domingo, 5 de fevereiro de 2017

ANDRADE GUTIERREZ TAMBÉM TINHA DEPARTAMENTO DE PROPINA, DIZ DELAÇÃO

Ex-executivos da empreiteira Andrade Gutierrez relataram, em delação premiada à Operação Lava Jato, que a empresa mantinha uma espécie de "tesouraria interna" dedicada ao pagamentos de propina e caixa dois para agentes públicos.

A Folha apurou que funcionários da empresa apontaram a existência do esquema à força-tarefa do Rio e Curitiba em depoimentos recentes.

Segundo um ex-executivo do grupo mineiro que passou a colaborar com a Justiça, a "tesouraria" contava com dinheiro em espécie que era operado pelo doleiro Adir Assad, preso desde agosto do ano passado.

A maior parte do dinheiro foi gerada, segundo os relatos às autoridades, por meio de contratos fictícios estabelecidos entre a Andrade Gutierrez e empresas de fachada de Assad.

Não é a primeira vez que uma empreiteira investigada na Lava Jato revela ter um esquema profissional de pagamento de propina e caixa dois dentro da empresa.

O setor de operações estruturadas da Odebrecht, área dedicada ao pagamento de recursos ilícitos do grupo baiano, foi descoberto por investigadores e, posteriormente, seu funcionamento foi detalhado na delação premiada assinada pela empresa em dezembro do ano passado.

A Odebrecht pagou R$ 2,6 bilhões em suborno no Brasil e em 12 países.

Um funcionário da Andrade era o responsável por cuidar dessa área. No relato aos procuradores, o ex-executivo do grupo disse que os diretores da Andrade negociavam a propina só depois de entrar em contato com a tesouraria para solicitar o dinheiro ilícito que seria repassado para agentes públicos.

Investigações do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro mostraram que empresas usaram recibos falsos para abastecer o caixa dois da Andrade Gutierrez com mais de R$ 176 milhões.

Segundo envolvidos nas investigações, ao menos esse montante circulou em dinheiro vivo na tesouraria.

Entre as obras que receberam pagamento de propina do departamento estão o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), a Ferrovia Norte-Sul e estádios da Copa do Mundo, temas já delatados por executivos e ex-executivos da Andrade, em acordo fechado em 2015.

A Folha apurou também que funcionários da Andrade vão relatar em uma espécie de segunda chamada da delação premiada, chamada pelos procuradores de "recall", que esse mesmo caixa foi usado para pagar propina em obras do Estado de São Paulo, como o Rodoanel e linhas do Metrô.

MINAS E SÃO PAULO

Como a Folha publicou, após a delação da Odebrecht, a Andrade Gutierrez, que firmou acordo de leniência em 2016 e de delação premiada em 2015, foi convocada a fazer a complementação de seus depoimentos sobre fatos que ainda não havia narrados anteriormente.

Entre eles estão obras do Estado de São Paulo, a Cidade Administrativa, sede do governo de Minas, projetos do setor elétrico, entre outros empreendimentos.

De acordo com integrantes da Procuradoria-Geral da República e da força-tarefa, ainda não foi definido se a multa de R$ 1 bilhão cobrada da empresa será aumentada após esse "recall".

Na última segunda (30), a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), homologou as delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.

Depoimentos prestados por delatores da empreiteira baiana arrastaram para o centro da Lava Jato sócios de empresas concorrentes, ampliando o interesse dos investigadores sobre a cúpula dessas companhias.

OUTRO LADO

Procurada, a Andrade Gutierrez disse, por meio de sua assessoria, que não iria se manifestar sobre a delação de ex-executivos que relataram a existência de uma "tesouraria interna" na empresa.

O advogado do doleiro Adir Assad, Miguel Pereira Neto, disse que a informação de que seu cliente abastecia o caixa dois da Andrade Gutierrez "já foi exposta na ação penal em trâmite na Justiça Federal do Rio de Janeiro, inexistindo fato novo".

Afirmou ainda que "o processo está em andamento e as questões serão dirimidas durante a instrução".

O nome de Assad também aparece nas investigações da Operação Calicute, que resultou na prisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ).

De acordo com os investigadores, suposta propina paga por empreiteiras no Estado era repassada de diferentes formas. Parte vinha de contratos fictícios de consultoria de Assad.

via Folha Política

VELÓRIO DE MARISA VIROU COMÍCIO, E SEU CORPO, PALANQUE

Na disputa eleitoral de 2002, Lula falou da morte da primeira mulher e chorou copiosamente diante das câmeras de Duda Mendonça.

