª instância podem ser presos; presidenciável diz que adiar para instância seguinte afeta a Lava Jato.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) surpreendeu durante uma entrevista coletiva, realizada na tarde desta quinta-feira, que selaria sua filiação ao PEN (Partido Ecológico Nacional), que mais tarde passará a se chamar Patriotas, partido pelo qual provavelmente irá disputar a Presidência da República na eleição de 2018: apesar de prosseguir com o “namoro”, disse que apenas firmará a aliança quando a legenda desistir de uma ação movida no Supremo Tribunal Federal (STF).

O PEN e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, contestam uma interpretação da Corte de que réus podem ser presos a partir da segunda instância – eles defendem na ação que o réu só possa ser preso quando não couber mais recurso em nenhum tribunal. Kakay é conhecido por representar diversos políticos em ações criminais. 
“Hoje ainda não será o casamento e nem será marcada a data deste casamento. Nós ainda dependemos de alguma coisa. O que está em jogo talvez seja o futuro do Brasil. Não tenho obsessão por mandatos. Perco a eleição, mas não perco o caráter, não perco as calças”, afirmou. “Vivemos no país da corrupção. Não estou no meio de santos, mas também não farei conchavo com o diabo”, afirmou Bolsonaro.
O argumento de Bolsonaro é que a medida enterraria a Operação Lava Jato. “Este pessoal que está cumprindo pena por decisão do tribunal do Rio Grande do Sul [Tribunal Regional Federal 4 – TRF4] seria posto em liberdade via recurso. No mínimo, seriam mais cinco anos até um julgamento no STJ [Superior Tribunal de Justiça, instância seguinte]. Até lá teríamos uma nova eleição pela frente”, disse. “A gente não pode  entrar numa eleição sendo o candidato cujo partido enterrou a Lava Jato”, disse. Ele lembrou que Kakay foi advogado do ex-ministro José Dirceu (PT), condenado na operação.
O presidente do PEN, Adilson Barroso, argumentou que entrou com a ação pensando no “cidadão comum”, “menos favorecido”, que acaba preso antes de chegar ao seu último recurso. “Lutei pela Justiça, mas estou pronto para tirar a ação se realmente os advogados do presidente [Bolsonaro] chegarem a essa conclusão”, afirmou Barroso.
conteúdo Veja

Advogados de Lula passam vexame e perdem mais uma para Moro

Na medida em que impetram recursos e sofrem derrotas, os advogados de Lula vão se enfraquecendo cada vez mais e perdendo toda a credibilidade.
Incompreensível como os causídicos não percebem. A situação piora quando o recurso é inapropriado para o caso.

Poucos dias atrás, quando Cristiano Zanin percorreu um tribunal em Brasília, ele próprio ficou incomodado. 

Risadinhas generalizadas acompanharam a sua caminhada. O advogado visivelmente foi motivo de chacota. Um funcionário teria disparado: ‘mais um recurso do engomadinho’.

Nesta quarta-feira (9) um novo pedido de Lula foi negado. Um Habeas Corpus. Mais um.
O ex-presidente pretendia que fosse declarada a suspeição do juiz Moro, por sua postura durante audiência de instrução em uma das ações penais da Lava Jato.

Os advogados do ex-presidente Lula afirmaram que Sérgio Moro teria permitido ofensas de uma testemunha a Lula; feito provocações e debochado da defesa após o fim do depoimento, quando o equipamento de filmagem já estava desligado; e proibido ilegalmente a gravação de audiências sem sua prévia autorização.

O ministro foi taxativo, negou e ainda deu um ‘puxão de orelha’ na defesa, que, segundo ele, utilizou o recurso errado para situações desse tipo, ponderando que existe meio apropriado para corrigir eventuais equívocos processuais.

Em suma, o Habeas Corpus não é o meio apropriado.
Um erro infantil, que qualquer estagiário de direito poderia detectar.

Convém que Zanin e Teixeira em suas próximas investidas, consultem os estagiários de seu escritório.

