segunda-feira, 4 de junho de 2018

As consequências jurídicas dos 21 (?) livros lidos pelo presidiário Lula

O problema dessa mentirinha besta, de que Lula já teria lido 21 livros em 57 dias (aproximadamente um livro a cada 3 dias, uma média maior que a de um aluno de doutorado com dedicação integral, para um sujeito que em 2004, já presidente, declarou que nunca havia lido um livro inteiro na vida) é que é uma mentira com consequências jurídicas.
A remição (pagamento) da pena pela leitura está prevista na legislação brasileira. Segundo a Recomendação n. 44 do CNJ, cada preso tem de 22 a 30 dias para leitura de determinada obra, devendo ao final apresentar uma resenha que será avaliada por uma comissão. Cada obra possibilita a remição de 4 dias de pena, com o limite de 12 obras por ano, ou seja, no máximo 48 dias de remição por leitura a cada período de 12 meses.
Os 21 livros de Lula até aqui, assim (presumindo-se que ele elaborou as resenhas, já que não haveria porque não fazê-lo), já teriam lhe garantido os 48 dias de perdão a que teria direito em seu primeiro ano na cadeia. A se manter o atual ritmo, Lula cumpriria 576 dias a menos de sua pena de 4.410 dias. Isso tudo teria que ser levado à juíza da 12ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela execução da pena de Lula, para homologação.
Só que até agora não chegou petição alguma nesse sentido às mãos da juíza Carolina Moura Lebbos.
O PT segue firme em seu processo de transformação numa seita hermética repleta de mitos que só seus acólitos acreditam, mas que é motivo de chacota para o resto do mundo. Tipo uma Cientologia piorada.
texto de Rafael Rosset, advogado.
(com Jornal da Cidade Online conteúdo)

A delação que introduziu a comunista Manuela na Lava Jato

Manuela D’Ávila é comunista e gosta de dinheiro e, segundo a delação premiada de Alexandrino Alencar, ex-diretor da Odebrecht, também se chafurdou no mar de lama da propina patrocinado pela construtora.
A deputada gaúcha, pré-candidata a presidente da República, parece ter na política o mesmo ‘modus operandi’ de políticos como Renan Calheiros ou o próprio Lula.
Quem pode dizer que Renan não tem um bom discurso? Fala até em honradez e caráter. E Lula? Tem o sofisma de se auto proclamar o ‘mais honesto’.
Assim é Manuela, o ‘avião’ nas planilhas da Odebrecht.
No vídeo abaixo, o delator relata detalhadamente o esquema que beneficiou Manuela, desde a época que a conheceu, em 2004.
Manuela, desde o início de sua carreira, recebeu apoio da Odebrecht, com doações legais e ilegais.
É o exemplo clássico da diferença entre o discurso e a prática.
Veja o vídeo:

texto de Amanda Acosta, articulista e repórter
(Jornal da Cidade Online conteúdo)

A organização já tem o plano B e o plano C

A determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, de pôr um fim definitivamente na possibilidade de presidiário ser candidato a presidente da República, vai obrigar o PT a dar eco a um plano B.
Gleisi Hoffmann será a candidata do esquema.
Diz o Estadão, que sem mais a possibilidade de garantir o foro privilegiado com uma eventual candidatura a deputada federal, Gleisi já topou a empreitada e também assimilou o plano C.
Essa outra hipótese - o plano C - seria negociar o apoio a Ciro Gomes num eventual 2º turno entre o candidato do PDT contra Bolsonaro ou um tucano.
O PT apoiaria Ciro, em troca do indulto para Lula.

Agronegócio quer que governo entre na Justiça por danos ao setor causado por greve de caminhoneiros


A greve dos caminhoneiros ainda deve render muita dor de cabeça para muitos envolvidos nas manifestações recentes que paralisaram o país. Segundo o Valor Econômico, "O Ministério da Agricultura deve propor nesta semana ao governo, que entre na Justiça contra líderes de caminhoneiros e manifestantes por reparação de danos causados ao agronegócio pelos bloqueios de rodovias"

Segundo a publicação, o Ministério está levantando os prejuízos acumulados durante esses cinco dias de greve e já estimados por diversas entidades do setor agropecuário. A ideia é que, com base na estimativa dos impactos econômicos ao setor, o Executivo peça o ressarcimento desses prejuízos.