Todos sabem a dureza com que tratei, aqui e em toda parte, aqueles que resolveram fazer troça do estado de saúde de Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Lula. Ou a contundência com que desqualifiquei os teóricos da conspiração, segundo os quais uma grande armação estaria em curso, com a participação até de médicos, para transformar a ex-primeira-dama em vítima, o que seria positivo para Lula. A Internet traz, como se sabe, o lixo nosso  — ou melhor: “deles” — de cada dia. E também antevi o óbvio: o PT iria, sim, fazer uso político da morte de Marisa. Infelizmente, já começou. E a personagem principal da indignidade é ninguém menos do que… Lula! É um espetáculo bastante constrangedor, mas está longe de ser inédito.
O discurso do marido de Marisa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde se realizou o velório, está em toda parte. Ou melhor: a fala do líder máximo do PT em desagravo e homenagem à “companheira” circula por aí.  Mesmo quando evocou cenas domésticas, do cotidiano familiar, quem falava era o homem que, se a lei permitir, quer disputar de novo a Presidência da República em 2018. O velório de Marisa virou um comício, e seu corpo, um palanque.
Sim, é verdade! Tanto eu como os petistas não inovamos em 2017. Repetimos a postura que adotamos em 2009 e 2011, quando Dilma e Lula, respectivamente, tiveram câncer. Como assim?
Repudiei, então, as manifestações de grosseria nas redes sociais e cobrei que se conservasse o respeito humano de que ambos eram e são merecedores. Mas cumpre lembrar: foi a dupla a fazer um uso asqueroso da própria doença. A então “candidata Dilma” se tornou aquela que vencia até o inimigo invencível. Lula, em tempos de Lava Jato, trombeteou sobre si mesmo: nem o câncer o derruba…
Em 2002Bem, meus caros: ao dar uma tradução política à morte da Marisa, Lula não inova: na campanha eleitoral de 2002, contou a história da primeira mulher, que morreu logo depois do parto. E ele o fez para as câmeras de Duda Mendonça, o marqueteiro. E chorou muito. Queria votos.
Não estou aqui a sugerir que a tristeza de Lula é falsa, arranjada, mera politicagem. Nada disso! Considero que a dor é verdadeira. Mas é perfeitamente possível fazer as duas coisas: sofrer e aproveitar a tragédia pessoal para… fazer política.
É claro que todos esperávamos que o marido exaltasse as virtudes cívicas da mulher e asseverasse a sua inocência. Afinal, ela era ré em duas ações penais. Segundo Lula, era “morreu triste”. Bem, meus caros, até aí, vá lá, nada de surpreendente ou censurável. Ocorre que ele foi muito além disso. Disse, por exemplo:
“Ela está com uma estrelinha do PT no seu vestido, e eu tenho orgulho dessa mulher. Muitas vezes essa molecada [os sindicalistas] dormia no chão da praça da matriz [de São Bernardo do Campo] e a Marisa e outras companheiras vendendo bandeira, vendendo camiseta para a gente construir um partido que a direita quer destruir”.
Pronto! A Marisa morta se transformava ali num símbolo. E o ex-presidente não hesitou em usar o cadáver como arma: “Na verdade, Marisa morreu triste. Porque a canalhice que fizeram com ela… E a imbecilidade e a maldade que fizeram com ela… Eu vou dedicar… Eu tenho 71 anos, não sei quando Deus me levará, acho que vou viver muito porque eu quero provar que os facínoras que levantaram leviandade com a Marisa tenham, um dia, a humildade de pedir desculpas a ela”.
A fala do bispoO discurso de Lula foi o “grande momento” de um ato religioso oficiado por dom Angélico Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC) e conhecido padre de passeata. Aliás, antes mesmo que Lula enveredasse para a política, foi o homem de batina quem disparou: “A Marisa Letícia foi uma guerreira na luta a favor da classe trabalhadora. Atentem para as reformas trabalhistas que sejam contra os trabalhadores; a reforma da Previdência, contra pobres e assalariados. É preciso que estejamos atentos”.
Não se contentou. Para ele, a crise econômica “é falsamente atribuída à administração dos dois últimos governos”. Por “dois últimos”, entenda-se, está se referindo às gestões Lula e Dilma. Para o bispo, o responsável deve ser, sei lá, FHC!
Vamos ver o que vem por aí. Pudor, já deu para perceber, não haverá. Nem medida.
E noto algo curioso: reuniam-se, em perfeita comunhão, os esquerdistas ideológicos, os sindicalistas e a Igreja Católica dos vermelhos. A exemplo do que se via nos primeiros anos de existência do PT.
Lula fazia uma aparente exumação do passado para usar Marisa como instrumento de lutas futuras.
Conteúdo: Reinaldo Azevedo/ Veja

