segunda-feira, 4 de junho de 2018

As delações contra Dilma. Ex-presidente da UTC confirma repasse de milhões para campanhas da petista blindada pela Justiça


Milhões de brasileiros se perguntam todos os dias como a ex-presidente Dilma Rousseff conseguiu se safar de problemas com a Justiça, mesmo após ter sido delatada por gente como Joesley batista, Marcelo Odebrecht, João Santana, Monica Moura e até mesmo seu ex-ministro Antonio Palocci. Dilma se elegeu em duas campanhas com dinheiro roubado da Petrobras e negócios nebulosos envolvendo repasses bilionários do BNDES a empresários corruptos que financiaram suas campanhas, publica o site Imprensa Viva.

Segundo a publicação, entre os delatores que apontaram para a participação de Dilma em esquemas criminosos de desvios de dinheiro público, está o ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa, que detalhou em depoimento de delação premiada que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da petista em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014. Ricardo Pessoa entregou aos investigadores da Lava Jato uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona os ex-tesoureiros a valores.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já homologou a delação de Ricardo Pessoa, o que significa que as informações prestadas por ele em depoimento à Procuradoria Geral da República poderão ser utilizadas como indícios para ajudar as investigações sobre a participação de Dilma nos esquemas criminosos de desvios, mas até o momento, a petista continua desfilando pelo país e exterior, às custas do dinheiro do contribuinte. 

São tantas delações apontando para o envolvimento de Dilma em desvios, que o fato dela continuar livre, leve e solta incomoda uma parcela da população. 

A petista chegou a ser denunciada ao STF como integrante da organização criminosa comandada pelo ex-presidente Lula. Dilma figura na denúncia ao lado de petistas ilustres, como o próprio Lula, a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido Paulo Bernardo, além dos ex-ministros Antonio Palocci e Edinho Silva.

Antes de ser o responsável pelas contas da campanha de Dilma em 2010 e 2014, José de Filippi foi o tesoureiro da campanha à reeleição de Lula em 2006.

Os supostos pagamentos a José de Filippi relacionados pelo ex-presidente da UTC em delação premiada foram feitos nos anos eleitorais de 2010, 2012 e 2014. Há apenas um pagamento fora da calendário eleitoral, no ano de 2011. Em 2010, quando era tesoureiro da campanha de Dilma, conforme a planilha, ele teria recebido de caixa dois R$ 250 mil. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há registro de repasse de R$ 1 milhão da UTC para a direção nacional do PT. Na prestação da campanha de Dilma, não há registro de doação da empreiteira nem do seu braço Constran. Nos demais anos, a planilha do "caixa dois" indica repasses nos valores de: 2012 (R$ 200 mil); 2013 (R$ 100 mil) e 2014 (R$ 100 mil).

A planilha apresentada por Pessoa no processo de delação premiada também relaciona o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que ocupou o cargo até abril deste ano. O petista esta preso acusado de ser o operador do PT no esquema de corrupção e de ter lavado dinheiro para o partido.

Na relação apresentada por Pessoa, ele aparece relacionado a suposto pagamento de caixa dois no valor de R$ 2,9 milhões que teriam sido efetuados entre 2011 e 2013, período em que ele respondia pelo caixa do PT. Em fevereiro de 2011, ele teria recebido R$ 500 mil para o partido; em março de 2011, R$ 500 mil; em março de 2012, R$ 220 mil. Em 2013 foram quatro pagamentos: em abril (R$ 350 mil), em julho foram dois pagamentos de R$ 350 mil e R$ 500 mil e em agosto, de R$ 500 mil.

Mesmo apontada por tantos delatores, Dilma continua milagrosamente livre, leve e solta.