Dados já repassados ao Ministério da Agricultura pela indústria de rações animais prevê prejuízos de R$ 1,3 bilhão gerados esta semana pela falta de matérias-primas que pararam a produção nas fábricas. Os números são do Sindirações, que representa o setor. Já a Viva Lácteos, que reúne os principais laticínios do país, estima prejuízos de R$ 180 milhões por dia, por conta do desabastecimento de insumos, combustíveis e embalagens necessários para o processo de produção de lácteos. A Abrafrigo, que representa pequenos e médios frigoríficos, estima um prejuízo diário de R$ 500 milhões.

Vários setores do agronegócio mais sensíveis não apoiaram o movimento dos caminhoneiros dante da perspectiva de prejuízos milionários causados pelos bloqueios em estradas. 

Só os ricos lucraram com a greve dos caminhoneiros


Enquanto o rescaldo da greve dos caminhoneiros revela a cada dia as dimensões monstruosas do prejuízo causado à nação, um grupo particular de empresários do setor comemora os lucros que terão daqui para frente com a redução do preço do diesel e de outras vantagens obtidas nos acordos que o governo se viu forçado a fechar com a categoria, publica o site Imprensa Viva.

De acordo com a publicação, além dos donos de grandes empresas de transportes, produtores de determinados segmentos também comemoram os lucros obtidos com a comercialização de itens como verduras e carnes em geral. Mesmo após o fim da greve, carnes de aves, suínas e bovinas mantiveram alta em torno de 15%.

O fato é que apenas os mais ricos lucraram com a greve.  Os caminhoneiros autônomos vão continuar sofrendo.  As reivindicações dos caminhoneiros continham uma série de embustes como pano de fundo. Manobrados por empresários gananciosos, políticos oportunistas e produtores rurais espertos, os caminhoneiros autônomos acreditaram que seus problemas seriam resolvidos com a greve, mas não foram. 

Ao longo dos últimos anos, a frota de caminhões cresceu em 40%, enquanto a economia cresceu apenas 11% no mesmo período. Isto significa que o setor enfrenta quase 30% de ociosidade, o que mantém acirrada a concorrência e a pressão no setor, que empurra fatalmente o preço dos fretes para baixo

As facilidades no acesso ao crédito para a compra de caminhões durante o auge da valorização das commodities no mercado internacional entre os anos de 2009 e 2010 permitiram que milhares de autônomos ingressassem no mercado de transporte de cargas em todo o país. 

Além da ampliação das linhas de crédito, o governo Lula aprovou ainda um programa de renovação da frota, atendendo a demandas das montadoras de caminhões.

Em 2012, o governo Dilma voltou a ceder aos apelos das montadoras de caminhões, quando o então ministro da Fazenda, Guido Mantega,  inclui a prorrogação do IPI menor e a redução da taxa de juros de linhas do BNDES para o financiamento para caminhões por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

O PSI, criado em 2009, desembolsou cerca de 227 bilhões até julho 2012. Com o ingresso de milhares de profissionais no mercado, aumentou a concorrência e a pressão pelos baixos custos dos fretes em todo o país. 

Se a situação já não era cômoda para os autônomos do setor nos idos de 2012, a situação piorou  ainda mais a parti de 2013 e vem deteriorando desde então.

Com a recessão, tornou-se cada vez mais difícil repassar as altas do preço do diesel para os contratos e fretes. Com uma concorrência enorme no mercado, vários caminhoneiros se viram obrigados a aceitar serviços com margens cada vez mais reduzidas de lucro. 

Se o mercado de cargas estivesse aquecido, não haveria greve. Os custos com a alta do diesel seriam simplesmente repassados aos custos, conforme as regras de livre mercado. 

Como se vê, a natureza dos problemas da categoria não estão relacionados apenas à questão do custo do diesel. 

Ao contrário de outros setores que enfrentam dificuldades sazonais e precisam se adaptar, se modernizar ou até mesmo mudar de atividade, os empresários do setor de cargas e caminhoneiros preferiram colocar a faca no pescoço da nação para que o povo resolvesse seus problemas, que não acabaram. Pelo menos para os mais sacrificados no setor, que são os caminhoneiros autônomos.

