segunda-feira, 23 de julho de 2018

Ai de ti, Brasil - "Texto fortíssimo"

Ai de ti, Brasil, eu te mandei o sinal, e não recebeste. Eu te avisei e me ignoraste, displicente e conivente com teus malfeitos e erros. Ai de ti, eu te analisei com fervor romântico durante os últimos 20 anos, e riste de mim. Ai de ti, Brasil! Eu já vejo os sinais de tua perdição nos albores de uma tragédia anunciada para o presente do século XXI, que não terá mais futuro. Ai de ti, Brasil – já vejo também as sarças de fogo onde queimarás para sempre! Ai de ti, Brasil, que não fizeste reforma alguma e que deixaste os corruptos usarem a democracia para destruí-la. Malditos os laranjas e as firmas sem porta.

Ai de ti, Miami, para onde fogem os ladrões que nadam em vossas piscinas em forma de vagina e corcoveiam em “jet skis”, gargalhando de impunidade. Malditas as bermudas cor-de-rosa, barrigas arrogantes e carrões que valem o preço de uma escola. Maldita a cabeleira do Renan, os olhos cobiçosos de Cunha, malditos vós que ostentais cabelos acaju, gravatas de bolinhas e jaquetões cobertos de teflon, onde nada cola. 

Por que rezais em vossos templos, fariseus de Brasília? Acaso eu não conheço a multidão de vossos pecados??? 

Ai de vós, celebridades cafajestes, que viveis como se estivésseis na Corte de Luís XIV, entre bolsas Chanel, gargantilhas de pérola, tapetes de zebra e elefantes de prata. Portais em vosso peito diamantes em que se coagularam as lágrimas de mil meninas miseráveis. Ai de vós, pois os miseráveis se desentocarão, e seus trapos vão brilhar mais que vossos Rolex de ouro. Ai de ti, cascata de camarões!

Tu não viste o sinal, Brasil. Estás perdido e cego no meio da iniquidade dos partidos que te assolam e que contemplas com medo e tolerância? Cingiram tua fronte com uma coroa de mentiras, e deste risadas ébrias e vãs no seio do Planalto. Ai de vós, intelectuais, porque tudo sabeis e nada denunciais, por medo ou vaidade. Ai de vós, acadêmicos que quereis manter a miséria “in vitro” para legitimar vossas teorias. Ai de vós, “bolivarianos” de galinheiro, que financiais países escrotos com juros baixos, mesmo sem grana para financiar reformas estruturais aqui dentro. Ai de ti, Brasil, porque os que se diziam a favor da moralidade desmancham hoje as tuas instituições, diante de nossos olhos impotentes. Ai de ti, que toleraste uma velha esquerda travestida de moderna. Malditos sejais, radicais de cervejaria, de enfermaria e de estrebaria – os bêbados, os loucos e os burros –, que vos queixais do país e tomais vossos chopinhos com “boa consciência”. Ai de vós, “amantes do povo” – malditos os que usam esse falso “amor” para justificar suas apropriações indébitas e seus desfalques “revolucionários”.

Ai de vós, que dizeis que nada vistes e nada sabeis, com os crimes explodindo em vossas caras. 

Ai de ti, que ignoraste meus sinais de perigo e só agora descobriste que há cartéis de empresas que predam o dinheiro público, com a conivência do próprio poder. Malditas sejam as empresas-fantasma em terrenos baldios, que fazem viadutos no ar, pontes para o nada, esgotos a céu aberto e rapinam os mínimos picuás dos miseráveis. 

Malditos os fundos de pensão intocáveis e intocados, com bilhões perdidos na Bolsa, de propósito, para ocultar seus esbulhos e defraudações. Malditos também empresários das sombras. Malditos também os que acham que, quanto pior, melhor.

A grande punição está a caminho. Ai de ti, Brasil, pois acreditaste no narcisismo deslumbrado de um demagogo que renegou tudo que falava antes, que destruiu a herança bendita que recebeu e que se esconde nas crises, para voltar um dia como “pai da pátria”. Maldito esse homem nefasto, que te fez andar de marcha à ré. 

Ai de ti Brasil, porque sempre te achaste à beira do abismo ou que tua vaca fora para o brejo. Esse pessimismo endêmico é uma armadilha em que caíste e que te paralisa, como disse alguém: és um país “com anestesia, mas sem cirurgia”.

