segunda-feira, 5 de junho de 2017

O TSE diante da História

O abuso do poder político e econômico que elegeu Dilma Rousseff foi o mesmo que elegeu o vice, Michel Temer. Os 54 milhões de votos foram para os dois.

O Tribunal Superior Eleitoral viverá na próxima terça-feira o que realmente se pode chamar de dia histórico: julgará quatro ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. Depois de todos os fatos ilícitos que vieram a público, alguns nos últimos meses, depois de todas as provas, depois de todos os depoimentos, não resta dúvida de que a nossa democracia foi lesada, que a chapa, agora em julgamento, foi eleita graças a um esquema bilionário de financiamento oriundo de propina. O jogo democrático não foi limpo. Ganhou a eleição quem a disputou de forma ilegal, corroendo o que de fundamental há no processo democrático: igualdade de oportunidades. O dia será histórico porque a Justiça tem uma tripla função: garantir que a lei vale para todos, punir quem não respeita a lei e, assim, educar, garantindo que tamanha barbaridade não volte a ocorrer.

Entre os que estão mais preocupados com aqueles que apoiam do que com a democracia ou o Brasil, há defensores de toda sorte de teses que resultem na absolvição da chapa.
Há os que defendem que a ação sequer deve ser julgada, porque teria perdido o objeto quando a presidente Dilma foi afastada da Presidência por crime de responsabilidade. Essa tese não faz sentido: o abuso do poder político e econômico que a elegeu foi o mesmo que elegeu também o seu vice. Os 54 milhões de votos foram para os dois. Não faz sentido que, tendo sido afastada por outros motivos a presidente, o seu vice, que com ela foi eleito com os mesmos abusos, seja poupado.

Numa variante dessa tese, está aquela que diz que o vice deve ser poupado porque é alheio ao que na campanha fez o cabeça da chapa, o PT e Dilma. Não é: o abuso de poder econômico e político que elegeu um elegeu igualmente o outro, tendo o vice participado ou não do esquema fraudulento graças ao qual os 54 milhões de votos de ambos foram conseguidos. Não é à toa que a jurisprudência do Tribunal consagre o princípio da indivisibilidade da chapa.

Há ainda os que afirmam que a comprovação das ilicitudes cometidas na campanha só veio a público depois que as ações foram protocoladas e, por esse motivo, não pode ser levada em conta. O argumento, meramente processual, devia fazer corar de vergonha os seus proponentes. É como se eles dissessem que agora sabemos que a chapa se elegeu de forma ilegal, mas, como seus oponentes não apontaram essa ilegalidade no momento em que deram entrada nas ações, nada pode ser feito.

Não. Porque uma das ações impetradas leva o elucidativo nome de Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Ela se presta justamente a, no curso da ação, investigar quaisquer fatos novos que surjam. E a lei que a regulamenta é clara em seu artigo 23: “O Tribunal formará a sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral”. A lei é sempre sábia.

O próprio tribunal já deu sinais de que pensa assim quando a então relatora de uma das ações Maria Theresa de Assis Moura mandou arquivá-la porque considerou que o PSDB adicionou novos elementos fora do prazo legal. Com os votos sensatos dos ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux, por 5 votos a 2, o Tribunal mandou seguir o processo. Se acreditasse que novos fatos não poderiam ser agregados, teria concordado com o arquivamento.

Depois disso, vieram as delações da Odebrecht, as delações do marqueteiro do PT João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, que não somente confessaram o que de errado fizeram na campanha, como anexaram provas. O ministro relator, Herman Benjamin, com desassombro, inquiriu-os e anexou as provas, cumprindo o seu dever.

Muitos temem pelo solavanco econômico que uma cassação da chapa possa vir a provocar. Mas juízes, ansiamos todos, julgam com base nos fatos e aplicam a lei, não levando em conta nenhum efeito de suas ações senão a confirmação de que vivemos sob o Império da Lei. Não há do que ter medo. A Constituição Cidadã de 1988 dá todos os caminhos, e estes devem ser seguidos com serenidade para que os brasileiros possam viver com a certeza de que somos um país sério, em que erros trazem consequências, em que não há impunidade, em que a aplicação da lei resolve problemas, jamais os cria.

As reformas, tão essenciais aos brasileiros, têm mais chances de passar num Brasil adulto, que não empurra para debaixo do tapete os erros cometidos, mas os enfrenta, do que num país do jeitinho, dos atalhos, das teses que não se sustentam.

Este jornal está sendo coerente com o que pensa desde o início da crise. Quando a Câmara aprovou o impeachment da presidente Dilma, nosso editorial previa: “A votação final do impeachment, no Senado, independentemente do resultado, não será o desfecho da crise. Deve-se ser realista. Em qualquer hipótese, ela deverá persistir. Pode-se lamentar esse prognóstico, mas não temê-lo. Porque a Constituição continuará a indicar o caminho para a superação dos males que afligem os brasileiros.”

Não há nenhuma dúvida de que esse julgamento nada tem a ver com as acusações que agora pesam contra o presidente Michel Temer. Trata-se de julgar pecados anteriores. Mas, sabemos todos, na construção de suas convicções, os juízes podem e devem levar em conta as condutas impróprias continuadas dos implicados.