Mesmo após a assinatura do vantajoso acordo com o governo, a categoria deve continuar enfrentando dificuldades. devido à alta concorrência no setor.

As vantagens obtidas pelo setor favorecem ainda mais as grandes empresas de transportes de cargas, ao mesmo tempo em que devem criar maiores dificuldades aos autônomos.

Além dos bilhões que vão sair dos bolsos do contribuinte para bancar subsídios para empresários milionários, outros bilhões também mudaram de contas com a desvalorização de mais de R$ 100 bilhões na Petrobras. 

A greve dos caminhoneiros fez a alegria de muita gente, exceto dos próprios caminhoneiros e da sociedade, que sempre acaba pagando a fatura. 

As delações contra Dilma. Ex-presidente da UTC confirma repasse de milhões para campanhas da petista blindada pela Justiça


Milhões de brasileiros se perguntam todos os dias como a ex-presidente Dilma Rousseff conseguiu se safar de problemas com a Justiça, mesmo após ter sido delatada por gente como Joesley batista, Marcelo Odebrecht, João Santana, Monica Moura e até mesmo seu ex-ministro Antonio Palocci. Dilma se elegeu em duas campanhas com dinheiro roubado da Petrobras e negócios nebulosos envolvendo repasses bilionários do BNDES a empresários corruptos que financiaram suas campanhas, publica o site Imprensa Viva.

Segundo a publicação, entre os delatores que apontaram para a participação de Dilma em esquemas criminosos de desvios de dinheiro público, está o ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa, que detalhou em depoimento de delação premiada que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da petista em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014. Ricardo Pessoa entregou aos investigadores da Lava Jato uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona os ex-tesoureiros a valores.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já homologou a delação de Ricardo Pessoa, o que significa que as informações prestadas por ele em depoimento à Procuradoria Geral da República poderão ser utilizadas como indícios para ajudar as investigações sobre a participação de Dilma nos esquemas criminosos de desvios, mas até o momento, a petista continua desfilando pelo país e exterior, às custas do dinheiro do contribuinte. 

São tantas delações apontando para o envolvimento de Dilma em desvios, que o fato dela continuar livre, leve e solta incomoda uma parcela da população. 

A petista chegou a ser denunciada ao STF como integrante da organização criminosa comandada pelo ex-presidente Lula. Dilma figura na denúncia ao lado de petistas ilustres, como o próprio Lula, a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido Paulo Bernardo, além dos ex-ministros Antonio Palocci e Edinho Silva.

Antes de ser o responsável pelas contas da campanha de Dilma em 2010 e 2014, José de Filippi foi o tesoureiro da campanha à reeleição de Lula em 2006.

Os supostos pagamentos a José de Filippi relacionados pelo ex-presidente da UTC em delação premiada foram feitos nos anos eleitorais de 2010, 2012 e 2014. Há apenas um pagamento fora da calendário eleitoral, no ano de 2011. Em 2010, quando era tesoureiro da campanha de Dilma, conforme a planilha, ele teria recebido de caixa dois R$ 250 mil. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há registro de repasse de R$ 1 milhão da UTC para a direção nacional do PT. Na prestação da campanha de Dilma, não há registro de doação da empreiteira nem do seu braço Constran. Nos demais anos, a planilha do "caixa dois" indica repasses nos valores de: 2012 (R$ 200 mil); 2013 (R$ 100 mil) e 2014 (R$ 100 mil).

A planilha apresentada por Pessoa no processo de delação premiada também relaciona o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que ocupou o cargo até abril deste ano. O petista esta preso acusado de ser o operador do PT no esquema de corrupção e de ter lavado dinheiro para o partido.

Na relação apresentada por Pessoa, ele aparece relacionado a suposto pagamento de caixa dois no valor de R$ 2,9 milhões que teriam sido efetuados entre 2011 e 2013, período em que ele respondia pelo caixa do PT. Em fevereiro de 2011, ele teria recebido R$ 500 mil para o partido; em março de 2011, R$ 500 mil; em março de 2012, R$ 220 mil. Em 2013 foram quatro pagamentos: em abril (R$ 350 mil), em julho foram dois pagamentos de R$ 350 mil e R$ 500 mil e em agosto, de R$ 500 mil.

