sexta-feira, 16 de junho de 2017

JBS-Friboi teria pago reforma na casa da filha do presidente

Como parecia claro desde o início, o que vai se configurando como mais grave e concreto contra o presidente Michel Temer é a relação dele com o coronel PM João Baptista Lima, o “coronel Lima” das delações da JBS. Por enquanto, e até surgirem fatos novos, bem mais grave e concreto do que a mala de R$ 500 mil do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e a fita gravada clandestinamente por Joesley Batista.

Tudo parece indicar que foi a JBS quem pagou a reforma da casa de uma das filhas de Temer, em São Paulo. O dinheiro sairia da empresa sob pretexto de doação de campanha, iria parar na empresa do coronel Lima e dali sairia para o pagamento de arquitetos e fornecedores de material para a obra.

A isso junte-se o depoimento do delator Ricardo Saud, da J&F, ao Ministério Público Federal. Segundo ele, dos R$ 300 milhões da “conta propina” do PT, R$ 15 milhões foram para a campanha à Vice-Presidência em 2014, mas Temer teria feito “uma coisa até deselegante”: surrupiado uma parte para uso pessoal.

“Eu já vi o cara pegar o dinheiro da campanha e gastar na campanha. Agora, ganhar dinheiro do PT e guardar para ele no bolso dele, eu acho muito difícil. Aí, ele (Temer) e o Kassab (Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação) guardaram o dinheiro para eles usarem de outra forma”, diz Saud no vídeo de 23 minutos. Dinheiro de empresa privada em campanha era legal. No bolso dos candidatos, não.

Adiante, ele ratificou: “Nessa eleição, só vi dois caras roubar deles mesmos. Um foi o Kassab, o outro foi o Temer. O Temer me deu um papelzinho e falou: ‘Ricardo, tem um milhão que eu quero que você entregue em dinheiro nesse endereço aqui’”. Era o endereço da empresa do coronel Lima, que, conforme recibos e mensagens colhidas pela PF, foi quem financiou as obras na casa da filha do então vice.

Temer tem se enrolado diante de perguntas que não são só da PF e da mídia, mas da sociedade. Negou que viajara no jatinho da JBS para Comandatuba, na Bahia, depois confirmou, mas dizendo que não sabia de quem era o avião. Agora, tudo o que tem a dizer é que a filha tinha recursos, na época, para bancar as obras. É pouco, senhor presidente.

Assim como as obras no sítio e no triplex criam um link direto entre Odebrecht e OAS e o ex-presidente Lula, a da casa da filha é considerada o link entre a JBS e Temer. Daí porque é temerário ele prever, como fez ontem com ministros e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o provável pedido de processo da PGR contra ele será “fraquíssimo”.

Com o coronel Lima entrando em cena como protagonista, as reações são contundentes. Temer quer pressa na votação do pedido da PGR na Câmara, Maia acena até com o cancelamento do recesso de julho e o ex-presidente Fernando Henrique dá uma guinada importante, que pode mudar a disposição do PSDB e do Congresso.

Assim como pediu a renúncia como “gesto de grandeza” de Dilma Rousseff em 2015, FHC enviou nota ontem ao jornal O Globo e à agência Lupa sugerindo a Temer antecipar as eleições gerais como “gesto de grandeza”. Ele admitiu que sua percepção sobre a crise tem sofrido “abalos fortes”. Tem mesmo, já que FHC sempre foi contra eleições diretas agora e havia liderado, três dias antes, a decisão do PSDB de continuar no governo. 

Entre a reunião do “fico” e a defesa de eleições antecipadas, o que houve? Certamente, o avanço das investigações sobre os vínculos entre Temer, o coronel Lima e papéis rasgados na casa deste. Quem tem provas a destruir é porque tem culpa no cartório. A culpa de um coronel aposentado é uma coisa, a de um presidente da República é outra. Ainda mais com crise, tensão e futuro incerto.

Proposta de reforma política pode se resumir a criar fundo de R$ 3 bilhões para os partidos

Tratada até há pouco como importante medida de superação de vícios da administração pública brasileira, a reforma política está escanteada no Congresso e pode se resumir, na essência, a um ponto: a criação de um fundo público de campanha de pelo menos R$ 3 bilhões.

A crise que se abateu sobre Michel Temer levou o governo a priorizar a tentativa de manter o presidente no cargo. O teste prático se dará na autorização ou não, pelo plenário da Câmara, para que o Judiciário dê sequência à provável denúncia criminal contra o peemedebista.

Em segundo plano estão as reformas da Previdência e trabalhista, também afetadas pelos desdobramentos da delação da JBS. Já a reforma política está estacionada e vê o seu conteúdo ser desidratado a cada dia.

A parte principal do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) está há mais de dois meses pronta para ser votada, sem sucesso. Há mais de 15 dias a comissão especial que debate o assunto não consegue se reunir.