Amanda Acosta
jornaldacidadeonline

Temer iguala-se a Lula

No editorial intitulado "Destempero", a Folha vai ao ponto sobre o pedido de suspeição de Rodrigo Janot, não importam os erros da sua conduta na PGR:"Talvez estimulada por esse clima, em que a caça às bruxas parece agora se dar com papéis invertidos, a defesa do presidente Temer toma a iniciativa de pedir a suspeição de Janot ao Supremo Tribunal Federal, por alegada 'obsessiva conduta persecutória'.
Impressiona que os protagonistas dessa ofensiva não se tenham dado conta de que com isso reproduziam —o que no mínimo constitui equívoco sob o prisma político— as ineficazes providências intentadas contra o juiz Sergio Moro pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva .
Enquanto isso, noticiam-se encontros entre Temer e Gilmar Mendes, ou entre o presidente da República e a futura procuradora-geral, Raquel Dodge. A discrição de tais conversas se alia aos excessos públicos para produzir um mesmo efeito: o sentimento de que, mais uma vez, pretende-se "estancar a sangria" iniciada com a Lava Jato."

Odebrecht acusada de falsificação

O Painel noticia que o advogado Rodrigo Tacla Durán, que trabalhava para o departamento de propina da Odebrecht e fugiu para a Espanha, acusa a empreiteira de "ter apresentado à Lava Jato extratos falsificados de um banco que ela comprou em Antígua, no Caribe, como provas de repasses de propinas."
Trata-se do Meinl Bank que era um banco de fachada usado pela Odebrecht apenas para repassar propina, segundo o próprio Tacla Durán.

PEDIDO DE LULA PARA AFASTAR MORO É REJEITADO PELO STJ

O STJ rejeitou o pedido de Lula para afastar Sergio Moro de seus processos, declarando-o suspeito.
O ministro Felix Fischer concordou com a decisão do TRF-4.
O Globo informa que o ministro rejeitou também a tese de que Sergio Moro não poderia processar Lula por crimes cometidos durante o seu mandato.

Entenda a maracutaia do “distritão” (e o risco que corremos)

A discussão e o esclarecimento tornam-se importantíssimos. Sobretudo,  porque o “distritão” não é o mesmo que “ voto distrital”, como os políticos querem nos fazer pensar.
Entenda a maracutaia do “distritão” (e o risco que corremos)
Por Elisa Robson*
Devo colocá-lo de sobreaviso.  Tudo o que o os políticos fazem, falam ou decidem deve ser foco de nossa constante atenção. Porém, uma, duas ou três pessoas apenas não dão conta de vigiar os passos deles. Por isso, a população precisa estar unida, com uns ajudando os outros na disseminação de informações, como se fôssemos um avançado observatório astronômico.
Você sabe para que serve um observatório astronômico?  Esse dispositivo é fundamental para estudar os corpos celestes na escuridão do universo. Os pesquisadores usam um observatório astronômico para olhar além das nuvens.
Quando falamos de política, deveríamos ter a mesma intenção que os pesquisadores. Olhar além do que está obviamente diante de nossos olhos.
No momento em que escrevo este artigo, a comissão da Câmara que analisa a reforma política acaba de aprovar uma emenda que estabelece o chamado “distritão” para a escolha de deputados federais, deputados estaduais e vereadores. A comissão ainda não terminou de analisar essa proposta, que passará também pelo plenário da Câmara (votação em dois turnos) e pelo Senado.
Por isso, a discussão e o esclarecimento tornam-se importantíssimos. Sobretudo,  porque o “distritão”  não é o mesmo que “ voto distrital”, como os políticos querem nos fazer pensar.
O sistema proposto pelo “distritão” é, a princípio, simples: seriam eleitos os deputados mais votados em cada Estado. E seria diferente da proposta atual porque, hoje, para ser eleito, o candidato depende não apenas dos votos que recebe, mas também dos votos recebidos pelo partido ou coligação.
Portanto, em sua defesa, o “distritão” tem os fatos de que:
  1. O modelo acaba com os “puxadores de votos”, candidatos bem votados que garantem vagas para outros integrantes da coligação.
  2. O foco das campanhas tende a passar para os candidatos, fazendo com que os programas dos partidos e das coligações percam espaço.
Por outro lado, os efeitos desse tipo de voto certamente são mais complexos. E, neste exato momento de turbulência pelo qual passa nosso país, a escolha deste modelo traria muitos riscos:
  1. Candidatos com mais recursos serão os beneficiados com o fato das candidaturas serem personalizadas.
  2. As chances reais podem ser de apenas os candidatos mais conhecidos, como celebridades ou políticos que tentarem a reeleição, conseguirem se eleger.
  3. Este cenário tornará muito difícil a renovação casas legislativas.
  4. Ficará quase impossível o surgimento de novos nomes na política também porque coligações e partidos deixariam de levar para as casas legislativas candidatos com votações menos expressivas.
 Uma das consequências é a de que enfraquecerá a ideia de uma campanha séria, pois os partidos serão incentivados a apresentar candidatos com forte apelo individual e posições extremas e capacidade de arrecadar fundos. É bem possível que haja uma queda na qualidade do debate eleitoral.
É por isso que o modelo “distritão” não é adotado por nenhuma democracia consolidada. Ele vigora atualmente apenas no Afeganistão, na Jordânia e em alguns pequenos países insulares.
“voto distrital”, por sua vez, é outro modelo diferente, adotado em países como Reino Unido. Neste caso, o país é dividido em pequenos distritos, e cada um deles elege um representante ao Parlamento. Os partidos postulam um candidato por distrito e somente o vencedor da eleição conquista a cadeira.
Por fim, além destes dois modelos, há um terceiro: o “voto distrital misto”, que é o mais defendido pelos especialistas e de inspiração alemã.  Neste, metade da Casa é eleita pelo voto distrital – em que vence o candidato mais votado em cada região – e a outra metade é escolhida proporcionalmente pelo voto no partido.
Portanto, assim como os astrônomos buscam entender o mistério escuro do universo e encontram muitas respostas por meio da observação cuidadosa, deveríamos fazer o mesmo com os políticos e as ideias que eles lançam para a opinião pública.
Ou corremos o risco de enxergar apenas as nuvens e não entender como todo o universo político influencia diretamente nossas vidas.
*Elisa Robson é jornalista e editora da página República de Curitiba BR