Mesmo apontada por tantos delatores, Dilma continua milagrosamente livre, leve e solta. 

Em carta, Bolsonaro defende Bolsa Família com ‘auditoria’

Preocupado em não perder votos entre eleitores de menor renda, o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) prepara uma “carta de princípios” na qual se comprometerá em manter o Bolsa Família, com mais auditorias, entre outras promessas. A estratégia do documento é formalizar compromissos do pré-candidato na área social, na qual incluirá também uma reforma da Previdência “devagar”.

A carta de princípios do capitão da reserva do Exército mira a disputa por votos com Marina Silva (Rede) – a concorrente considerada mais difícil de bater –, e Ciro Gomes (PDT), ambos bem avaliados entre famílias de baixa renda. “Lula está fora de combate”, destacou Bolsonaro. “Eu vou fazer a minha parte.”

A elaboração da carta ocorre em paralelo a conversas do economista Paulo Guedes, conselheiro do pré-candidato, com empresários e banqueiros para apresentar Bolsonaro. “Tenho aprendido com ele (Paulo) e ele tem aprendido comigo, que conheço a política: ‘Paulo, isso não passa na Câmara’”, disse o pré-candidato sobre as conversas com o economista. “A minha reforma da Previdência, por exemplo, é por partes. Duvido que não votem uma primeira leva (de medidas). Vai (se for) devagar.”

A preocupação da campanha de Bolsonaro é com eventual difusão de que um governo do pré-candidato do PSL poderá acabar com o Bolsa Família.

Criado há 14 anos pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa atende 13,9 milhões de famílias, que recebem em média R$ 178,46 por mês. A carta de princípios defenderá a análise de ações “pragmáticas” em saúde, emprego e educação para complementar a política de redução da pobreza.

Há preocupação também com o eleitorado feminino. Pesquisa Datafolha de janeiro mostrou, ainda num cenário com Lula candidato, que Marina vence Bolsonaro nos eleitorados feminino (20% a 11%), mais pobre (19% a 11%) e menos escolarizado (17% a 9%). No Nordeste, reduto principal do eleitor do petista, Bolsonaro teve 9%, índice inferior tanto ao de Marina (16%) quanto ao de Ciro (15%). O Nordeste é a região apontada em pesquisas internas do grupo de Bolsonaro como área das mulheres mais refratárias ao pré-candidato, registra o site Folha Política.

No Rio, deputados presos dividem celas com baratas

Presos pela Lava Jato fluminense, deputados estaduais trocaram seus confortáveis gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por celas com infestação de baratas e percevejos. Presos há sete meses na cadeia Pedrolino Werling de Oliveira, em Bangu, na Zona Oeste, os parlamentares Paulo Melo (MDB), ex-presidente da Alerj, e o correligionário Edson Albertassi também convivem, assim como os demais presos, com falta de luz e alagamentos provocados por tubulações quebradas, publica o site Folha Política.

Os deputados foram presos junto com o presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani (MDB), em novembro. Os três ficaram na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio, mas Melo e Albertassi acabaram transferidos no início de maio depois de um decreto do interventor federal Walter Braga Netto. Picciani cumpre pena em casa.

As condições do atual presídio foram verificadas pelo deputado estadual Paulo Ramos (PDT), que visitou as dependências de Bangu na última segunda-feira, 28. No final do ano passado, ele foi expulso do Psol depois de votar, na Alerj, pela soltura dos três deputados. Apesar disso, ele nega que tenha feito a visita a pedido dos colegas presos. A vistoria foi designada pelo vice-presidente em exercício da Alerj, o petista André Ceciliano.

Ramos diz, ainda, que os presidiários, incluindo os deputados, usufruem de apenas duas horas de sol e não têm acesso a biblioteca ou televisão. Agora, o presidente da Comissão de Direito Humanos, Marcelo Freixo (Psol), quer fazer uma nova visita à cadeia na próxima semana. “Toda unidade precisa oferecer biblioteca, trabalho, estudo. Isso é lei”, diz o parlamentar.