Ai de vós, advogados do diabo que conseguis liminares em chicanas que liberam criminosos ricos e apodrecem pobres pretos na boca do boi de nossas prisões. Maldita seja a crapulosa legislação que vos protege há quatro séculos. Malditos os compradiços juízes, repulsivos desembargadores, vendilhões de sentenças para proteger sórdidos interesses políticos. Malditos sejam os que levam dólares nas meias e nas cuecas e mais ainda aqueles que levam os dólares para as Bahamas.

Ai de vós! A ira de Deus não vai tardar... 

Sei que não adianta vos amaldiçoar, pois nunca mudareis a não ser pela morte, guerra ou catástrofe social que pode estar mais perto do que pensais. Mas, mesmo assim, vos amaldiçoo. Ai de ti, Brasil!

Já vejo as torres brancas de Brasília apontando sobre o mar de lama que inundará o Cerrado. Já vejo São Paulo invadida pelas periferias, que cobrarão pedágio sobre vossas Mercedes. Escondidos atrás de cercas elétricas ou fugindo para Paris, vereis então o que fizestes com o país, com vossa persistente falta de vergonha. Malditos sejais, ó mentirosos, vigaristas, intrujões, tartufos e embusteiros! Que a peste negra vos cubra de feridas, que vossas línguas mentirosas sequem e que água alguma vos dessedente. Ai de ti, Brasil, o dia final se aproxima.

Se vossos canalhas prevalecerem, virá a hidra de sete cabeças e dez chifres em cada cabeça e voltará o dragão da Inflação. E a prostituta do Atraso virá montada nele, segurando uma taça cheia de abominações. E ela estará bêbada com o sangue dos pobres, e em sua testa estará escrito: “Mãe de todas as meretrizes e mãe de todos os ladrões que paralisam nosso país”. Ai de ti, Brasil! Canta tua última canção na boquinha da garrafa. 

Arnaldo Jabor



ASSISTA:

Qualquer brasileiro conhece os problemas do Brasil, mas nem todos conhecem a origem


As eleições de outubro se aproximam e os políticos afiam seus discursos visando angariar a simpatia e a confiança dos brasileiros. Obviamente, todos os candidatos que vão disputar vagas como deputados estaduais, federais, senadores, governadores e a Presidência da República irão apontar os velhos problemas do Brasil.


Praticamente todos vão falar sobre o que todo cidadão está cansado de sentir na pele, como os problemas nas áreas da saúde, segurança, educação, desemprego, transportes, moradia, infraestrutura de modo geral, falta de financiamentos, etc. Vão tentar apontar a corrupção como a causa da maioria dos problemas, vão prometer resoluções rápidas por meio de fórmulas aparentemente eficazes, etc.



Segundo o site Imprensa Viva, o problema é que o Brasil tem problemas que dificilmente serão solucionados em menos de 50 anos, como a questão da moradia, da qualificação e elevação no grau de instrução da população, o que permitira o aumento da renda per capta, do consumo e da produção. Mas tão sonhada fórmula do multiplicador macroeconômico não é tão simples. Ainda mais quando uma pequena elite se encarrega de drenar a maior parte do dinheiro do contribuinte, favorecida por um conluio secular entre o Legislativo e o Judiciário.




Alckmin promete cortar 10 ministérios e propor redução do número de senadores e deputados federais


Após governar São Paulo por 4 mandatos e entregar o Estado com a menor taxa de criminalidade do país e os melhores indicadores econômicos, o ex-governador e candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin aposta no corte de gastos como proposta central de sua campanha ao Palácio do Planalto.

Segundo o site Imprensa Viva, o médico com 40 anos de vida pública figura como um dos menos ricos entre os demais presidenciáveis. Com patrimônio modesto, apontado como um sujeito de hábitos simples, muitos dizem que "O professor seria mais rico hoje se tivesse dedicado sua vida ao exercício da medicina", numa referência ao fato de Alckmin ter lecionado durante anos para custear sua faculdade de medicina.

Em entrevista concedida à uma rádio de Pernambuco no Ano passado, Alckmin chegou a fazer uma dura crítica contra os políticos que enriquecem ao longo da vida pública. Ao citar um conselho de seu pai, , o presidenciável afirmou: "Política é dedicação, coragem moral e vida pessoal modesta. Ficou rico é ladrão. Vou repetir: Ficou rico é ladrão."