Por falta de apoio, abandou-se a implantação da lista fechada, uma das principais propostas da reforma. Nela, o eleitor deixa de escolher candidatos isolados e vota em listas pré-definidas pelos partidos. O principal argumento em defesa do modelo é o de que ele barateia drasticamente as campanhas.

Desde 2015 as empresas estão proibidas de doar para candidatos. A eleição de 2014 custou quase R$ 6 bilhões (valores atualizados), isso sem considerar os recursos não declarados à Justiça.

Com a lista fechada abandonada, Cândido agora prega só ajustes no atual modelo, como aumento do teto que pessoas físicas podem doar para campanhas (hoje 10% dos rendimentos no ano anterior), além da restrição ao número de candidatos que os partidos podem lançar.

Um grupo de legendas, lideradas pelo PMDB, quer ainda tentar emplacar o chamado "distritão" –sistema em que são eleitos os mais votados. Hoje as cadeiras na Câmara são distribuídas com base no total de votos que os candidatos do partido ou da coligação receberam.

O "distritão", porém, já foi rejeitado pelo Congresso em 2015 e tem como um de suas consequências tornar sem efeito cerca de 60% dos votos dados pelos eleitores. Esse percentual reúne votos dados aos candidatos não eleitos mais os direcionados em excesso para os mais bem votados. No atual sistema, o percentual de votos "desperdiçados" fica em menos de 10%.

FUNDO

Com o fracasso da lista fechada, mais barata, o relator da reforma política afirmou que apresentará na semana que vem novo texto elevando em quase 50% o valor do novo fundo eleitoral público para financiamento das campanhas.

Em sua proposta original, esse fundo teria R$ 2,18 bilhões. Agora, subirá para R$ 3 bilhões. Deputados defendem que o valor chegue aos R$ 6 bilhões, idêntico ao declarado em 2014.

A esse valor se somariam pelo menos R$ 820 milhões do fundo partidário –hoje a principal fonte pública de financiamento dos partidos– e a renúncia fiscal para que TVs e rádios transmitam o horário eleitoral (cerca de R$ 600 milhões).

Paralelamente aos pontos debatidos na comissão especial, outra comissão da Câmara analisa proposta já aprovada no Senado para tentar reduzir à metade o número dos partidos –hoje são 35. A medida retira dinheiro público e tempo de propaganda na TV das legendas que não obtiverem um mínimo de votos. Há forte resistência das pequenas e médias siglas, porém.


Rui Barbosa e a vergonha de ser honesto

Rui Barbosa e a vergonha de ser honesto


Deputado comunista propõe residência automática para imigrantes

Orlando Silva apresentou uma proposta de projeto de lei destinada a causar polêmica. 

Ele propõe que seja autorizada a residência no Brasil de todos os imigrantes que tenham entrado em território nacional até a data de início da vigência da lei.


Joesley diz que Cunha cobrava propina em nome de Temer e que presidente 'sabia de tudo'



Em entrevista exclusiva a ÉPOCA, o empresário diz que o presidente não tinha "cerimônia" para pedir dinheiro.
Na manhã da quinta-feira (15), o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, recebeu ÉPOCA para conceder sua primeira entrevista exclusiva desde que fechou a mais pesada delação dos três anos de Lava Jato. Em mais de quatro horas de conversa, precedidas de semanas de intensa negociação, Joesley explicou minuciosamente, sempre fazendo referência aos documentos entregues à Procuradoria-Geral da República, como se tornou o maior comprador de políticos do Brasil. Discorreu sobre os motivos que o levaram a gravar o presidente Michel Temer e a se oferecer à PGR para flagrar crimes em andamento contra a Lava Jato. Atacou o presidente, a quem acusa, com casos e detalhes inéditos, de liderar “a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil” – e de usar a máquina do governo para retaliá-lo. Contou como o PT de Lula “institucionalizou” a corrupção no Brasil e de que modo o PSDB de Aécio Neves entrou em leilões para comprar partidos nas eleições de 2014. O empresário garante estar arrependido dos crimes que cometeu e se defendeu das acusações de que lucrou com a própria delação. 