Desde que as ações ingressaram no tribunal, já lá se vão dois anos e meio. É tempo de julgar. Pedidos de vistas são normais, mas protelações em processo tão longo e urgente, não. O Brasil tem de ultrapassar essa etapa. Este jornal não tem dúvida de que todos os ministros do TSE, julgando a favor ou contra, agirão segundo as suas convicções, tendo em mente as leis, a nossa democracia. E cumprindo o dever que a nação lhes outorgou.

fonte: O GLOBO


Domino´s anuncia que não usará mais produtos da JBS

A Domino´s, rede americana de entregas de pizza, não irá mais usar nenhum produto da JBS, maior processadora de carne do mundo e alvo de denúncias de corrupção.
O anúncio foi feito pela companhia em sua página nacional no Facebook.
“Prezamos muito pela transparência e ética com todos os apaixonados pelo Domino’s, e compartilhamos do mesmo sentimento de revolta quando estes valores não são levados em consideração”, afirmou a empresa no comunicado. “Por isso, queremos esclarecer que não utilizamos mais nenhum produto da marca JBS.”
A rede possui 10.000 lojas no mundo, 180 delas no Brasil. E não é a única a dizer que não comprará mais nada da JBS.
Em maio, a curitibana Devons decidiu parar de usar os produtos da empresa, após revelações de sua delação premiada ao Ministério Público Federal.
Na tarde de hoje, Fátima Bernardes, garota propaganda da marca Seara, do grupo de Joesley Batista, encerrou o contrato de três anos que mantinha com a empresa.

O LEGADO

por Sérgio Fernando Moro*

Espera-se que, nesses momentos difíceis e turbulentos, o legado do ministro Teori Zavascki não seja esquecido. Precisa-se, mais do que tudo, dos bons exemplos

Em 4 de maio de 2016, o ministro Teori Zavascki decidiu pelo afastamento cautelar do então presidente da Câmara dos Deputados do exercício de suas funções. Repetindo o comentário do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, foi “uma das mais extraordinárias e corajosas decisões da história político-judiciária do Brasil”. Posteriormente, o Plenário do STF, em julgamento unânime, referendou a decisão cautelar. Livrou-se o país, após longa espera, do risco de que continuasse no comando de um dos poderes da República pessoa suspeita da prática de variados crimes e que utilizava seu poder, como reconhecido pelo Supremo, para prevenir a sua responsabilização.
Mesmo antes dessa decisão, o ministro Teori Zavascki já havia dado mostras de coragem institucional e de atuação independente que os tempos turbulentos reclamavam. Em 24 de novembro de 2015, decretou a prisão de um senador em exercício, flagrado em gravação tentando impedir que um diretor da Petrobras submetido à prisão revelasse seus crimes em acordo de colaboração premiada.
Zavascki tornou-se relator prevento para os recursos no âmbito da Operação Lava Jato ainda em maio de 2014. Desde então, destacou-se por sua atuação serena e independente. Reviu algumas decisões das instâncias inferiores, no regular exercício de jurisdição, mas, em geral, deu – respeitando o devido processo – firme apoio ao importante trabalho de investigação e processamento dos graves crimes descobertos no âmbito dos contratos da Petrobras. Foi ele, ainda, o responsável pela homologação dos primeiros acordos de colaboração premiada de Paulo Roberto Costa e de Alberto Youssef, então ainda algo relativamente novo na prática judicial. Não teve receio de fazê-lo e de conferir publicidade ao conteúdo dos depoimentos. O interesse público, pela gravidade e dimensão dos fatos revelados, especificamente a descoberta de um sistema de corrupção entranhado nas instituições públicas, depois confirmado pelos casos já julgados, assim o reclamava.
Mas não foi só na análise dos casos concretos que o ministro destacou-se. Foi ele o relator, no Supremo Tribunal Federal, do HC 126.292, julgado em 17 de fevereiro de 2016, no qual a corte revisou seu anterior entendimento de que a presunção de inocência obstava a execução da pena antes do julgamento do último recurso. Na prática, tal entendimento permitia que criminosos poderosos, utilizando as brechas do sistema legal, com sua infinidade de recursos, prevenissem sua efetiva responsabilização por seus malfeitos. A revisão da regra permite que, após uma condenação em segunda instância, possa o julgado ser já efetivado, com a prisão do condenado. O ministro Teori Zavascki e a maioria então formada no Supremo compreenderam a relação entre impunidade e corrupção sistêmica, e a necessidade de que a Justiça criminal deixasse de ser um faz-de-conta para crimes praticados pelos poderosos. Posteriormente, em 5 de outubro de 2016, esse entendimento foi reafirmado pelo Supremo Tribunal Federal em julgamento de ação declaratória de constitucionalidade, tendo agora por relator o ministro Edson Fachin.
19 de janeiro de 2017 foi um dia trágico, não só pela perda humana envolvida na morte de qualquer indivíduo, mas pela perda institucional. O ministro, em que muitos confiavam pela seriedade, independência e respeito ao devido processo, deixou-nos: uma lacuna trágica ainda pelo momento histórico, vésperas da homologação dos acordos de colaboração de executivos de Odebrecht, o que permitiria estender e aprofundar as investigações até então centradas quase que exclusivamente nos crimes praticados no âmbito da Petrobras.
Pela bondade da Providência, a relatoria desses processos ganhou um substituto à altura: o ministro Edson Fachin. Jurista de qualidade e que já antes demonstrara a principal virtude de um magistrado, a atuação independente. De forma semelhante ao antecessor, vem se destacando pelo atuar sereno, firme e, principalmente, com a independência daqueles que não julgam a corrupção com cores partidárias. É um magistrado que serve ao Direito e não ao poder. Atualmente, não só por sorteio, mas por mérito, é o ministro Edson Fachin quem representa o legado do ministro Teori Zavascki no STF, isso sem embargo da elevada qualidade de outros componentes da corte.
Infelizmente, há dúvidas se o legado sobreviverá. O consenso de que a corrupção sistêmica é um mal a ser combatido, que não só contamina as instituições brasileiras, mas que também enfraquece nossa economia e a qualidade de nossa democracia, parece ter diminuído. Há quem, consciente ou inconscientemente, prefira a estabilidade da corrupção e os ganhos de curto prazo dela decorrentes. Há quem tenha certo rancor dos investigadores e dos magistrados por sua audácia, como se houvesse crimes que não devessem ser revelados ou como se eles, e não os próprios agentes criminosos, fossem responsáveis pelos crimes descobertos. Há até mesmo quem pretenda rever os julgados e precedentes estabelecidos pelo ministro Teori Zavascki.
Os problemas não se resolvem se fingirmos que eles não existem. Abdicar do enfrentamento da corrupção neste momento apenas propiciará que ela volte mais forte, comprometendo o potencial de desenvolvimento do Brasil. A passagem de um modelo de impunidade para um modelo de responsabilidade não se fará sem turbulências. Não há, porém, saída honrada salvo ir em frente. Agora, para além dos processos judiciais, são necessárias reformas mais gerais que diminuam oportunidades de corrupção e que elevem a transparência. Nisso, governo e Legislativo estão devendo, e muito. Os ganhos do enfrentamento da corrupção sistêmica serão elevados. Uma economia mais forte e de maior produtividade, sem o grande peso dos custos da corrupção sistêmica. Uma democracia de melhor qualidade, com um governo de leis, sem os privilégios da impunidade dos poderosos, e com maior confiança e harmonia entre representantes e representados. Espera-se que, nesses momentos difíceis e turbulentos, o legado do ministro Teori Zavascki não seja esquecido. Precisa-se, mais do que tudo, dos bons exemplos.

