domingo, 11 de março de 2018

Bretas: “Politicagem no STF desrespeitaria independência do Judiciário”

O juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato no Rio de Janeiro, comentou no Twitter a pressão de caciques de PT, MDB e PSDB contra prisões após condenação em segunda instância:

“Prefiro acreditar que não há, em nosso STF, quem permita esse tipo de abordagem imoral (‘influência no Judiciário’). Seria isso uma politicagem de baixo nível que desrespeitaria por completo a independência do Poder Judiciário, desonrando os envolvidos.”

Bendine revela esquema do PT no Banco do Brasil?

Condenado a 11 anos de prisão pelo recebimento de propinas na Petrobras, Aldemir Bendine, o Dida, já começou a abrir o bico sobre o período em que esteve à frente do Banco do Brasil, nos governos de Lula e Dilma Rousseff.

Ele teria relatado várias histórias à PF, mesmo sem estar fazendo delação premiada, informa Lauro Jardim no Globo.

“Bendine tem descrito esquemas de liberação de empréstimos a empresas que devolviam 1% a 2% do valor recebido a quatro intermediários. Este percentual era dividido entre Bendine e o seu grupo, o PT e partidos aliados.

O esquema, contudo, de acordo com o que contou, começou antes de sua ida para o comando do banco. Ele chegou a dizer que no dia em que a caixa-preta do BB for aberta terá que ser construído um presídio só para o pessoal envolvido nestas fraudes.”

O site O Antagonista ainda não confirmou a informação de Lauro Jardim, mas vem apontando desde o ano passado como Bendine recebia gente no Banco do Brasil em São Paulo, sem câmeras de segurança.

Queremos todos os nomes e fatos, Bendine. Todos.

Torquato defende Temer contra Barroso

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, falou à Folha sobre a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Michel Temer, no período de 2013 a 2017, determinada por Luís Roberto Barroso no inquérito que apura a suspeita de pagamento de propina na edição de um decreto do setor portuário.

“Acho equivocada porque inclui períodos em que ele (Temer) não era presidente. Essa é a questão. O decreto dos portos se refere a 2017. Se ele [Barroso] tem dúvidas e indícios, tem de motivar e fundamentar o ato e se conter ao período em que ele [Temer] já era presidente.”

O jornal afirmou que a quebra do sigilo no período do mandato é, portanto, aceitável.

“Seria tecnicamente e processualmente correto. Mas pede ponderação. Não se fez isso com nenhum presidente até hoje. É preciso termos conhecimento claro e objetivo das razões que levam à quebra do sigilo, mas somente do período em que ele está no cargo. Não é sobre apenas a pessoa, mas a incolumidade da função. Ele tem funções essenciais de chefe de Estado, que ficam prejudicadas com essa suspeita não fundamentada. O Brasil nas próximas três ou quatro semanas, liderando o Mercosul, deve talvez fechar acordo comercial com a União Europeia. No auge de uma negociação, sai uma notícia de de impacto comercial. É óbvio que há prejuízo.”

Torquato defendeu que Temer tenha tratamento diferenciado dos outros cidadãos, “porque ele é presidente e a Constituição permite isso. Se fosse para ser tudo igual, não haveria o parágrafo 4, artigo 86.”

A qual prisão Lula pertence?

A proximidade da prisão de Lula gerou um mal-estar entre a PF e o Complexo Médico-Penal em Curitiba, informa Juliana Braga no Globo.

“Por causa da peculiaridade da situação, nenhum dos dois quer abrigá-lo.

A Justiça Federal, no entanto, já comunicou informalmente que prefere a permanência de Lula na PF. Mas os policiais ainda não sabem como fazer: não querem colocá-lo na ala VIP, onde está, por exemplo, Antonio Palocci.”

Resolvam-se depressa, ok?

Tudo, menos Benfica.

40 ANOS

Meu amigo Sérgio lembra que em 1971, de traquinagem, quebrou o farol de um carro estacionado perto da casa dele.
O pai soube, deu-lhe uma surra de cinta e o traquina nunca mais fez aquilo. Entrou para a faculdade e hoje é um profissional de sucesso. Em 2011, seu filho fez o mesmo, Sérgio reprisou a surra que levara, mas seu filho o denunciou e ele foi condenado à prestação de serviços comunitários.
O filho caiu na droga e hoje está num abrigo para menores. Em 1971, o coleguinha mais moço de Sérgio sofreu uma queda no recreio, a professora deu-lhe um abraço e o menino voltou a brincar. Em 2011, outro menino esfolou-se no pátio da mesma escola, a diretora foi acusada de não cuidar das crianças, saiu na TV e ela renunciou ao magistério e hoje está internada, em depressão.
Em 1971, quando os coleguinhas de Sérgio faziam bagunça na aula, levavam um pito do professor, eram levados à direção e ainda sofriam castigo em casa. E todos se formavam prontos para a vida.
Em 2011, a bagunça em sala de aula faz o professor repreendê-los, mas depois pede desculpas, porque os pais foram se queixar de maus-tratos à direção. Hoje fazem bagunça no trânsito e no cinema, incomodando os outros.
Em 1971, nas férias, todos saíam felizes, enfiados num Fusca. Depois das férias, todos voltavam a estudar e a trabalhar mais. Em 2011, a família vai a Miami, volta deprimida e precisa de 15 dias para voltar à normalidade na escola e no trabalho.