'SE DESENVOLVEU NO PAÍS O HIPERGARANTISMO, QUE SÓ OLHA OS DIREITOS DO RÉU, E NÃO OS DA SOCIEDADE'. AFIRMA COORDENADOR DA FORÇA-TAREFA DA LAVA JATO

Certa vez, numa viagem ao interior do Paraná, Deltan Dallagnol, o procurador da República que coordena a força-tarefa da Operação Lava Jato, ouviu, de um filho aflito, que o pai lhe contara ter sido diagnosticado com um tumor na próstata. Passado um ano, o pai voltou ao médico, que confirmou o tumor, já maior. Mais um ano, e crescera mais. “O cara não tomava providência”, contou ao Estado em entrevista na PGR de Curitiba. “Até que o médico, preocupado, quebrou o protocolo e foi falar com o filho: ‘Olha, diagnóstico não vai resolver o problema do seu pai. Tem de tirar o tumor’.”

A história ilustrou uma preocupação crescente de Dallagnol: a visão da Lava Jato como a solução do problema da corrupção. “Acham que vai ter um antes e depois da Lava Jato sem reformas estruturais – e não vai”, disse. O procurador ainda defendeu a linha teórica que chama de “garantismo integral”, “que garanta os direitos dos réus, mas também os da sociedade”. 

Quem ganha e quem perde, e o quê, se ficar derrubada a proposta das dez medidas contra a corrupção, defendida pelo Ministério Público Federal– atualmente sob impasse na votação da Câmara?
Se elas não passarem, nós precisamos continuar lutando por reformas para que o sistema de justiça funcione, para todos. Eu vejo isso como um processo de fortalecimento da sociedade civil. O que acontece, no Brasil, é que a sociedade civil ainda não é suficientemente organizada. Mas ela vem melhorando, vem desenvolvendo músculos.

Enquanto isso, o sr. e seus colegas procuradores ficam dando uma força... Não é uma visão de salvador da pátria – como ultimamente o sr. tem sido carimbado?
Não. Ninguém é salvador da pátria. Se quisesse passar a idéia de salvador de pátria, diria que a Lava Jato vai transformar o país, vai salvar o país. Mas não é isso que a gente fala.

O que é que os srs. falam?
O que a gente fala é que a sociedade vai perceber que a Lava Jato não é a solução para os nossos males. Ela faz diagnóstico – e diagnóstico não vai resolver o problema.

Explique melhor...
Existe a ilusão de que pessoas indo pra cadeia resolve o problema. O que a gente busca fazer é desconstruir essa ilusão.

De que forma?
Mostrando que o que pode contribuir para a redução dos índices de corrupção são a reforma na justiça criminal, a reforma política e a atuação sobre outras condições que favorecem a corrupção.

E a Lava Jato?
O que eu vejo, nas palestras que dou, é que a maior parte das pessoas acha que vai ter um antes e um depois da Lava Jato. Ela pode até contribuir, de algum modo, mas só a Lava Jato não resolve. É um passo, mas a gente precisa de muitos passos. Se não for seguida por modificações estruturais, tudo vai ficar como era antes. Com o passar do tempo, é muito provável que nós voltemos à condição original.

Daí a necessidade de reformas...
Se nada for feito de reformas positivas, é possível, ou até provável, que sejam feitas reformas negativas, seguindo os passos do que aconteceu na Itália, em que os políticos se autoprotegeram, concedendo autoanistias. Essa autoanistia não precisa assumir a forma de uma anistia proclamada, como a que foi tentada [na Câmara] no final do ano passado. Ela pode ser feita por pequenas mudanças na legislação criminal, ao longo de dez anos.