Léo Pinheiro acusa Luiz Marinho de fraude em licitação no ABC; obra foi pedido de Lula

Na proposta de delação premiada que negocia com a força-tarefa da Operação Lava-Jato, o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, afirma que a empreiteira foi favorecida pelo ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP) Luiz Marinho em uma licitação milionária na cidade. Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Marinho teria usado sua posição para garantir que o Consórcio Centro Seco, liderado pela OAS, conquistasse o edital das obras do Piscinão do Paço, no Centro da cidade, orçada inicialmente em R$ 300 milhões, publica o site Folha Política.

Segundo a publicação, o piscinão faz parte do Projeto Drenar, uma das principais bandeiras da gestão do petista no ABC Paulista, que comandou a prefeitura entre 2009 e 2016. Como o jornal O Globo revelou nesta semana, a proposta de delação de Léo Pinheiro, que está preso em Curitiba, foi aprovada pela Procuradoria-Geral de República (PGR) e está em andamento com a força-tarefa do Paraná.

A história que envolve Luiz Marinho está contada em um dos primeiros anexos apresentados por Pinheiro à Lava-Jato, que tratam de sua relação com o ex-presidente Lula. Segundo o empreiteiro, a entrada da OAS no negócio foi acertada em duas reuniões no Instituto Lula, durante o segundo semestre de 2012.

Um desses encontros teria ocorrido numa tarde em que o Supremo Tribunal Federal (STF) realizava uma das 53 sessões do julgamento da Ação Penal 470, que condenou a cúpula petista no caso do mensalão, primeiro grande escândalo do PT no poder.

— O ex-presidente Lula me convocou para uma reunião no Instituto Lula para pedir que a OAS estudasse uma solução para o problema de inundação no Centro de São Bernardo do Campo, praça e arredores do Paço Municipal. Realizados os estudos, mantive um novo encontro com Lula na mesma data em que ocorria uma sessão televisionada do julgamento da AP 470 no Supremo Tribunal Federal. Nessa reunião, o ex-presidente, que estava assistindo ao julgamento pela televisão, desligou o aparelho para conversar comigo. Apresentei alternativas para a solução do problema. Lula se mostrou satisfeito e solicitou que entrasse em contato com Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo, para resolver o assunto — relata Léo Pinheiro.

Na sequência do seu relato, o empreiteiro esclarece o que seria “resolver o assunto”.

— Atendendo à orientação (de Lula), determinei que um diretor da OAS procurasse Luiz Marinho. Nesse contato, se acertou a elaboração de um edital especificamente para que a OAS ganhasse a licitação e realizasse as obras em São Bernardo do Campo. A OAS sagrou-se vencedora do certame num consórcio com a Serveng — conta Léo Pinheiro.

Ao apresentar o anexo, o empreiteiro da OAS se dispôs a dar mais detalhes da negociata realizada em torno da obra. Orçada em cerca de R$ 300 milhões, a obra do Piscinão do Paço em São Bernardo foi entregue à OAS em dezembro de 2013, meses depois da reunião sigilosa no Instituto Lula, e foi apresentada como uma vitrine da gestão petista de Luiz Marinho. Boa parte da verba usada no empreendimento saiu do Programa de Aceleração do Crescimento, o extinto PAC, criado por Lula e continuado por Dilma Rousseff.

ADITIVOS MILIONÁRIOS

Em 2015, depois de a Lava-Jato ter descoberto o envolvimento da cúpula da empreiteira no escândalo da Petrobras, a OAS acabou demitindo mais de 200 trabalhadores e praticamente abandonou a obra, o que não impediu a gestão petista de liberar aditivos milionários à empreiteira. No começo de 2017, a nova gestão da prefeitura suspendeu os aditivos e passou a cobrar um plano de trabalho da OAS para concluir a obra. No início de 2018, a retomada dos trabalhos foi anunciada para este ano, mas a um custo de R$ 353 milhões — R$ 53 milhões a mais do que o previsto inicialmente.

Se já tivesse sido concluído, o piscinão teria capacidade de armazenar 220 milhões de litros de água, o suficiente para acabar com os problemas de enchente no Centro de São Bernardo.