Em 1971, quando alguém da família de Sérgio adoecia, ia ao INPS, esperava duas horas, era atendido, tomava o remédio e ficava bom. Saía a correr, pedalar, subir em árvores de novo. Em 2011, os parentes de Sérgio pagam uma fortuna em planos de saúde, fazem exames de toda sorte à procura de câncer de pele, pressão nos olhos, placas nas artérias, glicose, colesterol, mas o que têm é distensão muscular por causa de exageros na academia.
Em 1971, o tio preguiçoso de Sérgio foi flagrado fazendo cera no trabalho. Levou uma reprimenda do chefe na frente de todos e nunca mais relaxou.
Em 2011, o cunhado de Sérgio foi flagrado jogando xadrez no computador da empresa, o chefe não gostou e o puniu. O chefe foi acusado de assédio moral, processado, a empresa multada, o cunhado relapso foi indenizado e o chefe demitido.

Em 1971, o irmão mais velho de Sérgio deu uma cantada na colega loira de trabalho. Ela reclamou, fez charminho e aceitou um jantar. Hoje estão casados.
Em 2011, um primo de Sérgio elogiou as pernas da colega de escritório, foi acusado de assédio sexual, demitido e teve que pagar indenização à mulher das belas pernas, que acabou no psiquiatra. Meu amigo Sérgio me pergunta o que deu em nós, nesses 40 anos, para nos tornarmos tão idiotas, jogando fora a vida como ela é.

Dei a resposta: É a ditadura da hipocrisia imbecil do politicamente correto.

texto de Alexandre Garcia

Pode espernear, Gleisi

Gleisi Hoffmann começou a se conectar com a realidade.

A presidente do PT disse na noite de sexta-feira, segundo o Estadão:

“Querem prender Lula e é exatamente para isso que se está caminhando.”

De fato, o Brasil está caminhando para ser um país onde quem comete crimes de corrupção e lavagem de dinheiro é preso, independentemente de sua influência política.

Em discurso endereçado a petistas, a senadora acrescentou que o partido “não vai aceitar com normalidade” a prisão de Lula.

“Não é que vamos fazer insurreição, grandes mobilizações. Mas não vamos aceitar calmamente.”

O choro é livre.

Bolsonaro deve ser tratado “como criminoso”, diz Boulos


O Estadão perguntou a Guilherme Boulos, líder do MTST e pré-candidato presidencial pelo PSOL, se ele não faz o jogo de Jair Bolsonaro ao polarizar com o deputado.

Boulos respondeu:

“Ele não deve ser tratado como concorrente, mas como criminoso. Ele faz apologia ao estupro, defende tortura em meio ao Congresso Nacional, faz falas racistas. Se o Código Penal fosse levado a sério, Bolsonaro estaria preso e não candidato a presidente. Enfrentar o Bolsonaro não é uma questão eleitoral, é questão de princípio.”

Se a Lei Antiterrorismo, à qual Boulos se opõe, já tivesse sido aprovada, ele já estaria preso.

O rastreamento da propina de Lula

Os valores saídos do caixa 2 da Odebrecht para pagar obras feitas no sítio de Atibaia, em benefício de Lula, foram rastreados.

Foi o que disse o procurador Deltan Dallagnol, segundo O Globo.

O MPF indicou dois técnicos do Ministério Público da União e um perito criminal da Polícia Federal para acompanhar a perícia nos sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht autorizada pelo juiz Sergio Moro.

Segundo o MPF, o sistema MyWebDay registra quatro operações de crédito, num total de R$ 700 mil, para o centro de custo “Aquapolo” entre os dias 16 e 30 de dezembro de 2010.

“O centro de custo era controlado por Emyr Diniz Costa Junior, executivo da Odebrecht e um dos delatores da empresa. Segundo Emyr, o dinheiro foi retirado em espécie, em dois saques, e usado para pagar material de construção usado na reforma do sítio. Os saques aparecem, segundo o MPF, com a sigla EAO – que seria Emílio Alves Odebrecht, já que o empresário seria o responsável pelos valores liberados a favor de Lula.

As entregas do dinheiro teriam sido feitas por pessoas identificadas como ‘MG’ e ‘Márcia’, com as senhas de entrega ‘Natalino’ e ‘New Year’.”

Feliz Natal e um próspero Ano Novo na Papuda, Lula.