Juntos contra o 'distritão': partidos da base e da oposição

Partidos da base e da oposição se uniram, nesta quarta-feira (9), contra o distritão para a eleição de deputados federais, estaduais e vereadores. PHS, PRB, PR, PT, Psol e PCdoB lançaram uma "frente ampla" contra a aprovação do modelo no âmbito da reforma política que é discutida por uma comissão especial da Câmara dos Deputados.

"Apenas quatro países no mundo adotam esse modelo. O mais famoso deles é a Jordânia. Não queremos trazer esse modelo para o Brasil", disse o deputado Marcelo Aro (PHS-MG). "O Japão adotou esse modelo e voltou atrás porque foi o tempo de maior corrupção no país", disse.

PHS, PRB e PR indicaram representantes para se manifestarem pelo partido. O grupo criticou os comentários de que há "um consenso" sobre o modelo.

PRB e PR se beneficiaram das regras do atual sistema, a lista proporcional aberta, com a eleição de "puxadores de votos" como Celso Russomanno (PRB-SP) e Tiririca (PR-SP), que, com mais de um milhão de votos cada, ajudaram a eleger uma bancada maior na Câmara dos Deputados. O PRB teve deputados eleitos até com 22 mil votos.

TRF4 mantém prisão de Vaccari ao negar novo pedido de habeas corpus

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou o pedido de soltura do ex-tesoureiro do PT, Vaccari Neto. Os três desembargadores que compõem a 8ª Turma do Tribunal votaram a favor da continuidade da prisão preventiva.

Vaccari cumpre pena em Curitiba desde 2015, quando foi condenado a 15 anos e 4 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além dessa, outras quatro condenações pesam contra ele, todas decorrentes da Operação Lava Jato.
A 8ª Turma resolveu não estender a absolvição dada ao ex-tesoureiro no primeiro processo e, por isso, deve continuar cumprindo a pena. “No segundo processo, me parece que os pressupostos fáticos são diversos, por isso não é possível estender a absolvição daquele outro processo para este”, afirmou o desembargador Gebran Neto.

O advogado de defesa, Luiz Flávio Borges D’Urso, pediu imediata soltura do cliente alegando que o mesmo “não oferece risco à ordem pública”. Segundo ele “o paciente sofre, tem idade e não viu seus dois netos nascerem pelo fato de estar preso pelo longo prazo de 2 anos e 4 meses”.