A seguir, os principais trechos da entrevista publicada na edição de ÉPOCA desta semana. Leia as 12 páginas da conversa com Joesley na edição que chega às bancas neste sábado (16).
ÉPOCA – Quando o senhor conheceu Temer?
Joesley Batista – Conheci Temer através do ministro Wagner Rossi, em 2009, 2010. Logo no segundo encontro ele já me deu o celular dele. Daí em diante passamos a falar. Eu mandava mensagem para ele, ele mandava para mim. De 2010 em diante. Sempre tive relação direta. Fui várias vezes ao escritório da Praça Pan-Americana, fui várias vezes ao escritório no Itaim, fui várias vezes na casa dele em São Paulo, fui alguma vezes ao Jaburu, ele já esteve aqui em casa, ele foi ao meu casamento. Foi inaugurar a fábrica da Eldorado.
ÉPOCA – Qual, afinal, a natureza da relação do senhor com o presidente Temer?
Joesley – Nunca foi uma relação de amizade. Sempre foi uma relação institucional, de um empresário que precisava resolver problemas e via nele a condição de resolver problemas. Acho que ele me via como um empresário que poderia financiar as campanhas dele – e fazer esquemas que renderiam propina. Toda vida tive total acesso a ele. Ele por vezes me ligava para conversar, me chamava, eu ia lá.
ÉPOCA – Conversar sobre política?
Joesley – Ele sempre tinha um assunto específico. Nunca me chamou lá para bater papo. Sempre que ele me chamava eu sabia que ele ia me pedir alguma coisa ou ele queria alguma informação.
ÉPOCA – Segundo a colaboração, Temer pediu dinheiro ao senhor já em 2010. É isso?
Joesley – Isso. Logo no início. Conheci Temer e esse negócio de dinheiro para campanha, aconteceu logo no iniciozinho. O Temer não tem muita cerimônia para tratar desse assunto. Não é um cara cerimonioso com dinheiro.
ÉPOCA – Ele sempre pediu sem algo em troca?
Joesley – Sempre estava ligado a alguma coisa, ou a algum favor. Raras vezes não. Uma delas foi quando ele pediu os R$ 300 mil para fazer campanha na internet antes do impeachment, preocupado com a imagem dele. Fazia pequenos pedidos. Quando o Wagner saiu, Temer pediu um dinheiro para ele se manter. Também pediu para um tal de Ortolon, que está lá na nossa colaboração. Um sujeito que é ligado a ele. Pediu para nós fazermos um mensalinho. Fizemos. Ele volta e meia fazia pedidos assim. Uma vez ele me chamou para apresentar o Yunes. Disse que o Yunes era amigo dele e para ver se dava para ajudar o Yunes.
ÉPOCA – E ajudou?
Joesley – Não chegamos a contratar. Teve uma vez também que ele me pediu para ver se eu pagava o aluguel do escritório dele na praça (Panamericana, em São Paulo). Eu desconversei, fiz de conta que não entendi, não ouvi. Ele nunca mais me cobrou.
ÉPOCA – Ele explicava a razão desses pedidos? Por que o senhor deveria pagar?
Joesley – O Temer tem esse jeito calmo, esse jeito dócil de tratar e coisa. Não falava.
ÉPOCA – Ele não deu nenhuma razão?
Joesley – Não, não ele. Tem políticos que acreditam que, pelo simples fato do cargo que ele está ocupando, já o habilita a você  ficar devendo favores a ele. Já o habilita a pedir algo a você de maneira que seja quase uma obrigação você fazer. Temer é assim.
ÉPOCA – O empréstimo do jatinho da JBS ao presidente também ocorreu dessa maneira?
Joesley – Não lembro direito. Mas é dentro desse contexto: “Eu preciso viajar, você tem um avião, me empresta aí". Acha que o cargo já o habilita. Sempre pedindo dinheiro. Pediu para o Chalita em 2012, pediu para o grupo dele em 2014.
ÉPOCA – Houve uma briga por dinheiro dentro do PMDB na campanha de 2014, segundo o lobista Ricardo Saud, que está na colaboração da JBS.
Joesley – Ricardinho falava direto com Temer, além de mim. O PT mandou dar um dinheiro para os senadores do PMDB. Acho que R$ 35 milhões. O Temer e o Eduardo descobriram e deu uma briga danada. Pediram R$ 15 milhões, o Temer reclamou conosco. Demos o dinheiro. Foi aí que Temer voltou à Presidência do PMDB, da qual ele havia se ausentado. O Eduardo também participou ativamente disso.
ÉPOCA – Como era a relação entre Temer e Eduardo Cunha?
Joesley – A pessoa a qual o Eduardo se referia como seu superior hierárquico sempre foi o Temer. Sempre falando em nome do Temer. Tudo que o Eduardo conseguia resolver sozinho, ele resolvia. Quando ficava difícil, levava para o Temer. Essa era a hierarquia. Funcionava assim: primeiro vinha o Lúcio. O que ele não consegui resolver ele pedia para o Eduardo. Se o Eduardo não conseguia resolver, envolvia o Michel.
ÉPOCA – Segundo as provas da delação da JBS e de outras investigações, o senhor pagava constantemente tanto Eduardo Cunha quanto Lúcio Funaro, seja por acertos na Câmara, seja por acertos na Caixa, entre outros. Quem ficava com o dinheiro?
Joesley – Em grande parte do período que convivemos meu acerto era direto com o Lúcio. Eu não sei como era o acerto do Lúcio do Eduardo tampouco do Eduardo com o Michel. Eu não sei como era a distribuição entre eles. Eu evitava falar de dinheiro de um com o outro. Não sabia como era o acerto entre eles. Depois, comecei a tratar uns negócios direto com o Eduardo. Em 2015, 2016, quando ele assumiu a Presidência da Câmara. Não sei também o quanto desses acertos iam para o Michel. E com o Michel mesmo eu também tratei várias doações. Quando eu ia falar de esquema mais estrutural com Michel, ele sempre pedia para falar com o Eduardo. ‘Presidente, o negócio do Ministério da Agricultura, o negócio dos acertos…’. Ele dizia: ‘Joesley, essa parte financeira toca com o Eduardo e se acerta com o Eduardo’. Ele se envolvia somente nos pequenos favores pessoais ou em disputas internas, como a de 2014.