*Sergio Fernando Moro é juiz federal em Curitiba e escreveu este artigo para a Gazeta do Povo

“Não tem recuo”, diz Doria sobre a Cracolândia

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse na manhã desta segunda-feira, 5, que sua gestão continuará a agir na mesma linha em que vem atuando com relação à Cracolândia, na região central de São Paulo. Segundo ele, não haverá recuo.
Doria fez a afirmação ao ser provocado pelos jornalistas a comentar a pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira, dando conta de uma leve oscilação para baixo de sua aprovação após a operação na Cracolândia.
Segundo o instituto, a aprovação do prefeito caiu dois pontos porcentuais, passando de 43% para 41%, mas dentro da margem de erro. A desaprovação subiu de 19% para 22%, e os que consideram a gestão de Doria regular se mantiveram em 34%.
“Não houve oscilação nenhuma. Ao contrário, houve aprovação. A pesquisa Datafolha especificamente sobre esse tema (Cracolândia) deu uma aprovação de 80% às ações da Prefeitura e o governo do Estado de São Paulo”, disse o prefeito. “Vamos seguir dentro desta mesma linha. Não tem recuo.”
Sobre seu nome aparecer na lista dos possíveis sucessores de Michel Temer (PMDB) em 2018, Doria disse ficar feliz, mas reiterou que não é candidato à Presidência da República.

Bolsonaro é fundamental

Na verdade o Brasil vive um paradoxo entre seus desejos realizáveis e exigências fictícias!
Nunca tivemos um país tão inculto, com tantos analfabetos funcionais, tomado pela barbárie e pela falta de civilização, mas em contrapartida, as exigências para a política se colocam à procura de um heróico e santo salvador, que seja culto, probo, desligado da velha arte de fazer política, que possa trazer a moralização total, e claro – que agrade uma elite intelectual que sempre aprendeu male-male o beabá da tabuada, e arrota ensinamentos de Albert Einstein. Uma turma que tem no atraso de Woodstock, a explicação do próprio atraso brasileiro.
Muitos acusam Bolsonaro de “tosco“ e “despreparado“, mas não se atentam para o que tivemos num passado recente.
Tivemos dois presidentes toscos (um analfabeto e outra semi-alfabetizada) que ganharam o coração de boa parte dos brasileiros e que jamais tiveram suas competências questionadas. Já um capitão do Exército que tem boa formação educacional e moral, é sumariamente rechaçado por uma turma que só curte uma aparência cool de um idealismo que não leva em conta a barbárie civilizacional brasileira e que deve, portanto, ser enfrentada por alguém corajoso e sem politicamente correto.
Bolsonaro pode ter sido infeliz em algumas falas, não é perfeito, não é nenhum salvador da pátria, mas tem honestidade – que para o brasileiro não vale se estiver divorciada de chavões retóricos, de vernizes literários, de competências financeiras (que inclusive Lula e Dilma nunca tiveram).
Daí a implicância com relação ao seu nome e o que ele se propõe.

Segundo meu amigo Mozart Lisboa, “Bolsonaro agride o senso estético do provincianismo intelectual brasileiro“. É isto, um povo extremamente ligado à “jecura” da nossa elite intelectual que tem “nojinho“ de quem fala a verdade direta, crua, sem rodeios e que está disposto a colocar a mão na massa.
Bolsonaro precisa de uma boa equipe, bons assessores ligados à competência e não aos apadrinhamentos políticos -geralmente espúrios e regados a muita corrupção. As deficiências de Bolsonaro, para um país que teve Sarney, Collor, Lula e Dilma, a nação tira de letra. Os defeitos de Bolsonaro são muito menos importantes do que as suas qualidades, estas absolutamente necessárias ao país neste momento. Um homem honesto, corajoso, patriota e que não está comprometido com este nefasto projeto de poder marxista que varreu a possibilidade de deixarmos nosso subdesenvolvimento.
Em sendo assim, para começarmos uma nova fase, Bolsonaro será fundamental. Já tentam caricaturá-lo como fizeram com o saudoso Eneas Carneiro. Tentam manchar 24 horas por dia sua ilibada conduta e reputação política. Tentam afastar o brasileiro do caminho certo, e temo que não conseguirão! Sabem por quê?
__Estamos enfastiados de canalhas e de homens sem compromisso com o Brasil. No que depender de mim, Bolsonaro será o próximo presidente brasileiro. Está com o tal “nojinho“ e repetindo os jargões de intelectuais de meia-tigela?
__Mude-se para a Inglaterra e aguarde a futura encarnação de Churchill ou da Thatcher, ou então encare a nossa realidade! O que há de melhor no Brasil neste momento. Sim, ele, o Capitão.
Por  Claudia Wild

