segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Quadro eleitoral é de ‘patética mediocridade’, diz Bolívar Lamounier

A versão brasileira do jornal El País publicou hoje uma entrevista com o cientista político Bolívar Lamounier, ligado ao PSDB, sobre a eleição deste ano.

Para Lamounier, o quadro atual é muito pior que o de 1989 –a primeira eleição direta depois do regime militar, que teve grande número de candidatos.

“Entre os 22 candidatos daquele ano, havia vários líderes de grande expressão nacional. Em comparação, o quadro atual é de uma patética mediocridade.”

O cientista político acha que Geraldo Alckmin é “a exceção mais importante” a esse quadro.

Outra exceção, diz Lamounier, seria Lula. Mas ele faz a ressalva da condenação –e diz que o cenário para o petista hoje é muito diferente, com uma situação econômica dificílima e “atingido até a medula pelas investigações de corrupção”.

fonte: El País

Este insulto natalino de Temer não passará !



Comentário de Políbio Braga.

Comandante se diz preocupado com uso de militares nos Estados

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, usou sua conta oficial no Twitter para demonstrar preocupação com a frequente solicitação de intervenções das Forças Armadas pelos Estados em operações de segurança pública. Atualmente, as Forças Armadas estão nas ruas do Rio Grande do Norte, que enfrenta greve de policiais militares e civis. 
“Preocupa-me o constante emprego do Exército em ‘intervenções’ (GLO) nos Estados. Só no Rio Grande do Norte, as Forças Armadas já foram usadas 3 vezes, em 18 meses. A segurança pública precisa ser tratada pelos Estados com prioridade ‘zero’. Os números da violência corroboram as minhas palavras”, afirmou o general, em postagem publicada no começo da noite deste sábado dia 30. 
No mesmo dia, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, lançou em Natal a “Operação Potiguar III” para garantir a lei e a ordem no Estado e enviou 2,8 mil militares de Exército, Marinha e Aeronáutica para reforçar o policiamento ostensivo. “Temos disciplina intelectual e acolhemos a decisão”, afirma Villas Bôas no Twitter.

Desde o início da greve no Rio Grande do Norte, no dia 19 de dezembro, a média diária de homicídios subiu de 4,83 para 7,25 e o número de crimes violentos letais intencionais cresceu 40,32%, chegando a 87 até este sábado.
fonte:Veja