ÉPOCA – O senhor realmente precisava tanto assim desse grupo de Eduardo Cunha, Lúcio Funaro e Temer?
Joesley – Eles foram crescendo no FI-FGTS, na Caixa, na Agricultura - todos órgãos onde tínhamos interesses. Eu morria de medo de eles encamparem o Ministério da Agricultura. Eu sabia que o achaque ia ser grande. Eles tentaram. Graças a Deus mudou o governo e eles saíram. O mais relevante foi quando Eduardo tomou a Câmara. Aí virou CPI para cá, achaque para lá. Tinha de tudo. Eduardo sempre deixava claro que o fortalecimento dele era o fortalecimento do grupo da Câmara e do próprio Michel. Aquele grupo tem o estilo de entrar na sua vida sem ser convidado.
ÉPOCA – Pode dar um exemplo?
Joesley – O Eduardo, quando já era presidente da Câmara, um dia me disse assim: ‘Joesley, tão querendo abrir uma CPI contra a JBS para investigar BNDES. É o seguinte: você me dá cinco milhões que eu acabo com a CPI.’ Falei: Eduardo, pode abrir, não tem problema. Como não tem problema? Investigar o BNDES, vocês. Falei: Não, não tem problema. Você tá louco? Depois de tanto insistir, ele virou bem sério: é sério que não tem problema? Eu: é sério. Ele: não vai te prejudicar em nada? Não, Eduardo. Ele imediatamente falou assim: seu concorrente me paga cinco milhões para abrir essa CPI. Se não vai te prejudicar, se não tem problema… Eu acho que eles me dão os 5 milhões. Uai, Eduardo, vai sua consciência. Faz o que você achar melhor'.Esse é o Eduardo. Não paguei e não abriu. Não sei se ele foi atrás. Esse é o exemplo mais bem acabado da lógica dessa Orcrim.
ÉPOCA – Algum outro?
Joesley – Lúcio fazia a mesma coisa. Virava para mim e dizia: tem um requerimento numa CPI para te convocar. Me dá um milhão que eu barro. Mas a gente ia ver e descobria que era algum deputado a mando dele que estava fazendo. É uma coisa de louco.
ÉPOCA – O senhor não pagou?
Joesley – Nesse tipo de coisa, não. Tinha alguns limites. Tinha que tomar cuidado. Essa é a maior e mais perigosa organização criminosa desse país. Liderada pelo presidente.
ÉPOCA – O chefe é o presidente Temer?
Joesley – O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo à meia distância: nem deixando eles aproximarem demais nem deixando eles longe demais. Para não armar alguma coisa contra mim. A realidade é que esse grupo é o de mais difícil convívio que já tive na minha vida. Daquele sujeito que nunca tive coragem de romper, mas também morria de medo de me abraçar com ele.
ÉPOCA – No decorrer de 2016, o senhor, segundo admite e as provas corroboram, estava pagando pelo silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, ambos já presos na Lava Jato, com quem o senhor tivera acertos na Caixa e na Câmara. O custo de manter esse silêncio ficou alto demais? Muito arriscado?
Joesley – Virei refém de dois presidiários. Combinei quando já estava claro que eles seriam presos, no ano passado. O Eduardo me pediu 5 milhões. Disse que eu devia a ele. Não devia, mas como ia brigar com ele? Dez dias depois ele foi preso. Eu tinha perguntado para ele: "Se você for preso, quem é a pessoa que posso considerar seu mensageiro?”. Ele disse: 'O Altair procura vocês. Qualquer outra pessoa não atenda'.  Passou um mês, veio o Altair. Meu deus, como vou dar esse dinheiro para o cara que está preso? Aí o Altair disse que a família do Eduardo precisava e que ele estaria solto logo, logo. E que o dinheiro duraria até março deste ano. Fui pagando, em dinheiro vivo, ao longo de 2016. E eu sabia que, quando ele não saísse da cadeia, ia mandar recados.
ÉPOCA – E o Lúcio Funaro?
Joesley – Foi parecido. Perguntei para ele quem seria o mensageiro se ele fosse preso. Ele disse que seria um irmão dele, o Dante. Depois virou a irmã. Fomos pagando mesada. O Eduardo sempre dizia: “Joesley, estamos juntos, estamos juntos. Não te delato nunca. Eu confio em você. Sei que nunca vai me deixar na mão, vai cuidar da minha família'. Lúcio era a mesma coisa: "'Confio em você, eu posso ir preso porque eu sei que você não vai deixar minha família mal. Não te delato’".
ÉPOCA – E eles cumpriram o acerto, não?
Joesley – Sim. Sempre me mandando recados: "Você está cumprindo tudo direitinho. Não vão te delatar. Podem delatar todo mundo menos você’". Mas não era sustentável. Não tinha fim. E toda hora o mensageiro do presidente me procurando para garantir que eu estava mantendo esse sistema.
ÉPOCA – Quem era o mensageiro?
Joesley – Geddel. De 15 em 15 dias era uma agonia terrível. Sempre querendo saber se estava tudo certo, se ia ter delação, se eu estava cuidando dos dois. O presidente estava preocupado. Quem estava incumbido de manter Eduardo e Lúcio calmos era eu.
ÉPOCA – O ministro Geddel falava em nome do presidente Temer?
Joesley – Sem dúvida. Depois que o Eduardo foi preso, mantive a interlocução desses assuntos via Geddel. O presidente sabia de tudo. Eu informava o presidente por meio do Geddel. E ele sabia que eu estava pagando o Lúcio e o Eduardo. Quando o Geddel caiu, deixei de ter interlocução com o Planalto por um tempo. Até por precaução.