“Não há saída mais honrada do que aprofundar a Lava Jato”, diz Moro

O juiz Sergio Moro declarou que “não há saída mais honrada do que seguir adiante e aprofundar a investigação Lava Jato”, segundo depoimento dado em uma entrevista divulgada no sábado (03/06) pelo jornal português “Expresso”.
Ele também declarou que  “Apesar da turbulência, o que existe é um processo de maturidade institucional. As instituições brasileiras são sólidas e não há risco de um retrocesso democrático”, afirmou Moro.
O juiz, que visitou Portugal para participar das Conferências do Estoril, destacou que a sociedade brasileira “anseia que seus governantes sejam cada vez mais íntegros”, mas reconheceu que “há muita ansiedade” porque a operação Lava Jato “trouxe turbulência política”.
“Nada que não seja resolvido através das instituições”, disse.
“A questão política está se resolvendo. O objetivo não é eliminar a corrupção, um comportamento desviado que sempre haverá, o importante é reduzi-la, e sobretudo eliminar a corrupção sistemática como prática habitual dos negócios públicos”.
O juiz destacou o papel da opinião pública, um “importante” apoio que “funciona como um escudo contra a obstrução à justiça em processos que envolvem pessoas poderosas”.
Neste sentido, defendeu a autorização que deu para divulgar as escutas feitas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diálogos que para ele “não eram privados, senão de interesse público”.
“Em casos que envolvem crimes contra a administração pública, entendo – e não sou o único – que é exigida a liberdade de informação e que se dê a estes processos grandes visibilidade e publicidade, para que as pessoas possam avaliar não só o que fazem seus governantes, mas o que faz a justiça”

Em casos que envolvem crimes contra a administração pública, entendo – e não sou o único – que é exigida a liberdade de informação e que se dê a estes processos grandes visibilidade e publicidade, para que as pessoas possam avaliar não só o que fazem seus governantes, mas o que faz a justiça”.


Gilmar Mendes, em ação tacanha contra a liberdade de imprensa, processa jornal

Um jornal que se dispõe a lutar contra a corrupção, contra a injustiça, contra as condutas antidemocráticas, tem que se postar firme para enfrentar poderosas represálias.
A luta não é fácil. É extremamente árdua, mas não será um pedido indenizatório de um ministro do Supremo Tribunal Federal que irá nos intimidar.
Vamos nos defender e, para tanto, na sexta-feira (1º), tão logo recebemos a citação da ação proposta por Gilmar Mendes, encaminhamos para preparação da defesa pela nossa jovem advogada, que certamente ainda não tem o saber jurídico do ilustre ministro, mas tem a verdade a seu lado, nua e crua e que todo o Brasil assiste estupefato.
A ira de Gilmar Mendes contra o Jornal da Cidade Online prende-se a três matérias publicadas, criticando o habeas corpus concedido pelo magistrado ao empresário Eike Batista. 

Em sua petição – mal escrita e carregada de erros de concordância, onde se confunde plural com singular por diversas vezes – o letrado e idolatrado ministro do Supremo Tribunal Federal aduz que ‘as autoploclamadas notícias tiveram como móvel comum imputar ao Autor parcialidade no exercício da judicatura (...)’.   
Não é verdade! Além de desconhecer questões básicas da língua portuguesa, o advogado do ministro mente de maneira escancarada. Nenhuma das matérias questionou a questão de uma eventual parcialidade do ministro. A nossa crítica, inclusive reportando-nos aos ditames da própria lei, com a citação de diversos artigos do Código de Processo Civil, esteve relacionada ao notório impedimento legal de Gilmar Mendes para atuar na causa, em função de sua esposa ser sócia do escritório que patrocina as ações judiciais de Eike.
Mudrovitsch, o advogado do ministro, alega que no tal habeas corpus, ‘a Banca integrada pela esposa do Autor não atuou em favor do Sr. Eike Fuhrken Batista’.
Uma blasfêmia para fazer corar de gargalhada qualquer estagiário de direito.
Quem é do meio jurídico sabe que os grandes escritórios comumente terceirizam causas. Coisa normal na advocacia. Às vezes por acúmulo de serviço, outras vezes por mera conveniência.