Não passo um dia sem citar a Bíblia, afirma Marcelo Crivella

Ao longo do primeiro ano à frente da prefeitura do Rio de Janeiro, o carioca Marcelo Crivella (PRB), 60 anos, foi tachado de “prefeito sumido”, mas deu muito que falar. Ao alçar a cargos fundamentais pessoas ligadas à Igreja Universal, fundada pelo tio Edir Macedo, e cortar verbas da Parada Gay e do Carnaval, ao qual deu as costas evaporando-se dos eventos oficiais, cultivou a imagem de um político cioso de seu rebanho. Defendeu também os de casa: tentou emplacar o próprio filho na pasta da Casa Civil, caso que ainda será examinado pelo Supremo Tribunal Federal. Engenheiro de formação e bispo licenciado, o ex-senador e ex-ministro da Pesca afirma que o mérito o tem conduzido em suas escolhas. Nesta entrevista, diz que herdou uma bomba-relógio da gestão anterior e passa a mão na cabeça do aliado Anthony Garotinho, ex-governador atolado em denúncias.
Em seu primeiro ano de gestão, o senhor ganhou o apelido de “prefeito sumido”. É injusto? Claro. Pergunte ao ascensorista se não sou o primeiro a chegar à prefeitura todos os dias às 7 da manhã. Agora, não sou um homem que veio para estar nos holofotes do palco. Faço política discretamente. Esse é o meu estilo.
Além de cortar verbas para o Carnaval, o senhor não participou da festa. Desta vez a religião pesou? Cortei a verba porque precisava de recursos para investir em creches e creio que o Carnaval tem potencial para andar por conta própria, sem depender do Estado. O desfile das escolas de samba fatura com ingressos e patrocínio. Não fui ao Sambódromo porque minha promessa de campanha é cuidar das pessoas, e não sambar na avenida. O que diria meu eleitor se eu fosse lá para tocar pandeiro e aparecesse do lado de uma rainha de bateria? Não é justo que, para receber aplauso, eu crie um clone de mim mesmo e vire um soldado da demagogia.
O senhor vetou a exposição Queermuseu no Rio alegando que ela fazia “profanação de símbolos de culto”. Aí foi uma decisão do prefeito ou do bispo Crivella? Aquela exposição ofendia o catolicismo, e as pessoas que me elegeram exigem de mim respeito a todas as religiões.
O senhor foi ministro de Lula e teve o apoio da família Bolsonaro no segundo turno da eleição do Rio de Janeiro. Apoiará algum dos dois em 2018? São candidatos expressivos, porém em campos muito radicais. Precisamos de forças conciliatórias para o imprevisível processo eleitoral de 2018. Meu partido, o PRB, aguarda o surgimento de uma liderança de centro que desperte a fé das pessoas. Está tudo muito indefinido ainda, mas acho que na hora certa o eleitor vai evitar os extremismos e optará pelo voto conservador.
Conservador também nos valores? Sim, sem dúvida. Os fundadores do Estado americano — Thomas Jefferson, George Washington, John Adams — eram homens de oração que, no entanto, jamais tentaram doutrinar. Propagaram princípios e valores cristãos altamente benéficos para a sociedade. Faço o mesmo: leio a Bíblia desde os 9 anos e não passo um dia sem citá-la. O problema não é misturar política e religião, mas sim Estado e Igreja.
fonte: Veja

Irmão de Geddel já se mobiliza para não ser cassado

Um passo à frente!

Mesmo sem nenhum processo aberto, o deputado Lúcio Vieira Lima já pede aos colegas de plenário para que não votem por sua cassação.