O sr., e outros operadores centrais da Lava Jato – como os procuradores da república Douglas Fischer, Eduardo Pellela e Bruno Calabrich, além do juiz Sérgio Moro – defendem, em livros, artigos, e palestras, uma corrente teórica que se contrapõe ao que chamam de hipergarantismo, ou garantismo hiperbólico monocular, definindo-o como uma exacerbação do direito de defesa dos acusados. E propõem, em contraponto, o que chamam de garantismo integral, que definem como uma solução mais equilibrada. Pode explicar melhor?
Acaba preponderando, no cenário brasileiro, uma corrente que é chamada de garantista, onde se defende que os direitos dos réus devem ser integralmente respeitados. Até aí todos nós concordamos: o processo criminal deve ser garantista. Não serve só para punir, mas para limitar a punição, proteger a pessoa contra abusos, contra irracionalidades, contra atropelos.

Onde é que está a divergência?
O que se desenvolveu no Brasil foi aquilo que alguns chamam de hipergarantismo. É um garantismo hiperbólico, porque exacerbado, e monocular, porque só olha os direitos do réu, e não olha o direito da sociedade.

O que o srs. defendem, então?
O que nós buscamos é um garantismo equilibrado, integral, que garanta os direitos dos réus, mas também o das vítimas e os da sociedade. Do modo como funciona em tribunais garantistas internacionais.

Por exemplo...
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, tribunais de países que são considerados desenvolvidos, e que são berço da proteção de direitos humanos, como a Espanha, como o próprio Estados Unidos, um grande pai das garantias fundamentais.

Leia também:

Há fortes argumentos contrários a esse conceito do “hipergarantismo”. Um deles é que o garantismo está lastreado na constituição de 1988, que consolidou os princípios “in dúbio pro reu” e da presunção da inocência.
O hipergarantismo é uma interpretação do que está na Constituição.

Permitida e amparada pelo que lá está.
A outra interpretação também é permitida. A grande questão é: como é que funciona hoje o direito e o processo penal em relação a réus do colarinho branco, a corruptos e corruptores?

Como é que funciona?
Uma pesquisa de dois autores publicada pela Fundação Getúlio Vargas [Carlos Higino Ribeiro de Alencar e Ivo Gico Junior, em “Corrupção e Judiciário: a (in)eficácia do sistema judicial no combate à corrupção”, disponível na internet], mostra que o percentual de punição dos corruptos identificados é de pouquinho mais de 3%. Uma probabilidade de punição de 3% não vai ser um fator que desestimule a corrupção, porque a probabilidade de ser punido é muito pequena. O sistema hoje está concatenado com uma grande engrenagem, de tal forma que o resultado produzido é impunidade a réus do colarinho branco, corruptos e corruptores.

Não é a Constituição que tem que mudar essa equação – e não o dr. Deltan, que de resto poderia ter se candidato a deputado ou senador, e ir defender as dez medidas lá no Congresso, em vez de ficar correndo atrás de assinaturas?
Ótimo! Eu gosto de ouvir a divergência, porque ela é saudável e ajuda a construir um debate que enriquece o resultado. O que está colocado, com esse argumento, é medo de quem já passou por uma ditadura, o medo de que o Estado se exceda. A minha geração é uma geração que cresceu sem ditadura, vendo abusos de governantes praticando mandos e desmandos sem qualquer punição. O que a gente prega é altamente compatível, existe e funciona nas democracias do mundo.

O sr. defende, no seu livro sobre as provas, que o princípio da boa fé deve ser valorizado – para permitir, por exemplo, o recebimento de provas ilícitas. Acontece que esse princípio não está constitucionalizado, enquanto o da presunção de inocência está, e deve, portanto, prevalecer. Ou não?
A boa fé é algo inerente ao sistema de provas ilícitas, que o Brasil importou dos Estados Unidos. Só que quando a gente importou esse sistema, só importamos a metade que protege o réu. A outra metade, que protege a sociedade, a gente abandona. Isso não faz sentido, na minha perspectiva.

Mas foi assim que o Legislativo resolveu – como do jogo democrático.
É do jogo, posso entender, mas deve mudar.

A questão, na prática, voltando à operação Lava Jato, é que a sua posição, assim como a juiz Sérgio Moro, relativiza o constitucional in dúbio pro reu – o que é muito perigoso em um sistema democrático. Não?
Eu aprendi nos Estados Unidos um argumento que se chama slippery slope. É o argumento da ladeira escorregadia: “se você encosta em mim, daqui a pouco me dá um tapa e daqui a pouco um tiro na cabeça”. É um argumento tem por base o medo, que é uma emoção altamente poderosa. Mas a grande questão é: esse slippery slope procede? Será que não há barreiras entre esse tocar na pele e o tiro na cabeça? Nesse caso não existe. Estamos propondo medidas que já existem nas democracias civilizadas...