Sepúlveda mente, diz que está trabalhando de graça para Lula, mas cai em contradição

O advogado Sepúlveda Pertence resolveu encerrar sua carreira mergulhado num turbilhão de mentiras.

Na série de entrevistas programada pelo jornal Folha de S.Paulo, com o claro objetivo de ajudar o meliante Lula na sua luta pela impunidade, iniciada há poucos dias com o próprio ex-presidente, neste sábado (10) chegou a vez de Sepúlveda Pertence.

As respostas dadas por Sepúlveda seguem a mesma linha da defesa que ele patrocina. Invencionices, enredo programado, embustes e blefes.

Questionado sobre os honorários cobrados de Lula, o nobre jurista conta uma grande lorota. Afirma textualmente que está trabalhando de graça e sustenta a mentira argumentando que não cobra nenhum centavo de presidenciáveis e ex-presidentes e cita os nomes de seus outros clientes: José Serra, Sarney e Marina.

A mentira cai por terra quando ele próprio se lembra de que também advoga para Aécio Neves, e que este justificou que os dois milhões ‘emprestados’ de Joesley, seriam para pagar o advogado, no caso, o próprio Sepúlveda.

Ai, nesse caso, o advogado esclarece que só para Aécio não advoga de graça, ‘porque havia conflito’.

Para acreditar, somos obrigados a crer que no caso de Lula não há conflito. Reina a paz.

E somos também obrigados a acreditar que o nobre Sepúlveda está jogando na ‘lata do lixo’ todas as convicções que outrora defendia e arriscando o seu notável currículo, sem cobrar nenhum centavo, ‘de graça’.

Pela diversidade de sua clientela, só muita grana, tipo assim, R$ 50 milhões.

MARXISMO E ÁGUA BENTA

Quem condena a riqueza, dissemina a pobreza. Sem riqueza não há poupança e sem poupança não há investimento. Sem investimento, consomem-se os capitais produtivos preexistentes, surge uma economia de subsistência, vive-se da mão para a boca, aumenta o número de bocas e diminui o numero de mãos. Quem defende o socialismo sustenta que a ideia é exatamente essa e que assim não há competição ou meritocracia, nem desigualdade.

Quando o Leste Europeu estava na primeira fase, consumindo os bens produtivos preexistentes, nasceu a teologia da libertação (TL), preparada pelos comunistas para seduzir os cristãos. A receita - uma solução instável, como diriam os químicos, de marxismo e água benta - se preserva ainda hoje. Vendeu mais livros do que Paulo Coelho. Em muitos seminários, teve mais leitores do que as Sagradas Escrituras. Aninhou-se, como cusco em pelego, nos gabinetes da CNBB. Resumidamente: perante a questão da pobreza, a TL realiza o terrível malabarismo de apresentar o problema como solução e a solução como problema. Assustador? Pois é. Deus nos proteja desse mal. Amém.

A estratégia é bem simples. A TL vê o “pobre” do Evangelho, cumprimenta-o, deseja-lhe boa sorte, saúde e vida longa, e passa a tratá-lo como “oprimido”. Alguns não percebem, mas a palavra “oprimido” designa o sujeito passivo da ação de opressão. O mesmo se passa quando o vocábulo empregado na metamorfose é “excluído”, sujeito passivo da exclusão. E fica sutilmente introduzida a assertiva de que o carente foi posto para fora porque quem está dentro não o quer por perto.

A TL proporciona a mais bem sucedida aula de marxismo em ambiente cristão. Aula matreira, que, mediante a substituição de vocábulos acima descrita, introduz a luta de classes como conteúdo evangélico, produzindo o inconfundível e insuperável fanatismo dos cristãos comunistas. Fé religiosa fusionada com militância política! Dentro da Igreja, resulta em alquimia explosiva e corrosiva; vira uma espécie de 11º mandamento temporão, dever moral perante a história e farol para a ordem econômica. Por fim, anula as possibilidades de superar o drama da pobreza. A TL substitui o amor ao pobre pelo ódio ao rico, e acrescenta a essa perversão o inevitável congelamento dos potenciais produtivos das sociedades.

Todos sabem que Frei Betto é um dos expoentes da teologia da libertação. Em O Paraíso Perdido (1993), ele discorre sobre suas muitas conversas com Fidel Castro. Num desses encontros, narrado à página 166, falava-se sobre a TL. Estavam presentes Fidel, o frei e o “comissário do povo”, D. Pedro Casaldáliga, espécie de Pablo Neruda em São Félix do Araguaia. Em dado momento, o bispo versejador comentou a resistência de João Paulo II à TL dizendo: “Para a direita, é mais importante ter o Papa contra a teologia da libertação do que Fidel a favor”. E Fidel respondeu: “A teologia da libertação é mais importante que o marxismo para a revolução latino-americana”.

Haverá maior e melhor evidência de que teologia da libertação e comunismo são a mesma coisa?

texto por Percival Puggina