A TRAJETÓRIA RIO ABAIXO

Quando menino, vi as luzes do Rio e me apaixonei. A escola nos trouxe para uma excursão a Petrópolis. A professora, generosamente, permitiu que o ônibus avançasse um pouco para nos maravilhar com a visão. Mais tarde, li no romance “Judas, o obscuro”, de Thomas Hardy, uma experiência semelhante: o personagem também admirava a cidade grande longe, fixado em suas luzes.
Assim que minha segurança profissional permitiu, ainda quase adolescente, mudei-me para o Rio, apenas com a mala de roupas, decidido a nunca mais sair. Ao voltar do exílio, apesar do avanço cultural em São Paulo, decidi, ou algo decidiu dentro de mim, ficar. Sei apenas que moro aqui, tive filhas e neto no Rio e não pretendo sair.
Mas a crise que o Rio vive é a mais grave que presenciei. Às vezes, repito aqui a pergunta de Vargas Llosa sobre o Peru, nas primeiras linhas de seu romance “A cidade e os cachorros”: quando é que o Rio se estrepou? É um reflexão que pode começar com a mudança da capital, passar pelas várias experiências de populismo de esquerda para acabar se fixando no encontro do PT com Cabral e toda a sua quadrilha. Entre eles, um coadjuvante de peso: o petróleo.
Às vezes, pergunto se fiz tudo o que poderia para evitar esse desastre. Confesso que, apesar de denunciá-los em várias campanhas, não tinha a verdadeira dimensão da rapina que iriam promover no Rio. Lembro-me que, em 2010, a “Folha de S.Paulo” publicou uma fala em que eu tentava descrever o projeto de Cabral. Comparava-o à tática das milícias que dão segurança a uma determinada área e são livres para cometer crimes. Disse que o instrumento dessa barganha eram as UPPs. A opinião pública ficaria satisfeita e Cabral teria as mãos livres para a pilhagem.
Questionei Cabral em vários debates de TV, sobre corrupção na saúde, politicas sociais etc. Não poderia imaginar que o arrogante adversário gastava R$ 4 milhões mensais com suas despesas particulares. O esquema monstruoso que contou com generosas verbas federais, royalties do petróleo e uma desvairada política de isenção de impostos corrompeu todas as dimensões do governo e talvez mesmo da vida cultural do Rio, entendida num sentido mais amplo.
Cabral caiu com seus asseclas. Em seguida, tombaram os conselheiros do Tribunal de Contas. Começa a cair agora a base de sustentação parlamentar de Cabral, Picciani à frente. O círculo da corrupção estava fechado. Não havia brechas. Era uma trama criminosa perfeita, com todos os seus anéis de legitimação. Nada ficou de pé, exceto sombras do passado, como Pezão e uma Assembleia, com raras exceções, totalmente desmoralizados.
A performance de Pezão como morto-vivo é patética. Ele indicou um deputado para o TCE. O procurador recusou-se a defender essa escolha: era inconstitucional. O procurador foi demitido por defender a Constituição. Felizmente, o deputado indicado por Pezão está para ser preso. Foi indicado ao TCE porque é cúmplice do assalto. A lógica da quadrilha ainda domina o estado. Em outras palavras, o Rio foi arruinado pela maior quadrilha da História, e coube aos remanescentes do grupo reconstruí-lo. Eles não sabem nem querem fazer isto. Seu único objetivo é escapar da Justiça.
No livro “Sobre a tirania”, de Timothy Snyder, o autor mostra 20 lições do século XX. Uma delas pode ser adaptada para o Rio: mantenha a calma quando o impensável chegar. Snyder fala do terrorismo nessa lição. O impensável chegou ao Rio não na forma do terrorismo, mas na ruína profunda de suas instituições. Ele explode na violência cotidiana, crise econômica, desemprego e miséria.
Em outras circunstâncias, a única saída seria uma intervenção federal. Mas o governo de Brasília é também um remanescente do esquema gigantesco que arruinou o país. Não tem força nem legitimidade. A última esperança está na própria sociedade. Uma ilusão a enfraquece: esperar 2018 para realizar a mudança.
Em outros estados, isso pode fazer sentido. Não consigo imaginar como o Rio resistirá a mais um ano de bandidos no poder e a todas as consequências da presença da quadrilha no governo. De que adianta prender deputados como Picciani se a Assembleia está pronta para soltá-los?
No espírito de manter a calma quando o impensável chegar, a sociedade precisa discutir logo não apenas as grandes saídas, mas também a solução emergencial. O problema central é este: o que fazer com as grandes quadrilhas que dominam o estado? Como tomar iniciativas imediatas, para não ter de mudar daqui no futuro próximo? Não tenho resposta pronta. Sei apenas que é preciso enfrentá-los, derrubá-los e substituí-los. Isso precisa ser feito agora.
Já disse no alto de um caminhão de som, em debates e palestras: é insuportável viver num país onde os bandidos fazem a lei. O Rio é o núcleo dramático dessa desgraça nacional.
por Fernando Gabeira, publicado originalmente no seu blog em 27/11/2017

Viaduto Petrolão

João Doria disse que vai respeitar a escolha dos vereadores de batizar um viaduto com o nome de Marisa Letícia, apesar de considerar “injusta a homenagem prestada a alguém envolvido no maior escândalo de corrupção já registrado no país”.

Leia a nota da prefeitura:

“Por determinação do prefeito João Doria, a Prefeitura de São Paulo cancelou o evento de inauguração do Viaduto do M’Boi Mirim previsto para dia 3 de janeiro. A via será aberta ao trânsito a partir desta terça-feira, dia 2 de janeiro. 

A Prefeitura esclarece ainda que a escolha do nome do viaduto é prerrogativa da Câmara Municipal e fruto de um acordo entre a maioria dos vereadores — e apenas por isso respeitado pela administração municipal, apesar da discordância do prefeito em relação à injusta homenagem prestada a alguém envolvido no maior escândalo de corrupção já registrado no país e que nunca morou na cidade nem jamais lhe trouxe qualquer benefício”.

Assim como o Elevado João Goulart virou o Minhocão, o Viaduto Marisa Letícia na boca do povo vai ser conhecido como Petrolão.