Esses princípios – in dubio pro reu, etc – estão na constituição...
Mas nenhuma posição que eu fedendo é incompatível com a Constituição. Me diga uma.

O sr. defende, claramente, a relativização do princípio da presunção da inocência.
Não. Digamos que você me dê essa caneta de presente. Eu vou dizer que você relativizou o direito à propriedade no Brasil?

Desculpe, mas não é uma boa comparação...
Direito à propriedade é um direito fundamental, que são irrenunciáveis e inalienáveis. O que você foi fez foi compatibilizar um direito inalienável e irrenunciável, com outro direito inalienável e irrenunciável, que é o direito à liberdade. Aí é que está a chave para entender o que a gente defende. Ninguém é contra a Constituição.

Na tabela que o sr. publica ao final de seu livro – com decisões de tribunais superiores que já seguem essa corrente do garantismo integral - não há nenhum exemplo de tribunal no Brasil. É uma corrente que ainda não chegou por aqui, pelo menos nas instâncias superiores.
Porque diz respeito à interpretação. Veja, por exemplo, a doutrina constitucionalista do Direito Civil. O direito à propriedade estava no cerne do Direito Civil. Eles fizeram um giro hermenêutico para dizer que a propriedade é assegurada, mas está em função da dignidade da pessoa humana. O que eles quiseram fazer foi humanizar o Direito Civil. Essa linha é uma linha que eu endosso. O mesmo tipo de argumentação que eles fizeram, no Direito Civil, é algo que a gente faz buscando uma efetividade da justiça criminal. É usar a argumentação, e a interpretação, dentro da constituição, para que a justiça penal seja efetiva, sem desproteger o direito dos réus.

E daí voltamos às dez medidas...
Quando oferecemos alternativas como as dez medidas contra a corrupção, estamos trazendo o debate para a mesa. O que a gente quer é um sistema de justiça que funcione. Oferecemos um tipo de solução, mas aceitamos qualquer outra solução que venha e resolva o problema.

Via Folha Política

SHOWMÍCIO FÚNEBRE
Inaugurada a era do SHOWMÍCIO FÚNEBRE,espécie de funeral em que um esquife envolto em bandeiras representativas e ladeado por outdoors é palco para o vai e vem de anônimos e autoridades que em respeitoso júbilo prestam condolências ao dono do defunto. E esse, em estado de profunda e efervescente comoção solta a voz ao microfone lançando as bases de nova candidatura num discurso de ódio em que conclama a militância a se vingar de pretensos algozes, incluindo aí todos os que atrapalham suas pretensões.
Onde está o decoro? a compostura? a seriedade? o brio? onde o recolhimento que a situação exige?
Através do vilipendio ao cadáver chega a Política aos píncaros da insensatez, ignomínia máxima reservada apenas àqueles que não se furtam a se utilizar de qualquer meio para recuperar o Poder.
Que vergonha!


Conteúdo de Maria do Rosário Pacheco

'LULA PROFANOU A MORTE DA PRÓPRIA ESPOSA, NÃO TEM LIMITES AO SER INDECOROSO', AFIRMA SENADOR CAIADO

O senador Ronaldo Caiado se indignou com a postura de Lula no velório da ex-primeira-dama Marisa Letícia e emitiu uma nota contundente.


"Lula não tem limites em sua capacidade de ser indecoroso. Conseguiu ultrapassar mais uma vez esse limite ao profanar a própria viuvez e ousar atribuí-la a terceiros. Se alguém pode ser responsabilizado pelo infortúnio de dona Marisa, é quem a envolveu nesse mar de delitos, e que não soube (ou não quis) poupar a própria família. Ao tentar politizar - e terceirizar - um drama que ele e somente ele produziu, expõe-se ao vexame público. Fez com a família o que fez com a pátria, semeando desordem e infelicidade. E agora quer acusar a justiça, na tentativa de inverter os papéis. O réu é ele, não a justiça. Lula, se não consegue respeitar o Brasil, respeite ao menos sua família!", declarou ele.