Durante os dois mandatos de Lula, o ex-prefeito Luiz Marinho ocupou os ministérios do Trabalho e da Previdência Social. No dia 24 de março, o PT escolheu Marinho para ser o candidato do partido ao governo de São Paulo. Ele também é o presidente do Diretório Estadual do PT. Ao discursar em São Bernardo, no dia 7 de abril, antes de ser preso, Lula rasgou elogios ao afilhado petista:

— O Marinho foi o maior prefeito que São Bernardo já teve — declarou.

O ex-presidente Lula sempre refutou as acusações feitas por Léo Pinheiro. Ao argumentar que a “senha é falar do Lula”, o petista afirma que o empreiteiro envolve seu nome em fatos criminosos porque precisa convencer os procuradores da Lava-Jato a fechar seu acordo de delação. 

Procurado pela reportagem, o ex-prefeito Luiz Marinho não se manifestou.

PCdoB já admite abrir mão da candidatura de Manuela D'Ávila

O PCdoB já dá sinais de que pode abrir mão da pré-candidatura de Manuela D'Ávila à Presidência da República. A legenda avalia apoiar outro nome, como o do presidenciável Ciro Gomes (PDT), e lançar Manuela ao governo do Rio Grande do Sul.

Nesta semana, o líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), afirmou que o partido conversa e se identifica com Ciro, apesar de manter a pré-candidatura de Manuela, e que aceita reavaliar o quadro em plena campanha eleitoral se houver o risco de nenhum presidenciável de esquerda chegar ao segundo turno da eleição presidencial, publica o site Folha Política.

Segundo a publicação, "Se ficar claro o risco de duas candidaturas conservadoras no segundo turno, inevitavelmente a esquerda vai ser obrigada a avaliar a revisão da tática e eventualmente se concentrar em torno de um nome", disse Orlando Silva, em coletiva de imprensa na capital paulista. "Se houver o risco, seria insano se a esquerda não examinasse a hipótese de construção de uma unidade."

Há duas semanas, Ciro e Manuela se encontraram e conversaram sobre o cenário eleitoral. O presidenciável do PDT, disse o parlamentar, tem uma avaliação correta das situações econômica e política do Brasil. "Não temos nenhum motivo para retirar a candidatura da Manuela, mas vamos conversar bastante com o Ciro", declarou.

O deputado avalia que, com base no cenário atual, a campanha no primeiro turno ficará pulverizada em candidaturas próprias de PT, PDT, PCdoB e PSOL. Silva foi um dos deputados que visitaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Java Jato, na prisão, em Curitiba, na última terça-feira, 29. "Senti o presidente Lula embalado e o PT está muito embalado com a ideia de ter uma candidatura do PT", disse.

A estratégia atual do PCdoB, disse Silva, é lançar Manuela para garantir uma boa quantidade de votos à Câmara e ao Senado, superando a cláusula de desempenho. No segundo turno, garante, os partidos de esquerda "vão se encontrar". 

Por 'renovação', partidos apresentam filhos de políticos

Fernando, João, Antonio, Otto, Rodrigo, Mosiah, Danielle, Marcelo e Marcello são promessas de votos nas disputa por uma vaga no legislativo nas eleições deste ano. Sem os sobrenomes, certamente teriam dificuldade para se eleger. Mas eles são filhos de prefeitos, senadores e ex-governadores e carregam sobrenomes como Richa, Campos, Crivella e Collor de Melo.

Pelo menos nove filhos de políticos tradicionais estreiam urnas disputando vagas na Câmara dos Deputados e em Assembleias Legislativas. Com o peso do sobrenome, afiam suas armas para a briga eleitoral e já percorrem seus estados em busca de votos, relata o site Folha Política.

Filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e bisneto do também ex-governador Miguel Arraes, João Campos é a principal aposta do PSB de Pernambuco para renovar sua bancada na Câmara dos Deputados.

Ele vem sendo preparado para a disputa desde que a morte do pai, na campanha presidencial de 2014. Assumiu a chefia de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB) em 2016 e, desde que deixou o cargo em abril deste ano, visita cidades do interior e bairros da periferia do Recife em ritmo de maratona.

“João representa a continuidade e renovação. É uma aposta de futuro do nosso partido”, afirma o presidente do PSB de Pernambuco, Sileno Guedes.