Por outro lado, a austeridade do presidenciável é apontada como sua melhor qualidade. Visto como um dos presidenciáveis mais experientes em cargos executivos, Alckmin falou esta semana com a jornalista Mariana Godoy sobre o corte de gastos públicos e prometeu cortar dez ministérios e propor reduzir o número de Senadores e de Deputados Federais.

Quase metade da população não tem acesso a internet ou TV por assinatura. Horário gratuito na TV aberta pode definir eleições


A preferência de parte do eleitorado por nomes como os do ex-presidente Lula, Renan Calheiros e até mesmo Paulo Maluf, é um fenômeno pouco digerido por parte da da população, sobretudo aqueles que possuem acesso à internet, TV por assinatura e smartphones conectados.

Mas é justamente em meio a camada da população que não tem acesso a meios de comunicação mais modernos, diz o site Imprensa Viva, que prosperam os nomes históricos da política nacional. Gente que passou décadas sedimentando seus nomes no consciente coletivo leva uma ligeira vantagem em época de eleição nas periferias, rincões distantes e comunidades carentes.

Neste aspecto, a TV aberta ainda é considerada a ferramenta mais eficiente para alcançar os eleitores em época de eleições. Até outubro, o noticiário, os debates e horário eleitoral gratuito serão cruciais para a sedimentação dos nomes dos candidatos junto ao eleitorado mais distante das Redes Sociais e da internet.

Segundo o Imprensa Viva, esta é a realidade de quase metade dos eleitores brasileiros. Apesar da ampliação do acesso à internet por meio dos dispositivos portáteis, apenas cerca de 60% dos eleitores dispõem destas ferramentas. Os eleitores mais velhos, de menor grau de instrução e renda, justamente aqueles que ainda sofrem influência de campanhas do passado de gente como Lula e outros dinossauros da política nacional, serão mais impactados pelos debates e pelo horário eleitoral gratuito na TV e Rádio.

A desigualdade no acesso à internet no Brasil está diretamente relacionada com a disparidade com relação à renda. Segundo estimativa do IBGE, apenas 32,7% das pessoas com renda menor que ¼ do salário mínimo costumam acessar a internet, enquanto o índice chega a 92,1% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos. Uma pesquisa divulgada no final do ano passado pelo IBGE revelou que 50% dos trabalhadores brasileiros recebem por mês, em média, 15% menos que o salário mínimo.

O levantamento foi feito por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Naquele ano, o salário mínimo era de R$ 880. Dos 88,9 milhões de trabalhadores ocupados no ano, 44,4 milhões recebiam, em média, R$ 747 por mês. Este público, que em tese representa a maior parte dos eleitores indecisos, deve ser impactado pela propaganda eleitoral gratuita ao longo dos 45 dias que antecedem as votações no dia 07 de outubro.

De acordo com o Huffpostbrasil, "Além do horário eleitoral fixo, transmitido duas vezes por dia, os candidatos têm direito às inserções, que são peças de 30 segundos ou 60 segundos, veiculadas ao longo da programação. No total, são 70 minutos de inserções por dia, de segunda a domingo. Ao contrário da propaganda eleitoral com horário fixo, as inserções pegam os eleitores de surpresa".

Neste sentido, O PT é o partido com mais tempo de TV: sozinho, tem 88 segundos. Na sequência vem o MDB, com 86 segundos. O PSDB do pré-candidato Geraldo Alckmin tem 71 segundos, mas este tempo deve ser bastante ampliado após as alianças com partidos importantes do Centrão, de modo que Alckmin, ao que tudo indica, poderá contar com mais tempo na TV do que todos os demais candidatos juntos. Após o anúncio da aliança em torno de Alckmin, o mercado financeiro reagiu bem. O dólar registrou queda de -2,18% e a Ibovespa subiu 2,05%, com forte alta, alcançando os 79.075 pontos.

Ciro Gomes (PDT), que oficializou sua candidatura nesta sexta, tem pelo menos 26 segundos. Jair Bolsonaro, (PSL), conta até o momento com 8 segundos. A propaganda eleitoral começa a ser exibida no dia 31 de agosto pelas emissoras de rádio e TV. A partir desta data, poderá ocorrer uma mudança significativa dos indicadores registrados até o momento pelas pesquisas eleitorais.