Contra o ex-tesoureiro Vaccari ainda pesam as penas de 9 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; 6 anos e 8 meses por corrupção passiva; 10 anos por corrupção passiva; e 6 anos por corrupção passiva.

Gilmar Mendes fala de central ilegal de escutas da PGR

Em sessão desta terça (8) no STF, o ministro Gilmar Mendes levantou suspeitas sobre a existência de uma central ilegal de escutas que estaria a serviço da PGR.

O ministro chegou a falar no nome de Wilton Queiroz, um ex-delegado que hoje seria promotor e comandaria essa central, localizada no Lago Paranoá.

Há algumas semanas, o Radar publicou a história de que Mendes comunicou ao Ministério Público do Distrito Federal a existência dessa central e que sua mulher, Guiomar Mendes, teria sido gravada ilegalmente.

Ligação de Lula com diretor da Petrobrás por propinas ao PP é relatada por Pedro Corrêa

O ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP) revelou, em delação premiada, homologada pelo relator da Lava Jato, Edson Fachin, pelo menos duas tratativas com o ex-presidente Lula da Silva sobre propinas para o Partido Progressista, ao qual foi filiado à época em que exercia cargo no Congresso. Em uma delas, o petista teria ligado para o ex-diretor de abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, para conferir se as propinas ao Partido Progressista estariam sendo pagas ‘direitinho’ aos políticos da legenda.

A homologação põe fim a um longo processo de negociação. A delação de Corrêa foi assinada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em março de 2016. Em setembro, o então relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki, havia pedido novas diligências e cobrou uma redução na quantidade de assuntos tratados no acordo, em especial, os anexos com revelações genéricas, sem apontamento de fato específico, e o robustecimento de provas apresentadas. Só depois, o termo deveria ser reapresentado para análise de homologação, agora realizada pelo relator Edson Fachin.

Em sua delação premiada, Pedro Corrêa revelou pelo menos duas tratativas com o ex-presidente Lula da Silva (PT) sobre propinas para o Partido Progressista, ao qual foi filiado à época em que exercia cargos no Congresso. Em uma delas, o petista teria ligado para o ex-diretor de abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, para conferir se as propinas ao Partido Progressista estariam sendo pagas “direitinho” aos políticos da legenda.

DEPOIMENTO. O ex-parlamentar, condenado a 20 anos e 7 meses de prisão, na Operação Lava Jato, já havia prestado um depoimento antes de ter sua delação homologada como testemunha de acusação de Lula no processo envolvendo propinas da Odebrecht ao petista, entre elas, a compra do terreno onde supostamente seria sediado o Instituto Lula.

Naquele depoimento, prestado em junho à Justiça Federal do Paraná, o parlamentar cassado no mensalão e condenado na Lava jato afirmou ao magistrado que não é ‘um desconhecido” de Lula, assim ‘como ele afirmou’, em depoimento no processo sobre o triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, no qual o petista foi sentenciado a 9 anos e 6 meses de prisão por Moro. Ele ainda exibiu fotos em eventos ao lado do ex-presidente e de seus ministros.

O Estado apurou, que em delação premiada, Pedro Corrêa afirmou que, logo após a primeira eleição de Lula, em 2002, teria pedido para que seu partido ocupasse os ministérios para que pudessem tocar obras que seriam executadas pelas empreiteiras que, depois, teriam integrado o cartel que assolou a Petrobrás.

Segundo o ex-parlamentar, em delação, Lula teria negado, em troca, ofereceu ao partido vantagens indevidas oriundas da Petrobrás.

Em um período posterior, em que já haveria um esquema de corrupção instaurado na estatal e também um suposto acordo para que o Partido Progressista tivesse uma porcentagem de participação nas propinas, o deputado diz ter procurado o ex-presidente para reclamar de que o então diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, não estaria cumprindo com sua parte de abastecer os políticos da legenda.

Segundo Pedro Corrêa, Lula teria ligado para o então executivo da estatal e retornado com a seguinte resposta: ‘Falei com o Paulinho e ele me disse que está atendendo tudo certinho’.

Durante o depoimento que já prestou a Moro, antes da homologação de sua delação, Pedro Corrêa ainda disse “confirmar” que o Partido Progressista negociou junto ao governo Lula a nomeação de Paulo Roberto Costa à Diretoria de Abastecimento da Petrobrás.