Conteúdo Folha Política

O EX-BILIONÁRIO VAI DELATAR. EIKE BATISTA SABE QUE NÃO CONSEGUIRÁ BENEFÍCIOS SEM ABRIR ESQUEMA COM DILMA E LULA NO BNDES
O ex­-bilionário Eike Batista ainda não recebeu nenhuma visita no presídio de Bangu 9, onde se encontra preso desde o dia 30. O próprio Eike pode ter desencorajado seus parentes e amigos fossem visitá-­lo. Por vergonha, constrangimento ou mesmo puro senso prático.

E por falar em senso prático, Eike também sabe que dificilmente conseguirá avançar nas tratativas de um acordo de delação premiada sem incluir outros nomes no cardápio. O ex-­bilionário não conseguirá nenhum benefício oferecendo informações sobre seus esquemas com o ex­-governador Sérgio Cabral por um motivo bem simples: a Polícia Federal já sabe praticamente tudo sobre o esquema e o próprio Cabral já se prontificou a esclarecer outros detalhes em seu acordo de delação.

Não seria interessante para o Ministério Público Federal colher as mesmas informações de duas fontes distintas e oferecer benefícios a ambas. Neste cenário, caberá a Cabral esclarecer sua parceria criminosa com Eike Batista, além de outras falcatruas envolvendo os ex­-presidentes Lula e Dilma.

No caso de Eike, o MPF e a Polícia Federal sabem que seu arsenal de informações "interessantes" sobre suas relações com os governos petistas é muito mais atraente, sob o ponto de vista das investigações. Afinal, é para isso que serve um acordo de delação premiada: ajudar as autoridades a esclarecer crimes insolúveis, o que não é o caso dos crimes do ex­-governador Sérgio Cabral.

Segundo o senador Ronaldo Caiado, "A jóia da corrupção do governo PT, o BNDES, deve ser alvo principal da delação de Eike. Ele sabia como poucos como funcionava o esquema de privilégios e crédito farto aos amigos do PT"

Neste momento, Eike reflete sobre suas alternativas em uma cela comum no complexo de presídios de Bangu, na Zona Oeste. Como bom jogador, o ex-­bilionário sabe que as chances de que algum de pedidos de habeas corpus prospere são de praticamente zero. Por outro lado, o peso de sua eventual pena pelos crimes que cometeu só poderá ser amenizado com um contrapeso decente. Na base do "eu te dou isso e você me tira isso", Eike faz suas contas.

Existe ainda o temor de que outros delatores ofereçam algumas informações antes dele. O método do MPF privilegia os peixes pequenos nestes casos. Isto significa que se Eike oferecer alguma informação já em negociação com outros delatores, a preferência será para os peixes pequenos. Peixe grande tem que contribuir com informações mais relevantes. E isto, Eike Batista tem de sobra. sua sorte foi lançada e quanto mais tempo demorar para chegar a estes conclusões, mais tempo amargará na cela comum do presídio de Bangu ao lado de outros criminosos. Pagando cigarros, remédios e outros "favores" aos colegas de cela e seus parentes.

Eike não está suportando ser mordido pelo mesmo pernilongo que acabou de morder um miliciano qualquer



ROSANGELA SOBRE MORO:"MUDANDO O PAÍS"

Em entrevista à revista Claudia, Rosangela Wolff Moro falou sobre Sérgio Moro:

"Eu via pela TV em lágrimas. De verdade. E pensei: 'Nossa, tenho em casa uma das engrenagens que está mudando o país (...) Quando a multidão gritou: Mooooroo, postei #emocionada. Fui à rua de verde e amarelo. Completamente no anonimato. Tanto que não repercutiu em lugar algum (...)"
"Sempre o tive como referência e o admiro. Mas ele está apenas cumprindo seu trabalho. Essa situação incentivou outros magistrados a mostrar que o Judiciário pode ser forte."
Doutora Rosangela Wolff Moro - Esposa do Doutor Sergio Moro.

Conteúdo O Antagonista

MILITANTES DO PT ATACAM IMPRENSA
Hoje vimos que Marisa continuará sendo útil. 
Lula está em campanha para 2018.
Os demais petistas estão ocupados em emplacar o discurso de que a Lava Jato é a responsável por tudo.
Marisa tinha mesmo um papel importante para lula: ela cuidava do seu dinheiro, segundo Paulo Okamoto.
(por ValeriaAndrade)