E o escritório que terceiriza tem parte dos honorários. Coisa normal, também. Daí a nossa afirmação de que dona Guiomar Mendes teve participação nos honorários do habeas corpus de Eike.
Por outro lado, difícil é acreditar que um escritório que administra a vida do empresário Eike Batista não tenha interesse em que ele seja solto. É óbvio que sim.
Logo, não resta dúvida de que o escritório da esposa do ministro tinha real interesse no resultado do habeas corpus, inclusive financeiro.
Após a publicação das matérias, que alcançaram estrondosa repercussão, uma foto do advogado Sérgio Bermudes atuando na defesa de Eike Batista numa ação criminal começou a circular na internet. Vejam:

Demonstração clara de que o escritório Sérgio Bermudes atua para Eike em todas as áreas. Somente neste habeas corpus, talvez por acúmulo de serviço, resolveu terceirizar, mas, certamente, aguardou com ansiedade o resultado.
Assim, fica a certeza de que o Jornal da Cidade Online e toda sua equipe não irá se intimidar e continuará honrando o seu slogan: ‘Um jornal consciente não abre mão do seu direito de crítica’.
Por oportuno, vale terminar com um trecho do artigo de um outro jornalista (Luis Nassif) que também está sendo processado pelo insigne magistrado:
‘Pergunto ao meio jurídico e aos colegas jornalistas: quem segura Gilmar? Para não enfrentá-lo, seus colegas do Supremo e do TSE preferem trata-lo como uma curiosidade, uma pessoa desequilibrada que fica aspergindo ofensas a torto e a direito. Tratam seu comportamento como se fosse uma inconveniência a ser ignorada, e não como um comprometimento grave à imagem do Supremo.
Seu comportamento é escandaloso, humilhante para o país, humilhante para os jornais que o preservam, para seus colegas que se intimidam com seus esbirros.
A imprensa o poupa de todas as maneiras. Com exceção de explosões eventuais do Procurador Geral da República (PGR), o único freio a Gilmar tem sido a crítica dos blogs. E sobre eles ele joga o peso do seu cargo e sua influência no Judiciário.
Essas ações de Gilmar custam tempo e recursos de suas vítimas. Mas fazem um estrago maior nos seus pares e na mídia, que aceitam em silêncio resignado a desmoralização que impõe ao Supremo e à Justiça e, por consequência, ao Brasil’.
José Tolentino





UMA DÚZIA DE LIÇÕES SOBRE EDUARDO CUNHA, QUE OS PETISTAS ESQUECERAM

A cartilha petista manda atribuir a Eduardo Cunha o impeachment de Dilma Rousseff. Na sequência, como esse evento é considerado o episódio mais sinistro da história do partido, o ex-presidente da Câmara dos Deputados passa a ser descolado do PT e apresentado como encarnação de um belzebu fascista.
Torna-se necessário, então, acender a lanterna sobre certas lições a respeito de Eduardo Cunha que o lulismo jogou para o lado escuro da mente.

1. Cunha elegeu-se deputado federal pelo PMDB em 2003, tendo integrado a base do governo durante os dois mandatos de Lula e o primeiro mandato de Dilma Rousseff. Aliás, já em 2007 ajudou a preservar Dilma, ministra de Minas e Energia, na CPI do Apagão Aéreo. Seria, pois, na condição de aliado e sócio de atividades escusas que apareceria, anos mais tarde, molhado nas mangueiradas da Lava Jato.

2. Os negócios de Eduardo Cunha, portanto, são pixulecos das grandes operações comandadas, entre outros, por Lula, José Dirceu, Antonio Palocci e Guido Mantega. Ele não criou o “mecanismo” (para ficarmos com a expressão de José Padilha (O Globo, 21/02/2017). Foi a operação do “mecanismo” durante o governo petista que o trouxe à ribalta.

3. Em 2014, Cunha considerou chegada a hora de emergir do baixo clero para a cúpula do poder, disputando a presidência da Câmara. Sua candidatura dividiu a base do governo e fez fracassar o projeto do governo, que patrocinava a campanha de Arlindo Chinaglia. Em fevereiro de 2015, ele se tornou presidente da Câmara.

4. A partir desse momento, após longa e frutuosa camaradagem, Cunha passou a ser visto pelo PT como inimigo. Inimigo? “Pero no mucho”, como se verá a seguir.

5. Quando a Lava Jato o exibiu encharcado à opinião pública, Cunha foi à CPI da Petrobras, em março de 2015, mês e pouco após sua posse na presidência da Casa, e negou ter contas no exterior. Essa declaração formal motivou o processo que correu junto à Comissão de Ética e conduziu à cassação de seu mandato. Durante mais de um ano, porém, Cunha manobrou contra a tramitação desse processo usando medidas regimentais e jurídicas.

6. Assim como seu destino estava nas mãos da Comissão, os requerimentos de impeachment de Dilma Rousseff passavam pelas suas. Cabia a ele despachá-los ou não. E eram muitos.

7. Trinta dias após a grande manifestação de 15 de  março de 2015, mais de três dezenas desses requerimentos empilhavam-se sobre a mesa de Eduardo Cunha.

8. Foi ele, então, um dos menos dispostos e mais lerdos protagonistas dessa história. Para alegria do PT, freou e retardou tudo o quanto pode, esvaziando as manifestações populares ao longo de 2015. Muito mais eficientes foram os pareceres técnicos da CGU, do TCU e os sucessivos achados da Lava Jato e delações a ela levadas.

9. Cunha preservou sobre sua mesa o cacife com o qual passou a negociar o apoio de que precisava para se safar da Comissão de Ética. Um dos meios usados foi o de impedir o quorum necessário para abertura de suas sessões. Houve um momento, inclusive, em que coube aos deputados do PT tomar essa providência. Inimigos, “pero no mucho”. O PT precisava de Eduardo Cunha.

10. Ao contrário do que o partido pretende fazer crer, Cunha beneficiou em muito o governo Dilma, concedendo-lhe, contra a opinião pública, de fins de março a dezembro de 2015, tempo precioso para fazer a coisa certa e se livrar da pressão política e técnica pelo seu impeachment. No entanto, o PT e a presidente continuaram apresentando sempre mais do mesmo.