Minha Filha, Minha Sogra

Michel Temer é igual a Lula.
Um será condenado pelas reformas no triplex e no sítio, o outro será condenado pelas reformas nos apartamentos da filha e da sogra.
Esse é o motivo da guinada de FHC, segundo Eliane Cantanhêde, do Estadão:
“Como parecia claro desde o início, o que vai se configurando como mais grave e concreto contra o presidente Michel Temer é a relação dele com o coronel PM João Baptista Lima, o ‘coronel Lima’ das delações da JBS (…).
Tudo parece indicar que foi a JBS quem pagou a reforma da casa de uma das filhas de Temer, em São Paulo. O dinheiro sairia da empresa sob pretexto de doação de campanha, iria parar na empresa do coronel Lima e dali sairia para o pagamento de arquitetos e fornecedores de material para a obra (…).
Dinheiro de empresa privada em campanha era legal. No bolso dos candidatos, não.
Assim como as obras no sítio e no triplex criam um link direto entre Odebrecht e OAS e o ex-presidente Lula, a da casa da filha é considerada o link entre a JBS e Temer (…).
Com o coronel Lima entrando em cena como protagonista, as reações são contundentes. Temer quer pressa na votação do pedido da PGR na Câmara, Maia acena até com o cancelamento do recesso de julho e o ex-presidente Fernando Henrique dá uma guinada importante, que pode mudar a disposição do PSDB e do Congresso.
Entre a reunião do ‘fico’ e a defesa de eleições antecipadas, o que houve? Certamente, o avanço das investigações sobre os vínculos entre Temer, o coronel Lima e papéis rasgados na casa deste. Quem tem provas a destruir é porque tem culpa no cartório. A culpa de um coronel aposentado é uma coisa, a de um presidente da República é outra. Ainda mais com crise, tensão e futuro incerto”.

FUNARO DIZ QUE TEMER SABIA DE TUDO

A Veja informa que Lúcio Funaro contou à PF na quarta (14) que Michel Temer tinha pleno conhecimento de todos os esquemas de corrupção do PMDB e que chegou a se encontrar com ele para tratar do financiamento do partido.

Doria relativiza avanço de Bolsonaro: "Eu tinha 2% e venci a eleição no primeiro turno"

Na entrevista à BBC Brasil, João Doria admitiu que poderá ser candidato à Presidência da República:
"Nós temos que pensar em eleição em janeiro do ano que vem. Aí, quem sabe..."
Doria também relativizou o avanço de Jair Bolsonaro nas pesquisas:
"Ele tem um discurso mais à direita, que contagia um universo de eleitores, faz parte do processo democrático. É um candidato assumido, faz campanha há um ano pelo Brasil e isso vai sensibilizando uma parcela dos leitores. Mas não creio que seja uma sensibilização definitiva.
Eu já vi várias vezes histórias de candidatos, e com isso não estou desrespeitando a história, nem a trajetória e nem o valor do deputado. Eu já vi outros candidatos saírem à frente em campanhas e nem sequer irem para o segundo turno. E em São Paulo.
Aqui mesmo temos um exemplo disso. Um candidato que começou a campanha com 38%, era tido como vitorioso ou, na pior das hipóteses, como já no segundo. Estavam discutindo a segunda vaga para o segundo turno, se é que poderia haver um segundo turno.
E esse candidato (o deputado Celso Russomanno, do PRB) não foi nem para o segundo turno e nem ganhou a eleição. Eu tinha 2% e venci a eleição no primeiro turno."