Já na disputa para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, a novidade é Antonio Coelho (DEM), 20, filho do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB). Este será o terceiro filho do senador a entrar na política: Fernando Filho (DEM) é deputado federal e Miguel Coelho (PSB) é prefeito de Petrolina.

No Rio de Janeiro, Marcelo Crivella Filho (PRB), 33, é a aposta partido para a Câmara dos Deputados. Com o apoio do pai, prefeito da capital, deve ter forte inserção no eleitorado ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.

Outra pré-candidata a deputada que aposta no segmento evangélico é Danielle Ditz da Cunha (MDB), filha do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Ela tem se movimentado em antigos redutos eleitorais do pai, hoje preso em Curitiba, onde cumpre pena no âmbito da Operação Lava Jato.

No Paraná, Marcello Richa é a principal aposta do PSDB na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ele é filho do ex-governador Beto Richa e neto do ex-governador José Richa.

Para o cientista político Joviniano Neto, professor da Ufba (Universidade Federal da Bahia), a candidatura de filhos de políticos realça uma tradição da política brasileira de partidos que não são orgânicos e não têm base social. E vai na contramão dos movimentos recentes que pregam renovação nos quadro políticos.

Assim como João Campos, em Pernambuco, outros filhos de políticos são potenciais campeões de votos em estados como Bahia e Alagoas.

Caso consigam serem os mais votados de seus estados, repetirão o feito de outros membros de clãs políticos tradicionais que foram campeões de votos já na estreia, caso de Aécio Neves (PSDB), mais votado em Minas em 1986, e ACM Neto (DEM), que teve mais de 400 mil votos em sua primeira eleição em 2002.

Filho do senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC), Fernando James (PTC), 38, disputará uma cadeira de deputado federal em Alagoas e tentará fazer com que a família Collor volte à Câmara depois de três décadas.

Na Bahia, Otto Alencar Filho (PSD), 40, é a principal novidade na disputa por uma cadeira na Câmara. Ele diz que optou por concorrer um mandato a pedido não do pai, o senador Otto Alencar (PSD), mas de colegas do partido.

“Aceitei porque vejo a política como uma missão”, diz o pré-candidato, que terá a seu favor uma forte máquina partidária com 90 prefeitos de cidades do interior do estado.

No Ceará, Rodrigo Oliveira (MDB), 29, é a aposta do pai, o senador Eunício Oliveira (MDB), para uma vaga na Câmara. Terá como adversário outro nome de família tradicional do estado: Mosiah Torgan (DEM), 38, filho do vice-prefeito de Fortaleza Moroni Torgan (DEM).

As candidaturas preocupam tanto adversários quanto aliados. Entre os aliados, o principal receio é que os filhos de políticos tenham preferência na divisão do bolo do fundo eleitoral. Com as novas regras de financiamento eleitoral, os dirigentes partidários terão mais poder e controle dos recursos para bancar as campanhas.

“Com campanha curta e dinheiro na mão dos caciques, será uma eleição de pouca renovação. Tem vantagem quem está no jogo. E os filhos de políticos já nasceram no jogo”, diz Joviniano Neto.

Nove filhos de políticos tradicionais estreiam nas urnas

Alagoas
Fernando James (PTC), pré-candidato a deputado federal, é filho do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC)

Bahia 
Otto Alencar Filho (PSD), cujo pai é o senador e ex-vice-governador Otto Alencar (PSD), tentará a vaga de deputado Federal

Ceará 
Rodrigo Oliveira (MDB), pré-candidato a deputado federal, é filho do presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB)

Mosiah Torgan (DEM) é filho do vice-prefeito de Fortaleza Moroni Torgan (DEM) e pré-candidato a deputado federal

Paraná 
O filho do ex-governador Beto Richa (PSDB), Marcello Richa (PSDB), é pré-candidato a deputado estadual

Pernambuco 
João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, deve concorrer ao cargo de deputado federal

Antonio Coelho (DEM), filho do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), é pré-candidato a deputado estadual

Rio de Janeiro
Marcelo Crivella Filho (PRB), cujo pai é o prefeito Marcelo Crivella (PRB), deve ser candidato a deputado federal

Danielle Dytz (MDB), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB), deve ser candidata a deputada federal.