11. Cunha, porém, continuou beneficiando Dilma Rousseff. Ao sentir-se perdido na Comissão de Ética, e ainda mais abandonado no plenário, dentre dezenas de requerimentos com igual fim, escolheu o que mais convinha à presidente. O único que nada dizia sobre a Lava Jato. O único que não mencionava a refinaria de Pasadena. Essas omissões, que trouxeram para a ribalta o requerimento de Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal, fizeram com que os debates sobre o impeachment se restringissem àquele fastidioso plano técnico das contas públicas.

12. Em 5 de maio de 2016, uma decisão liminar do ministro Teori Zavascki afastou Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados por considerar comprovado que ele, no exercício de sua função, conspirava contra a Lava Jato. Horas mais tarde, por unanimidade, o pleno referendou a decisão.

Ora, conspirar contra a Lava Jato, declará-la insulto à boa justiça e instrumento maligno da direita raivosa, é, se não tudo, ao menos boa parte das tarefas petistas para esta quadra de sua existência. Pois tal era, na opinião do STF, uma especialidade de Eduardo Cunha, silencioso na prisão, companheiro de tantos, longos e proveitosos anos daqueles que hoje o inculpam por estarem enfrentando as conseqüências do mal que fizeram ao país.

por Percival Puggina

Publicitário liga Joesley a impeachment

Acusado em delação de receber propina, Elsinho Mouco, marqueteiro de Temer, diz ter sido pago por empresário para ‘derrubar’ a petista.

Acusado por Joesley Batista em sua delação premiada de ter recebido R$ 3 milhões em propina da JBS na campanha de 2010 e outros R$ 300 mil em espécie em 2016 a pedido do presidente Michel Temer, o publicitário Elsinho Mouco disse ao Estado que o empresário o contratou com dois objetivos: eleger o irmão José Batista Júnior em Goiás e “derrubar” a presidente Dilma Rousseff na esteira do movimento pelo impeachment. 

Numa das conversas entre eles, em maio de 2016, no auge do movimento “Fora, Dilma”, Joesley se ofereceu para pagar por um serviço de monitoramento de redes sociais que nortearia a estratégia do PMDB de blindagem a Temer. Na ocasião, foi incisivo: “Vamos derrubar essa mulher”. 

Marqueteiro oficial de Temer desde 2002, quando o peemedebista foi eleito deputado federal, Elsinho é ainda hoje o principal conselheiro de comunicação do presidente e um dos redatores de seus discursos. 

Foi ele, por exemplo, que escreveu o pronunciamento no qual Temer finalizou dizendo com o dedo em resiste “Não renunciarei”. Contratado pelo PMDB, Elsinho também foi um dos criadores do programa Ponte para o Futuro e autor de ideias como slogan “Bora, Temer” para substituir o “Fora, Temer” no pós-impeachment de Dilma. 

Sua narrativa de defesa, que ainda será apresentada, começa em 2009, ano em que foi chamado para coordenar o projeto político do irmão mais velho da família Batista, e termina em janeiro de 2017 em um encontro regado a “Whisky 18 anos” e “camarões gigantes” na residência de Joesley, no bairro Jardim Europa, na capital paulistana.

Indicado por um amigo em comum, Elsinho desembarcou em Goiânia em 2009 com a missão de colocar “Junior Friboi” na acirrada disputa pelo governo goiano no ano seguinte. O marqueteiro conta que gravou vídeos, fez logotipo, encomendou pesquisas e fez tudo mais que o script de uma campanha competitiva e com recursos ilimitados exige. 

Total de gastos ficou em R$ 3 milhões. Mas quando a disputa estava para começar para valer, Joesley “deu de presente” ao irmão a consultoria de outro marqueteiro renomado e Elsinho foi dispensado. Junior Friboi acabou, entretanto, desistindo de entrar na política, pelo menos naquele momento. 

Player. Era uma quarta-feira no começo de maio do ano passado, quando Elsinho recebeu um convite de Joesley para uma visita. “Ele era um player, o maior produtor de proteína animal do mundo. Era objeto de desejo de todo mundo. Cheguei com duas horas de antecedência para não correr o risco de ficar parado no trânsito”, contou o marqueteiro.

Seu objetivo era conquistar a conta publicitária de pelo menos uma das inúmeras empresas do grupo, mas a conversa enveredou por outro caminho. “Para minha surpresa, ele chamou Dilma de ingrata, grossa e incompetente. E disse: ‘Temos que tirá-la’”, lembrou. 

A surpresa se deve pelo fato da JBS sempre ter mantido boas relações com os governos do PT. Apesar do crescimento do movimento pelo impeachment entre empresários, os Batistas nunca criticaram Dilma publicamente. 

Protagonismo. Entre goles de whisky e mordidas de camarão no espeto, Joesley teria dito que gostaria de ajudar de alguma forma o movimento das ruas. “Em 2016, empresários, sindicatos patronais, movimentos sociais (MBL, Vem Pra Rua, Endireita Brasil, etc), muita gente queria o impeachment da Dilma. Uns contrataram carro de som, outros contrataram bandanas, pagaram por bandeiras, assessoria de imprensa. Teve gente que comprou camisa da seleção brasileira e foi pra rua. O Joesley estava nessa lista. Ele se ofereceu para custear o monitoramento digital nesta fase”, contou o marqueteiro. 

O empresário perguntou então quanto custaria o serviço, que a princípio seria pago pelo PMDB nacional. “R$ 300 mil”, respondeu Elsinho de pronto. “Eu pago isso. Vamos derrubar essa mulher”, teria dito Joesley. Segundo o marqueteiro, o dono da JBS chamou então um mordomo e deu a ordem: “Pega lá R$ 300 mil e entrega para o Elsinho”. O dinheiro teria sido colocado em uma pasta e deixado no carro do publicitário. Quanto questionou a melhor forma de emitir nota, o empresário teria desconversado. Disse que não queria deixar digitais no impeachment e o assunto ficou para depois. 