Janaína está certa: brasileiro já não aguenta mais políticos frouxos

Não tenho acompanhado o que Janaína Paschoal anda postando a respeito do caos político em geral, portanto comentarei especificamente este tuíte abaixo:

Antes de mais nada, é claro que o governo Temer não é composto de santos. Até porque para alguém ter topado se aliar ao PT é por ter interesses questionáveis. Ninguém se alia a projetos totalitários e sai limpo.
Ao mesmo passo, também é óbvio que a tropa do PMDB é composta de ladrões de galinha na comparação com os petistas. Para tirar a dúvida, basta ver os volumes de propinas para os petistas nas delações. O dono da JBS Joesley Batista relatou pagamentos de US$ 150 mi em propinas para Lula e Dilma.
Sendo assim, o governo Temer está caindo pelas tabelas por um motivo: frouxidão. Ele não rebate os discursos inimigos e não consegue fazer uma política efetiva de destruição dos adversários. Enquanto isso, seus inimigos unicamente agem pela política da destruição total.
Ou seja, ele construiu sua destruição em razão da frouxidão.
O que precisamos é de rejeição cada vez maior a políticos frouxos. A prioridade seria estigmatizar comportamentos baseados na frouxidão.
Em relação a Temer, isso não teria a ver com algo que o inocentasse, mas pelo menos que garantisse a punição de todos. Se é para cair, que se caia lutando de verdade, levando junto os corruptos do outro lado.
conteúdo: ceticismo politico

Danilo Gentili dá lição de cidadania ao ativar o MPF contra Maria do Rosário por improbidade

O truque de Maria do Rosário foi bem básico e não difere daquilo que tem sido executado há tempos pela extrema-esquerda: usar a força do Judiciário e intimidar o inimigo. No caso de Maria do Rosário, ela usou seu cargo de deputada para tentar censurar o humorista por causa de uma piada. Conforme o TV Foco, agora Gentili pede para que a deputada totalitária seja investigada.
Ocorre que semanas atrás, Maria do Rosário mandou uma notificação ao humorista exigindo que ele apagasse publicações relacionadas a ela e sua filha menor de idade da Internet. Ele não acatou o pedido, e gravou um vídeo no qual picotava a notificação e a enfiava na cueca. Em seguida, mandou tudo de volta para a socialista, publicando o vídeo em suas redes sociais.
Agora, a defesa de Gentili requisitou que o MPF investigue a prática de improbidade administrativa de Maria do Rosário por ter usado a estrutura da Câmara para tentar censurá-lo.
“Nós entendemos que a deputada Maria do Rosário não deveria, de forma alguma, ter utilizado a estrutura da Câmara para notificar Danilo Gentili. Ela buscou, no nosso entendimento, censurar uma pessoa usando a máquina pública, algo absolutamente impensável”, afirmou o advogado de Gentili, Maurício Bunazar.
O pedido da defesa de Gentili já foi protocolado e está em trâmite no MPF. Foram anexadas cópias do tweets trocados entre ele e a deputada e da notificação da deputada (que ele rasgou).
“O que ensejou a notificação foram tweets que eles trocaram que nada tinham a ver com a posição parlamentar. Era uma posição da Maria do Rosário, não da deputada”, diz Bunazar, advogado de Gentili.
Em suma, isso é uma aula de cidadania. Se não reagimos a totalitários que usam seu poder para silenciar a divergência, eles avançam cada vez mais.
Pode parecer pouco, mas isso que Gentili fez é uma aula de cidadania. Ele merece todo apoio.

Para arcar com prisão domiciliar em NY, ex-presidente da CBF vende mansão por R$ 11,5 milhões


Para ajudar a pagar os custos de sua prisão domiciliar em Nova York e despesas com advogados, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, vendeu por R$ 11.550.000,00 uma mansão localizada no Jardim Europa, uma das regiões mais nobres de São Paulo. O imóvel fica em um terreno de 2.600 m² e tem 818 m² de área útil. Possui dois andares, 12 salas, dez banheiros e estacionamento para 30 carros.

A nova proprietária da residência é a empresa Meta Administradora de Bens, especializada em empreendimentos de alto padrão. O negócio foi registrado no 4.º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo no dia 22 de fevereiro.

Apesar de a transação ter sido feita por R$ 11,5 milhões, o valor de referência do casarão de Marin é de R$ 24.945.754,00, mais do que o dobro do valor pago de acordo com a matrícula do imóvel. Procurada pelo Estado, a Meta não se pronunciou sobre o negócio.

A mansão foi comprada por Marin em 2014. O ex-presidente da CBF pagou por ela R$ 13,5 milhões. A casa estava registrada em nome da JMN Empreendimento e Participações, empresa criada por Marin para cuidar dos bens da família. Em 2015, quando já estava preso nos Estados Unidos por corrupção no futebol, Marin deixou a sociedade da empresa. Permaneceram como proprietários apenas sua mulher, Neuza Augusta Barroso Marin, e o filho Marcus Vinícius Marin.