Na ação em que foi condenado na Lava Jato, Pedro Corrêa é apontado como o articulador para a nomeação de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás – foco de corrupção e propinas na estatal petrolífera entre 2004 e 2014.

Segundo a sentença de Moro, ele continuou recebendo propinas mesmo após ter sido condenado no processo do mensalão, até outubro de 2012.

O parlamentar também é alvo da primeira ação de improbidade movida contra um partido, no caso, o PP, pela força-tarefa da Lava Jato. Além dele, outros 9 políticos e assessores são acusados neste processo. A força-tarefa cobra o ressarcimento de R$ 2,3 bilhões dos supostos envolvidos.

COM A PALAVRA, LULA

As referências do ex-deputado Pedro Correa ao ex-Presidente Lula são mentirosas e devem ser compreendidas em um contexto em que os delatores estão sendo obrigados a falar algo sobre o ex-Presidente para poder deixar a prisão ou receber outros benefícios da Força Tarefa da Lava Jato.
Paulo Roberto Costa já prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro em 23/11/2016 e afirmou, sob o compromisso de dizer a verdade: “nunca tive intimidade com o presidente da república, o presidente Lula”; “eu nunca tive nenhuma reunião só eu e o presidente Lula”; e, ainda, “eu não tinha intimidade com o presidente Lula”.
Pedro Correa também já prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro na mesma data e reconheceu que foi chamado pelos Procuradores da Lava Jato para “refazer alguns anexos” para permitir que fosse formulada uma acusação sem provas contra Lula.

Cristiano Zanin Martins

Relatório da PF mostra o caminho do dinheiro até Gleisi Hoffmann

A Polícia Federal revelou o caminho do pagamento de caixa dois para a campanha de Gleisi Hoffmann (PT) ao governo do Paraná em 2014.
O principal responsável por entregas em espécies do departamento de propina da Odebrecht, Álvaro Novis, foi quem organizou os repasses para a senadora e presidente do PT.



Naquele ano, foram pelo menos dois pagamentos de R$ 500 mil, segundo a PF.

No sistema interno da empreiteira, Novis aparecia como "Paulistinha" para entregas em São Paulo e "Carioquinha" para aquelas feitas no Rio de Janeiro.
Ele é primo do ex-presidente do grupo Pedro Novis, um dos 77 delatores da Odebrecht.

"Paulistinha" foi ouvido pelos investigadores e explicou como funcionava o esquema de distribuição do dinheiro vivo.

É a primeira vez que um depoimento dele aparece em um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal).

As informações constam em relatório da PF que concluiu que houve crime praticado pela senadora, ao qual a Folha teve acesso –o documento está em sigilo.

TRANSPORTADORA

O operador se identificou aos delegados como o principal entregador. Disse que usava uma transportadora de São Paulo para fazer as entregas no Estado e que começou a trabalhar para a empreiteira em 2007.

A revelação é inédita em esquemas fora do Rio, já que ele é um dos delatores do caso que envolve o ex-governador Sérgio Cabral, preso em novembro de 2016.

À PF, disse que era abastecido pelos doleiros Rodrigo Tacla Duran, Vinicius Claret, conhecido como Juca Bala, Adir e Samir Assad.

"Paulistinha" apresentou no meio da investigação uma planilha mostrando o codinome de Gleisi vinculado a pagamentos.

Outros três funcionários de Novis também prestaram depoimentos. Um deles, Geraldo Pereira Oliveira, é apontado no relatório da PF como o autor das entregas no caso da senadora.

Aos investigadores, ele disse se lembrar de ter ido ao escritório de uma empresa ligada à petista, a agência de propaganda Sotaque.

A PF conseguiu os registros de entrada e saída do edifício, comprovando que ele esteve no local ao menos três vezes, em datas próximas às que constam em planilhas.

O inquérito começou após a 23ª fase da Lava Jato, batizada de Acarajé, em que foram apreendidas com a ex-secretária do departamento de propina Maria Lucia Tavares uma série de registros internos de repasses ilícitos.

Álvaro Novis está em prisão domiciliar, no Rio.

OUTRO LADO

As defesas de Rodrigo Tacla Duran e dos irmãos Amir e Adir Assad não quiseram comentar.

As defesas de Gleisi Hoffmann e de Vinicius Claret não foram localizadas.