Segundo Elsinho, uma das “maiores empresas” de assessoria de imprensa foi contratada para o serviço. “Paguei quase R$ 200 mil para eles, R$ 60 mil de imposto e R$ 40 mil e pouco de lucro para mim”, disse. O resultado serviu para monitorar movimentos pró-impeachment, o PMDB e a Fundação Ulysses Guimarães. 

A nota teria sido feita então à revelia do Joesley. Cinco meses depois da conversa, os dois voltaram a se encontrar. Elsinho achou que finalmente “seria testado” como publicitário de umas das empresas do grupo. Mas, de novo, a conversa iria por outro caminho. “Ele disse que tinha um problema, que estava sem entrada no governo desde a queda de Geddel Vieira Lima e pediu marcar uma conversa. Ele queria um cúmplice”. 

Procurada pela reportagem, a assessoria da JBS disse que “os atos cometidos pelos executivos foram informados à PGR e estão documentados nos autos da delação homologada pelo STF. A Companhia prossegue em seu firme propósito de colaborar com a Justiça brasileira."

conteúdo: ESTADÃO

Lula teria comprado apoio da base, diz Lava Jato

No primeiro pedido de condenação – com pena de prisão –  do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, afirmou que o governo petista trocou a busca de apoio político por “alinhamento ideológico” pela compra de “apoio parlamentar de outros políticos e partidos” para permanecer no poder.

A Procuradoria da República pediu em alegações finais no processo do triplex do Guarujá (SP), nesta sexta-feira, 2, a condenação de Lula, por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, no esquema de cartel e propinas descoberto na Petrobrás.

“Em vez de buscar apoio político por intermédio do alinhamento ideológico, Lula comandou a formação de um esquema criminoso de desvio de recursos públicos destinados a comprar apoio parlamentar de outros políticos e partidos, enriquecer ilicitamente os envolvidos e financiar caras campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores em prol de uma permanência no poder assentada em recursos públicos desviados”, afirma o Ministério Público Federal.

O documento foi entregue ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato em primeira instância, em Curitiba. Será o primeiro processo criminal contra Lula a ser julgado na 13ª Vara Federal, na capital paranaense – origem do escândalo Petrobrás, que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff, de forma indireta, e colocou o ex-presidente no banco dos réus.

Nas alegações finais do processo, a força-tarefa afirma ainda que Lula subverteu a prática de distribuição de cargos no governo entre partidos da base por alinhamento político.

“A motivação da distribuição de altos cargos na Administração Pública Federal excedeu a simples disposição de cargos estratégicos a agremiações políticas alinhadas ao plano de governo. Ela passou a visar à geração e à arrecadação de propina em contratos públicos.”

Em três anos de Lava Jato, a força-tarefa mapeou pelo menos R$ 40 bilhões de desvios, dos quais R$ 6,2 bilhões para pagamentos de propinas para agentes públicos e seus padrinhos políticos, em especial do PT, PMDB e PP – que comandavam as três diretorias estratégicas da estatal, Serviços, Internacional e Abastecimento, respectivamente.

Lula responde a outro processo em Curitiba, sobre o recebimento de propinas da Odebrecht na compra de um terreno para o Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo. Foi ainda denunciado na semana passada pelo suposto recebimento de propinas da Odebrecht, OAS e Schahin na reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). A Lava Jato diz que o tríplex e o sítio são propriedades ocultas do petista – que nega. Em Brasília, o petista é réu em três outras ações penais.

““O esquema criminoso, por meio do qual foram desviados recursos da Petrobrás, envolveu, primordialmente, a atuação de Lula”, escreveu Moro, ao abrir um dos processos contra o ex-presidente.

Apesar de os processos em Curitiba não imputarem participação em organização criminosa – ele é réu por esse crime, em ação aberta em Brasília -, o papel do ex-presidente é relatado como contexto das acusações.

“Pelo menos entre 2003 e 2010, na condição de presidente da República, e depois na condição de líder partidário com influência no governo vinculado ao seu partido e de ex-presidente em cujo mandato haviam sido assinados contratos e aditivos que tiveram sua execução e pagamento prolongados no tempo, ele agiu para que Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Jorge Zelada fossem nomeados e mantidos em altos cargos da estatal”, sustentam as acusações. “Isso foi feito com o intuito de que tais funcionários permanecessem comprometidos com a arrecadação de vantagens indevidas decorrentes de contratos entre a Petrobrás e empreiteiras, como a OAS e a Odebrecht.”

Lula prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro, no dia 10, no processo do triplex, e negou qualquer relação com a gerência da Petrobrás.

Triplex. Nesse processo, o Ministério Público Federal acusa Lula de receber R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012, por contratos na Petrobrás.

A denúncia aponta que Lula recebeu propinas da OAS por meio da ampliação, reforma e compra de equipamentos para o apartamento 164-A, no edifício Solaris, do Guarujá, e do custeio do armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016, pela empreiteira.

Alegações finais são a parte derradeira do processo, em que o Ministério Público, que acusa, e as defesas apresentam suas argumentações e pedidos a serem considerados pelo juízo. O documento tem 334 páginas. A previsão é que Moro julgue o caso entre o final do mês e início de julho.

Além de Lula, são réus os empreiteiros José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS, os executivos da empresa Agenor Franklin Martins, Paulo Gordilho, Fábio Yonamine, Roberto Ferreira e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

Preso. Se for condenado por Moro e a sentença mantida na segunda instância, no caso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS), Lula pode até ser preso.