Com a manobra, o ex-dirigente da CBF tentou se proteger de uma possível tentativa da Justiça norte-americana de pedir o confisco ou bloqueio de alguns de seus bens no Brasil.

Marin acumulou mais de R$ 2 milhões de prejuízo com o imóvel – além de ter vendido por um preço menor do que o pago há três anos, somente de IPTU ele gastava quase R$ 200 mil por ano. Em outubro do ano passado, o Estado revelou que o casarão estava desocupado e Marin o colocou para alugar por R$ 110 mil/mês.

Antes de Marin comprar o imóvel, funcionava no local uma clínica médica de oncologia. A mansão pertenceu à família Klabin Lafer (líder no setor de produção de papel no Brasil) e fica próxima ao MIS (Museu da Imagem e do Som).

Preso em seu apartamento na Quinta Avenida, em Nova York, o ex-dirigente de 85 anos tem buscado recursos no Brasil para arcar com os custos da vigilância imposta pela Justiça dos Estados Unidos, que inclui tornozeleira eletrônica e câmeras de segurança instaladas na porta de seu apartamento e em todas as saídas do prédio Trump Tower. Por mês, os seus gastos são superiores a R$ 200 mil.

O ex-presidente da CBF recebe pensão vitalícia do Estado de São Paulo no valor de R$ 20.257,80 relativa à extinta carteira previdenciária dos deputados paulistas. Marin foi deputado estadual por dois mandatos, de 1971 a 1979. Também foi governador de São Paulo por dez meses, entre 1982 e 1983.

Marin é acusado de ter cometido vários crimes, como o de receber propinas nas negociações de direitos de TV em edições da Copa América e suborno em contratos de comercialização e marketing da Copa do Brasil. Em abril de 2014, por exemplo, ele teria viajado para Miami, na Flórida, para participar de uma conferência de imprensa e teve uma reunião com J. Hawilla (dono da Traffic) para acertar os pagamentos das propinas.

O ex-presidente da CBF está em prisão domiciliar em Nova York desde 2015, à espera do julgamento, marcado para novembro. Ele obteve permissão para deixar o apartamento por até quatro dias da semana, mas não pode sair do raio de até duas milhas (3,2 quilômetros).

Ex-vice da Engevix pede a Moro para falar em processo contra José Dirceu

O ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada pediu ao juiz federal Sérgio Moro para falar na Operação Lava Jato. O magistrado autorizou e determinou à Polícia Federal que ouça o executivo em 10 dias.

A solicitação de Gerson Almada foi feita nos autos da denúncia do Ministério Público Federal sobre propinas de R$ 2,4 milhões das empreiteiras Engevix e UTC para o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil – Governo Lula). O petista teria recebido os valores durante e depois do julgamento do Mensalão – ação penal em que o petista foi condenado.

A acusação da força-tarefa da Lava Jato foi ajuizada em 2 de maio e ainda não foi recebida por Moro. Gerson Almada pediu para falar antes de o magistrado decidir se coloca ou não os investigados no banco dos réus. Além do executivo e de Dirceu, são acusados Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro; João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT; e Walmir Pinheiro Santana, ex-executivo da UTC.

Ao aceitar o pedido, Moro considerou que ‘a denúncia envolve pessoas já condenadas em mais de uma ação penal’.

“Observo, porém, que apesar da afirmada intenção de colaboração não está o acusado em questão abrigado por qualquer acordo de colaboração”, anotou o juiz da Lava Jato em decisão tomada na terça-feira, 13.

“Ciência ao defensor em questão que deverá procurar a autoridade policial para agendar e apresentar o seu cliente perante a Polícia Federal em Curitiba no referido prazo. Ciência, por oportuno, ao Ministério Público Federal que, querendo, poderá fazer-se presente e formular perguntas.”

Gerson Almada fez a solicitação a Moro em 6 de junho. No requerimento, subscrito por ele e por seus advogados Antônio Sérgio Pitombo e Flávia Mortari Lotfi, o executivo informa a Moro que ‘tomou conhecimento’ sobre a denúncia de lavagem de dinheiro pela imprensa.

Na avaliação de Gerson Almada, a acusação não deve ser recebida por Moro, ‘porque infiel à verdade’.

“Os fatos ali narrados não traduzem a realidade dos acontecimentos, e o peticionário (Gerson Almada) está disposto a prestar os esclarecimentos necessários e apresentar documentos pertinentes ao caso concreto, de modo a colaborar com os trabalhos da Justiça Pública”, destacou o executivo.

Gerson Almada já foi condenado em duas ações penais na Lava Jato.

Em dezembro de 2015, o juiz Moro aplicou 19 anos de prisão, por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, a Engevix simulou contratos de prestação de serviços com empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef, GFD Investimentos, MO Consultoria e Empreiteira Rigidez, ‘repassando a ele os recursos criminosos obtidos com os antecedentes crimes de cartel e ajuste fraudulento de licitação’. Os valores lavados eram destinados à Diretoria de Abastecimento da Petrobrás.