Nas alegações finais, a Procuradoria pediu a prisão em regime fechado de Lula. “Em decorrência do quantum de pena a ser fixado aos réus Luiz Inácio Lula da Silva, José Adelmário Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine, Roberto Moreira Ferreira e Paulo Okamotto, requer-se seja determinado o regime fechado como o regime inicial de cumprimento da pena.”

Lula pode ainda ter que pagar R$ 87,6 milhões, pelos supostos crimes praticados. “Também se requer, em relação a Luiz Inácio Lula da Silva, o arbitramento cumulativo do dano mínimo, a ser revertido em favor da Petrobrás (…), no montante de R$ 87.624.971,26, correspondente ao valor total da porcentagem da propina paga pela OAS em razão das contratações dos Consórcios Conpar e Conest pela Petrobrás, considerando-se a participação societária da OAS em cada um deles (respectivamente 24% e 50%).”

49% dos brasileiros acham que Lula será preso e ficará fora da disputa de 2018

Metade dos brasileiros, ou 49,6%, acha que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabará sendo preso nas investigações da Lava Jato ficando, portanto, fora das eleições de 2018. Outros 44,8% acham que o petista não será preso e poderá entrar na disputa, e 5,6% não sabem ou não responderam. O resultado é de uma pesquisa de opinião feita pelo Instituto Paraná obtida com exclusividade pelo R7. O levantamento foi feito dias antes do pedido de prisão contra o ex-presidente, feito nesta sexta (2) pelo MPF (Ministério Público Federal). 

Apesar da divisão da opinião dos brasileiros detectada na pesquisa, metade acreditando na prisão e a outra metade não acreditando, houve um aumento do número dos que acreditam que Lula será preso e essa é a primeira vez que pesquisas detectam que o número de pessoas que acreditam que Lula será preso supera os que acham que ele ficará em liberdade. Em abril do ano passado, há pouco mais de um ano portanto, ao serem questionados sobre uma possível prisão de Lula, apenas 31,2% disseram acreditar que o ex-presidente seria preso. Os que acreditavam que Lula não seria preso era 54,7% na época. Outros 12,6% disseram que ele talvez seja preso e 1,5% não sabem ou não responderam.

Em outra pesquisa, de março do ano passado, mês que Lula foi conduzido coercitivamente para depor em São Paulo, a maior parte dos entrevistados, 68,2%, disseram acreditar serem verdadeiras as denúncias que recaem sobre Lula — de obtenção de vantagens indevidas de empresas que mantinham negócios com o governo. Outros 18,1% acreditavam se tratar de perseguição e 13,7% não souberam ou não responderam.

De um ano para cá, o ex-presidente prestou o primeiro depoimento para o juiz Sergio Moro, no mês passado, e nesta sexta-feira (2), o MPF (Ministério Público Federal) pediu a prisão do ex-presidente no processo que ele responde em Curitiba sobre o tríplex no Guarujá. A decisão de pedir a prisão do ex-presidente está nas mãos do juiz Sergio Moro. No pedido, o MPF diz ter concluído que o apartamento tríplex na cidade do Guarujá, no litoral Paulista, teria sido entregue ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como contrapartida por contratos que a OAS fechou com a Petrobras.

A defesa do ex-presidente afirma que a denúncia do MPF é uma perseguição ao ex-presidente.

Neste final de semana, Lula está em Brasília para o Congresso Nacional do partido. A ex-presidente Dilma Rousseff também está no encontro. A pesquisa do Paraná Pesquisas perguntou ainda aos eleitores se acreditam que Dilma pode ser presa. Ao contrário do resultado com Lula, na pesquisa sobre Dilma a maioria dos entrevistados, 55,3%, acham que a ex-presidente não será presa. Outros 38,7% acham que ela será presa e 6% não sabem ou não responderam. 

O instituto ouviu 2.022 eleitores por meio de entrevistas pessoais com eleitores de 26 Estados e Distrito Federal em 164 municípios entre os dias 25 e 29 de maio de 2017, sendo auditadas simultaneamente à sua realização, 20% das entrevistas. A amostra tem grau de confiança de 95% para uma margem de erro que varia entre as regiões, de dois a seis pontos percentuais.

Fátima Bernardes quebra silêncio sobre o contrato com a Friboi



A apresentadora e jornalista Fátima Bernardes quebrou o silêncio e revelou que o contrato com a Seara, uma das empresas do grupo JBS, foi encerrado. O rompimento ocorre após a explosão da crise política, com a delação de Joesley Batista, um dos donos da empresa.

“Não sou mais garota-­propaganda da marca Seara. Mas uma cláusula de confidencialidade me impede de dar detalhes sobre o fim do contrato”, disse ela para a Veja, através de uma de suas advogadas.

Fátima não é a única celebridade a deixar a marca. Tony Ramos também anunciou o encerramento de sua participação nas propagandas da Friboi, outra empresa da JBS.

Mesmo sob ódio da extrema-esquerda, Danilo Gentili se estabelece como 1º lugar de audiência

Atualmente, a extrema-esquerda tem feito uma verdadeira campanha de ódio contra o humorista Danilo Gentili, apenas porque ele não se submete ao politicamente correto.

Conforme o ILISP, isso não está abalando sua audiência, pois o Talk Show “The Noite”, apresentado por Danilo Gentili, bateu nessa quinta-feira o “Conversa com Bial” e a série “Legends” e liderou a audiência em São Paulo, região de referência do mercado publicitário.

No mesmo horário do programa de Danilo Gentili, o SBT marcou 5.8 pontos de média, contra 5.6 da Globo.

O detalhe mais desconcertante é que SBT, Record e RedeTV! estão fora das maiores operadoras de TV paga de São Paulo, o que torna a vitória mais significativa.