Em maio de 2016, o magistrado condenou o executivo a 15 anos e 6 meses de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, a Engevix teria feito pagamento de propina junto a Diretoria de Serviços da Petrobrás.

Com crise da JBS, pecuaristas se unem para assumir frigoríficos em Mato Grosso



Um grupo de pecuaristas de Mato Grosso, maior produtor de gado do País, está se articulando para criar uma cooperativa para reativar até 15 frigoríficos do Estado. As conversas ainda estão em estágio inicial, mas ganharam força nas últimas semanas, depois que vieram à tona as delações dos irmãos Batista, controladores da JBS.

A crise na empresa que se seguiu às delações provocou uma grande desarrumação no mercado de bovinos. Pecuaristas passaram a temer vender gado a prazo para a JBS, e começaram a procurar outros compradores. Mas as opções são restritas – a JBS concentra cerca de 50% do abate no Estado. Por conta desse desarranjo, o preço do gado bovino acabou caindo.

Com isso, ganharam força as conversas entre os pecuaristas para assumirem frigoríficos fechados. A ideia, segundo Luciano Vacari, diretor executivo da Associação de Criadores do Mato Grosso (Acrimat), já vinha desde que foi deflagrada, em março, a Operação Carne Fraca, que investiga o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura em esquema de corrupção, mas agora foi acelerada. “A abertura de uma cooperativa é uma das possibilidades. Podemos atrair investidores de fora, mas tudo está em discussão ainda”, disse.

Fazem parte desse pool de pecuaristas os irmãos Fernando e Eraí Maggi, primos do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, donos do grupo agropecuário Bom Futuro. A família Maggi é uma das maiores produtoras de soja no Brasil. “Estamos em conversas com o governo do Estado de Mato Grosso”, disse Fernando Maggi ao Estado. A ideia é que essas unidades possam se tornar exportadoras.

Fernando Maggi é hoje um dos maiores fornecedores de gado para o Marfrig, o segundo maior frigorífico brasileiro. O pecuarista também foi, há dois anos, cliente do JBS, mas decidiu romper o contrato. Maggi negou que a família, por meio do grupo Bom Futuro, pretenda abrir seu próprio frigorífico.

Mato Grosso tem, no total, 22 frigoríficos desativados, boa parte por conta do movimento de concentração do setor. Desses, de seis a oito podem ser reabertos nos próximos meses, disse Ricardo Tomczyk, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. Na terça-feira, o Minerva, terceiro maior frigorífico do País, anunciou que vai reabrir a unidade na cidade de Mirassol D’Oeste. O Marfrig também avalia reativar duas unidades.

Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, apoia a iniciativa dos pecuaristas e diz que as unidades reabertas têm condições de atender à demanda. No entanto, lembra que a habilitação para exportação não é tão rápida. “A inspeção para exportar para Ásia e União Europeia, por exemplo, demora de seis meses a um ano.”

Aécio pede a senadores para intercederem por sua irmã junto a Gilmar Mendes

Desesperado desde a prisão da irmã, Aécio Neves telefonou para senadores pedindo que interviessem com o ministro Gilmar Mendes, do STF, para que atuasse pela soltura de Andrea Neves. 

Investigado em oito inquéritos e alvo de interceptação telefônica pela PF, Aécio deixou seus interlocutores mudos. Andrea Neves continua presa.

Fachin nega pedido de Lula para suspender ação sobre triplex

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quarta-feira, 14, o pedido de liminar feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender a ação penal sobre o triplex no Guarujá que tramita na 13.ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção pela força-tarefa da Lava Jato.

A decisão do ministro foi tomada em uma reclamação apresentada no STF, na qual a defesa do petista pedia para ter acesso a informações sobre eventuais acordos de colaboração premiada negociados pelo ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o executivo Agenor Franklin Magalhães Medeiros.

A defesa de Lula sustenta que essas informações podem influenciar diretamente a ação penal a que responde seu cliente e questionam o fato de Moro ter negado acesso a “eventual e incerto acordo de colaboração não celebrado". Na decisão, Moro, no entanto, acolheu o pedido para que o Ministério Público Federal, nas alegações finais, informe se o acordo tiver sido celebrado, caso não esteja sob sigilo decretado por outro juízo.

Ao negar a liminar, Fachin afirmou não ver qualquer ilegalidade que justifique a suspensão do processo na instância de origem. Para o ministro, como não há elementos seguros para verificar se o acordo foi fechado, não há como dar acesso aos documentos.

Prisão. No dia 2 deste mês, a Procuradoria da República pediu, em alegações finais, a condenação do ex-presidente em regime fechado na ação penal do caso triplex. 

A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao suposto recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do triplex no Guarujá e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016.